A Cloud Computing está revolucionando a indústria de Tecnologias de Informação, prometendo flexibilidade, capacidade e disponibilidade sem limites, de forma quase instantânea e a um custo muito reduzido. Diversas empresas estão desenvolvendo tecnologias e infraestruturas para a disponibilizar serviços, de forma a partilhá-los por diversos clientes, proporcionando um nível elevado de rentabilidade.
O modelo é, claramente, vantajoso para as empresas, mas requer cuidados especiais no momento da contratação, de forma a evitar um conjunto de riscos que, a longo prazo, possam inverter as vantagens propostas. Identifico alguns pontos que considero críticos avaliar no momento de decisão de contratação:
##RECOMENDA##
• Dependência do fornecedor – é importante ter sempre um plano de saída, conhecer bem as integrações e dependências dos seus sistemas, de modo a que seja simples a transferência entre prestadores de serviços na nuvem;
• Segurança da Informação – em geral os sistemas em Cloud são seguros. No entanto, é importante garantir que, antes de avançar para a Cloud, os processos de gestão da segurança estejam devidamente definidos e que o prestador escolhido tenha condições de os implementar;
• Regulação da informação - algumas políticas de regulação podem impedir a adopção do modelo simples, obrigando a organização a provar o controlo sobre os seus sistemas (internos ou de terceiros). Nestes casos, é necessária uma análise detalhada da arquitetura tecnológica do fornecedor e um plano de transição muito detalhado, de modo a cobrir todos os requisitos regulatórios a que empresa está obrigada;
• Níveis de Serviço - o acordo do nível de serviço deverá ser acompanhado por um modelo de penalizações por não cumprimento do prestador, permitindo, em situações limite, o rompimento do contrato sem custos para o cliente;
• Salvaguarda e Recuperação - a preservação da informação é crítica para as empresas, e deverá estar previamente definida em uma política de salvaguarda da informação. Por exemplo a regularidade de cópias, os períodos de retenção da informação e os tempos de recuperação em caso de necessidade;
• Previsão de custos a longo prazo - a subscrição destes serviços é quase isenta de investimentos e as rendas iniciais são muito reduzidas. No entanto, é importante garantir que, à medida que os nossos sistemas crescem, os custos não subam exponencialmente, invertendo o cenário inicial. Isto é possível com duas ações concretas: i) planeamento detalhado das necessidades, evitando uma sequência de custos adicionais resultantes de detalhes esquecidos e ii) negociação das condições de variação (crescimento ou redução).
Cloud é uma excelente oportunidade para melhorar a qualidade e reduzir os custos de exploração com os sistemas de informação. No entanto, a transição deverá ser precedida de um trabalho de preparação e negociação cuidado, de modo a evitar que as vantagens se transformem em problemas.
(*) Nuno Viana é Senior Manager, Infrastructure Services, da Capgemini Portugal.