Tópicos | Crise na Venezuela

Comissão externa da Câmara sobre a crise na Venezuela pede reforço orçamentário emergencial para Roraima. Já aprovado pelo colegiado, o relatório do deputado Nicoletti (PSL-RR) recomenda à União um aporte financeiro de R$ 25,5 milhões para o estado usar na educação básica, além da contratação de agentes de combate a endemias e cooperação de órgãos federais e estaduais na área de segurança pública.

“Nós queremos ações do governo federal junto ao estado de Roraima e aos municípios atingidos. Precisamos de mais recursos para saúde, educação e segurança, além de melhorar a vida dos brasileiros no estado de Roraima”, disse o deputado.

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Segundo a Polícia Federal, 112 mil venezuelanos entraram no Brasil entre 2017 e 2018

A comissão externa na Câmara acompanha a tensão na fronteira entre Brasil e Venezuela desde o fim de março. Segundo a Polícia Federal, 112 mil venezuelanos entraram no Brasil por Pacaraima entre 2017 e 2018, fugindo da crise econômica e política gerada pelos confrontos entre os partidários de Nicolás Maduro, que preside a Venezuela desde 2013, e seus opositores. Segundo Nicoletti, a pressão sobre os serviços públicos de Roraima tem sido “assustadora”, sobretudo na saúde.

“Em 2018, houve um grande pico da crise da Venezuela com reflexos no Brasil: foram 48.454 atendimentos. E, nesse primeiro trimestre de 2019, já foram 15.256 atendimentos em uma rede hospitalar que tem um único hospital de média e alta complexidade gerenciado pelo estado, em Boa Vista, que não está dando conta. E ainda tem o problema da malária e do sarampo. Quanto ao sarampo, foram 361 casos em 2019. Desses, 219 foram entre venezuelanos”.

No relatório, o deputado revela que os venezuelanos já são cerca de 10% dos detentos de todo o estado de Roraima. Nicoletti também detalhou os reflexos da crise na fronteira sobre os serviços de educação.

“Dos mais de 70 mil matriculados na educação básica do estado de Roraima, nós temos 4.516 venezuelanos, chegando a 6,23%. Em Pacaraima, que é um município de 12 mil habitantes, nós temos 33% das matrículas da educação básica ocupados por venezuelanos também”.

O governo brasileiro tem enfrentado os reflexos da crise venezuelana por meio da Operação Acolhida, realizada pelas Forças Armadas e outros órgãos na fronteira. No entanto, Nicoletti avalia que a operação não atendeu as dificuldades financeiras de Roraima. O relatório da comissão externa da Câmara sobre a crise na Venezuela será entregue ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros diretamente ligados ao tema.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Em viagem à Espanha para negociar os termos do acordo entre Mercosul e União Europeia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, defendeu hoje (11) uma solução pacífica e sem interferência externa para a crise na Venezuela. Ele ressaltou que o governo brasileiro é contrário a qualquer ação violenta para tentar resolver o impasse.

“Espanha e Brasil são a favor da solução pacífica para a Venezuela. Solução [definida] pelos próprios venezuelanos, somos contra qualquer solução violenta. Somente assim vamos restabelecer a institucionalidade democrática na Venezuela”, destacou.

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Aloysio Nunes reiterou a preocupação do Brasil com os imigrantes venezuelanos, a segurança na fronteira com a Venezuela e o tráfico de drogas na região. Ele condenou as manifestações xenófobas registradas no Brasil, mas ressaltou que foram reações isoladas.

Questionado se o presidente eleito tratará de forma diferente o governo de Nicolás Maduro, o ministro afirmou que os candidatos neste segundo turno Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) têm visões distintas sobre a condução da política externa em relação ao país vizinho. Para ele, em entrar em detalhes, Bolsonaro terá uma “postura mais dura” em comparação a Haddad.

Aloysio Nunes cobrou mais uma vez investigações independentes e transparentes sobre a morte do verador de oposição Fernando Albán. O político venezuelano contrário ao governo Maduro foi declarado morto na segunda-feira (8) e segundo fontes oficiais, teria se suicidado. “No Brasil, houve vários casos em que o assassinato foi disfarçado de suicídio.”

Comunicado

Ao lado do ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borell, Aloysio Nunes reiterou a disposição de aprofundar a Parceria Estratégica entre Brasil e Espanha e fortalecer os compromissos registrados no plano de 2003, na Declaração de Brasília sobre a Consolidação da Parceria Estratégica de 2005 e na Declaração de Madri de 2012.

Aloysio Nunes defendeu a relevância de um acordo entre Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa) e União Europeia.

O chanceler ressaltou que o Mercosul pode negociar produtos e maquinários agrícolas com os europeus e que não há interesse em disputar com a indústria dos países, mas sim cooperar e compartilhar.

Pesar

Em nota, o governo brasileiro lamentou as enchentes na lha de Mallorca, na Espanha, considerado um local paradisíaco e de atração turística. Além dos desassistidos, pelo menos nove pessoas morreram. “O governo brasileiro manifesta pesar pelas mortes e danos materiais provocados pelas intensas chuvas na ilha de Mallorca, e expressa suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo da Espanha.”

Segundo o governo regional de Mallorca, pelo menos nove estradas da zona leste da ilha precisaram ser fechadas por causa da inundação. Até 232 litros de água por metro quadrado atingiram na tarde de ontem (10) a região em apenas duas horas.

As autoridades pediram a todos os moradores que permaneçam em suas casas e informaram que as aulas foram suspensas na região afetada. Os danos materiais causados pelas inundações são bastante numerosos, segundo testemunhas e integrantes dos serviços de emergência. Mallorca faz parte do arquipélago das Ilhas Baleares, no Mar Mediterrâneo, é um dos principais destinos turísticos da Espanha.

 

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