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Em viagem à Espanha para negociar os termos do acordo entre Mercosul e União Europeia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, defendeu hoje (11) uma solução pacífica e sem interferência externa para a crise na Venezuela. Ele ressaltou que o governo brasileiro é contrário a qualquer ação violenta para tentar resolver o impasse.

“Espanha e Brasil são a favor da solução pacífica para a Venezuela. Solução [definida] pelos próprios venezuelanos, somos contra qualquer solução violenta. Somente assim vamos restabelecer a institucionalidade democrática na Venezuela”, destacou.

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Aloysio Nunes reiterou a preocupação do Brasil com os imigrantes venezuelanos, a segurança na fronteira com a Venezuela e o tráfico de drogas na região. Ele condenou as manifestações xenófobas registradas no Brasil, mas ressaltou que foram reações isoladas.

Questionado se o presidente eleito tratará de forma diferente o governo de Nicolás Maduro, o ministro afirmou que os candidatos neste segundo turno Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) têm visões distintas sobre a condução da política externa em relação ao país vizinho. Para ele, em entrar em detalhes, Bolsonaro terá uma “postura mais dura” em comparação a Haddad.

Aloysio Nunes cobrou mais uma vez investigações independentes e transparentes sobre a morte do verador de oposição Fernando Albán. O político venezuelano contrário ao governo Maduro foi declarado morto na segunda-feira (8) e segundo fontes oficiais, teria se suicidado. “No Brasil, houve vários casos em que o assassinato foi disfarçado de suicídio.”

Comunicado

Ao lado do ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borell, Aloysio Nunes reiterou a disposição de aprofundar a Parceria Estratégica entre Brasil e Espanha e fortalecer os compromissos registrados no plano de 2003, na Declaração de Brasília sobre a Consolidação da Parceria Estratégica de 2005 e na Declaração de Madri de 2012.

Aloysio Nunes defendeu a relevância de um acordo entre Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa) e União Europeia.

O chanceler ressaltou que o Mercosul pode negociar produtos e maquinários agrícolas com os europeus e que não há interesse em disputar com a indústria dos países, mas sim cooperar e compartilhar.

Pesar

Em nota, o governo brasileiro lamentou as enchentes na lha de Mallorca, na Espanha, considerado um local paradisíaco e de atração turística. Além dos desassistidos, pelo menos nove pessoas morreram. “O governo brasileiro manifesta pesar pelas mortes e danos materiais provocados pelas intensas chuvas na ilha de Mallorca, e expressa suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo da Espanha.”

Segundo o governo regional de Mallorca, pelo menos nove estradas da zona leste da ilha precisaram ser fechadas por causa da inundação. Até 232 litros de água por metro quadrado atingiram na tarde de ontem (10) a região em apenas duas horas.

As autoridades pediram a todos os moradores que permaneçam em suas casas e informaram que as aulas foram suspensas na região afetada. Os danos materiais causados pelas inundações são bastante numerosos, segundo testemunhas e integrantes dos serviços de emergência. Mallorca faz parte do arquipélago das Ilhas Baleares, no Mar Mediterrâneo, é um dos principais destinos turísticos da Espanha.

 

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta segunda-feira (20) que as autoridades federais aguardam o retorno da comissão interministerial que viajou hoje a Roraima para tomar mais medidas no esforço de conter a tensão entre brasileiros e imigrantes venezuelanos na região. Após participar de reunião entre o presidente Michel Temer e representantes de diversas áreas, ele voltou a criticar a tentativa do governo de Roraima de limitar a entrada de venezuelanos em território brasileiro. 

“Vamos aguardar o retorno da comissão interministerial que foi enviada a Roraima para que o governo possa tomar novas decisões a respeito desse assunto. O governo já investiu cerca de R$ 200 milhões nessa situação. Temos pontos de acolhimento, intensificamos as ações sociais, de segurança no estado. Todavia, esse conflito nos preocupa, como não poderia deixar de ser”, disse.

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Segundo Marun, o assunto é tratado como prioridade no Palácio do Planalto. De acordo com ele, novas reuniões podem ocorrer “a qualquer momento”. Não mencionou datas.

Na reunião, da tarde de hoje, no Planalto, foi anunciada a liberação da licença ambiental para o início das obras do Linhão de Tucuruí, que vai interligar o estado de Roraima com o sistema elétrico nacional. Neste fim de semana, cerca de 1,2 mil venezuelanos voltaram ao país após o ataque a abrigos dos imigrantes por brasileiros em Pacaraima, cidade fronteiriça.

Suspensão temporária

Na reunião, que contou com a presença de ministros e técnicos das áreas econômica e social, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), sugeriu ao presidente Temer como alternativa a suspensão temporária da autorização de entrada dos venezuelanos via fronteira brasileira no estado. "[O estado de Roraima está] sobrecarregado e não tem mais condições de acolher [os imigrantes]."

“Eu pedi ao presidente a suspensão provisória do ingresso de venezuelanos na fronteira de Roraima, especificamente em Pacaraima por conta dos conflitos e problemas que estão tendo, para que nem a população de Roraima seja prejudicada nem os próprios venezuelanos, cuidando da segurança de ambos”, disse. “Não estamos fechando fronteira”, disse Jucá.

De acordo com o líder, Temer solicitou um “estudo técnico operacional” para avaliar a sugestão.

Para o ministro Marun, há “grandes dificuldades” em implementar essa solução, devido aos acordos internacionais assinados pelo Brasil e à tradição brasileira de acolher os refugiados. “Não é uma situação fácil para Roraima”.

Questionado sobre o novo pedido da governadora de Roraima, Suely Campos (PP), de fechar temporariamente a fronteira para os venezuelanos, Marun disse que é preciso ter mais compreensão.

“Estamos vivendo um momento em que as questões assumem uma dramaticidade ainda maior. É um momento eleitoral, muitas vezes situações como essa são tentadoras no sentido de ter algum viés político, mas nós vamos seguir conduzindo essa questão com a atenção que ela merece em função da gravidade que tem, mas dentro da legalidade e da racionalidade”, afirmou Marun.

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