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O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) não tem escondido sua insatisfação com o PSB nos últimos dias e admitiu que pode deixar o partido. O pernambucano disse que a legenda pessebista está enfrentando um clima de “radicalização” e não descartou a possibilidade de buscar “novas alternativas partidárias”. Bezerra Coelho compõe a ala da sigla que apoia as ações do governo do presidente Michel Temer (PMDB) e vem declarando dissidência às determinações partidárias sobre, por exemplo, as reformas trabalhista e previdenciária.   

“Estamos enfrentando um clima de radicalização dentro do PSB, que abriu processo no conselho de ética contra 16 deputados e dois senadores, o que inegavelmente gera muito desconforto para nós”, afirmou o senador ao encerrar um giro que fez pelo Sertão de Pernambuco nessa quinta-feira (17), durante entrevistas que concedeu a blogs e rádios locais. 

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No entanto, ele fez questão de deixar claro que irá buscar o entendimento dentro da legenda à qual está filiado desde 2005. “Se este caminho não for possível, então buscaremos novas alternativas partidárias, para poder continuar realizando nosso trabalho e cumprindo os compromissos assumidos com os pernambucanos e pernambucanas ao longo destes 35 anos de vida pública”, destacou.

Nos bastidores, Fernando Bezerra Coelho é cotado para disputar o governo de Pernambuco, mas para isso ele deve deixar o PSB, já que o partido vai bancar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Já houve a especulação de Bezerra Coelho seguir para o DEM ou para o PMDB. 

O parlamentar percorreu 11 cidades em três dias, incluindo os municípios de Petrolina, Floresta, Belém do São Francisco, Dormentes, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. Nas agendas, reuniões com gestores públicos, lideranças políticas e representantes de movimentos sociais, para a prestar contas do mandato e recolher demandas da sociedade. Fernando Bezerra também debateu os cenários políticos e econômicos do país e do estado.

“É fundamental olhar nos olhos das pessoas e ouvir o que elas tem a dizer. Vivemos uma crise, mas não podemos fugir da realidade. Se o momento é difícil devemos nos aproximar ainda mais da população para dialogar, buscar soluções e encontrar caminhos que possamos trilhar juntos”, disse o senador ao ponderar a necessidade da agenda pela região. 

A discussão no Partido dos Trabalhadores (PT) para escolher a nova direção nacional da sigla tem aquecido as articulações entre as tendências internas. De acordo com o senador Humberto Costa, o "plano A" da legenda é conduzir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do PT no país por pelo menos um ano e meio. A nova direção será escolhida durante o Congresso Nacional agendado para junho.

"Estamos trabalhando a condição de Lula aceitar durante um ano e meio assumir o comando do país. Naturalmente, se ele não for candidato todas as correntes terão sua candidatura. Nosso plano A é de que Lula aceite ser presidente e a gente evite uma fragilização no Congresso Nacional do PT", declarou o senador durante uma coletiva de imprensa da legenda, nesta segunda-feira (20), para apresentar os detalhes do Processo de Eleições Diretas (PED) em Pernambuco.

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Integrante da direção nacional, a deputada estadual Teresa Leitão disse que a indagação principal no momento é "que rumos são necessários para o PT" na atual conjuntura. "O PT é necessário. Sem o PT não vamos conseguir recuperar a democracia no país. Não faremos isso sozinhos. Ao mesmo tempo que somos insuficientes, somos absolutamente necessários", frisou.

Presidente do PT no Recife, Oscar Barreto reforçou que mesmo se Lula não aceitar presidir o partido nos próximos anos, o principal objetivo do PED é uma união para "defender" a importância política do líder-mor petista para o país. "É importante demonstrar que estamos unidos na disputa e na política", salientou.

O atual presidente nacional do PT é Rui Falcão. Mesmo que Lula não seja eleito presidente, ele não pode ser reconduzido ao cargo de acordo com o regimento interno por já ter dois mandatos à frente da legenda. 

Lula não é unidade para presidir partido

Secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macedo também participou da coletiva e disse que apesar de ser o desejo da maioria das tendências, o nome do ex-presidente Lula para o comando nacional do partido não é unânime. Há uma ala da legenda, segundo ele, que defende a dedicação do ex-presidente as articulações para endossar sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018. 

“Se ele dispor a ser o candidato, será importante. Afinal, ele tem as condições necessárias para reconduzir o partido ao caminho da unidade e dar uma nova roupagem, sem muitas fissuras ou divergências. Mas há uma tendência que defende a tese de ele manter o lugar que tem hoje, o de pré-candidato à presidência. A presença dele na disputa de 2018 é inegável e, sem arrogância, vamos ganhar”, declarou o dirigente. 

Segundo ele, na conjuntura atual o PT é “bem sucedido”. “Fomos ao fundo do poço e podemos chegar novamente à presidência da República em dois anos. Isso é real com Lula”, acrescentou. 

Nos bastidores, conta-se que o senador Lindbergh Farias e o próprio Márcio Macedo devem participar da disputa pelo comando do PT no país, caso Lula abdique do cargo. 

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