Tópicos | Debinha

O Brasil tem apenas dois concorrentes ao tradicional prêmio Bola de Ouro, promovido pela revista francesa France Football para eleger o melhor jogador e a melhor jogadora a cada temporada. Vinícius Júnior, do Real Madrid e da seleção brasileira, é o indicado entre os homens, enquanto Debinha, do Kansas City Current e da seleção, concorre entre as mulheres. Cada uma das listas tem 30 nomes, e os vencedores serão anunciados em cerimônia no dia 30 de outubro.

Vencedor da Bola de Ouro masculina em 2022, concedida em outubro, Karim Benzema, que trocou o Real Madrid pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita, na última janela de transferências, está novamente entre os finalistas. Dessa vez, contudo, não está entre os favoritos. O atual cenário indica boas chances de Messi conquistar o prêmio pela oitava vez após ser campeão do mundo no Catar.

##RECOMENDA##

Nomes como o norueguês Haaland e o belga De Bruyne, do Manchester City, também são bem cotados, assim como Mbappé, vice-campeão da Copa com a França e astro do PSG. Já Cristiano Ronaldo, que foi para o futebol árabe no final do ano passado para defender o Al-Nassr, ficou fora da lista pela primeira vez em 20 anos. A última ocasião em que ele não esteve entre os indicados foi em 2002.

Na premiação feminina, a atual vencedora, Alexia Putellas, da Espanha e do Barcelona, também não é finalista, pois teve a temporada prejudicada por uma lesão. De qualquer forma, o prêmio pode parar novamente nas mãos de uma espanhola, pois Aitana Bonmati, líder do título da Copa do Mundo e barcelonista como Putellas, é o nome mais forte da corrida pela Bola de Ouro.

Também foram nomeados os finalistas do Troféu Yashin, que escolhe o melhor goleiro da temporada, e Ederson, da seleção brasileira e do Manchester City, é um dos indicados. Ele disputa o título com nomes como Courtois (Bélgica e Real Madrid), Bonou (Marrocos, Sevilla e Al-Nassr) e Emiliano Martínez (Argentina e Aston Villa).

Veja a lista dos indicados à Bola de Ouro de futebol masculino:

 

Gvardiol (Croácia, RB Leipzig e Manchester City)

Onana (Camarões, Inter de Milão e Manchester United)

Benzema (França, Real Madrid e Al-Ittihad)

Musiala (Alemanha e Bayern de Munique)

Salah (Egito e Liverpool)

Bukayo Saka (Inglaterra e Arsenal)

De Bruyne (Bélgica e Manchester City)

Bellingham (Inglaterra, Borussia Dortmund e Real Madrid)

Kolo Muani (França, Eintracht Frankfurt e PSG)

Bernardo Silva (Portugal e Manchester City)

Kvaratskhelia (Geórgia e Napoli)

Barella (Itália e Inter de Milão)

Emiliano Martínez (Argentina e Aston Villa)

Rúben Dias (Portugal e Manchester City)

Haaland (Noruega e Manchester City)

Gündogan (Alemanha, Manchester City e Barcelona)

Odegaard (Noruega e Arsenal)

Bono (Marrocos, Sevilla e Al-Nassr)

Julián Álvarez (Argentina e Manchester City)

Vinicius Junior (Brasil e Real Madrid)

Rodri (Espanha e Manchester City)

Griezmann (França e Atlético de Madrid)

Messi (Argentina, PSG e Inter Miami)

Lautaro Martínez (Argentina e Inter de Milão)

Lewandowski (Polônia e Barcelona)

Kim Min-Jae (Coreia do Sul, Napoli e Bayern de Munique)

Modric (Croácia e Real Madrid)

Mbappé (França e PSG)

Osimhen (Nigéria e Napoli)

Kane (Inglaterra, Tottenham e Bayern de Munique)

Veja a lista de indicadas à Bola de Ouro de futebol feminino:

 

Kadidiatou Diani (França, PSG e Lyon)

Linda Caicedo (Colômbia e Real Madrid)

Alba Redondo (Espanha e Levante)

Rachel Daly (Inglaterra e Aston Villa)

Fridolina Rolfö (Suécia e Barcelona)

Olga Carmona (Espanha e Real Madrid)

Georgia Stanway (Inglaterra e Bayern de Munique)

Amanda Ilestedt (Suécia, PSG e Arsenal)

Hayley Raso (Austrália, Manchester City e Real Madrid)

Sophia Smith (Estados Unidos e Portland Thorns)

Salma Paralluelo (Espanha e Barcelona)

Millie Bright (Inglaterra e Chelsea)

Hinata Miyazawa (Japão, Mynavi Sendai e Manchester United)

Lena Oberdorf (Alemanha e Wolfsburg)

Daphne Van Domselaar (Holanda, Twente e Aston Villa)

Sam Kerr (Austrália e Chelsea)

Debinha (Brasil, North Carolina Courage e Kansas City)

Patricia Guijarro (Espanha e Barcelona)

Ewa Pajor (Polônia e Wolfsburg)

Guro Reiten (Noruega e Chelsea)

Aitana Bonmati (Espanha e Barcelona)

Alexandra Popp (Alemanha e Wolfsburg)

Yui Hasegawa (Japão e Manchester City)

Jill Roord (Holanda, Wolfsburg e Manchester City)

Katie McCabe (Irlanda e Arsenal)

Wendie Renard (França e Lyon)

Asisat Oshoala (Nigéria e Barcelona)

Mary Earps (Inglaterra e Manchester United)

Mapi León (Espanha e Barcelona)

Khadija Shaw (Jamaica e Manchester City)

Veja a lista dos indicados ao Prêmio Yashin:

 

Courtois (Bélgica e Real Madrid)

Ter Stegen (Alemanha e Barcelona)

Maignan (França e Milan)

Onana (Camarões, Inter de Milão e Manchester United)

Bono (Marrocos, Sevilla e Al-Nassr)

Ederson (Brasil e Manchester City)

Emiliano Martínez (Argentina e Aston Villa)

Ramsdale (Inglaterra e Arsenal)

Livakovic (Croácia, Dínamo Zagreb e Fenerbahçe)

Brice Samba (França e Lens)

A cinco meses do início da Copa do Mundo de Futebol Feminina, o Brasil passa por uma transição de gerações de talentos. Aos 37 anos, Marta está ciente de que sua trajetória na seleção brasileira está perto do fim e aproveita para indicar o caminho das pedras para sua sucessora. Debinha já provou que pode assumir o papel de líder da equipe dentro e fora de campo.

Aos 31 anos, Debinha não é nenhuma novata, mas passa por seu melhor momento na carreira. Jogadora do Kansas City Current, dos Estados Unidos, ela figurou entre as 14 indicadas da Fifa ao prêmio de melhor jogadora do mundo, mas ficou fora da lista de finalistas, que incluiu Beth Mead (Inglaterra/Arsenal), Alex Morgan (EUA/San Diego Wave) e Alexia Putellas (Espanha/Barcelona).

##RECOMENDA##

A SheBelieves Cup, torneio amistoso em que o Brasil encerra sua participação contra os Estados Unidos, nesta quarta-feira, às 21h10 (no SporTV) é mais um passo nesta transição. A técnica Pia Sundhage trouxe Marta para o grupo justamente para dividir sua experiência. Ela foi utilizada no decorrer dos jogos na vitória sobre o Japão e na derrota para o Canadá. Debinha foi titular e marcou o gol no triunfo diante das japonesas, com passe da companheira e eterna camisa 10.

"É sempre sobre a hora certa de trazer as jogadoras para o jogo e na segunda vez que a Marta toca na bola ela tem o um contra um. Eu fiquei impressionada com o fato de ela não estar jogando e ainda assim ganhar o um contra um pelo lado esquerdo, isso é altíssimo nível considerando que ela não está atuando", destacou Pia, após o triunfo diante do Japão. "E nossa querida Debinha, ela aparece e traz as jogadoras para o jogo."

Debinha não é importante para o futuro da seleção apenas pela parte técnica. No vestiário, ela é considerada uma liderança para o grupo. Tem voz ativa e o respeito das companheiras.

CARREIRA

Débora Cristiane de Oliveira nasceu em Brazópolis, município de Minas Gerais que conta com menos de 15 mil habitantes, segundo o último censo. Aos 15 anos, iniciou sua carreira no futebol profissional, contratada pelo Lorena. Seis anos depois, e passando por clubes do futebol brasileiro como Portuguesa e Saad, se transferiu para a Liga Norueguesa - uma das mais fortes do mundo.

No país nórdico, Debinha defendeu o Avaldsnes IL por três temporadas. Conseguiu se firmar como uma das principais artilheiras da competição, mas em 2014 retornou ao Brasil, por um curto período, para defender o São José na Copa Libertadores Feminina. Campeã continental, retornou à Noruega em janeiro de 2015.

Nesse meio tempo, a atacante crescia como uma opção para a seleção brasileira. Em 2011, Debinha recebeu sua primeira oportunidade para defender o Brasil nos Jogos Pan-Americanos, realizados em Guadalajara, no México.

Após deixar a Noruega, Debinha teve uma breve passagem, entre 2016 e 2017, pelo futebol chinês. Seria somente nos Estados Unidos, a partir de 2017, que a atacante iria brilhar no cenário mundial. Ao assinar com o North Carolina Courage, ela passou a atuar também como meia e se transformou em uma peça indispensável do esquema da equipe.

Em seu primeiro ano, disputou todas as partidas da National Women’s Soccer League (NWSL). Em suas seis temporadas, conquistou seis títulos nos Estados Unidos, mas não teve seu contrato renovado para 2023. A partir deste ano, ela defenderá o Kansas City Current, também da NWSL.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Neste ano, Debinha disputará sua segunda Copa do Mundo com a seleção brasileira. Na França, em 2019, pouco conseguiu ajudar a equipe e terminou a competição sem marcar um gol sequer. Neste ano, mais madura e como uma das indicadas ao prêmio de melhor do mundo, terá na Austrália e Nova Zelândia a chance de brilhar pelo Brasil.

No último ano, Debinha foi decisiva na conquista da Copa América de 2022. Com cinco gols marcados - incluindo do título, na final contra a Colômbia -, mostrou o porquê de Pia considerá-la como uma dos pilares da renovação da seleção.

Fotos: Thais Magalhães/CBF

Destaques na goleada de 4 a 0 da seleção brasileira feminina sobre a rival Argentina na Copa América, Bia Zaneratto e Debinha falaram a importância do resultado na estreia da equipe na competição. Mais importante do que superar a dura marcação das adversárias é, a partir de agora, ter espírito de final em todas as partidas da competição.

"Estou muito feliz pela vitória, pois era muito importante começar com o pé direito. Soubemos aproveitar as oportunidades e fazer os gols. A Argentina é um time que entra muito firme. Sabemos da dificuldade que no espera e precisamos encarar todos os jogos como finais", disse Bia Zaneratto.

##RECOMENDA##

A Imperatriz teve participação direta na vitória. Além de deixar a sua marca, iniciou a jogada do primeiro gol e deu assistência para Adriana fazer 3 a 0.

Já a atacante Debinha, que se juntou ao grupo neste sábado por questões pessoais, entrou em campo quase no final da segunda etapa. Apesar do pouco tempo em ação, ela balançou a rede para fechar o placar sobre a Argentina em 4 a 0.

"Não esperava entrar e fiquei muito feliz. Também não esperava o gol. Foi um belo passe da Duda e fico satisfeita sempre de jogar e ajudar a minha equipe. Vamos nos cobrar individualmente e aproveitar as chances que temos. Mostramos isso hoje e espero que a gente continue fazendo muitos gols e realizando uma bela campanha", disse a atacante.

Artilheira da era Pia, Debinha chegou à marca dos 50 gols com a camisa da seleção brasileira em 123 jogos. De olho nas adversárias, ela disse o que espera da competição.

"A Argentina é uma das equipes mais fortes do campeonato, mas a Colômbia, por exemplo, vem de um bom jogo contra os Estados Unidos. Qualquer equipe que está aqui tem totais condições de fazer um bom papel e temos de nos preparar da melhor forma possível independentemente do adversário", disse.

O Brasil integra o Grupo B e lidera a chave ao lado da Venezuela que derrotou o Uruguai por 1 a 0. A equipe volta a campo na próxima terça-feira pra enfrentar o Uruguai pela segunda rodada da competição. A partida terá transmissão do SBT e Sportv.

Quando anunciou as convocadas para o 'She Believes', torneio amistoso nos Estados Unidos que serve de preparação para a Olimpíada, Pia Sundhage admitiu ter definido 12 das 18 jogadoras que defenderão o Brasil nos Jogos de 2021. Artilheira da seleção feminina desde a estreia da técnica sueca (em agosto de 2019) com dez gols e presente nas 13 partidas sob comando da treinadora, Debinha é, em tese, nome certo entre as atletas que já podem fazer as malas para Tóquio (Japão).

A atacante, porém, ainda não se vê garantida. “Acho que aqui a concorrência é muito grande. Futebol se vive de fases. O que eu busco é manter minha parte física, seguir bem no meu clube, chegar na seleção e dar meu 100% para buscar a vaga. A gente nunca sabe o que pode acontecer”, declarou a jogadora do North Carolina Courage (EUA), em entrevista coletiva por videoconferência nesta terça-feira (16).

##RECOMENDA##

A seleção feminina estreia no 'She Believes' nesta quinta-feira (18), às 18h (horário de Brasília), contra a Argentina. No domingo (21), às 17h, as adversárias são as norte-americanas, atuais campeãs mundiais. Já na outra quarta-feira (24), as comandadas de Pia encerram a participação no torneio diante do Canadá, às 18h. Os jogos serão disputados no Exploria Stadium, em Orlando (EUA).

“São três seleções [de estilos] diferentes. A Argentina conhecemos bem. É um time contra o qual jogamos bastante, que joga praticamente espelhado no Brasil. [A seleção dos] Estados Unidos é mais força e velocidade. O Canadá está entre os dois [modelos], é também uma seleção que conhecemos bem, há uma rivalidade grande”, disse Debinha, que projeta, em especial, os duelos contra norte-americanas e canadenses, que também estão classificadas para Tóquio.

“Temos a Pia, que já comandou os Estados Unidos [foi bicampeã olímpica, em 2008 e 2012] e conhece bem a seleção. Eu conheço bem as jogadoras [norte-americanas] por atuar na liga. Será um jogo muito duro, mas temos nos preparado e dando o melhor no dia a dia. O torneio será próximo do que acontecerá na Olimpíada, onde teremos também Inglaterra e França, que nos deram muito trabalho. Jogar contra Estados Unidos e Canadá nos dará um parâmetro do nível que estamos”, descreveu.

Mudanças na convocação

Nesta terça, um dia após a chegada da delegação a Orlando, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou os cortes das volantes Luana e Formiga, que não foram liberadas pelo PSG (França). Apesar de o 'She Believes' ser em data Fifa, os clubes foram autorizados a não cederem atletas em casos de restrições de viagem ou de quarentena obrigatória devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Para o lugar delas, Pia convocou a meia Valéria e a atacante Geyse, ambas do Madrid CFF (Espanha). A primeira, de 22 anos, estreou na seleção feminina na goleada por 6 a 0 sobre o Equador, em novembro, na Neo Química Arena, em São Paulo. Ela, inclusive, fez um dos gols do atropelo. A segunda, que tem a mesma idade, esteve na Copa do Mundo de 2019, na França, e foi chamada pela técnica sueca, pela primeira vez, em março do ano passado, para disputa do Torneio Internacional da França, mas acabou cortada por lesão.

Antes de Luana e Formiga, Pia teve de substituir a lateral Fabi Simões, do Internacional, que testou positivo para a covid-19 antes da viagem para Orlando. A zagueira Kathellen, da Inter de Milão (Itália), foi chamada no lugar da defensora colorada.

Campeã da National Women's Soccer League (NWSL) pelo North Carolina Courage e eleita MVP da final, disputada em 27 de outubro, a jogadora Debinha encerra o ano com ótima campanha também na seleção brasileira. Ela jogou o Mundial da França e marcou presença em todas as convocações da técnica Pia Sundhage até o momento. Além disso, é a artilheira da equipe com a sueca. São seis jogos e quatro gols marcados.

Aos 28 anos, a mineira de Brazópolis está há três nos Estados Unidos e diz que se habituou a jogar fora do Brasil depois de passagens por Portuguesa, Saad, Centro Olímpico, São José, além de ter jogado em países como Noruega e China.

##RECOMENDA##

Como foi sua trajetória no futebol até chegar aos EUA e à seleção brasileira?

Sou de Brazópolis, Minas Gerais. É uma cidade bem pequena (pouco mais de 14 mil habitantes). Minha infância foi 'de menino', jogando bolinha de gude, soltando pipa, brincando de polícia e ladrão, pé na lata e, claro, futebol. Lá só tinha um time feminino, de meninas mais experientes do que eu, que jogavam só aos finais de semana, porque elas trabalhavam. Durante a semana, eu jogava bola com os meninos. Dava um jeitinho, pedia para minhas irmãs irem comigo, ou esperava minha mãe ir para o trabalho e ia para a rua, escondida da minha avó. Eu me destacava jogando com os meninos. Recebi proposta de Varginha, Itajubá, Paraisópolis. Cheguei a receber proposta do Corinthians, o Itaquera, que era time de futsal, mas como eu era muito nova, não quis ir. Fiz a peneira do Saad e fiquei lá em 2008 e 2009. Depois fui para a Portuguesa (2010). Em 2011 eu fui para o Centro Olímpico, joguei lá três anos (até 2013) e depois fui para a Noruega. Fiquei três anos lá, voltei para o Brasil e acabei assinando com o São José. Lá joguei a Libertadores, o Mundial. Passei também pela China, fiquei lá por um ano (2016). Depois (2017) fui para os EUA e essa foi minha terceira temporada lá.

Quem são seus ídolos?

Meu ídolo era o Ronaldinho Gaúcho. Quando era pequena ficava assistindo aos vídeos, porque ele jogava bonito, para poder aprender alguns dribles, embaixadinhas. Eu assistia também aos jogos da Europa, quando ele jogava no Barcelona, e claro a seleção. Sempre acompanhei Mundial, todos os jogos eu acompanhava por causa dele. Sempre fui muito fã de Marta, Formiga e Cristiane. Não acompanhava elas nos clubes, até porque na época que eu comecei dificilmente transmitiam os jogos. Mas quando passava Mundial, Olimpíada, eu estava em frente à televisão, assistindo aos jogos. Depois que eu cheguei na seleção, a minha admiração por elas só aumentou.

Sua família sempre te apoiou?

Sim, no começo, quando eu era criança, minha mãe não gostava que eu brincasse com os meninos, mas depois ela viu que era o que eu queria. Quando fui para o Saad e comecei a evoluir como atleta, cheguei na seleção sub-20, depois fui para fora, seleção brasileira principal, aí tudo mudou. Ela assiste a todos os jogos, tanto masculino quanto feminino. Ela sabe até mais coisas do que eu. E meu pai sempre foi meu fã número 1, sempre me apoiou. Minhas irmãs também sempre me apoiaram, vão assistir aos jogos quando minha mãe e meu pai não conseguem ir. Mas sempre tive o apoio deles e tenho certeza de que sempre vou ter.

Gostaria de voltar a jogar em um time no Brasil?

Já tive algumas propostas. Quando estava na Noruega, voltei e joguei a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes pelo São José. Às vezes aparecem alguns clubes querendo que eu volte para o Brasil. Claro que a minha vontade é sempre estar no meu país, perto da família. Mas hoje eu me acostumei a jogar fora, gosto muito de jogar na liga americana. Então, acho que hoje em dia não tenho essa ambição de voltar a jogar no País. Talvez para um campeonato como Libertadores, Mundial, por empréstimo.

Como é sua rotina nos EUA e as maiores dificuldades enfrentadas?

No meu primeiro ano, fui junto com a Rosana, mas ela acabou ficando metade da temporada e depois fiquei sozinha lá. Acho que essa foi a dificuldade, porque antes eu tinha ela para falar português. Depois que ela saiu, tive que me virar. A dificuldade foi mais a língua mesmo, eu sabia pouco inglês quando cheguei lá. No dia a dia, com as meninas, sou obrigada a falar, acho que já tenho um nível bom, falo bem, consigo me virar. Minha rotina é sempre a mesma: treino e casa. Às vezes saio para jantar fora. Quando tenho folga jogo golfe e boliche. A rotina é sempre a mesma, porque os treinos são bem pegadinhos. Então durante a semana procuro descansar bem para o próximo treino.

Em algumas convocações você aparece como atacante e em outras como meia. Em seu time é escalada como meia. Qual a posição que você prefere jogar?

Confesso que gosto bastante de jogar no meio. Meu primeiro ano nos EUA foi de adaptação, porque foi a primeira vez que estava jogando como meia mesmo. Cheguei a jogar na Portuguesa, mas não tenho tantas recordações. Agora já é meu terceiro ano jogando na liga como meia e confesso que me adaptei muito bem. É uma posição que gosto bastante, porque estou sempre me movimentando, recebendo a bola e criando. E também tenho chance de chegar no gol.

Como está o trabalho com a Pia na seleção?

Ela dá bastante essa liberdade. O jeito que ela gosta de jogar, para nós que jogamos abertas, poder vir pelo meio e fazer essa troca com a atacante é bastante interessante. Mesmo se ela precisar de mim no ataque eu vou estar preparada. Tratando de seleção, temos de estar sempre preparadas, sempre disponíveis, independente da posição que ela precise.

Em ação inédita a Coca-Cola, uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo de Futebol Feminino que está sendo realizada na França, lançou minicraques inspiradas nas seleções femininas que compõem o torneio. Como representante da seleção brasileira, a escolhida foi a atacante Debinha, atleta do North Carolina Courage dos EUA, que há anos luta pela igualdade de gênero no futebol.

A iniciativa da empresa de bebidas teve origem na Copa do Mundo de 1998, disputada também em território francês e vencida pela seleção da casa. Diferente das edições dos mundiais masculinos, a campanha da empresa será limitada a 40 unidades de cada miniatura, as quais não serão comercializadas. Os exemplares das mini craques da jogadora Debinha foram distribuídas entre famosos como a apresentadora do SBT Maisa, a cantora Luisa Sonza e o ator da TV Globo Bruno Gagliasso, para que presenteiem seus seguidores nas redes sociais.

##RECOMENDA##

Além da brasileira Debinha, a empresa "escalou" outras seis atletas que disputam a Copa do Mundo de Futebol Feminino para a campanha, que promete difundir o empoderamento das mulheres pelo mundo: a alemã Sara Däbritz, a norte-americana Abby Dahlkemper, a francesa Grace Geyoro, a japonesa Saki Kumagai e a nigeriana Desire Oparanozie. As jogadoras participaram da gravação de filmes, nos quais destacam o perfil de cada uma, suas jornadas até chegarem ao Mundial e os desafios que enfrentaram até se consolidarem como atletas profissionais de futebol.

A seleção brasileira feminina de futebol venceu a Austrália por 1 a 0, em amistoso disputado neste domingo (6) na cidade de Brisbane, no Queensland Sports and Athletics Centre. O único gol da partida foi marcado pelo atacante Debinha, que atualmente joga no futebol norueguês.

"Em todos os jogos, procuro sempre ajudar a equipe, seja dando passes ou fazendo gols. Desta vez, fui feliz e pude deixar a minha marca. O importante é que saímos com a vitória", comemorou Debinha.

##RECOMENDA##

A partida não contou com a participação de Marta, que chegou a ser convocada, mas acabou sendo cortada por estar lesionada. O amistoso serviu como preparação para a Copa América, que será disputada ainda neste ano e é classificatória para o Mundial Feminino de Futebol de 2015, marcado para o Canadá.

O Brasil iniciou a partida com a seguinte escalação: Thaís Picarte, Fabiana, Bruna, Andreia Rosa e Tamires; Thaisa e Formiga; Debinha, Rosana e Andressa; Cristiane. O técnico Marcio Oliveira promoveu as entradas de Rilany, Bia e Nenê durante o duelo.

O primeiro tempo foi movimentado e equilibrado, com as duas equipes criando e perdendo várias chances de gol, sendo que as principais do Brasil foram com Debinha, Bruna e Fabiana.

O gol brasileiro, então, saiu aos 22 minutos do segundo tempo. Andressa roubou a bola na direita e virou o jogo para Rosana. A camisa 10 driblou a marcadora e passou para Formiga. Ela, então, acionou Debinha, que finalizou para marcar o único gol do jogo. Depois, a Austrália pressionou o Brasil, mas não conseguiu empatar o amistoso.

"Fico muito feliz de ter a oportunidade de representar o meu país e de ter a confiança da comissão técnica e das minhas companheiras, mas isso não significa que eu sempre vá estar na lista. Tenho que dar o meu melhor em todos os treinamentos e jogos", disse Debinha.

As seleções brasileira e australiana voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, às 3h30 (horário de Brasília) em mais um amistoso marcado para Brisbane.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando