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A cerimônia de filiação de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores (PT), nesta sexta-feira (2), deve receber cerca de mil pessoas, a capacidade máxima do salão da Casa de Portugal. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a chefe nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem discursar. O deputado federal Guilherme Boulos e a ex-prefeita também deverão ter um momento de fala no encontro.

O ato será dinâmico e com pronunciamentos breves, de acordo com petistas envolvidos na organização. A data escolhida foi combinada com Lula, que fazia questão de estar presente.

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Passada a cerimônia de filiação, Boulos e Marta já combinaram o primeiro ato juntos da pré-campanha. A dupla decidiu que o bairro de Parelheiros, localizado no extremo sul da cidade, sediará o encontro, que deve ser amplo, com a presença e participação da população. Chamada de "Martalândia", a região é estratégica por ser o reduto eleitoral da ex-prefeita. A data do encontro ainda não está definida.

Além disso, para depois do carnaval, os dois estão organizando uma plenária com os movimentos sociais. Trata-se de um encontro menor e com pessoas mais específicas.

Retorno ao PT

Foi o presidente Lula que convenceu Marta a retornar ao PT, partido que deixou após mais de 30 anos de filiação. No inicio de janeiro, o petista chamou a ex-prefeita para uma conversa no Palácio do Planalto. Após o diálogo, ela topou retornar a legenda e ainda ser a vice na chapa de Guilherme Boulos.

Para viver esta empreitada, porém, a ex-prefeita precisou pedir demissão do cargo de secretaria Municipal de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição e é o principal adversário de Boulos. Marta explica que tomou a iniciativa com o objetivo de acabar com o bolsonarismo na capital.

O diretório paulistano do Partido dos Trabalhadores decidiu na noite desta quarta-feira, 17, que a cerimônia de filiação de Marta Suplicy à sigla será dia 2 de fevereiro, por volta das 18h. O local ainda não foi definido, e segue em estudo pelo grupo. A assessoria de Marta confirmou a data e reiterou a expectativa pelas presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que comporá com Marta a chapa à Prefeitura de São Paulo, já confirmou que estará presente.

De acordo com informações do diretório, a lista dos presentes ainda não foi fechada, mas o evento contará com muitas lideranças municipais e nacionais do PT. A data foi escolhida estrategicamente, pois é antes do aniversário de fundação do partido, 10 de fevereiro, e do carnaval, o que não deixa o ato muito distante.

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Após mais de 30 anos de filiação ao PT, Marta Suplicy rompeu com o partido em 2015 em meio aos casos de corrupção. Após saída, a ex-prefeita foi para o MDB e teve uma rápida passagem pelo Solidariedade. Hoje, ela não é filiada a nenhuma legenda.

Marta se encontrou com Lula no dia 8 de janeiro e aceitou retornar ao PT para compor como vice a chapa do pré-candidato Guilherme Boulos (Psol). Depois da decisão, ela foi exonerada da função de secretária de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve ser o principal oponente do ex-líder o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nesta corrida eleitoral.

O nome de Marta foi aprovado pela Executiva Municipal do PT, que realizou um encontro nesta terça-feira, 16. Na ocasião, também ficou decidido que não haverá prévias para a escolha de quem vai compor a chapa, ideia aventada pelo deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-marido de Marta.

Esquerda do PT contesta filiação

Apesar de a Comissão Executiva do PT paulistano ter aprovado a filiação de Marta à sigla, o procedimento ainda requer formalização. Segundo o estatuto do PT, a ex-prefeita deverá preencher um formulário de filiação junto ao Diretório Municipal, e a solicitação precisa ser tornada pública pelo órgão. Após a divulgação, há um prazo de sete dias úteis para contestação por qualquer filiado, com igual período para defesa.

Diante disso, dirigentes petistas avaliam que tendências do partido contrárias ao retorno de Marta, como o Trabalho e a Articulação de Esquerda, vão contestar a filiação da ex-prefeita. Apesar disso, a volta da ex-prefeita ao partido deverá ocorrer, uma vez que a maioria da Executiva municipal aprova o movimento. Na reunião desta semana, a filiação de Marta foi aprovada por 12 votos entre os 16 membros do colegiado.

Valter Pomar, líder da Articulação de Esquerda e dirigente nacional do PT, solicitou a impugnação da filiação de Marta ao partido antes mesmo da formalização do pedido. Em uma carta enviada ao secretário-geral do PT, Henrique Fontana, Pomar listou seis razões para a recusa da filiação da ex-prefeita. "Para apoiar Boulos nas eleições municipais de 2024, Marta não precisa estar filiada ao PT", diz o texto.

"É positivo que, depois de anos contribuindo com a direita - época em que chegou a confraternizar inclusive com figuras ridículas e nefastas da extrema direita-, Marta volte agora a contribuir com a esquerda e, inclusive, apoie a candidatura Boulos em São Paulo. Mas não é necessário, não é indispensável e não é positivo que Marta o faça a partir do PT, pois é evidente que - da forma como a 'operação regresso' foi articulada - a refiliação não constitui uma saudável 'autocrítica' mas sim uma demonstração de falta de respeito do partido para consigo mesmo", afirmou o dirigente na carta.

O presidente do Diretório Municipal do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro, afirmou no início da noite desta terça-feira (16), logo após reunião do comando da legenda na capital paulista, que ficou decidido que não haverá prévias para definir qual será o nome que irá concorrer a vice ao lado de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura da capital. Com articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pôr a ex-prefeita Marta Suplicy como vice do pré-candidato, Ribeiro saudou sua volta ao partido. "O diretório recebe com bom grado e dará as boas-vindas ao retorno da Marta Suplicy ao PT", disse.

Segundo ele, "não haverá prévias ainda que tenha candidatura se colocando no processo de disputa". O líder pontuou, inclusive, que o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), que levantou a possibilidade, foi demovido da ideia. Ex-marido de Marta, o deputado estadual participou da reunião da noite de terça, e ao lado das lideranças, apoiou a chapa.

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Com elogios à ex-correligionária, Ribeiro destacou sua importância para a chapa. Segundo ele, Marta tem "marcas importantíssimas" que vêm da sua administração da capital. Com o objetivo de nacionalizar a disputa, o líder defendeu a necessidade de uma "frente para derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo".

A filiação

Ribeiro disse que ainda não há uma data definida para a filiação de Marta, mas disse que, durante o processo, o diretório tem como objetivo convidar a ex-prefeita para participar de um "processo de escuta" junto com diversas lideranças e com a base da legenda.

Após almoço entre a ex-secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy e o pré-candidato a prefeito, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), para firmar a chapa às eleições municipais de 2024, a ex-prefeita da capital paulista, que será a vice na chapa, afirmou em nota se sentir "honrada" com a visita do líder do PSOL na Câmara dos Deputados a sua residência. "Recebi em minha residência, neste sábado, e me sinto muito honrada com a vinda de Guilherme Boulos e sua esposa, Natália, os amigos e companheiros de lutas Rui Falcão e sua esposa Cris", afirmou no comunicado.

E destacou na nota: "Nesta oportunidade, resgato o Manifesto Frente Ampla, que foi lançado nesta mesma residência. É a expressão do que esta reunião representa."

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Leia, a seguir, o Manifesto da Frente Ampla, divulgado pela ex-prefeita de São Paulo:

"A cidade de milhões de refugiados das secas não vai se refugiar no silêncio quando tanta gente precisa da sua voz marcante.

Não, nós não vamos e não podemos fugir desta missão, São Paulo.

A gente implora à sua alma vanguardista: vamos caminhar juntos pra manter o seu e o nosso espírito de liberdade e respeito vivos!

Você, São Paulo, que inspirou Mário de Andrade e toda uma geração a romper com velhos modelos; você que fez o Caetano aprender 'de pressa a chamar-te de realidade'; você levou o Tom a cantar que em São Paulo 'se ama com todo ódio e se odeia com todo amor'; e o Itamar Assunção nos lembrou que 'São Paulo é outra coisa, não é exatamente amor, é identificação absoluta'.

E todos nós que nos identificamos com as suas virtudes e qualidades, queremos fazer de você, novamente, o palco da vanguarda, o refúgio da lucidez, o marco zero do respeito, a reserva da dignidade.

A hora é a de nos unirmos para construirmos a mais ampla frente política e social para o progresso e o desenvolvimento da cidade de São Paulo.

O desafio central será o de nos organizarmos em torno de uma plataforma democrática de convivência e desenvolvimento da cidade de São Paulo.

Convocar a todos para o esforço de uma grande mobilização pela democracia.

A favor do progresso, desenvolvimento e respeito pela diversidade.

Pela preservação do meio ambiente, pela manutenção de todas as conquistas e avanços de nossa sociedade.

Reafirmar nossa índole democrática, pluralista e igualitária.

Por justiça social, igualdade, respeito ao ser humano e liberdade.

Pelo incentivo permanente à cultura, pela educação e por toda a liberdade de manifestação.

Por uma FRENTE AMPLA que possa unir, juntar e somar todas as entidades da sociedade, partidos políticos, juventude, pessoas de todas as classes sociais, empresas, cidadãos, homens e mulheres que defendem, apreciam e lutam de forma intransigente pela manutenção de todas as nossas conquistas democráticas na nossa cidade e em nosso país."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva selou acordo com a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (sem partido) para retorno dela ao PT para ser vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) nas eleições municipais de 2024. Ela deixou o partido em 2015, afirmando que a sigla protagonizou "um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", em referência aos fatos revelados pela Operação Lava Jato. Não é a primeira vez que o petista se articula com políticos que eram críticos a ele ou à legenda.

Além de Marta, o petista também já costurou alianças com adversários históricos, como Geraldo Alckmin (PSB), com quem disputou as eleições presidenciais de 2006. Hoje ele é seu vice-presidente. Outros destaques são Paulo Maluf, Fernando Collor e Leonel Brizola.

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Segundo o cientista político Thiago Valenciano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as alianças feitas por Lula são estratégias para remover adversários ferrenhos da oposição aos candidatos petistas. Ao mesmo tempo, os movimentos buscam garantir bases eleitorais no Legislativo e atrair eleitores mais distantes do programa de governo do PT.

"É o jogo da política. Concessões para obtenção de sucesso no resultado eleitoral, cessão de apoios para partidos políticos quando necessário, inclusive na negociação de cargos comissionados e emendas parlamentares. Lula sabe como conduzir crises políticas e entende a dificuldade que enfrenta em cada eleição. Nesse sentido, ele acaba sendo pragmático e faz as alianças necessárias", afirmou.

Marta Suplicy

A ex-prefeita Marta Suplicy deixou a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo na última terça-feira, 9, após se encontrar com Lula no Palácio da Alvorada e fechar uma aliança com Boulos e o retorno ao PT. Marta fazia parte do secretariado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é pré-candidato a reeleição e tem no psolista seu principal adversário. A saída dela foi encarada como uma "traição" por aliados do emedebista, que vai ser apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marta integrou o PT por 35 anos e, no partido, foi deputada federal (1995-1999), prefeita de São Paulo (2001-2005), ministra do Turismo do segundo mandato de Lula (2006-2007), senadora (2011-2015) e ministra da Cultura de Dilma Rousseff (2012-2014).

Em abril de 2015, Marta entregou uma carta às direções municipal, estadual e nacional do partido em que pediu a desfiliação do PT, afirmando que a sigla era reincidente em casos de desvios éticos. Fora do partido, ela apoiou o impeachment de Dilma em 2016.

Geraldo Alckmin

Nas eleições de 2006, o principal adversário de Lula foi Geraldo Alckmin, que integrou o PSDB por 33 anos e era governador de São Paulo na época. O pleito ocorreu durante as descobertas do escândalo do mensalão, e Alckmin usou a campanha para associar o petista ao esquema de corrupção. Em resposta, o petista atacou o governador, dizendo que ele foi um especialista no "processo de desmonte" das políticas públicas paulistas.

Em 2016, na convenção do PSDB que lançou o empresário João Doria para a Prefeitura, Alckmin atacou o PT e o ex-prefeito e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Os 13 anos de lulopetismo levaram o País a ser saqueado, literalmente. O PT quer vencer a eleição para se redimir e resolver seus problemas", afirmou.

Em 2017, em outro encontro do PSDB, Alckmin disse que Lula havia "quebrado o Brasil" e que o petista desejava "voltar à cena do crime". Enquanto Lula estava preso em Curitiba, o atual vice-presidente o chamava de "preso condenado por corrupção".

No início de 2022, Alckmin e Lula se aproximaram para criar uma "frente ampla" para enfrentar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Para isso, o ex-governador deixou o PSDB e se filiou ao PSB.

Alckmin passou a acompanhar o petista em eventos ligados à causa sindicalista e da esquerda. Em um deles, ele exaltou Lula como o "maior líder político" do País. Em outro, Alckmin ouviu e aplaudiu o hino da Internacional Socialista. A chapa composta pelos dois venceu o pleito de 2022 para comandar a Presidência.

Paulo Maluf

Em busca de um maior tempo de televisão para a propaganda eleitoral gratuita de Fernando Haddad nas eleições municipais de 2012 em São Paulo, Lula se aproximou do PP do ex-prefeito Paulo Maluf. Segundo o petista, Maluf exigiu que os dois posassem para jornalistas para que a aliança fosse consolidada.

A relação tensa entre os dois começou antes mesmo de Lula se candidatar ao seu primeiro cargo público. Em 1980, ele foi preso por liderar greves no ABC paulista. Maluf, que era governador de São Paulo na ditadura militar, disse: "Lula é um líder morto. Em seis meses os metalúrgicos o esquecerão".

Nas primeiras eleições diretas depois da redemocratização, em 1989, Maluf e Lula foram adversários e trocaram ataques. Enquanto o PT representava uma proposta de esquerda, o ex-governador era o candidato do PDS, partido que sucedeu à Arena - sigla que deu sustentação à ditadura militar.

Nas vésperas do pleito de 1994, quando o petista se candidatou e perdeu para Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, o ex-prefeito disse: "Quem votar em Lula vai cometer suicídio administrativo". Lula respondeu afirmando que o opositor era "o símbolo da pouca vergonha nacional".

Fernando Collor

Em 1989, Lula foi para o segundo turno contra o ex-presidente Fernando Collor, que então estava no Partido da Reconstrução Nacional (PRN). A disputa foi polarizada e marcada por ataques pessoais. Em um debate televisionado, Collor, que venceu a disputa por 53% a 47%, disse que o petista era um mentiroso e fez insinuações de que ele não sabia ler.

"Aquele codinome de Pinóquio que o deputado (Lula, que ocupou a Câmara entre 1987 e 1991) tenta colocar no programa do partido (PRN), eu acho que cabe muito bem a ele. Ele que é um grande Pinóquio. Eu sabia que o Pinóquio pelo menos lia, mas eu não sei se ele sabe ler", disse Collor.

Em outro momento do debate, Lula provocou Collor com menção a Xuxa Meneghel. "São promessas de um candidato Xuxa: na campanha, dá beijinho, beijinho e, depois de eleito, é tchau, tchau", em referência a um jargão usado pela apresentadora. Quando Collor esteve no Planalto, o petista foi um dos articuladores do processo de impeachment que destituiu o então chefe do Executivo em 1992.

Em 2006, 14 anos depois, o alagoano ensaiava uma volta à política, ao mesmo tempo em que o petista tentava a reeleição na Presidência. Collor se candidatou ao Senado e buscou se aproximar de Lula, conquistando uma cadeira no Legislativo, onde ficou até 2022.

Collor disse que Lula, por ser nordestino, conhecia "nossas raízes e nossas carências e tem agido rápido no atendimento aos pleitos do Nordeste", em entrevista. Em 2009, o petista se encontrou com o ex-presidente em Alagoas e teceu elogios ao novo aliado.

Collor também apoiou as candidaturas de Dilma em 2010 e em 2014, se afastando da petista durante o processo de impeachment de 2016. Nos últimos anos, o ex-presidente se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Leonel Brizola

O fim dos anos 80 e a década de 90 foram marcados por uma grande cisão na esquerda, sendo representada pelo PT de Lula e o PDT de Leonel Brizola. Disputando o mesmo segmento do eleitorado em eleições presidenciais, os dois frequentemente trocavam acusações na imprensa. Em uma entrevista ao programa Roda Viva, em 1987, o petista chamou o ex-governador do Rio de "caudilho". O termo que faz referência aos líderes que contavam com forças militares particulares no Sul do País, região onde nasceu Brizola.

Nas eleições de 1989, Brizola afirmava que Lula era despreparado por nunca ter tido uma experiência administrativa e desferia ataques ao PT. Após ficar de fora do segundo turno das eleições, Brizola anunciou que apoiaria Lula. "Não seria fascinante fazer as elites brasileiras engolirem Lula, o sapo barbudo?", afirmou.

Em 1998, buscando vencer FHC, os dois formaram uma chapa de oposição ao tucano. A aliança não funcionou e a dupla Lula-Brizola ficou em segundo lugar, enquanto Fernando Henrique venceu o pleito em primeiro turno.

Logo após o fim da eleição, o petista e o pedetista se distanciaram novamente. Em 2002, quando Lula venceu a primeira disputa presidencial, Brizola apoiou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que então era filiado ao Partido Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania.

A ex-secretária de Relações Internacionais do município de São Paulo Marta Suplicy e o pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) devem realizar, neste sábado, 13, o primeiro encontro para discutir a aliança nas eleições deste ano. A reunião deve acontecer na casa da ex-prefeita, que pediu demissão da Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 9.

Convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar a chapa, Marta ainda não fez nenhuma declaração sobre a aliança, apesar de até mesmo o prefeito da cidade Ricardo Nunes (MDB) ter confirmado que ela teria aceitado a proposta após reunião com o presidente no Planalto. Na ocasião, Nunes disse considerar que "traição" é uma palavra forte para definir o episódio, mas disse que a justificativa de que a aliança com Jair Bolsonaro motivaria a saída "não cola".

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arta deixou oficialmente seu cargo na gestão municipal após reunião de pouco mais de uma hora com Ricardo Nunes na última terça. Apesar de Nunes ter minimizado a saída de Marta, existe uma insatisfação com a falta de clareza da ex-secretária com o sigilo nas negociações com o presidente.

No desenho feito por Lula, Marta deve voltar para o PT, após nove anos longe da legenda, para auxiliar o candidato do PSOL na corrida pela prefeitura. Apesar do convite, ainda há uma ala do PT insatisfeita com o retorno da ex-prefeita, que deixou o a legenda com uma série de críticas ao partido.

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) afirmou que o "caminho está posto" para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (sem partido) se filiar ao PT e oficializar a chapa com o deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato pelo PSOL, para a capital paulista. Após encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Marta nesta manhã, o parlamentar afirmou que a filiação só depende da ex-prefeita.

"Essa decisão (filiação ao PT) vai caber a ela", declarou Rui Falcão a jornalistas, após a reunião desta segunda-feira, 8, no Palácio do Planalto. Conforme relembrou, há o acordo com Boulos e o PSOL para o PT indicar a vice na chapa. A escolha do partido era de dar preferência a uma mulher na disputa. "Então, o caminho está posto, depende dela (Marta)", acrescentou.

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Marta é secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo e uma das figuras mais cortejadas para a eleição municipal deste ano. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) quer mantê-la ao seu lado, mas o PT tenta trazê-la de volta ao partido para que ela seja vice na chapa com Boulos.

O deputado evitou dar detalhes da conversa, mas confirmou que o objetivo do encontro foi debater a filiação partidária e a formalização da chapa. Rui disse ser melhor conversar com Marta para falar sobre a concretude da filiação, mas esbanjou um sorriso e disse: "Sou sempre otimista".

Sobre a expectativa de vitória de uma possível chapa com Boulos e Marta, o parlamentar não quis fazer qualquer previsão sobre o assunto. "Hoje, ele (Boulos) lidera as pesquisas, tem uma boa possibilidade, ganhamos eleição na capital com Haddad e Lula", citou. Mas pontuou ser difícil fazer prognóstico sobre o pleito na capital.

Marta deixou o PT em 2015, poucos meses antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, e filiou-se ao MDB. Na votação decisiva que retirou Dilma da Presidência da República, Marta, então senadora, votou a favor do processo. Posteriormente, ela seguiu no cargo até fevereiro de 2019. Em 2021, tornou-se secretária do governo Ricardo Nunes.

Sari Corte Real, condenada em maio de 2022 pela morte do menino Miguel Otavio, obteve, em julgamento de recursos realizado no Palácio da Justiça de Pernambuco, nesta quarta-feira (8), uma redução de um ano e seis meses em sua pena. Inicialmente, a pena proferida foi de oito anos e seis meses, pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte. Agora, a pena caiu para sete anos. 

A determinação foi lida pelo desembargador Claudio Jean, que, em seu voto individual, tinha mantido a sugestão de pena original. No entanto, houve outros dois votos de desembargadores e o entendimento final se colocou pela redução.

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Por unanimidade, a Turma defendeu a existência de dolo eventual, imprudência, abandono e risco assumido pela condenada. Eles rejeitaram o argumento da defesa de que era comum que outras crianças, incluindo os filhos de Sari, circulassem sozinhas pelo condomínio onde Miguel morreu, após cair do 9º andar; o magistrado entendeu a questão como “irrelevante” ao contexto da condenação.  

As vitórias do julgamento foram balanceadas. A defesa da condenada apelou por redução de pena, mas também por troca de regime e até mesmo absolvição. Já a acusação, que representa os interesses de Miguel, de sua mãe Mirtes, e da avó, Marta, entrou com recurso para mantimento da condenação, aumento da pena para 12 anos e também mantimento do regime fechado. Destes, dois foram obtidos.

Família de Miguel durante o julgamento. Foto: Vitória Silva/LeiaJá

Apesar do regime ter sido determinado fechado desde o início do processo, Sari nunca foi presa. A defesa dela não foi localizada após o julgamento para comentar os votos dos desembargadores. É esperado que a defesa recorra, tanto no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), como no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já a acusação recorrerá nos dois âmbitos.

“Entraremos com embargos de declaração para esclarecer as divergências ocorridas no final do julgamento. Nossa luta não acabou aqui, queremos a prisão de Sari. Ela ainda não cumpriu nada. Queremos a prisão e uma pena de 12 anos, considerando o resultado morte. Mas o tamanho da pena já não dá mais para recorrer aqui [em Pernambuco], teremos que ir ao STJ”, esclarece a advogada de acusação, Anamaria Prates.

Os votos do julgamento

Os votos foram de três desembargadores. O presidente Claudio Jean, a desembargadora Daisy Andrade, e o desembargador Eudes França. Jean defendeu a pena de 8,6 anos e a permanência do regime fechado. Já Daisy, acompanhou diversos pontos do presidente do julgamento sobre a existência de dolo e o teor do crime de Sari, mas sugeriu redução penal para seis anos e regime semiaberto. Já Eudes, defendeu o regime fechado e pena de sete anos.

No Judiciário, quando os votos são majoritariamente divergentes - neste caso, houve três divergências, para todos os votos -, é considerado aquele que mais beneficia o réu. Claudio Jean, então, optou por acompanhar o voto de Eudes, diminuindo uma das divergências e evitando que a pena reduzisse para a menor opção. Assim, ficou definida a pena de sete anos, sugerida por França.

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Escolhida para ser a responsável para dar a bandeirada no GP de São Paulo deste ano, a atacante Marta afirmou neste sábado que treinou para não fazer feio na corrida deste domingo, no Autódromo de Interlagos. A Rainha do Futebol disse que deve torcer por Lewis Hamilton nesta etapa da Fórmula 1.

"Estou muito honrada com esse momento. Ainda mais aqui, no nosso País. Estou ansiosa também. Estava treinando lá fora. Perguntei quantos segundos era para segurar a bandeira. Acho que vai dar certo, uns 45 segundos", disse a experiente jogadora de futebol, em entrevista à rádio Band.

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Marta disse que vai representar neste domingo o futebol feminino em Interlagos. "Estou feliz porque aqui não é só a Marta. Representamos uma multidão de brasileiros apaixonados pela F-1. É muito grande. E estamos aqui representando todos eles, principalmente o futebol feminino."

Ela revelou que estará na torcida por dois pilotos. "Eu espero seja uma linda corrida. Tem o Hamilton, que é brasileiro praticamente, tem todo o carinho do povo brasileiro. Vim aqui para conhecer a equipe do Esteban Ocon, que é muito fã do nosso trabalho e do povo brasileiro. Espero que fique entre um deles", disse a brasileira, referindo-se ao piloto francês da equipe Alpine.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Marta comentou também sobre a chegada de Arthur Elias ao comando da seleção feminina. Ele estreou no fim do mês passado com uma vitória e uma derrota, ambos em amistosos com o Canadá. Elias foi contratado para substituir Pia Sundhage, alvo de muitas críticas por causa da fraca campanha do Brasil na Copa do Mundo, no meio do ano - o time foi eliminado na fase de grupos.

"É muito cedo para falar (sobre o trabalho do treinador), acho que quem acompanhou os dois jogos com o Canadá viu uma equipe totalmente diferente, jogando com agressividade. Se conseguir manter essa agressividade com mais, digamos, precisão, temos tudo para voltar a jogar feliz, aquele futebol brasileiro que a galera gosta de curtir", declarou.

Questionada sobre sua permanência na seleção, Marta desconversou. "Espero que sim...", disse a Rainha, sem confirmar que continuará defendendo o time nacional na próxima temporada, ano da Olimpíada de Paris.

Marta é o maior nome da história do futebol feminino. Aos 37 anos, a alagoana continua à disposição da seleção brasileira e é voz ativa para apontar problemas relacionados à comissão técnica anterior, liderada pela sueca Pia Sundhage.

Em entrevista à Globo, Marta se mostrou descontente com o trabalho desenvolvido por Pia e disse que não houve sinceridade por parte da treinadora, especialmente ao longo da Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, em que a seleção brasileira acabou eliminada ainda na primeira fase.

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"Eu joguei pouco, e o pouco que joguei não foi na posição que ela (Pia Sundhage) sempre disse que estava me levando. Não houve sinceridade com algumas coisas. Gostaria que quando fosse utilizada, colocada em campo, fosse colocada da maneira que eu sempre joguei. O Mundial foi bastante frustrante, eu imaginei que eu poderia ter vivido de uma maneira diferente", afirmou Marta.

A seleção brasileira feminina de futebol iniciou recentemente um novo ciclo, agora sob o comando do ex-corintiano Arthur Elias. Campeão de tudo com o clube alvinegro, o novo técnico tem a missão de apagar todos os maus resultados recentes e reconstruir uma equipe que ainda tem Marta como seu grande ícone técnico.

"Ele (Arthur Elias) é muito direto e claro nas ideias e tem essa ousadia que eu gosto. Acho que é isso que a gente, nos últimos anos, acabou perdendo: essa criatividade brasileira de ter um pouco mais de liberdade", analisou Marta.

A seleção feminina está em Montreal, no Canadá, onde fará dois amistosos com as donas da casa. O primeiro compromisso acontece neste sábado, às 15h30, no Estádio Saputo. Na terça-feira, às 20h30, Brasil e Canadá voltam a se encontrar, dessa vez em Halifax, no Wanderer Grounds.

Depois de proveitosos dias de treinos na Granja Comary, o técnico Arthur Elias fez nesta segunda-feira nova convocação da seleção brasileira feminina. Desta vez, para dois amistosos contra o Canadá, nos quais o técnico, substituto de Pia Sundhage, vai observar como renderá a equipe com suas modificações técnicas e táticas. As experientes Marta e Cristiane foram chamadas entre as 24 convocadas.

Em comparação com a primeira lista, as ausências são a goleira Kemelli, a lateral Katiúscia e a atacante Jheniffer, todas do Corinthians, além das também atacantes Amanda, do Palmeiras, Nycolle, do Benfica e Eudimilla, da Ferroviária e as meio-campistas Brena, do Santos, e Ana Vitória, do PSG. Lauren (Kansas City) e Gabi Nunes (Levante) são as novidades.

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O treinador explicou o chamada das novas atletas como opções para o time ficar mais letal na frente e bem protegido atrás. "Gabi Nunes é uma goleadora, jogadora de área, e a opção por Lauren é para ter mais jogadora forte de marcação de área", disse. "Agora é a oportunidade da Gabi Nunes mostrar toda sua qualidade."

Destaque da Ferroviária no Brasileirão, mas fora das finais diante do Corinthians, a jovem Aline Gomes vai passar para aprimoramento e desenvolvimento na seleção sub-17 para não queimar etapas na carreira.

"Aline Gomes é muito jovem, as coisas aconteceram rápido, e precisamos ter um certo cuidado. Falei com ela, estava nos planos. Mas ficou fora da titularidade na Ferroviária e vai fazer o processo na categoria de base. Optamos por oportunidade para outras nesse momento", explicou Arthur Elias, que conversou com a jogadora.

Com trabalho até os Jogos Olímpicos de Paris-2024 no começo, o treinador revelou que são diversas jogadoras em observação, algumas delas ainda não convocadas. "Temos um grupo de 45 jogadoras sendo observado para ver as 18 ou 22 que vão aos Jogos Olímpicos", disse, feliz com o primeiro contato.

"Identifiquei uma seleção que absorveu bem a ideias do jogo ofensivo, a ocupação de espaço, como avaliar o adversário e como posicionar e ter dinâmicas no campo. Espero um Brasil com mais posse de bola, mas uma posse efetiva e criando chances, fazendo gols. Agora é testá-las em jogo internacional."

A equipe se apresenta no dia 23 de outubro. Os amistosos contra o Canadá serão nos dia 28, em Montreal, e 31, ainda com local indefinido. "É um desafio assim como vai ser contra as grandes potências do mundo", avaliou o treinador. "O Canadá é experiente, mas não teve um bom resultado na Copa do Mundo e também está querendo se reerguer para os Jogos Olímpicos. São poucas Datas Fifa, mas é bom começar contra um rival grande, que vai nos exigir a saber como ter posição na defensiva, com cuidados na bola parada e no contra-ataque", seguiu. "Fiquei muito satisfeito. Quero olhar para a frente e é uma equipe que vai nesses dois jogos tirar muito do nosso grupo, uma experiência rica."

Arthur Elias ainda explicou o que espera neste início de jornada na seleção. "O mais importante é desenvolver o modelo de jogo, para ter uma equipe equilibrada a todo momento de jogo. O sistema serve como aliado para distribuir as jogadoras da melhor forma possível, para facilitar o jogo delas, que se sintam à vontade e confiantes."

CONFIRA AS 24 CONVOCADAS

Goleiras - Lelê (Ccorinthians), Luciana *Ferroviária) e Camila (Santos)

Zagueiras - Rafaelle (Orlando Pride), Tainara (Bayern de Munique), Kathellen (Real Madrid), Antônia (Levante) e Lauren (Kansas City)

Laterais - Tamires (Corinthians), Yasmin (Corinthians) e Bruninha (Gotham)

Meio-campistas - Ary Borges (Racing Lousville), Luana (Corinthians), Angelina (OL Reign e Duda Sampaio (Corinthians)

Atacantes - Adriana (Orlando Pride), Kerolin (Noth Carolina, Geyse (Manchester United), Debinha (Kansas City), Marta (Orlando Pride), Gabi Portilho (Corinthians), Bia Zaneratto (Palmeiras) e Gabi Nunes (Levante).

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) propôs um voto de aplauso a Marta Vieira da Silva, jogadora de futebol feminino. A senadora ainda homenageou a seleção brasileira de futebol feminino que disputou a Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia.

A atleta já foi seis vezes considerada a melhor jogadora do mundo e disputou na Austrália e na Nova Zelândia a sua última Copa do Mundo.

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"A maior artilheira da seleção brasileira, Marta, tem uma trajetória de recordes, prêmios e títulos dentro do futebol, reconhecida internacionalmente. Fez a maior quantidade de "gols" até agora em copas. Ela está marcada na história do futebol feminino mundial e, mais do que nunca, este Congresso Nacional pode e deve dedicar todos os aplausos em homenagem a essa atleta que fez revoluções com sua biografia cheia de talento, coragem, força e sensibilidade", disse.

A parlamentar ressaltou que Marta é uma inspiração para as meninas brasileiras. Quando o Brasil se curva para aplaudir a carreira de sucesso de Marta, segundo Zenaide, estamos abrindo caminho para que as mulheres se sintam mais acolhidas e se sintam representadas em todas as carreiras e espaços que queiram atingir, conquistar, trabalhar, exercer seus mais distintos e admiráveis talentos.

"O futuro pode inspirar, que sejam como Marta ou como quem vocês mais queiram ser. Sejam livres, cheias de talento, de autoestima, valorizadas e reconhecidas a tempo pelas políticas públicas do Estado brasileiro. É papel como agentes políticos eleitos pelo voto do povo, garantir orçamento público, projetos, investimentos em educação desde a infância, em saúde de qualidade, em acesso às mais diversas atividades esportivas, artísticas, para todas as nossas gerações, netos, bisnetos, para que essas gerações futuras comecem agora a transformar nosso Brasil num país mais justo, igualitário e fraterno", declarou.

*Da Agência Senado

Fim de jogo. Nesta quarta-feira, dia 2, a Seleção Brasileira se despediu da Copa do Mundo Feminina após empate de 0x0 com a Jamaica. O jogo aconteceu na Austrália e Marta fez um discurso para lá de emocionado após a eliminação.

A jogadora veterana confirmou que a disputa foi o último Mundial que participou com a camiseta do Brasil.

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- A Marta acaba por aqui, não tem mais Copa para mim. Estou muito grata pela oportunidade que tive de jogar mais uma Copa e muito contente de ver tudo isso acontecendo, porque para elas [as outras jogadores] é apenas o começo, mas para mim é o fim da linha.

E completou:

- O futebol feminino vem crescendo. O futebol feminino dá lucro e prazer de assistir. Continuem apoiando o futebol feminino.

Marta pode ter dado sua última coletiva de imprensa em uma Copa do Mundo. A brasileira chorou e emocionou a todos os jornalistas presentes ao comentar sobre seu legado no futebol feminino. A entrevista, concedida ao lado da técnica Pia Sundhage, ocorreu na madrugada desta terça-feira (horário de Brasília), às vésperas da partida decisiva do Brasil contra a Jamaica. Em terceiro lugar no Grupo F, a seleção brasileira tem de vencer para se classificar para as oitavas. O jogo está marcado para quarta-feira, dia 2, às 7h (de Brasília). O Brasil ganhou do Panamá e perdeu para a França.

Aos 37 anos, Marta adotou um tom emotivo, mas honesto, ao comentar sobre o seu legado. "Eu não costumo pensar na Marta. Sabe o que é legal? Eu não tinha uma 'ídola' no futebol feminino. A imprensa não mostrava o futebol feminino. Como eu ia entender que poderia ser uma jogadora, chegar à seleção, sem ter uma referência?", questionou. "Hoje, a gente sai na rua e os pais falam: 'Minha filha quer ser igual a você'. Hoje temos nossas próprias referências. Não teria acontecido isso sem superar os obstáculos. É uma persistência contínua. A gente pede muito que a nossa geração continue assim."

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Assim como Marta, boa parte dos presentes na coletiva de imprensa chorou durante a fala emocionada da atacante brasileira. "Há 20 anos, em 2003, ninguém conhecia a Marta. Em 2022, viramos referência para o mundo inteiro. Não só no futebol, mas no jornalismo também. Hoje, vemos mulheres aqui, o que não tinha antes. A gente acabou abrindo portas para a igualdade", afirmou.

O tom, no entanto, mudou quando as perguntas começaram a tocar na temática do confronto decisivo. De forma enfática, a camisa 10 garantiu que o Brasil sairá classificado do jogo contra a Jamaica. "Estou tão focada na partida que não parei para pensar que esta pode ser minha última coletiva em uma Copa do Mundo, porque não vai ser. Estou confiante e acredito que vamos seguir na competição."

Questionada sobre a possibilidade de jogar, Marta não escondeu seu desejo de ser titular. Até o momento, a atacante foi reserva nas duas partidas da fase de grupo. "Estou preparada para jogar, não sei quantos minutos, isso é com ela", disse, olhando para a treinadora Pia Sundhage. "Mas se tiver que jogar os 90 minutos, vou jogar o tempo todo. Se tiver de jogar alguns minutos, vou jogar alguns minutos. Estou bem, treinando normal. Não tem nada que me impeça de entrar e jogar o tempo todo. Não sei se consigo jogar os 90, vou lutar pra jogar os 90 se ela decidir me colocar em campo para jogar. Estou bem e preparada."

A brasileira não escondeu o favoritismo do Brasil, mas pregou a parcimônia. "Cada jogo é diferente, favorito nem sempre ganha. Temos de respeitar o adversário independentemente de quem está do outro lado. São 11 contra 11. Nunca vi ninguém jogar com 12 ou 13. Temos de fazer acontecer dentro de campo, para que a gente possa se sentir confortável nessa situação. Antes de a bola rolar, é tudo igual. Quando rolar, temos de mostrar o nosso futebol. Isso vai depender do nosso desempenho, até então, não tem nada definido."

Marta viveu situação incomum nesta segunda-feira. A Rainha do Futebol começou a Copa do Mundo no banco de reservas da seleção brasileira. Entrou em campo somente no segundo tempo e teve desempenho discreto. Mesmo com os poucos minutos em campo, a atacante deixou a partida entre sorrisos e elogios ao time e a Ary Borges, grande destaque da goleada sobre o Panamá por 4 a 0, na cidade de Adelaide, na Austrália.

Marta exaltou o trabalho coletivo, de colaboração constante entre as jogadoras, ao longo dos 90 minutos. "Acho que o jogo inteiro mostrou isso", comentou, em entrevista ao canal SporTV. "O que criamos hoje é um trabalho coletivo que estamos fazendo há bastante tempo. Espero que continue assim a Copa inteira e que siga até o final para quem sabe a gente conquistar o esse título tão sonhado."

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A atacante também exaltou a postura ofensiva da equipe, mesmo quando o placar já registrava a goleada. "Depois que fizemos o quarto gol, fomos para cima, continuamos tentando fazer mais. As meninas que entraram obviamente estavam com vontade de fazer mais um golzinho, isso é normal. Porque o jogo nos proporcionou essa situação."

Marta entrou em campo aos 29 minutos do segundo tempo. Ela substituiu justamente Ary Borges, que havia marcado três gols na partida. "Estou feliz demais por ela. Fazer três gols numa estreia não é tão fácil assim, ela foi abençoada. Na verdade, ela fez três gols e ainda deu uma assistência, então são quase quatro gols. Se não tivesse tido a leitura tão perfeita, até poderia ter tentado finalizar. Foi muito feliz. Fiquei honrada em ter entrado no lugar dela."

O próximo compromisso das brasileiras será contra a seleção francesa, uma das candidatas ao título do Mundial, no sábado, às 7h (horário de Brasília), em Brisbane, novamente na Austrália.

Marta encara a Copa do Mundo 2023 como um dos maiores desafios da carreira. O título inédito é objetivo da craque. A última participação da jogadora em mundiais tem uma mentalidade determinada: é agora ou nunca, ao menos como atleta.

"A Copa do Mundo perfeita para o Brasil já estava de bom tamanho. Não é para mim. É para o Brasil. É complicado pensar em outro cenário. Para mim, tem que ser agora. Se não for, não vai ser com a Marta jogando como atleta. É agora ou nunca. Não digo que esteja faltando, mas, já que está na minha frente, por que não agarrar? Vou dar o máximo e deixar o que tiver que deixar em campo, mas sair com título", falou.

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A camisa 10 da seleção concedeu entrevista ao site oficial da Fifa. Ela elogiou o grupo levado por Pia Sundhage à Oceania. "A concorrência vem crescendo muito. Isso é devido ao trabalho que vem sendo feito no futebol feminino em todo planeta. Só engrandece a modalidade. Fico feliz em ver concorrência. A seleção tem muitas meninas boas e de qualidade", analisa. Ainda que o elenco tenha a maior média de idade do Brasil em copas femininas, com 27,4 anos, 11 atletas são estreantes em mundiais.

"Quando eu cheguei na seleção com 15 para 16 anos, era um ambiente bem diferente. A gente leva hoje de uma maneira mais leve. Cobra a companheira de uma maneira positiva, não passando por cima de qualquer coisa para jogar. A gente quer dar feedback para as meninas mais novas fazendo com que elas se sintam bem na seleção", conta Marta.

A jogadora admite, porém, que a missão é difícil. Ainda que considere o título possível, Marta não teme em citar outros favoritos. "Sempre falamos dos Estados Unidos, que é o país do futebol. A Austrália, que joga em casa e tem força. Grandes nomes como Alemanha, que sempre dá muito trabalho. Inglaterra, Holanda, França, que está no nosso grupo", cita.

Diante da ‘última dança’, Marta comemora cada evolução do futebol feminino. A jogadora reconhece que faz parte de duas gerações, uma que buscou reconhecimento e outra que tem certo retorno disso. Mesmo assim, a mensagem que ela deixa para as futuras atletas é para que continuem lutando por espaço. "Perseverança e determinação. São anos e anos de luta que valem a pena. A nossa geração atual usufrui de o que começamos lá atrás. E tomara que a próxima possa ter muito mais oportunidade e ser reconhecida".

O Brasil estreia contra o Panamá nesta segunda-feira, 24, às 8h (horário de Brasília), em partida válida pelo Grupo F. Em entrevista coletiva, a técnica Pia Sundhage garantiu que Marta está fisicamente apta para jogar. A jogadora vinha de lesão e havia sofrido uma pancada na coxa em treino.

As vésperas da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina de 2023, a treinadora Pia Sundhage e a lateral Tamires participaram de uma coletiva de imprensa na cidade de Adelaide, na Austrália. O jogo contra o Panamá ocorre amanhã, dia 24, às 8h (horário de Brasília), em partida válida pelo Grupo F.

Na entrevista, a técnica garantiu que Marta está fisicamente apta para jogar. "A Marta está 100% na parte física. Quantos minutos de treino e jogo ela precisa ter para entrar no jogo, depende da partida. Mas o treino que tivemos ontem foi muito bom. [...] Ela estará pronta", disse a sueca.

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Pia ainda comentou sobre o rival do Brasil, elogiando o Panamá e afirmando que é um time que apresenta "bons momentos" durante as partidas. Ao ser questionada sobre o favoritismo brasileiro na competição, a treinadora afastou a pressão e disse que a seleção canarinho não está entre as principais favoritas, mas que briga pelo título.

Apesar de usar o idioma nativo brasileiro com as jogadoras, Pia ainda responde as perguntas em inglês. Durante a coletiva, ela classificou o português como "um idioma muito difícil". Tamires revelou um momento emocionante da treinadora sueca após a derrota para a Canadá nos pênaltis nas Olimpíadas de Tóquio de 2020.

"Na Olimpíada, lembro bem quando perdemos, foi uma sensação muito ruim. A Pia falou emocionada: ‘me desculpa, vou aprender português e procurar fazer o melhor’. Ela realmente aprendeu. Ela dá muitas reuniões falando português. Como não confiar em uma comissão experiente, que traz uma técnica fora do normal? Sentimos esse brilho no olhar", disse a jogadora do Corinthians.

Falando sobre as chances do Brasil no torneio, a lateral esquerda se mostrou otimista e disse acreditar na força do grupo. "Sabemos o que temos que fazer. O erro faz parte, crescemos com ele. É por isso que temos hoje essa seleção focada e motivada em dar o melhor. As atletas que estão vivendo essa Copa, tem um brilho no olhar gostoso de ver. Parece que é a primeira Copa para nós também. Estamos vivendo coisas diferentes no futebol feminino", disse.

A seleção brasileira feminina realizou neste domingo (16) o antepenúltimo treinamento em Gold Coast, na Austrália, antes de seguir para Brisbane, cidade sede do país na primeira fase da Copa do Mundo. A técnica Pia Sundhage fechou os treinamentos pelo terceiro dia consecutivo e voltou a realizar um coletivo 11 contra 11, fazendo novas definições na equipe.

Marta ficou de fora da atividade para se preservar do desgaste, enquanto a atacante Nycole treinou com o time reserva. A atleta do Benfica segue se recuperando aos poucos de uma entorse no tornozelo direito, sofrida logo antes da viagem para a Austrália. Um novo desfalque foi da goleira Barbara, que sentiu incômodo no tornozelo e foi substituída por Keeley, atleta de um time local, o Canberra United.

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Após o 11 contra 11, a treinadora sueca Pia Sundhage orientou um desafio 4 contra 4 em campo reduzido. As atividades em Gold Coast ainda terão um jogo-treino nesta segunda-feira contra a seleção masculina sub-15 de Queensland, também com portões fechados. A partida acontece às 15h no campo do Royal Pines. Este será o último amistoso da seleção brasileira antes da estreia no Mundial contra o Panamá, dia 24 de julho. Na terça-feira pela manhã, a seleção faz uma atividade em Gold Coast antes de viajar para Brisbane.

A meia Duda Sampaio falou sobre a importância deste período de treinamentos antes do início da competição. "É importante a gente manter o trabalho da Pia sempre em alta. Claro que aproveitar esses momentos agora antes da estreia da Copa do Mundo pra gente aprimorar ainda mais o modelo de jogo e todo mundo ter isso em mente. Assim, a cada dia que passa estarmos mais preparadas e perto do nosso objetivo."

Assim como Duda, Kerolin é uma das atletas da nova geração que está indo para sua primeira Copa do Mundo. Ela revelou ansiedade para a estreia e comentou sobre o equilíbrio entre experiência e juventude.

"A ansiedade é de sair o peso do primeiro jogo, de sentir a competição, embora a gente tenha feito uma boa preparação para ela, mas é bem diferente jogar. Nos dá muita confiança esse equilíbrio. Junta a juventude e a experiência. Acho que é chegar dentro de campo e fazer o que estamos treinando. Se colocar realmente essa vontade essa garra e esse sentimento dentro de campo as coisas vão acontecer. " afirma Kerolin.

A seleção brasileira feminina de futebol voltou às atividades de rotina em sua base, na cidade australiana de Gold Coast, nesta sexta-feira, após a vitória sobre a China por 3 a 0 em jogo-treino disputado na quinta, também em solo australiano. A equipe comandada por Pia Sundhage se prepara para a Copa do Mundo, que começa no dia 20.

Maior referência da equipe, Marta treinou em separado por precaução. Além dela, as atacantes Geyse, Bia Zaneratto e a zagueira Tainara fizeram atividades específicas para controle de carga. O objetivo é não sobrecarregar as atletas às vésperas do início do Mundial.

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A maior parte do grupo fez atividades regenerativas um dia depois do longo jogo-treino com a China. Aquele trabalho havia sido realizado em três tempos de 30 minutos cada. Assim, Andressa Alves, Rafaelle, Tamires, Debinha, Antonia, Luana, Duda Sampaio, Kathellen, Kerolin, Adriana, Ary e Ana Vitória se concentraram na recuperação física.

As demais foram a campo sob o comando da auxiliar técnica Lilie Persson. Na primeira parte as jogadoras fizeram cruzamento com finalização a gol e, na segunda parte, protagonizaram confrontos de 2 x 2.

O grupo brasileiro vai continuar treinando em Gold Coast até o dia 18, quando viajará para a cidade de Brisbane, onde finalizará a preparação para a estreia, marcado para o dia 24. O primeiro adversário da seleção será o Panamá, na cidade de Adelaide, também na Austrália - a Copa do Mundo também será sediada pela Nova Zelândia.

Pelo Grupo F, o Brasil enfrentará na sequência a França, no dia 29, em Brisbane, e a Jamaica, em Melbourne, em 2 de agosto.

A seleção brasileira feminina realizou neste sábado o terceiro dia de treinamentos no campo visando a estreia da Copa do Mundo. Enquanto o elenco se adapta ao fuso horário da Austrália, a comissão técnica intensificou as atividades neste sábado pela manhã. Marta sofreu uma pancada e colocou uma bolsa de gelo na parte de trás da coxa esquerda ao fim da atividade.

Apesar do susto, a pancada não foi grave e nem preocupa a comissão técnica. Já a atacante Nycole, que se recupera de uma entorse no tornozelo direito, participou apenas do aquecimento e sequer colocou as chuteiras para treinar com o restante do grupo. Ela se lesionou no amistoso do último domingo, contra o Chile.

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Em cerca de 1h30min de trabalhos, a sueca Pia Sundhage iniciou as atividades com um treinamento, antes de orientar trabalhos de ataque contra defesa. O treinamento foi finalizado com um coletivo de 11 contra 11 entre todo o grupo. Na parte da tarde, na Austrália, as atletas ainda fizeram um trabalho na academia.

A lateral-direita Bruninha, de 21 anos, comentou sobre a sua trajetória em todas as categorias de base da seleção brasileira e sobre a emoção de disputar a primeira Copa do Mundo pelo profissional.

"Sentimento de orgulho. Desde a convocação, já chorei, já me emocionei pelo momento que venho vivendo, por esta conquista que se estende para os meus familiares, pessoas que estão comigo, torcem por mim. Então o sentimento agora não é outro a não ser orgulho", disse.

"Tem atletas muito experientes que vêm não só desta convocação. É um prazer imenso dividir o campo com atletas como Andressa Alves, Bia Zanerato, Lelê, que vem de outras Copas, e Marta, principalmente. É uma oportunidade extremamente única para nós que somos da nova geração e podemos absorver coisas positivas. Tive oportunidade de disputar dois mundiais, uma com a sub-17 e uma com a sub-20. São categorias diferentes, cada uma com um valor único de aprendizado. Isso agrega e é muito importante", continuou.

A seleção brasileira voltará a treinar neste domingo, noite de sábado no Brasil. As comandadas de Pia Sundhage estão hospedadas em Gold Coast, na Austrália. O Brasil estreia na Copa do Mundo no dia 24 de julho contra o Panamá. As seleções estão no Grupo F, que ainda tem França e Jamaica.

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