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A equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve ceder e aceitar mudar quatro pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que promove a reforma da Previdência. As modificações, com a retirada de itens, devem ser confirmadas na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desta terça-feira (23).

Assessores do ministro da Economia Paulo Guedes, que é o principal fiador da reforma no governo, afirmam que as alterações não devem interferir na questão fiscal da reforma. Os acordos estão sendo finalizados nesta segunda-feira (22).

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“É possível [fazer] algumas modificações. Mas não haverá impacto fiscal, nem se mexerá na espinha dorsal do projeto no que tange à questão previdenciária”, chegou a afirmar secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, ao deixar o Ministério da Economia, em Brasília, nesta segunda.

O governo pode ceder, entre outros pontos, na regra que restringe para o Executivo federal a autoria de qualquer proposta de alteração nas regras da Previdência.

Na semana passada, o líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL) adiantou que o governo aceitou retirar já na CCJ, pontos como o fim do pagamento da multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do recolhimento do fundo do trabalhador já aposentado que voltar ao mercado de trabalho.

Alterações em temas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria de trabalhadores rurais não devem acontecer agora.

O relator da reforma da Previdência (PEC 9/19), deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), apresenta nesta terça-feira (9) o parecer na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara. O texto terá a admissibilidade analisada, verificando se está dentro do previsto pela Constituição. O mérito será discutido por uma comissão especial.

A proposta da reforma da Previdência é considerada prioritária pelo governo federal. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi à CCJ defender a reforma.

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Segundo Guedes, a proposta pode ser comparada ao sistema de repartição simples – em vigor hoje e no qual os trabalhadores pagam os benefícios dos aposentados – a um avião sem combustível que se dirige para alto-mar.

O presidente Jair Bolsonaro, em várias ocasiões, afirmou que, sem a reforma, será insustentável o sistema a partir de 2022. Guedes reiterou a afirmação do presidente da República.

Tramitação

A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que se pronunciará sobre sua admissibilidade, no prazo de cinco sessões do plenário. Nesta fase, a CCJ analisa basicamente se a proposta fere alguma cláusula pétrea da Constituição, como direitos e garantias individuais, separação dos Poderes.

Na comissão especial, será examinado o mérito da proposição. Essa comissão terá o prazo de 40 sessões do plenário, a partir de sua formação, para aprovar um parecer.

Somente na comissão especial poderão ser apresentadas emendas, com o mínimo de 171 assinaturas de deputados cada uma, no prazo de dez sessões do plenário.

Após a publicação do parecer e intervalo de duas sessões, a proposta será incluída na ordem do dia do plenário, onde será submetida a dois turnos de discussão e votação.

Entre os dois turnos, há um intervalo de cinco sessões do plenário. Para ser aprovada, a proposta precisa ter, em ambos os turnos, 3/5 dos votos dos deputados (308), em votação nominal.

Em seguida, o texto vai para o Senado onde será submetido a uma nova tramitação. Uma vez aprovado pelos senadores, o texto será promulgado pelo Congresso Nacional, tornando-se uma emenda à Constituição.

O relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), afirmou que já sabe qual o teor do parecer que pretende apresentar no dia 9 de abril ao colegiado que dirá se a proposta é constitucional ou não.

"Só não apresentaremos antes [o parecer] em virtude de prazos regimentais, mas já temos total condição de elaborar o relatório no menor tempo possível e submeter à Comissão de Constituição e Justiça”, disse.

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Freitas contou que já havia sido sondado para a relatoria da proposta e já vinha estudando o texto, mas não quis antecipar se vai ou não propor a retirada de algum ponto da reforma por alguma possível inconstitucionalidade.

"Nós já lemos todo o texto, fizemos um estudo aprofundado da proposta de emenda à Constituição, só que por uma questão de cautela e técnica, eu não vou antecipar nenhum ponto a respeito da constitucionalidade, da admissibilidade e adequação da reforma, e muito menos sobre questão de mérito", observou.

Ainda de acordo com F o relator, o calendário já apresentado pelo presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL), sobre a tramitação do texto está mantido. “Os dias 10 e 11 de abril ficam destinados a eventuais pedidos de vista, e acredito que no mais tardar no dia 17 de abril nós já estejamos julgando esse relatório junto à Comissão de Constituição e Justiça", detalhou.

Na próxima quinta-feira (3) a CCJ recebe o ministro da Economia, Paulo Guedes, para detalhar a proposta que mudará as regras previdenciárias do país. Depois de passar pela CCJ, a reforma será analisada por uma comissão especial antes de ser votada pelo Plenário.

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