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O ministro das Cidades, Mário Negromonte, conseguiu adiar por uma semana o depoimento que dará na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado sobre as denúncias de fraude em parecer técnico que encareceu em R$ 700 milhões um projeto de transporte para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT). O presidente da Comissão, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), tentou agendar o depoimento para quarta-feira, mas Negromonte alegou ter "compromissos inadiáveis", o que adiou o encontro. A manobra irritou a oposição.

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), acusou o ministro de tentar ganhar tempo para se esquivar mais uma vez das denúncias. "Essa fuga compromete ainda mais o governo", criticou. Para Dias, a operação orquestrada pela diretora de Mobilidade Urbana do Ministério, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, é ainda mais grave porque "a fraude está documentada".

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Dias receia que as denúncias contra Negromonte percam fôlego até a próxima semana, quando o Senado estará focado na votação das mudanças no Código Florestal e na prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). O tucano lembra que o ministro conseguiu se furtar do comparecimento à Casa em agosto, quando foi aprovado o convite para que ele se explicasse sobre as primeiras denúncias de irregularidades na pasta: o favorecimento a empresas que haviam doado cerca de R$ 15 milhões para campanhas do PP, partido de Negromonte, e tocavam obras da pasta impugnadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), vai se reunir nesta semana com lideranças do PSDB e PPS para discutir uma estratégia conjunta sobre as denúncias contra Negromonte. O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), tentou amenizar a ofensiva oposicionista contra o Ministério das Cidades. Teixeira sustenta que as mudanças no projeto foram feitas a pedido do governo do Estado, com o devido "respaldo técnico".

Além disso, o PT está empenhado em sair da defensiva das sucessivas acusações de corrupção no governo federal e partir para o ataque. Teixeira adiantou que o partido vai pedir, nesta semana, mais detalhes da operação Sinal Fechado, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que levou à prisão do ex-deputado federal João Faustino, suplente do presidente do DEM, senador José Agripino (RN). "Queremos o aprofundamento das investigações", disse o petista, lembrando o DNA tucano de Faustino, que foi subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo na gestão de José Serra.

O ex-presidente da Sanasa, empresa de abastecimento de Campinas (SP), Luiz Castrillon de Aquino, disse hoje, em depoimento à Comissão Processante da Câmara de Vereadores que apura suposto envolvimento do atual prefeito, Demétrio Vilagra (PT), em esquema de corrupção na autarquia, que o chefe do Executivo mentiu em seu depoimento aos vereadores, na última sexta-feira, 18.

Vilagra disse na semana passada desconhecer o esquema desbaratado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo antes das denúncias e da repercussão na mídia. Aquino, que usou do benefício da delação premiada para entregar o caso ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), reafirmou que o petista e então vice-prefeito de Hélio de Oliveira Santos (PDT) foi seu sucessor no esquema, a partir de 2008. "Ele faltou com a verdade", disse Aquino à CP.

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Segundo informou o ex-presidente da Sanasa, Vilagra não apenas tinha conhecimento do esquema como também passou a receber a propina que as empresas pagavam à autarquia. O ex-presidente da Sanasa disse ainda que Vilagra e o PT tinham conhecimento de fitas com conversas com lobistas, gravadas desde 2005, e que o material chegou até a Brasília.

Aquino negou versão dada por Demétrio Vilagra na sexta-feira. O prefeito disse que o ex-presidente da Sanasa o procurou para pedir uma conversa com dr. Hélio. Aquino disse que a ligação foi feita por Vilagra, no dia 24 de junho. Aquino contou à CP que Vilagra teria dito a ele, em um telefonema, que esteve "na terrinha (Corumbá-MS) e trouxe peixe frito" para ambos. Peixe frito seria uma referência ao dinheiro de um empréstimo da ex-primeira dama Rosely Nassim dos Santos de Aquino. Rosely foi apontada pelo Ministério Público como chefe da suposta quadrilha.

Tanto ela quanto Demétrio Vilagra e outras cinco pessoas, ex-funcionários da prefeitura em cargos de confiança e empresários, foram acusados formalmente pelo Gaeco à Justiça pelos crimes de formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e fraude em licitações. Vilagra teve por duas vezes a prisão decretada e em uma delas chegou a ser detido. As prisões foram revogadas.

O advogado de defesa do prefeito Demétrio Vilagra, Hélio Silveira, chegou a perguntar durante os trabalhos da CP hoje se Aquino alguma vez entregou dinheiro ao petista. Aquino respondeu que não e disse que teria sido o contrário: Demétrio Vilagra teria dado dinheiro a ele, do empréstimo da primeira-dama. A Comissão Processante deve ouvir outras testemunhas na próxima sexta-feira, 25, e após conclusão de seu relatório poderá indicar o impeachment do prefeito Demétrio Vilagra, que assumiu a prefeitura em 23 de agosto no lugar de Hélio de Oliveira Santos, cassado pela Câmara.

O policial militar Jefferson Araújo, um dos 11 PMs acusados de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli que estão sendo julgados em Niterói (Região Metropolitana do Rio), afirmou hoje ter sido obrigado pela Polícia Civil a se passar por autor de um depoimento que ele não prestou.

Esse depoimento supostamente falso aponta o tenente-coronel Cláudio Oliveira, então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), como mandante do crime. Araújo diz ter sido obrigado a aceitar o benefício da delação premiada, que permite abrandar a pena de quem presta informações relevantes sobre um crime.

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"Eu estava na DAS (Delegacia Anti-Sequestro), encarcerado. Tive várias visitas do comissário (da Divisão de Homicídios). Ele me disse que, se eu não aceitasse fazer a delação, iria para (o presídio de) Bangu 1. Depois ele mostrou um documento já assinado, que me mandava para o presídio de Catanduvas, caso eu não aceitasse fazer a delação nos moldes do que ele estava me propondo. Eu só pensei na minha família", afirmou o PM.

A Polícia Civil informou que não vai se manifestar sobre o caso enquanto não tomar conhecimento do teor da acusação. Segundo a instituição, caso considere necessário apurar a denúncia, o juiz encaminhará ao Ministério Público, que por sua vez levará a acusação à Corregedoria da Polícia.

Araújo foi o segundo dos 11 acusados a ser interrogado, durante a audiência que julga os policiais. A juíza, que trabalhava em São Gonçalo (Região Metropolitana), foi morta a tiros em agosto, quando chegava em casa, em Niterói. O julgamento continua e não tem prazo para terminar.

Em nova ofensiva, a oposição quer levar o dono da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira, para depor na Câmara depois das declarações do empresário que comprometem a versão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre a viagem oficial ao Maranhão em dezembro de 2009.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Meira desmentiu o depoimento de Lupi aos deputados, na semana passada e confirmou que compartilhou e providenciou o voo no avião King Air que transportou Lupi pelo interior do Estado. A empresa de táxi aéreo que serviu ao ministro é de Goiânia, mesma cidade da ONG Pró-Cerrado.

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A entidade foi beneficiada com R$ 13,98 milhões em convênios assinados desde 2008 com a pasta comandada por Lupi.

O requerimento do DEM também pede o depoimento do ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério Ezequiel Nascimento, quem primeiro confirmou que o empresário viajara com o ministro para promover um programa de qualificação profissional. Com os depoimentos, a oposição pretende tornar oficial a mentira do ministro para convocá-lo à depor novamente.

"Ele mentiu à Câmara. A essa altura não temos de dar a ele a faculdade de ir ou não. Ele tem de ser convocado dessa vez e não convidado", disse o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Na semana passada, o líder havia considerado precipitada a presença de Lupi na Câmara. Na ocasião, Lupi disse que não conhecia Adair Meira e que nunca tinha compartilhado com o empresário nenhum voo. "Era preciso colher mais informações e estamos vendo, de fato, que o ministro tem muito ainda a se explicar no Congresso", afirmou ACM Neto. Os requerimentos devem ser apresentados amanhã na Comissão de Fiscalização e Controle.

Paralelamente, o PPS pregou a demissão de Lupi e a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de corrupção envolvendo ministérios do governo Dilma Rousseff. O líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que a permanência de Lupi no cargo se tornou insustentável. "A história se repete mais uma vez. Precisamos criar logo a CPI da Corrupção para investigar os escândalos que assolam esse governo e buscar o dinheiro público desviado", argumentou.

O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afirmou que Dilma é "complacente" com os esquemas de corrupção. "A convulsão em que se encontra o Ministério do Trabalho é impressionante. Houve até deboche de ministro. Dilma está sendo conivente com tudo isso. Ela é a verdadeira responsável. Queremos investigações", disse Freire.

Em depoimento na delegacia da cidade Garanhuns, no Agreste do Estado, no final da manhã desta segunda-feira (24), Luiz Lopes da Silva Neto, conhecido como Luizinho, confessou que matou a ex-companheira, Rosilene Ermínia da Silva, 32, a filha Fernanda Lopes da Silva, 8, e as outras duas crianças de 1 e 3 anos.

Segundo a Polícia, Luizinho, demonstrando bastante frieza, não deu sinais de arrependimento. De forma muito confusa, ele alegou legítima defesa, afirmando que a ex-mulher tentou agredi-lo com uma faca.  Ainda no depoimento, Luizinho contou que as duas crianças não paravam de chorar, e decidiu afogá-las.

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O acusado já foi encaminhado para a cadeia pública de Lajedo, no Agreste.

Dois policiais, um civil e outro militar, serão indiciados por se envolveram em uma briga na manhã de hoje em frente à área interditada do Restaurante Filé Carioca, na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. A confusão teria acontecido porque um dos agentes passou pelo local isolado. A área em frente ao restaurante está interditada devido a explosão provocada pelo vazamento de gás na última quinta-feira, 13.

A discussão entre os policiais terminou em agressão. Os dois foram levados para a 5ª DP (Mem de Sá). Eles foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), onde realizaram exame de corpo de delito e ficaram constatadas as lesões corporais. O militar foi autuado por abuso, lesão corporal e injúria, enquanto o civil irá responder por lesão corporal, desacato e desobediência.

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O 5º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Praça da Harmonia) informou que abriu sindicância para apurar os excessos do policial envolvido e que o comandante do Batalhão, coronel Amaury Simões, retirou o soldado do serviço na área do restaurante. A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) vai abrir sindicância para apurar a conduta do policial civil.

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