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Já está em cartaz a exposição “No Subúrbio da Modernidade – Di Cavalcante 120 anos”, na Pinacoteca de São Paulo, na capital paulista. A amostra vai celebrar os 120 anos de um dos mais importantes artistas do modernismo brasileiro, Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976).

Entre pinturas, desenhos e ilustrações serão exibidas mais de 200 obras, realizadas ao longo de quase seis décadas de carreira e que hoje pertencem a algumas das mais importantes coleções públicas e particulares do Brasil e de outros países da América Latina, como Uruguai e Argentina.

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Obras icônicas e outras pouco vistas estarão distribuídas em sete salas do primeiro andar da Pinacoteca, sob a curadoria de José Augusto Ribeiro. Segundo o pesquisador, a exposição pretende investigar como o artista desenvolve e tenta fixar uma ideia de “arte moderna e brasileira”, além de chamar a atenção para a condição e o sentimento de atraso do Brasil em relação à modernidade europeia no começo do século XX. “Ao mesmo tempo, o título se refere aos lugares que o artista costumava figurar nas suas pinturas e desenhos: os bordeis, os bares, a zona portuária, o mangue, os morros cariocas, as rodas de samba e as festas populares. Lugares e situações que, na obra do Di, são representados como espaços de prazer e descanso”, explica Ribeiro.

Além da atuação pública de Di Cavalcanti como pintor, a mostra destacará também aspectos menos conhecidos de sua trajetória, como as ilustrações e charges para revistas, livros e até mesmo capas de discos. Também será abordada sua condição de mobilizador cultural e correligionário do Partido Comunista do Brasil (PCB). “Esse engajamento reforça o desejo de transformar o movimento moderno em uma espécie de projeto nacional”, completa Ribeiro.

A exposição fica no primeiro andar da Pinacoteca. A visitação é aberta de quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30, com permanência até às 18h. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Crianças com menos de 10 anos e adultos com mais de 60 não pagam. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos os visitantes. A Pina fica próxima à estação Luz da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A mostra e ficará em cartaz até dia 22 de janeiro de 2018. Para outras informações acesse: http://pinacoteca.org.br/

Em 1952, Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) criou cinco painéis sob encomenda do jornalista Samuel Wainer, que queria adornar a redação de seu jornal, Última Hora, fundado um ano antes. As telas têm 1,55 metro de altura por 2,40 de comprimento e tratam de assuntos presentes nas páginas do jornal, como as festas populares, a criminalidade e o futebol. E nunca haviam sido exibidas ao grande público.

Quatro dos cinco óleos da série Composição Rio pertencem desde 1971 à Light, companhia distribuidora de eletricidade do Rio, que semana que vem as coloca em exposição em seu centro cultural, no centro. Wainer as vendeu quando passava por um aperto financeiro que o levou a fechar a UH. Mas elas sempre ficaram em locais de circulação restrita.

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A recém-inaugurada Sala Di Cavalcanti era usada para reuniões apenas. Os painéis não tinham destaque nem havia cuidado com a sua preservação e segurança (são avaliados em milhões de reais). Agora, ganharam vitrines de vidro blindado, ambiente com temperatura controlada, sistema anti-incêndio sem uso de água e iluminação não danosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma cortina com dezenas de letras, feitas de acrílico transparente, recebe o visitante. A luz e a brisa que entram pela janela fazem com que elas se movimentem - e criem suaves reflexos pelo chão. Até aí nada muito diferente do tipo de experiência lúdica que se costuma ter no Museu da Língua Portuguesa. Mas, logo atrás dessa cortina, está a tela Mulheres, pintada por Di Cavalcanti em 1973. É a mostra Narrativas Poéticas, que abre nesta terça-feira, 25, ao público e que reúne 58 obras que fazem parte da Coleção Santander Brasil.

Pela primeira vez desde sua criação, há oito anos, o museu abre espaço para uma exposição de artes plásticas. A interatividade, sempre presente por ali, agora aparece de forma bem mais sutil. "Essa exposição tem uma interação que vai se dar por meio do despertar da emoção, do potencializar das sensações", analisa Helena Severo, curadora-geral da mostra.

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No caso, tais sensações são reforçadas pela presença de trechos de poemas escritos por nomes como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Vinicius de Moraes. Esse diálogo entre imagem e palavra tem como objetivo convidar o público a se deter por mais tempo diante das pinturas, gravuras e esculturas expostas.

"Quando a pessoa parar para ler o poema, ela já vai ver a pintura ao lado com um tempo diferente; a função dele é tornar possível essa apreciação mais profunda", observa Antonio Cicero, que fez parte da equipe curatorial, ao lado de Eucanaã Ferraz e Franklin Pedroso.

Entre os trabalhos, estão criações de nomes importantes para a arte brasileira, como Tomie Ohtake, Iberê Camargo, Emanoel Araujo, Alfredo Volpi e Carybé. Há também obras de contemporâneos - entre elas, uma pintura de Renata de Bonis e uma fotografia de Fernanda Rappa.

Esse recorte da coleção já passou por Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte, atraindo, no total, cerca de cem mil visitantes. Mas, em cada cidade, ele ganhou contornos diferentes.

Na versão paulistana, a expografia, assinada por Marcello Dantas e Suzane Queiroz, inclui um nicho criado especialmente para abrigar a escultura Tocadora de Guitarra (1923), de Victor Brecheret. A peça de bronze fundido é cercada por oito divisórias brancas, em que são colocados versos como os de Arnaldo Antunes: "Olha para o ventre/ Dentro/ De onde olha/ O olho/ De onde olham/ Todos/ Juntos para o mundo".

A intenção da curadoria não é usar os poemas para descrever as obras - e nem usar as obras para ilustrar os poemas. Mas, em alguns casos, é possível estabelecer relações entre os dois elementos. É o caso de Mar Azul, escrito por Ferreira Gullar e colocado entre uma xilogravura de Fayga Ostrower e um óleo sobre tela de Manabu Mabe. Nos dois trabalhos, predominam tons azulados.

Outro exemplo é a obra de Cássio Vasconcelos, uma série fotográfica composta por três partes. Nela, o artista registra a construção de arranha-céus espelhados. Como as imagens foram feitas em diferentes períodos do dia, o edifício assume cores variadas. Perto dela, está o poema Inspiração, de Mario de Andrade, que diz: "São Paulo! Comoção da minha vida".

Além de ocupar as paredes e as janelas do local, alguns versos são projetados pelo chão - e acompanham áudios narrados pelos próprios autores, como Augusto de Campos. Assim, é difícil esquecer que se está no Museu da Língua Portuguesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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