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O dólar opera em baixa nesta quinta-feira, 18, após a alta de ontem e diante da desvalorização externa da moeda norte-americana nesta manhã. Mas os sinais são moderados e a moeda já testou máximas na casa dos R$ 5,40, em manhã com liquidez ainda reduzida e cautela com ruídos políticos e possível aumento do déficit público com a retomada do auxílio emergencial sem garantias de contrapartidas.

Mais cedo, a desaceleração nas prévias de três índices de preços chamou atenção: IGP-M, IPC-Fipe e IPC-S. O fluxo cambial em meio a IPOs na Bolsa segue no radar.

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No exterior, o pano de fundo do dólar fraco é a expectativa por uma definição sobre o pacote de estímulos fiscais de US$ 1,9 trilhão.

Há um compasso de espera também pelos dados de pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, além de comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) durante a sessão.

Na ata da última reunião do Banco Central Europa, que começou a ser divulgada há pouco, os dirigentes concordaram que amplo apoio fiscal permanece essencial. Além disso, afirmam que os dados confirmam impacto econômico da pandemia em curto prazo e inflação fraca, mas ressaltam ser importante avaliar o impacto da alta dos juros de títulos no cenário de inflação.

Às 9h35, o dólar à vista recuava 0,40%, a R$ 5,3935. O dólar para março caía 0,39%, R$ 5,3950.

A volta do feriado de Carnaval foi marcada por dólar em alta, pressionado tanto pelo mercado externo como pelo interno, nesta Quarta-feira de Cinzas de pregão com horário reduzido. A moeda americana ganhou força no exterior hoje, ante divisas fortes e emergentes, após uma rodada de bons indicadores americanos. Internamente, persistiu o incômodo com a situação fiscal do Brasil, que teve como ruído hoje a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). A visão nas mesas de operação é que o episódio pode tirar, ainda que momentaneamente, o foco do Congresso da agenda econômica. A escassez de vacinas e os casos em outros estados da variante de Manaus também ficaram no radar dos investidores.

O dólar abriu às 13h em alta e logo tocou a máxima do dia, a R$ 5,43. O movimento perdeu força e a moeda americana chegou a negociar na mínima por alguns instantes, a R$ 5,39, e depois seguiu na casa dos R$ 5,41 ao longo da tarde. No fechamento, o dólar à vista teve valorização de 0,76%, a R$ 5,4152. O dólar futuro para março subiu 0,79%, a R$ 5,4160.

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A esperada divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve não teve maiores impactos no mercado de moedas, na medida em que reforçou a mensagem de manutenção dos estímulos que os dirigentes do BC americano já vêm sinalizando nos últimos dias.

Durante o feriado de Carnaval, com Jair Bolsonaro em Santa Catarina, não houve novidades públicas sobre as discussões do auxílio emergencial. Por isso, o tema seguiu gerando cautela no mercado. O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, observa que a tentativa de recriar o auxílio reforça a visão de que o governo vai acabar colocando o teto de gastos de lado. Isso colocaria a trajetória da dívida em nível insustentável, com reflexo muito negativo no câmbio e juros futuros.

O sócio da Acqua Investimentos, Bruno Musa, afirma que há insegurança em relação às tratativas para retomada do auxílio emergencial. "Mesmo que o teto de gastos não venha a ser furado e a PEC Emergencial com cláusula de calamidade pública seja aprovada pelo Congresso, o endividamento do país continuará subindo cada vez mais e isso aumenta a desconfiança do investidor sobre o Brasil e o real se desvaloriza", ressalta ele.

Pesquisa do Bank of America com investidores de América Latina mostra que a maioria destes profissionais (58%) vê dólar abaixo de R$ 5,10 no fim do ano. Já uma minoria (12%) acha que a moeda americana pode até cair abaixo de R$ 4,80 ao final de 2021. Além disso, subiu de 50% em janeiro para 74% este mês o porcentual desses profissionais que acreditam que haverá "alguma flexibilização" no teto de gastos, citando como maior risco para o Brasil uma rápida deterioração das contas públicas.

A Bitcoin, criptomoeda cada vez mais usada em negociações de compra e venda pelo mundo, alcançou um novo recorde. Até a manhã do último domingo (14), ela valia US$ 48,7 mil, quando valorizou, subiu de preço e fechou o dia um pouco acima dos US$ 49,7 mil. Isso comprova o que os especialistas já previam: a criptomoeda e as transações virtuais como uma tendência para 2021.

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), no acumulado de janeiro a setembro de 2020, os pagamentos por meios digitais chegaram a R$ 1,38 trilhão. Foram mais de R$ 16,6 bilhões em transações, sem contar as novas movimentações feitas via sistema Pix, que catapultaram a maneira como se transfere dinheiro no modo virtual com isenção de taxas ou datas e horários pré-agendados.

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A Tesla, empresa norte-americana que desenvolve veículos elétricos de alta performance, comprou US$ 1,5 bilhão em criptomoeda e, em breve, vai aceitá-las como forma de pagamento. E o The Bank of New York Mellon informou que já abriu uma nova unidade financeira para ajudar clientes a manter, transferir e emitir ativos digitais.

Por muito tempo, várias empresas evitaram aderir a criptomoeda na rotina financeira, porém, ela se mostra cada vez mais presente como uma ferramenta preponderante para efetuar e receber pagamentos.

Por Rafael Sales

O dólar operou em queda a maior parte do dia, e chegou a cair a R$ 5,30 no início da tarde. Mas o ritmo de baixa perdeu força após declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a urgência em ter o auxílio emergencial aprovado, talvez já esta semana. O senador descartou até mesmo condicionar o auxílio à entrada em vigor de PECs que estão no Congresso, como quer o ministro Paulo Guedes e como esperam os participantes do mercado.

Com isso, o real deixou o posto de moeda com melhor desempenho hoje ante o dólar e foi para o lado das divisas com pior performance, chegando a subir pontualmente após as declarações de Pacheco. Ainda no mundo político, as mesas de operação seguem relatando desconforto com a política de preços dos combustíveis da Petrobras ter virado assunto do Planalto, mesmo com Jair Bolsonaro negando qualquer tipo de interferência na petroleira.

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No fechamento, o dólar à vista encerrou em baixa de 0,21%, a R$ 5,3726. No mercado futuro, o dólar para março fechou em leve queda de 0,04%, aos R$ 5,3720.

A piora do real na tarde de hoje ocorreu a despeito do exterior positivo, com as Bolsas em novo recorde em Nova York e o dólar caindo de forma quase que generalizada no mercado internacional, em meio a perspectiva de aprovação do pacote fiscal de Joe Biden e a visão de maior crescimento da economia mundial, com o avanço da vacinação e a queda nos casos de covid.

"A paciência que o mercado tem com Brasília não está das mais altas. Brasília não pode patinar, não pode errar", afirma o responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, Roberto Motta. "O mercado continua cético na capacidade de o Congresso entregar reformas relevantes este ano. Se Brasília surpreender, será um vento a favor forte", disse em live nesta tarde. Outro ponto que tem causado ruído, disse Motta, é o problema de comunicação do evento Petrobras, sobre os combustíveis. "Tem muito ruído sobre a Petrobras, muito ruído sobre o auxílio." Para Motta, o mercado só aceita o auxílio desde que o governo comece a tocar a PEC emergencial e outras reformas.

"Jamais praticaremos qualquer intervenção", disse Bolsonaro no final da tarde de hoje ao falar da Petrobras. O presidente disse que ainda estava negociando a questão, assim como o auxílio emergencial. Sobre o câmbio, Bolsonaro reconheceu à tarde que o "ideal é o dólar baixar" com as votações ganhando força no Congresso. Mais cedo, o mercado se animou com a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de pautar o projeto de independência do Banco Central e prometer avançar com a reforma administrativa a partir de amanhã (9).

"Achamos que o compromisso do governo com o teto de gastos irá se enfraquecer", alerta a consultoria inglesa Capital Economics na tarde desta segunda-feira, ao elevar suas projeções para o dólar no Brasil. A estimativa do câmbio ao final de 2022 passou de R$ 5,33 para R$ 5,75.

O dólar começou fevereiro com muita volatilidade, oscilando de R$ 5,32 a R$ 5,50, mas acabou acumulando queda na semana, de 1,66%. Foi a segunda semana consecutiva de baixa, mas mesmo assim a moeda americana ainda sobe 3,8% em 2021, mantendo o real como pior divisa no mercado internacional.

Nesta sexta-feira, declarações de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes reafirmando compromisso com disciplina fiscal e negando interferência do Planalto na política de preços dos combustíveis da Petrobras ajudaram o dólar a engatar forte queda, amenizando parte das preocupações que ao longo da semana haviam pressionando o câmbio. O exterior positivo também ajudou, com o dólar caindo de forma generalizada ante divisas fortes e emergentes.

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No fechamento, o dólar à vista encerrou a sexta-feira em queda de 1,20%, a R$ 5,3837. No mercado futuro, o dólar para março cedeu 1,01%, a R$ 5,3740.

A analista de mercados emergentes e moedas do alemão Commerzbank, Alexandra Bechtel, ressalta que os participantes do mercado seguem atentos às medidas que o governo vai tomar para lidar com o crescimento dos casos de covid. Se por um lado a volta da alta de juros pelo Banco Central deve ajudar a valorizar o real, por outro, a discussão sobre mais gastos pode pressionar a moeda brasileira. Mesmo com repetidas declarações do governo de respeito ao teto em 2021, falta clareza de detalhes, ressalta.

A previsão do Commerzbank é de dólar a R$ 5,20 ao final do primeiro semestre, R$ 5,00 em dezembro e R$ 4,80 no primeiro trimestre de 2022. Riscos idiossincráticos, como a situação fiscal deteriorada, limitam a possibilidade de valorização do real. O banco americano JPMorgan alerta que se o governo for respeitar o teto este ano, não há espaço no Orçamento para mais gastos. Por isso, é preciso buscar alguma solução para pagar o auxílio.

Hoje Bolsonaro falou que o próprio nome mostra que o auxílio é "emergencial" e a dívida do governo está no limite. Ao mesmo tempo, Guedes tem falado em condições para a volta do auxílio, que também seria para uma menor número de pessoas.

A queda do dólar no mercado internacional hoje também ajudou, após números mistos do mercado de trabalho americano. "Os dados de emprego mostraram recuperação na contratação, após as demissões de dezembro, mas ainda foram decepcionantes", afirma a economista da corretora americana Stifel, Lindsey Piegza. Para ela, pode levar anos até que os EUA voltem ao pleno emprego, como estavam pouco antes da pandemia. Os dados de emprego mais fracos, observa, servem como munição para a Casa Branca se empenhar em mais estímulos para a economia. Em dezembro, a economia americana criou 49 mil vagas, após fechar 227 mil em dezembro.

O fortalecimento do dólar ante as moedas fortes no exterior, decorrente da aposta de uma performance melhor da economia americana ante a europeia, levou a moeda americana de volta ao nível perto de R$ 5,45. Mais uma vez, o real teve a pior performance ante as 34 divisas mais líquidas. Operadores relatam ainda certa cautela com o cenário político no curto e médio prazo, bem como um fluxo de saída do País.

A moeda americana veio ganhando musculatura ante o real desde o fim da manhã, de forma gradual, porém constante. Do lado externo, o movimento foi disparado pelo enfraquecimento do euro ante o dólar, levando o índice DXY - em que a divisa comum tem peso de mais de 60% - ao maior nível em mais de dois meses. O lento processo de vacinação contra a covid-19 no Velho Continente preocupa o mercado, em meio também à necessidade de novos lockdowns para evitar o espalhamento de novas cepas.

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Ao mesmo tempo, a aposta é de que a economia americana deve performar melhor que o restante do planeta, o que alimenta a procura pela moeda dos EUA. O mercado espera que amanhã o relatório de emprego (payroll) ateste o fortalecimento já visto ontem no ADP - que apura somente os dados do setor privado e mostrou a formação de 174 mil novos postos, de 50 mil esperados.

Além do fortalecimento do DXY, o gerente da tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, observou ainda que houve zeragem de posições na tarde de hoje, o que influenciou no fluxo de saída de moeda do Brasil.

Desta forma, o dólar à vista terminou a sessão cotado em R$ 5,4493 (+1,47%). Na máxima, às 16h29, a moeda foi a R$ 5,4573. A mínima do dia (R$ 5,3568) foi registrada logo cedo, às 10h14. Perto das 18h, o dólar futuro subia a R$ 5,439 (+1,66%) e o DXY operava aos 91,517 pontos (+0,38%).

No lado interno, o mercado de câmbio também tem acompanhado o desenrolar das negociações sobre reformas no Congresso com relativa cautela após o otimismo da semana passada. Dificuldades quanto ao foco das medidas e, principalmente, a adesão do Centrão justificam essas apostas mais conservadoras.

Para esta sexta-feira, além do payroll americano, o mercado de câmbio vai observar o anúncio "de extrema importância" prometido pelo presidente Jair Bolsonaro a respeito dos combustíveis. A repórter Lorenna Rodrigues apurou que o governo discute meios para alongar a periodicidade do reajuste de ICMS sobre o produto, o que vai de encontro a uma demanda dos caminhoneiros, que ameaçaram paralisar no começo desta semana. (com Altamiro Silva Junior)

O dólar opera em alta no mercado doméstico, acompanhando a tendência da moeda americana nesta manhã de quinta-feira (4) no exterior em meio ao impasse sobre o novo pacote fiscal dos EUA. Um pano de fundo de cautela predomina também em relação à agenda do Congresso brasileiro, porque os investidores e analistas querem ver a evolução da pauta - se realmente acontecem no Parlamento as reformas e privatizações prometidas pelo Executivo.

No exterior, mais cedo, a libra se fortaleceu levemente ante o dólar e a Bolsa de Londres acentuou queda após o Banco da Inglaterra (BoE) manter inalterada sua política monetária, conforme esperado. Em comunicado sobre a decisão, a instituição prevê uma rápida recuperação da atividade econômica britânica em 2021, impulsionada pela vacinação contra a covid-19, mas descreve a situação como "incerta". Às 9h20, a libra estava a US$ 1,3649, ante US$ 1,3644 no fim da tarde ontem. O dólar segue em alta leve frente euro e iene. Às 9h28, o dólar á vista subia 0,11%, a R$ 5,3763. O dólar para março ganhava 0,59%, a R$ 5,3825.

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O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (1) pelo Banco Central (BC), mostrou leve mudança no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período foi de R$ 5,00 para R$ 5,01, ante R$ 5,00 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio seguiu em R$ 5,00, ante R$ 4,90 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

A quinta-feira, 28, foi marcada por recuperação forte dos ativos de risco no mercado mundial e o Ibovespa subiu mais de 2%, mas no mercado de câmbio brasileiro o dólar teve um dia volátil. A moeda chegou a bater em R$ 5,46, mesmo com o enfraquecimento da divisa americana no exterior, e o real acabou destoando de seus pares.

Os participantes do mercado seguem monitorando a situação fiscal do País e o alerta para avançar com as reformas este ano veio nesta quinta de duas agências de classificação de risco, S&P e Moody's. Em meio à maior cautela e busca por proteção, estrangeiros vêm aumentando as posições compradas em dólar futuro ante o real, que ganham com a alta da divisa dos Estados Unidos. Desde o dia 20, elevaram em US$ 1,25 bilhão.

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No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,53%, a R$ 5,4357. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 0,51% às 18h10, em R$ 5,4415.

O diretor-gerente e responsável por ratings soberanos nas Américas da S&P Global Ratings, Joydeep Mukherji, disse nesta quinta que o Brasil precisa agir este ano para avançar com as reformas, sobretudo as fiscais, pois 2022 será ano eleitoral.

Ele disse ter a percepção de que há um certo ímpeto para avanço neste primeiro semestre e a S&P vai monitorar de perto.

A analista de rating soberano da Moody's, Samar Maziad, disse que a agenda de consolidação fiscal é o único caminho para o Brasil manter os estímulos necessários à recuperação econômica sem perder a confiança de que vai estabilizar a dívida pública.

Para o estrategista de moedas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH), Ilan Solot, a situação fiscal do Brasil ainda vai continuar "assustando investidores", na medida em que a incerteza política tende a seguir aumentando, sobretudo levando em conta as eleições de 2022, ressalta ele em relatório.

No exterior, declarações de congressistas em Washington animaram os investidores sobre as chances de pacote fiscal proposto por Joe Biden, que estava parado nos últimos dias. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que a Casa começará a analisar o pacote na próxima semana.

O analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo, observa que o dólar até a quarta vinha ganhando força, com o euro perto das mínimas do começo de dezembro, e o dólar canadense no menor nível em 30 dias.

O temor de que a atividade econômica possa ficar pior por conta do avanço da covid, após a divulgação de indicadores piores que o esperado nos EUA e Europa, e novas medidas de restrição vêm estimulando a busca por proteção no dólar. Nesta quinta, este movimento teve um respiro, com a expectativa do pacote fiscal de Biden.

O dólar devolveu nesta quarta-feira (27) parte da forte queda da terça-feira (26)e encerrou o dia acima dos R$ 5,40. O fator determinante para o movimento no câmbio nesta quarta-feira foi o exterior, onde a moeda americana ganhou força de forma generalizada, ante divisas fortes e nos mercados emergentes. Vacinação caminhando lentamente em alguns locais, como na Europa, impasse do pacote fiscal proposto por Joe Biden no Congresso, balanços corporativos mistos nos Estados Unidos e a reunião dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que manteve como esperado os estímulos extraordinários, estão entre os fatores que provocaram a busca por refúgio no dólar. No mercado doméstico, os participantes do mercado seguiram monitorando declarações em Brasília sobre os gastos do governo e as vacinas.

No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,51%, cotado em R$ 5,4071. No mercado futuro, o dólar para fevereiro 1,06%, a R$ 5,4140.

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A reunião do Fed, evento mais esperado da semana em Wall Street, acabou sem maiores efeitos no mercado de moedas, na medida em que tudo veio dentro do esperado. Mas as declarações de seu presidente Jerome Powell à imprensa e seguida ajudaram a elevar o clima de cautela. Powell afirmou que a vacinação disseminada ajudaria a superar os efeitos do coronavírus, mas alertou que atividade econômica segue em nível abaixo da pandemia, a incerteza é alta e o desemprego elevado, por isso, o Fed segue comprometido a usar todo seu arsenal de medidas para apoiar a economia.

Para o economista do canadense CIBC Capital Markets, Avery Shenfeld, o Fed vai querer ver mais detalhes do pacote fiscal e do processo de vacinação antes de repensar sua estratégia. Por isso, nesta quarta evitou qualquer mudança de postura, com Powell falando da necessidade da manutenção dos estímulos fiscais e monetários extraordinários.

Internamente, o foco no noticiário prosseguiu. O presidente da República, Jair Bolsonaro, informou que o governo estuda medidas para atender o setor de bares e restaurantes, afetado por políticas de restrição do funcionamento, enquanto é crescente a expectativa pela prorrogação do auxílio emergencial.

O gestor Rogério Xavier, sócio da SPX Capital, ressaltou em evento do Credit Suisse que se for por um período curto, de três meses, não vê problemas na prorrogação. Mais que isso, começa a preocupar, dada a forte piora fiscal do Brasil em 2020.

A analista de mercados emergentes e moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, observa que apesar de ser positiva para o real a discussão que ganhou força na terça sobre a elevação de juros, as preocupações sobre a situação fiscal e como Jair Bolsonaro vai lidar com a pandemia vão seguir limitando a melhora da moeda brasileira.

Uma das evidências da piora das contas públicas foi a divulgação nesta quarta pelo Tesouro de que a dívida bruta bateu em R$ 5,009 trilhões ao final de 2020.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (25), pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período seguiu em R$ 5,00, valor igual ao de um mês atrás.

Já para 2022, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio foi de R$ 4,90 para R$ 5,00, ante R$ 4,95 de quatro pesquisas atrás.

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A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada neste mês pelo BC. Com a mudança, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar teve dia de forte volatilidade nesta quinta-feira, 21, oscilando 17 centavos entre a máxima e a mínima. Pela manhã, a sinalização do Banco Central de que os juros podem subir em breve animou o mercado de câmbio e o dólar caiu a R$ 5,23. Nos negócios da tarde, preocupações fiscais falaram mais alto, após declarações dos candidatos apoiados pelo governo ao comando do Senado e da Câmara em defesa do auxílio emergencial, mesmo que isso acarrete a violação do teto de gastos. Com isso, a moeda americana foi a R$ 5,40.

Novamente, o real foi a moeda com pior desempenho ante o dólar no mercado internacional, considerando as 34 divisas mais líquidas.

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No fechamento, o dólar à vista acabou terminando o dia um pouco distante das máximas, em R$ 5,3641, com valorização de 0,98%. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 1,12%, a R$ 5,3520.

Os dois candidatos ao comando do Congresso apoiados por Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fizeram defesas de mais gastos sociais.

O último ainda fez declarações contra as privatizações. Lira foi mais contido e ainda falou que a base de beneficiários do auxílio emergencial deve ser enxugada. À tarde, após a reação negativa dos mercados, falou da necessidade de observar a "disciplina fiscal". Já Pacheco foi mais direto ao defender os gastos sociais e disse que o teto de gastos não pode ser "intocado" e poderá ser revisto.

"Nos preocupa a tendência de termos debates fiscais delicados, por conta da situação social, que é importante olhar com atenção. Mas infelizmente não temos condição de manter os estímulos do ano passado", disse a economista da Itaú Asset, Mirella Sampaio em live da Moldamais na tarde desta quinta. Para ela, a discussão do auxilio emergencial revela a dificuldade de fazer políticas sociais do Brasil dentro da nossa situação fiscal, que é delicada. A trajetória crescente do endividamento causa preocupação, disse ela, ressaltando que é difícil neste momento ver a dívida cair.

Para a economista-chefe da ARX, Elisa Machado, a questão do auxílio coloca o governo em uma espécie de encruzilhada. Retirar totalmente a medida pode afetar a ainda incipiente retomada da economia. Manter o benefício é complicado por causa da situação deteriorada das contas fiscais. "Dentro do orçamento o cobertor é curto", disse ela no evento da Modalmais. Na visão da economista, para prorrogar o auxílio sem gerar mais ruídos no mercado, Brasília precisa mostrar uma "história bem contada" de que não haverá descontrole fiscal. "Não vejo como enfrentar 2021 sem algum auxílio pelo lado da demanda."

Antes das declarações dos parlamentares, o sócio da Gávea Investimentos, Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, já havia afirmado estar pouco otimista com a perspectiva de reformas para este ano. O Brasil tem um nível de endividamento elevado e a perspectiva de correção de rumo nessa área "não parece das mais positivas", disse ele em evento da Fitch Ratings. "Minha expectativa é que o governo vai ser reativo, se problemas se mostrarem mais graves, aprova."

O dólar abriu em queda nesta quinta-feira (21) com o mercado se ajustando às mudanças na comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem à noite. O comunicado provocou a antecipação para o segundo trimestre do início de alta da taxa Selic nos cenários de boa parte dos economistas. A fraqueza do dólar ante a maioria das emergentes e rivais fortes favorece esse movimento, tendo como contraponto as dificuldades da vacinação em massa e o avanço da transmissibilidade com novas variantes do coronavírus, que aumentam os riscos e a incerteza fiscais no Brasil.

A sessão pode, contudo, ter uma briga entre os investidores que interpretaram o Copom mais "hawkish" e aqueles que fixaram a atenção no fato de a autoridade monetária afirmar que os choques nos preços ainda são temporários. "As leituras diferentes e as ênfases que o mercado pode dar ao comunicado do Copom vão gerar muita 'briga' hoje", diz Cleber Alessie Machado Neto, gerente da mesa de derivativos financeiros da corretora Commcor. O comunicado do comitê pontua que "o fim do 'forward guidance' não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros".

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Às 9h33, o dólar desacelerava a queda e marcava máxima aos R$ 5,2625 (-0,93%) no mercado à vista. No futuro, foi aos R$ 5,264 (-0,54%).

O fortalecimento do real baseia-se no fato de o Banco Central (BC) ficar "livre" para iniciar ao ciclo de aperto monetário sem essa "orientação futura", como escreveu a jornalista Denise Abarca, do Estadão/Broadcast, em comentário "Sem as amarras do 'forward guidance', o BC tem mais liberdade para subir a Selic e, assim atrair fluxo, especialmente diante da certeza de que os juros no exterior estarão baixos nos próximos anos, melhorando a percepção sobre o diferencial de taxas. Mas o efeito também não deve ser muito significativo ou duradouro, pois a queda nas cotações da divisa tem atraído compras. Além disso, o cenário fiscal adverso pesa contra a exposição ao risco da moeda brasileira."

Na agenda do dia, a ação e a comunicação do Banco Central Europeu (BCE), depois da abertura do mercado no Brasil (9h45), são prioridade nas mesas de analistas macroeconômicos. A expectativa é de poucas novidades mas de um discurso "dovish" da presidente Christine Lagarde, segundo a LCA Consultores.

Às 9h40, o dólar caía ante a maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities com exceção do rublo russo (+0,75%), do won sul-coreano (+0,31%) e da rupia indiana (+0,07%). O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas de economias desenvolvidas, também está em queda (-0,34%). O movimento é motivado, em parte, pelo otimismo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal no País.

O real operou nesta terça-feira, 19, descolado de outras emergentes e ficou com o pior desempenho do dia ante o dólar, considerando uma cesta de 34 divisas mais líquidas. A moeda americana bateu em R$ 5,36 na máxima do dia, com os participantes do mercado preocupados com o lento processo de vacinação no Brasil, agora ameaçado pela falta de insumos para fabricar os medicamentos, a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial e a volta da discussão sobre recriar um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF.

No mercado de balcão, o dólar spot fechou o dia cotado em R$ 5,3456, com valorização de 0,77%. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 1,13%, a R$ 5,3610.

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A terça-feira foi marcada por uma série de notícias que pressionaram o câmbio e fizeram o risco-País, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, superar os 170 pontos, no maior nível desde novembro do ano passado. Os estrategistas do Citigroup em Nova York dizem que as vacinas aprovadas até agora no Brasil são suficientes apenas para 1,5% da população brasileira e incertezas permanecem sobre o processo, que é essencial para a retomada da atividade com mais força.

Nos Estados Unidos, onde a vacinação ganha fôlego, as internações hospitalares caíram nos últimos 12 dias, observam os analistas do Goldman Sachs. Com isso, abre-se espaço para uma reabertura mais rápida das atividades, o que melhora a perspectiva para a economia, comentam nesta terça-feira.

Pela manhã, a Justiça do Amazonas pediu que o governo pague o auxílio emergencial por mais dois meses na região, o que trouxe de volta nas mesas de operação a preocupação com aumento dos gastos fiscais. O lento início do processo de vacinação no Brasil e o crescimento de casos de covid, que não dá sinais de perder o fôlego, faz o mercado se perguntar o que virá primeiro, se a prorrogação do coronavoucher ou a vacinação em massa, destacam os estrategistas do Rabobank, Mauricio Une e Gabriel Santos, em relatório.

"A incerteza aqui não dá trégua, é com a vacina, com o fiscal, com a presidência da Câmara", comenta um operador de câmbio. A perda de popularidade do presidente, como mostrada na segunda-feira em pesquisa da XP, pode levar a adoção de medidas populistas, que podem ser vistas como negativas pelo mercado, escreve o estrategista-chefe e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa em sua análise diária.

Nos Estados Unidos, o destaque do dia foi o discurso da próxima secretária do Tesouro, Janet Yellen, no Senado. "Os EUA não vão lutar por dólar fraco para ganhar vantagem competitiva", declarou a ex-presidente do Federal Reserve. "O dólar e outras moedas devem ser determinados pelos mercados", ressaltou.

O dólar teve o terceiro dia seguido de queda, fechando a quinta-feira na menor cotação de 2021. A moeda caiu desde os negócios da manhã, embalada por fluxo externo, para Bolsa e renda fixa, e expectativa de anúncio na noite da própria quinta-feira do novo pacote fiscal de Joe Biden, que ele prometeu ser de US$ 2 trilhões. Pela tarde, a queda da moeda americana no exterior e aqui se acelerou em meio a declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, de que não está "nem um pouco próximo" o momento de voltar a subir juros nos Estados Unidos.

No fechamento, o dólar à vista encerrou a quinta-feira em baixa de 1,90%, a R$ 5,2097. No mercado futuro, o dólar para fevereiro fechou em queda de 1,99%, em R$ 5,1980.

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O discurso de Powell era um dos eventos mais esperados da semana, por conta do estresse nos rendimentos dos Treasuries. O presidente do Fed alertou que os Estados Unidos não estão em trajetória fiscal sustentável, mas descartou retirar tão cedo os estímulos extraordinários adotados em 2020 e afirmou que "quando for apropriado" discutir redução de compras mensais de ativos, "vamos comunicar ao mundo".

"Como esperado, Powell adotou um tom dovish" escreveu o economista, consultor da Allianz Global, Mohamed El-Erian, sobre o discurso. Para ele, as declarações foram uma sinalização de que o Fed quer evitar o episódio de 2013, conhecido como "Taper Tantrum", quando o temor de retirada dos estímulos pelo BC americano provocou forte estresse no mercado mundial e fortalecimento do dólar. Mas mesmo após a fala de Powell, El-Erian observa que os yields seguiram em alta, mas neta descolados do dólar, que renovou mínimas.

Antes de Powell, o dólar já cedia aqui e nos emergentes com a expectativa do pacote fiscal de Biden. O DXY, índice que mede o comportamento da moeda americana ante moedas fortes, chegou a subir mais cedo, mas passou a cair e bateu mínimas com o presidente do Fed, ajudando o dólar a cair abaixo de R$ 5,20 aqui.

A diretora de moedas da gestora americana BK Asset Management, Kathy Lien, observa que a expectativa é grande pelo anúncio dos estímulos de Biden, que deve incluir trilhões de dólares e recursos para acelerar a vacinação, além de medidas para pequenas e médias empresas. "Quanto maior o pacote, maior tende a ser o rali nas moedas de risco." Ela, porém, alerta que a aprovação das medidas, mesmo com o Congresso nas mãos dos democratas, pode não ser tão simples, o que abre espaço para frustração e realização nos mercados de bolsas e moedas.

No mercado doméstico, as captações prosseguem, nesta quinta com as operações da Marfrig e Simpar, e nas mesas de operação, o comentário foi que estrangeiros seguiram vindo para Bolsa e, nesta quinta, também para o leilão do Tesouro. Na B3, o fluxo este mês já supera R$ 15 bilhões.

O dólar opera em linha com o exterior e recua no mercado doméstico. Os investidores precificam a possibilidade do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar um pacote fiscal da ordem de US$ 2 trilhões ainda nesta quinta-feira (14).

Os dados da balança comercial da China em dezembro, sobretudo de exportações, ajudam também as divisas emergentes e ligadas a commodities ante o dólar pelo sinal positivo sobre a recuperação da economia global como um todo. No radar estão ainda a ata do BCE (9h30) e um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (14h30).

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No Brasil, ruídos envolvendo a troca de comando no Banco do Brasil são monitorados bem como o avanço da Covid-19 no País e o risco fiscal em caso de novo lockdown e necessidade de retomada do auxílio emergencial e de estímulos à economia. Um contraponto no câmbio pode ser o fluxo cambial, que já contribui para queda do dólar ontem. Às 9h17, o dólar à vista caía 1,00%, a R$ 5,2574. O dólar futuro para fevereiro recuava 0,77%, a R$ 5,2625.

A alta dos juros dos Treasuries segue impulsionando a abertura da curva de juros nesta quarta-feira (6) e as taxas voltaram a renovar máximas em meio ao fortalecimento do dólar, que passou a subir ante o real. 

"A blue wave faz os juros das Treasuries subirem. Esse é um bom motivo para os juros aqui também subirem", afirma o sócio-diretor da Wagner Investimentos José Faria Júnior.  No radar também está a reunião ministerial convocada para hoje pelo presidente Jair Bolsonaro. 

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Às 10h15 desta quarta, o DI para janeiro de 2027 estava em 6,60%, de 6,50% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2023 marcava 4,39%, de 4,30%, enquanto o vencimento para janeiro de 2022 exibia 2,95%, de 2,90% no ajuste de ontem.

A depreciação generalizada do dólar no mercado global influenciou a abertura da primeira sessão de 2021 do mercado cambial doméstica. A moeda americana abriu em queda tanto no mercado futuro quanto no à vista, iniciando os negócios com recuo de mais de 1%. O contrato para fevereiro da divisa dos EUA abriu a R$ 5,1375 (-1,14%). A moeda à vista, aos R$ 5,1325 (-1,08%). Pouco depois, renovava mínima no nível dos R$ 5,12.

No exterior, os melhores dados sobre atividade na zona do euro e na Alemanha, assim como as notícias sobre vacinação contra a Covid-19, apoiam a depreciação do dólar. Também favorece esse movimento a alta do petróleo nos mercados futuros de Londres de Nova York, diante da expectativa de que a Opep mantenha o atual nível de produção. Às 9h23, o dólar spot caía 1,13% aos R$ 5,1305. O futuro, 1,27% aos R$ 5,1325. O Dollar Index (DXY) recuava 0,53% aos 89,490 pontos.

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Hoje, o Banco Central realizará leilão de swap cambial tradicional das 11h30 às 11h40. A oferta, de até 16.000 contratos (US$ 800,0 milhões), dá início à rolagem dos swaps programados para vencer em fevereiro de 2021. Serão oferecidos contratos para 3 de maio de 2021 e 1º de setembro de 2021. A data de início dos contratos é 1º de fevereiro de 2021. O montante total a vencer é de US$ 11,8 bilhões (236.430 contratos).

Nesta manhã, o Relatório de Mercado Focus trouxe que os analistas mantiveram a projeção do dólar para fim de 2021 em R$ 5,00, uma diferença de 3,63% ao fechamento do dólar à vista na última sessão de 2020 (R$ 5,1887). No contexto de previsão maciça de dólar fraco neste ano, o espaço para a depreciação do dólar ante o real é maior do que isso quando se observa a alta no acumulado do ano passado: 29,34%.

Para a tese de analistas de enfraquecimento da moeda americana, o ano começa com notícias favoráveis. Dados de atividade da indústria da zona do euro e também da Alemanha mostraram que a economia voltou a patamares de 2018, muito antes dos efeitos danosos da pandemia de Covid-19.

As notícias sobre vacina contra a doença, vetor considerado importante por analistas para as perspectivas econômicas, também são positivas nesta segunda-feira. Os Estados Unidos estudam aplicar metade da dose da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Moderna em algumas pessoas, com objetivo de acelerar o processo de imunização. No Brasil, a Anvisa autorizou a importação da vacina de Oxford/AstraZeneca. A mesma vacina entrou no esforço do governo do Reino Unido, que ampliou o programa de vacinação usando o novo imunizante. O Reino Unido começou a campanha de vacinação em 8 de dezembro após aprovar a vacina da Pfizer e Biontech.

O real teve forte recuperação nas últimas semanas, saindo da casa dos R$ 5,60 e chegando perto de R$ 5. Bancos, consultorias internacionais e corretoras locais até veem a moeda americana furando os R$ 5 pontualmente em 2021. Mas, para permanecer neste nível de forma sustentada, será preciso que o governo de Jair Bolsonaro avance com o ajuste fiscal - o que analistas veem como uma dificuldade para o ano que vem.

Bancos como JPMorgan, Citibank, Commerzbank, Morgan Stanley e Bank of America, além de consultorias como a Capital Economics e corretoras, como a Commcor e NGO, veem o dólar acima de R$ 5 nos próximos meses. Mas, com chance do fluxo para emergentes seguir forte, em meio à liquidez sem precedentes no mercado financeiro internacional, o real pode ter apreciação pontual no início de 2021. Cálculos de bancos como o Citibank e da gestora Verde Asset Management indicam que o dólar possa estar 20% acima do preço justo no Brasil.

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"Nossa visão é de patamar de câmbio mais depreciado do que o atual", avalia o economista-chefe no Brasil do banco americano Citi, Leonardo Porto. Para ele, o ruído político deve seguir alto, na medida em que crescem os casos de coronavírus no País. Ele projeta o dólar a R$ 5,43 no fim de 2021, ano em que o governo deve superar o teto de gastos em ao menos em R$ 75 bilhões, prevê o banco.

Se o início da vacinação no Brasil ocorrer no primeiro trimestre de 2021, será fator de comemoração nos mercados. Se ficar para depois, poderá prejudicar a recuperação da arrecadação e da economia do País, avalia o gerente de derivativos financeiros da corretora Commcor, Cleber Alessie Machado Neto. Para ele, o começo do próximo ano tende a ser favorável a ativos de risco por causa da vacinação contra a Covid-19 em andamento em vários países, estímulos fiscais abundantes e juros baixos no mundo. Mas, para o Brasil "surfar" na onda externa positiva, será preciso que o governo consiga aprovar as reformas administrativa e tributária no primeiro semestre e cumprir o teto de gastos.

O sócio e gestor da Verde, Luis Stuhlberger, calcula que o dólar mais justo seria na casa dos R$ 4,20, mas, com a situação fiscal, a moeda opera bem acima desse patamar. Se o governo furar o teto em 2021, o nível do dólar pode subir ainda mais "10% a 15%", disse ele, em evento recente pela internet. Para Stuhlberger, dada a situação fiscal muito frágil do Brasil, furar o teto seria muito ruim, mesmo que isso seja feito de forma provisória.

O economista e sócio-diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme, acredita que a taxa de câmbio poderia já ter furado os R$ 5 pela pressão vinda do dólar frágil no exterior e por causa dos juros muito baixos no mundo. Mas ele antevê dificuldades políticas até o começo de fevereiro para implementar reformas e medidas de ajuste fiscal, por causa da eleição às presidências da Câmara e do Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conforme se esperava, os juros futuros abriram esta segunda-feira (21) em alta firme, acompanhando a alta de mais de 2% do dólar em dia de aversão a risco generalizada com a disseminação de uma variante da Covid-19 no Reino Unido e já com casos em outros países, deixando de lado o acordo fechado para aprovar um pacote fiscal nos Estados Unidos.

Às 9h15, o DI para janeiro de 2027 marcava 6,85%, de 6,70% no ajuste de anterior. O DI para janeiro exibia 4,53%, de 4,42%, enquanto o vencimento para janeiro de 2022 exibia taxa de 3,03%, de 2,97% no ajuste anterior. O dólar à vista subia 2,70%, a R$ 5,2201.

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