Tópicos | Fábrica Tacaruna

A história que cerca a antiga Fábrica Tacaruna, localizada na divisa entre os municípios do Recife e de Olinda, é o enredo da Mansão do Terror, atração do parque Mirabilandia há 12 anos. Habitado pelos espíritos da Mansão dos Martins, o local chama atenção dos frequentadores e alimenta o imaginário do medo e sobrenatural.

Por trás da maquiagem - que leva entre 15 e 20 minutos para ficar pronta -, gestos, figurinos e vozes macabras, atores e figurantes dão vida aos personagens do brinquedo. Com uma vida paralela, antes das 15h, horário de início do funcionamento da Mansão, eles são professores de teatro ou voluntários. Mas, ao ocupar os cômodos, a missão dos oito integrantes da atração é causar pavor nos visitantes.

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“Os atores e figurantes, na maioria das vezes, já participaram da Hora do Terror, que acontece entre os meses de outubro e novembro. Eles passam por uma preparação, um laboratório, e estudamos o enredo, que muda a cada temporada. A partir disso, eles esquecem quem realmente são e passam a incorporar aquele personagem”, explica a diretora geral, Cleo Henry.

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Um dos mais antigos na Mansão do Terror, Ed Júnior dá vida ao mordomo Epitáfio. Responsável por guiar os visitantes, o ator contou em entrevista ao LeiaJá que cada sessão é diferente. “A gente trabalha com o medo das pessoas e cada visitante terá uma reação distinta diante de uma ação nossa, tem gente que ri de nervoso e tem aqueles que chegam a chorar ou desmaiar de medo. Nessas horas, a gente improvisa e mantém o personagem sempre”.

Ele comenta que a ‘vida de monstro’ já não causa estranhamento entre os familiares e que recebe apoio e incentivo deles . “Minha filha de seis anos adora este espaço. Ela se diverte. Meu pai, sempre que pode, aparece por aqui, mas minha mãe evita”, disse.

Assustar é a palavra de ordem para os atores e figurantes. Interpretando a matriarca da Família Martins, Elizangela Carvalho vive um dilema. Mesmo trabalhando no parque desde os anos 2000, ela confessa que tem medo de ficar sozinha no cenário destinado para sua personagem. “Eu ando com a minha lanterna. Algumas vezes, fico perto dos meus amigos de cena e aguardo a minha vez de interagir com público. Tenho medo e consigo estar aqui todos os dias por causa dos meus amigos, que me ajudam. Mas, é legal assustar as pessoas”, garante.

O grupo já vivenciou diversas situações, das mais tensas até as cômicas. “Certa vez, percebi que, no meio do público, alguns rapazes não reagiam às minhas tentativas de sustos. Eu fazia de tudo. Comecei a me questionar, mas sem deixar o personagem. Até que percebi que eles eram surdos e mudos”, relembra o ator David Armageddon. Confira os bastidores e histórias da Mansão do Terror:

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“O governo já se comprometeu a ceder aquela área. Falta só fechar alguns detalhes. Se tudo der certo, a previsão (para início das obras e atividades) é ainda para este ano”. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se refere ao terreno da Fábrica Tacaruna, dado ao grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), no ano passado. Mais de um ano depois da assinatura da carta de intenções, o local – que tinha projeto de se tornar espaço de referência artístico-cultural no Estado, na década de 90 – continua inativo. 

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Tombada pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco (Fundarpe) e pelo Conselho Estadual de Cultura, em 1994, como Patrimônio Histórico Estadual, a Fábrica Tacaruna foi fundada em 1895, sendo a primeira produtora de tabletes de açúcar do Brasil. Ao longo dos anos, foi refinaria, fábrica de tecidos e, em 2000, adquirido pelo Governo por mais de R$ 14 milhões. À época, a ideia era criar o Espaço Cultural Tacaruna; um concurso selecionou 13 bolsitas para cursos de pós-graduação na França. Depois de quatro anos no país, retornariam ao Recife para elaborar projetos de formação cultural destinados à Fábrica Tacaruna. 

Nos anos 2000, o espaço recebeu diversos shows, mas a (falta de) estrutura sempre saltava aos olhos, pedindo reparos. Nove anos mais tarde, outra alternativa prometida: o Centro de Cidadania Padre Henrique, que contaria com teatros, cinemas, museus e escola integral. Não foi para frente. Em 2014, o então governador Eduardo Campos cedeu o terreno para a criação do quarto Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva da Fiat no mundo. O mesmo terreno comprado por milhões pelo Estado, doado para uma empresa. 

“Eu considero uma perda muito grande, porque o Recife está carente de espaços culturais. Por que ceder para a Fiat, uma empresa que poderia adquirir o local com os próprios fundos? É preciso repensar isso, a cultura está sendo vilipendiada nas últimas gestões. Como cidadã, sou contra”, argumenta a procuradora do Município do Recife, Noélia Brito, quere relembra uma irregularidade na época da compra do terreno ao proprietário. “Na época, quando foi feita a desapropriação, existia débitos tributários do imóvel e chegou ao meu conhecimento que um cartório teria dado certidão falsa, atestando que não havia débitos fiscais. Os cofres públicos do Recife foram lesados e, até hoje, não tive nenhuma resposta”. 

Fiat ainda não se posiciona e Governo vê economia de PE em outro patamar após empreendimento

De acordo com a assessoria da Fiat Chrysler, a empresa ainda não pode se pronunciar sobre o Centro de Pesquisa na Fábrica Tacaruna, pois a doação ainda não foi finalizada. A organização afirmou, apenas, que até setembro realiza capacitações de profissionais, “jovens engenheiros”, junto ao Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), que serão escalados para atuar no espaço. 

Através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDEC), o governo reiterou a fala de Paulo Câmara. Em nota, confirmou que a gestão “doará o imóvel da antiga Fábrica Tacaruna para a instalação das operações definitivas do Centro”. Segundo a SDEC, “foram disponibilizados espaços temporários no Grande Recife para abrigar os trabalhos iniciais da FCA”. Para o secretário Thiago Norões, responsável pela pasta, o Centro de Pesquisa transformará o estado em um dos maiores destaques na cadeia automotiva mundial. “O empreendimento colocará a economia de Pernambuco em um novo patamar, cada vez mais conectada com o futuro”, afirmou Norões. 

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Mais de 150 pessoas estão concentradas na Praça da Independência, no centro da cidade, nesta sexta-feira (11), com faixas e cartazes. A manifestação, organizada pelo Facebook, conta com a participação de integrantes dos Direitos Urbanos, do movimento Empatando Tua Vista e de ambulantes que realizaram vários protestos esta semana na capital pernambucana.

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Os manifestantes irão seguir em direção à Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo.De acordo com João Vale, um dos líderes do ato, a manifestação está abordando cinco causas. “Pedimos uma audiência pública com o governo para tratar sobre a Fábrica do Tacaruna, a restauração do Caiçara, a não construção de torres do Cais José Estelita, além do respeito e indenização para as pessoas que foram desapropriadas para as construções para a Copa”, afirmou.

Por fim, o grupo também cobra a exoneração do secretário de Mobilidade de Controle Urbano (Semoc) do Recife, João Braga. “Ele autorizou a demolição do Edifício Caiçara, por isso queremos que Braga deixe o cargo”, explicou. 

Com informações de Bruno Andrade

Mais de 620 pessoas confirmaram presença em um protesto, nesta sexta-feira (11), na Praça da Independência, no Centro do Recife. Em grupo criado no Facebook, os manifestantes explicam que a cessão da Fábrica Tacaruna para a empresa Fiat e a decisão da Prefeitura do Recife em apoiar a demolição do Edifício Caiara são os principais motivos para o “ato de repúdio ao poder público municipal e estadual”.

Às 12h, os protestantes prometem iniciar a concentração e afirmam que “a cidade vai parar!”. Ainda não se sabe o trajeto da mobilização, mas os organizadores garantem “visitas ao prefeito e ao novo governador”, com batuques, cartazes, tintas e muito barulho durante o ato. 

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A população exige uma resposta em relação às famílias removidas pelas obras da Copa do Mundo, além de criticar que a “paisagem, as frentes d’água, os equipamentos culturais, a história e a memória urbana são do povo e não podem ser destruídos ou privatizados”. No total, mais de oito mil pessoas foram convidadas para a manifestação. 

Outro empreendimento da Fiat Chrysler será implantado em Pernambuco. Além da fábrica da montadora, no município de Goiana, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva da empresa vai ser criado no Recife. A carta de intenções para viabilizar as obras foi assinada, nesta quinta-feira (3), pela Fiat, Governo de Pernambuco e Prefeitura da capital pernambucana.

O centro deve ser instalado na antiga Fábrica Tacaruna, no Recife, e pretende reunir pesquisadores, engenheiros, técnicos e outros profissionais para se voltar, inicialmente, às atividades de experimentação dos projetos desenvolvidos para o Polo Automotivo de Goiana e de validação, tanto virtual quanto física.  Ao todo, o centro pode empregar mais 500 profissionais nos próximos anos, além das duas mil vagas prometidas para a fábrica. 

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“Este centro estará integrado aos demais centros de pesquisa e desenvolvimento do grupo Fiat Chrysler no mundo, contribuindo para inserir Recife e Pernambuco no mapa global da engenharia automotiva”, afirmou o vice-presidente mundial de Manufatura/Projeto Pernambuco da corporação, Stefan Ketter.

A iniciativa tem como parceiros estratégicos, além do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife, o Parque Tecnológico Porto Digital, o C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), a Universidade Federal de Pernambuco e o Senai. O cientista-chefe do C.E.S.A.R, Silvio Meira, mostrou apoio à implantação deste centro, cuja estrutura consistirá de escritórios de projetos e galpões para bancos de provas e laboratórios destinados ao desenvolvimento de motores e veículos.

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