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No Dia dos Finados, celebrado nesta quinta-feira (2), nada mais justo do que homenagear aqueles que têm um papel fundamental em um momento delicado e difícil para muitas pessoas: o coveiro. Um desses profissionais é Osmair Camargo Cândido, que exerce a atividade há mais de 25 anos. Mais conhecido como Fininho, ele se tornou exemplo nacional ao conseguir, através do seu trabalho, realizar um sonho de criança: se formar em filosofia. 

“Eu estava desempregado quando apareceu um concurso para uma empresa para entrar no ramo funerário antes de ser coveiro. Achei interessante e analisei a minha necessidade com a possibilidade. Isso me permitiu estudar filosofia depois. Desde menino que eu sempre pensei em estudar filosofia, eu nunca pensei em estudar outra coisa. Mas, com o tempo e com os estudos eu consegui criar um elo entre a filosofia e a minha atividade profissional”, contou Fininho durante participação no programa Conversa Com Bial. 

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O coveiro filósofo falou que, durante todos estes anos, já se emocionou profundamente diversas vezes. “Porque você vai sepultar um corpo sabendo que um dia você também será sepultado, então isso é um elo muito forte. Então, eu não posso querer um tratamento digno se eu não puder oferecer no momento. Eu tenho como objeto de trabalho uma coisa muito difícil como apanhá-lo [o cadáver] com as mãos. Eu tenho quer ter zelo, cuidado, eu tenho que dignificar o meu objeto de trabalho para com isso sair feliz”. 

“Eu não posso tratar um corpo como se ele fosse mercadoria, como se ele fosse qualquer coisa porque o coveiro tem uma coisa muito interessante que eu gostaria que todo mundo soubesse: ele tem como objeto de trabalho a morte. E o que é a morte? O silêncio, a morte é tida como a maior derrota, então quando você vê alguém morto logo chega alguém para dar um pitaco: morreu porque fumava, morreu porque bebia, a morte é uma derrota”. 

Também contou que a principal virtude que um coveiro pode ter é a discrição. “Ele tem que ter uma semi-ausência, deve ser discreto, eficiente, ter o feeling das coisas e tem que agir de um modo que não fira ainda mais as pessoas porque ali quando se está em uma situação dessa está tendo uma separação clara, ele vai se separar, mas não é daquele corpo, ele vai se separar de toda uma memória afetiva, então, essa memória afetiva, esses sentimentos estão muito além”, ressaltou ao também lamentar que o coveiro é um profissional “um tanto esquecido”. 

Fininho consegue conciliar os dois trabalhos e pretende ir longe: está elaborando um projeto de mestrado para apresentar na USP, com enfoque na utopia da igualdade, é fluente em alemão, e está escrevendo um livro sobre as memórias de um coveiro. 

Por Valter Versailles

A participação dos surfistas paraibanos José Francisco (Fininho) e Raphael Seixas na Quarta Etapa do Circuito Pernambucano de Surf, na Praia de Maracaípe, no Litoral Sul de Pernambuco, acabou na delegacia. Os surfistas da Paraíba alegaram que foram agredidos por três homens ao saírem do mar após a disputa da semifinal da competição, no último domingo (28).

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Após o incidente, os dois surfistas registraram um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Porto de Galinhas. Em depoimento registrado, os paraibanos afirmaram que o motivo das agressões teria sido a forte marcação feita pelos dois no surfista pernambucano Thiago Silva, durante a semifinal da etapa.

“A confusão começou quando saímos do mar depois da semifinal. Os caras não entenderam a marcação dura que fizemos no atleta pernambucano durante e bateria e vários caras partiram pra cima da gente. Eu levei um murro no ouvido que está doendo até agora e o Raphael (Seixas) machucou o cotovelo e levou vários chutes”, explicou Fininho.

O presidente da Associação Nordestina de Surf, Geraldo Cavalcanti confirmou que os três acusados de agredir os surfistas paraibanos já foram identificados. São eles: os irmãos Josafá e Joabson Barbosa e o baiano Sérgio Rocha. O dirigente aconselhou às vítimas a fazerem um exame de Corpo de Delito para comprovar a agressão.

Já em João Pessoa, Fininho confirmou que vão levar o caso adiante. Inclusive, os surfistas pretendem fazer o exame de Corpo de Delito. “Estamos entrando em contato com um delegado conhecido nosso para fazermos o exame. Acredito que entre hoje (ontem) e amanhã (hoje) vamos fazer o exame”, finalizou o surfista.

Apesar da confusão, Fininho e Raphael Seixas disputaram a final e conseguiram resultados importantes nesta etapa. Na categoria Profissional, Raphael ficou na segunda colocação e Fininho terminou em terceiro. A competição foi vencida por outro paraibano, o Elivelton Santos.

Punição

“O episódio de agressão não vai passar em branco”, foi o que garantiu o presidente da Associação Nordestina de Surf. Além do processo que deve seguir na justiça, segundo Geraldo Cavalcanti, os acusados Josafá Barbosa, Joabson Barbosa e Sérgio Rocha serão banidos do esporte para sempre.

“Nós já estamos mandando um comunicado para as federações de todas as regiões do país comunicando o fato ocorrido. Esses criminosos não podem continuar no esporte. Eles vão ser banidos do surf”, disse Geraldo Cavalcanti.

Um dos diretores da Federação Paraibana de Surf também se mostrou preocupado com a relação entre Paraíba e Pernambuco, após o incidente do último domingo. Segundo Chico Padilha, não seria interessante para o Estado um racha com os pernambucanos, já que as federações sempre tiveram uma relação harmoniosa e a participação nas competições no estado vizinho é importante para os paraibanos.

“Vamos esperar que este episódio não manche a relação entre as duas federações. Sempre tivemos uma relação muito boa com eles. Espero que continue como era porque será importante para o desenvolvimento do surf local”, disse Chico Padilha.

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