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A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é uma das maiores riquezas naturais do planeta, pois encerra em si grande biodiversidade e tem importante papel até mesmo no clima, além de ser a casa de diversos grupos tradicionais indígenas. Fonte imensa de diversos tipos de recursos, a área é também alvo de interesses diversos, entre grupos econômicos e criminosos. O recente desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira reacendeu o alerta sobre a preservação e o cuidado de que a região necessita e que vem sendo deixado a segundo plano.

Com quase 7 milhões de quilômetros quadrados de área, a floresta amazônica se estende por nove países, sendo sua maior parte no Brasil. Um espaço tão grande vem sendo cada vez mais visado por grupos diversos, como o agronegócio e mesmo o narcotráfico. Outras forças também atuam na região e geram tensão e conflitos, os quais colocam em risco não só a biodiversidade local, mas também os povos originários indígenas, que veem suas terras cada vez mais ameaçadas.

O trabalho de Dom Phillips e Bruno Pereira era de investigar essas ameaças. Informações dão conta de que estavam tentando desvendar esquema de comércio ilegal de peixes, além de contrabando de drogas. Sumiram, e, até o momento em que escrevo este artigo, ainda não foram localizados. O caso, que já ganhou repercussão internacional, expõe uma dura realidade: a falta de proteção governamental sobre a Amazônia brasileira. Funai e órgãos ambientais vêm sendo sistematicamente enfraquecidos em nome de um “progresso” insustentável, cuja conta chegará no futuro. Com isso, o crime se estabelece com mais força na área, levando medo e destruição. Já passou da hora de uma ação mais enérgica e contundente. Defender nossas fronteiras e regular a exploração dos recursos naturais é obrigação com a vida do brasileiro. O que será de nós sem a floresta? O que será dos povos indígenas?

É claro que o desenvolvimento e o progresso são bem-vindos e necessários, pois não podemos permanecer estagnados. Eles não podem, no entanto, se estabelecer às custas da devastação e da morte. É possível incentivar setores produtivos, sem que se abram as portas para o desmatamento ou que se tomem as terras indígenas, por exemplo. É uma equação a ser cuidadosamente definida, com vistas a permitir um futuro sustentável e digno para todo o país. Esperemos que o trabalho de Dom e Bruno não seja em vão.

Uma espécie de sapo da floresta tropical brasileira, o "Thoropa taophora", tornou-se o primeiro anfíbio registrado vivendo em um harém, onde um macho acasala com duas fêmeas que permanecem leais a ele.

A chamada poliginia é considerada o sistema de acasalamento mais comum entre os animais e já foi encontrada em peixes ósseos, répteis, mamíferos, aves e até mesmo alguns invertebrados, disse à AFP Fábio de Sá, zoólogo da Universidade Estadual de Campinas.

Sá é um dos autores de um novo estudo publicado na revista Science Advances na quarta-feira (12), que agora mostra que a poliginia está presente em todos os tetrápodes, ou animais de quatro patas.

Os sistemas de acasalamento animal se mantêm entre a poligamia - que está associada a um estágio anterior da evolução - e a monogamia, que surge quando os filhotes de uma espécie exigem intenso cuidado dos pais.

A poliginia tende a ocorrer quando os machos são forçados a competir entre si pelas fêmeas e por recursos ambientais irregulares, como água e comida.

Sá e colegas decidiram investigar se essa espécie de sapo, encontrada na Mata Atlântica e conhecida por ser polígama em áreas de abundância, poderia exibir poliginia sob certas circunstâncias.

- Guerra de polegares -

Esses sapos preferem ficar em pedras e têm uma coloração marrom-avermelhada que os ajuda a se camuflar no ambiente. Os machos têm espinhos longos nos polegares, que usam em combate.

Os pesquisadores registraram os sapos em afloramentos rochosos nas margens da floresta tropical, onde existem relativamente poucas fontes de água doce ou "infiltrações" disponíveis e eles estão mais expostos ao sol. Com certeza, o cenário de poucos recursos teve um impacto.

Os machos patrulhavam suas áreas de reprodução e emitiam sons agressivos para afastar os intrusos, permanecendo perto de seus ovos e girinos para protegê-los. Quando invasores do sexo masculino ignoravam seus avisos, eles se lançavam sobre eles em ataque, com chutes e o uso dos espinhos para agarrar e arremessar seus oponentes.

- Relacionamento longo -

A equipe descobriu que os machos cruzavam com apenas duas fêmeas, em especial com uma dominante, mas também com uma secundária. As fêmeas dominantes tentavam induzir o acasalamento respondendo aos chamados de cortejo dos machos com suas próprias vocalizações. Enquanto isso, as fêmeas secundárias ficavam de lado, imóveis.

Entre outras descobertas, os pesquisadores viram que os girinos eram todos meio-irmãos do mesmo pai e uma das duas mães e, a partir da presença de girinos muito mais velhos dos mesmos pais, confirmaram que as relações de acasalamento eram de longo prazo.

O arranjo parece ter benefícios para ambos os sexos. Os machos precisam evitar que outros machos usem seus criadouros que não foram fáceis de encontrar, e é vantajoso diversificar a genética tendo várias parceiras.

“A vantagem para a fêmea é que é melhor ter um macho de boa qualidade e um criadouro de boa qualidade compartilhando-o com outra fêmea do que ficar exposta e não encontrar outro sapo ou encontrar um sapo de qualidade inferior”, acrescentou Sá.

A situação também gerou competição entre as fêmeas, o que é raro entre sapos: as fêmeas dominantes realmente respondiam aos chamados dos machos e pareciam empurrar as secundárias durante o cortejo.

Grandes incêndios devastam a floresta tropical da Indonésia e a fumaça tóxica forçou nesta terça-feira a suspensão das aulas em centenas de escolas no sudeste da Ásia.

Vastas áreas de florestas nas ilhas de Sumatra e Bornéu estão ardendo, enquanto milhares de pessoas lutam para controlar as chamas, frequentemente provocadas com o objetivo de limpar as terras para cultivos.

Também se acredita que a queimada para a agricultura é a causa dos enormes incêndios que atualmente devastam a Amazônia. Especialistas acreditam que eles poderiam ter um sério impacto na mudança climática.

Na Indonésia, o número de focos de incêndios disparou em algumas zonas, inclusive em Bornéu.

A qualidade do ar caiu a níveis "insalubres" em Kuala Lumpur e seus arredores, de acordo com o índice de poluentes atmosféricos determinado pelo governo.

O cheiro da queimada domina a região. Os moradores relatam problemas respiratórios e reclamam de problemas de vista.

"Os olhos doem e a fumaça provoca problemas respiratórios", declarou em Kuala Lumpur a turista indonésia Indah Sulistia. "A neblina também cria problemas para tirar fotos", acrescentou.

Quase 400 escolas permaneceram fechadas nesta terça-feira em nove distritos do estado de Sarawak, em Bornéu. Mais de 150.000 alunos foram afetados, de acordo com a secretaria de Educação.

Na província indonésia de Jambi, em Sumatra, alguns jardins de infância permanecerão fechados até sexta-feira. As escolas do ensino fundamental e médio também suspenderam as aulas, mas as autoridades não divulgaram números precisos.

O prefeito de Jambi, Syarif Fasha, pediu aos moradores que utilizem máscaras de proteção. O agência nacional de gestão de desastres da Malásia informou que 500.000 máscaras serão enviadas ao comitê de desastres do estado de Sarawak.

"Isto é realmente aterrorizante", afirmou Atiah, morador de Jambi.

"Estou tossindo e tenho dificuldades para respirar. Não sei o que vai significar para minha saúde", completou.

Na segunda-feira, a Malásia anunciou que planejava uma semeadura de nuvens para induzir a chuva e limpar o ar, liberando certos produtos químicos, embora alguns cientistas questionem a eficácia do método.

Os ecologistas indonésios pediram uma campanha contra as queimadas como sistema de limpeza da terra.

"Esperamos que o governo faça cumprir a lei contra as pessoas negligentes que permitiram a queimada de suas terras", declarou Rudi Syaf, diretor do grupo Verde da Comunidade de Conservação da Indonésia.

Jacarta mobilizou milhares de agentes adicionais desde agosto para impedir a repetição dos incêndios de 2015, os mais graves em duas décadas, que asfixiaram a região durante semanas e provocaram uma disputa diplomática.

Um estudo americano indica que os incêndios de 2015 podem ter provocado mais de 100.000 mortes prematuras por doenças respiratórias e de outros tipos. O presidente indonésio Joko Widodo advertiu no mês passado que funcionários do governo seriam demitidos se não conseguissem acabar com os incêndios florestais.

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