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Embora o ex-presidente Lula ainda não se coloque publicamente como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, o PT acertou na última semana a contratação do jornalista e ex-ministro Franklin Martins para a atuar na pré-campanha do petista. Ministro da Secretaria de Comunicação Social no segundo governo Lula, entre 2007 e 2010, Martins vai coordenar toda a estrutura de comunicação.

A expectativa dos petistas é que no ano que vem o marqueteiro que integrar a equipe seja subordinado ao jornalista, que se manteve próximo ao ex-presidente mesmo após deixar o governo. O PT não planeja investir na contratação de um "super marqueteiro" como fez nas campanhas presidenciais do partido de 2002 a 2014, quando contou com Duda Mendonça e João Santana.

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Em 2018, o marqueteiro de Fernando Haddad na disputa pela Presidência foi Otávio Antunes, um nome pouco conhecido no mercado do marketing político. A estratégia petista se difere da já adotada pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que contratou João Santana. O PDT chamou o marqueteiro baiano para coordenar a comunicação da pré-campanha e, provavelmente, da campanha no ano que vem.

Procurado, Franklin não quis comentar a negociação com o PT. "Não tenho nada para falar sobre isso. Se o Lula for candidato, e eu espero que seja, vou ajudar", afirmou o jornalista.

Segundo dirigentes petistas, novos reforços são esperados na comunicação do ex-presidente, especialmente nas redes sociais.

Após a mais recente pesquisa Datafolha mostrar Lula com vantagem sobre potenciais adversários num eventual segundo turno - 41% das intenções de voto, ante 23% do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por exemplo -, o petista intensificou o diálogo com lideranças de legendas do centro e do Centrão. O principal foco de ação do ex-presidente neste momento é articular palanques fortes no Estados, mesmo que isso implique que o PT abra mão de lançar nomes da sigla.

Depois de dialogar com emedebistas do Nordeste como o ex-presidente José Sarney (MA) e o senador Renan Calheiros (AL), com o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD-SP) e até com o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-presidente vai se reunir na capital fluminense com o prefeito Eduardo Paes (PSD).

Paes

No Rio, Lula aposta em uma chapa encabeçada pelo deputado federal Marcelo Freixo, que avalia trocar o PSOL pelo PSB, e quer colocar o centro nesta aliança. Ontem, diante de empresários, Paes fez diversos elogios ao petista. "O Lula, podem falar o que quiser, eu via a força do sujeito. Almoçando na Dinamarca, com o rei da Espanha, com a Oprah, com o faxineiro, com a Michelle Obama... Era o centro das atenções", disse durante almoço organizado pelo Grupo Lide, na zona sul do Rio.

Após a visita ao Rio o ex-presidente voltará ao Nordeste para agora reforçar a aproximação com o PSB, especialmente em Pernambuco. No Estado, o PT avalia apoiar a candidatura do pessebista Geraldo Julio, prefeito do Recife, ao governo.

Já em Minas Gerais, a estratégia foi outra. Lula atua nos bastidores para que o PT tenha um candidato no Estado em vez de apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que deu declarações críticas ao partido, fazendo referências à corrupção na Petrobrás. Neste caso, o nome escolhido foi o deputado federal Reginaldo Lopes. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País.

Acontece nesta quinta-feira (27) a primeira palestra do ‘Pense’, um Ciclo de Debates Contemporâneos da Paraíba, em que o jornalista e ex-ministro Franklin Martins dialogará sobre o tema “Mídia, Poder e Cidadania”. Será realizada na sala de concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, a partir das 19h, com entrada gratuita. 

O debate tem como objetivo levar ao público uma reflexão sobre os interesses e as interferências das mídias nos processos sócio-políticos, nacional e internacionalmente, além de debater sobre a qualidade da informação e o monopólio da mídia. Franklin Martins é um influente jornalista político no país e cientista social pela Universidade de Paris. Foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, entre 2003 e 2010, durante o governo de Luís Inácio Lula da Silva. 

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O Ciclo de Debates Contemporâneos da Paraíba continuará promovendo debates até o final do ano. E já tem outras datas marcadas para discutir assuntos como Justiça e Cidadania, com o jornalista Luís Nassif, no dia 11 de agosto e Avanços e intervenções da cidadania párea o controle democrático da política, com Frei Betto, no dia 27 de setembro. A invenção e reinvenção necessária do Nordeste; As veias abertas da América Latina; A nação sob incerteza: profundidades e sentidos da crise brasileira; são outros temas que também serão abordados nos debates. 

Mais informações podem ser encontradas no site do evento.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, fez hoje o que chamou de uma "crítica severa" aos meios de comunicação e saiu em defesa do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins, segundo o qual "paga até hoje o preço" por ter elaborado proposta de criação de um conselho de comunicação social.

O ministro-chefe avaliou que o projeto de regulação da mídia não tinha nenhuma "vertente autoritária" e defendeu que as empresas de comunicação criem uma espécie de "conselho cidadão" para discutir as grades de programação. Ele ressaltou, contudo, que esse debate não deve contar com a participação do governo federal, evitando, assim, com que haja qualquer intervenção na atividade da mídia.

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"Essa é uma crítica severa que eu faço ao papel dos meios de comunicação", afirmou. "Eu me pergunto se os meios de comunicação, hoje no Brasil, contribuem efetivamente para a formação de uma consciência cidadã", acrescentou. O ministro-chefe defendeu que os meios de comunicação sejam questionados pela sociedade e ressaltou que, na sua avaliação, eles podem dar uma contribuição importante para a democracia brasileira.

"Eu tenho muita dúvida sobre a atuação que esses meios têm naquela pessoa da ponta, qual é o salto de cidadania que essa pessoa tem?", indagou. Ele pregou ainda a adoção de formas de participação da sociedade, em geral, nos meios de comunicação. "Por que uma rede de televisão, que tem uma concessão pública, não pode formar um conselho de cidadania, que trabalhe a programação?", questionou, voltando a frisar que esses dispositivos não devem ter a participação do governo federal.

O ministro-chefe participou hoje do debate "Governança na Nova Economia", na Conferência Ethos 2011, na capital paulista. Uma das provocações feitas por ele, em referência à imprensa, foi submetida à avaliação da plateia que, por meio de um dispositivo eletrônico, opinou sobre a frase: "Os meios de comunicação não contribuem, efetivamente, para a formação de uma consciência cidadã". A metade da plateia, formada por cerca de 200 pessoas - composta por executivos e gerentes de empresas convidados -, concordou plenamente com a afirmação. Diante do resultado, o ministro-chefe brincou: "Isso vai sair nas manchetes: governo Dilma ataca a liberdade de imprensa", disse, entre risos.

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