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O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, disse que o governo federal deve definir nesta terça-feira, 30, a regulamentação da lei das domésticas. Mas ele frisou que é a presidente Dilma Rousseff quem vai decidir sobre o tema. Garibaldi conversou com jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, antes de reunião com a presidente. "Acredito que não (falta muito para definir o tema), (a regulamentação) é no sentido de fazer valer os direitos que foram acordados", afirmou o ministro.

Segundo Garibaldi, uma nova reunião com a presidente deve ocorrer à tarde - além dele, devem participar a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

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O Senado ampliou os direitos dos empregados domésticos em 26 de março, mas o governo está atrasado na discussão. Vários itens ainda precisam de regulamentação, como as questões referentes ao adicional noturno e à hora extra.

Conforme informou na semana passada o jornal O Estado de S.Paulo, a presidente Dilma pediu um "compromisso com o curto prazo" para a preparação do texto e ressalvou que quer que toda a legislação seja feita "de maneira responsável", de forma a "assegurar todos os direitos" do trabalhador doméstico.

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, disse que a vaga de presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é do PMDB. Por isso, será preenchida por Lindolfo Sales, seu chefe de gabinete, ligado ao PMDB, que vai substituir Mauro Hauschild, filiado ao PT. "Essa vaga sempre foi do PMDB. Nem sabia que esse rapaz era do PT", disse Garibaldi.

Hauschild, que foi demitido na última quinta-feira, pertence ao PT do Rio Grande do Sul mas, segundo Garibaldi, sua indicação tinha sido feita pelo PMDB, no início do governo Dilma Rousseff. Quando fui fazer a troca pelo meu chefe de gabinete, eu conversei com o líder Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o presidente (do Senado) José Sarney. Eles concordaram", disse Garibaldi.

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A demissão de Hauschild ocorreu por ordem da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Ele tirou férias e foi para o município de Lajeado (cerca de 120 quilômetros a noroeste de Porto Alegre) fazer campanha para a chapa PT-PMDB. Chegou a vincular a liberação de verbas para o município à eleição de Luiz Fernando Schmidt, que foi eleito.

Os adversários reclamaram da atitude dele para a ministra Gleisi e Hauschild perdeu o cargo. Ele é dos quadros da Advocacia Geral da União. Antes de presidir o INSS Hauschild foi chefe de gabinete do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, afirmou que a aprovação do projeto que cria o fundo de previdência complementar dos servidores públicos federais, o Funpresp, nesta quarta, vai "estancar uma sangria insuportável" para os cofres públicos. Para Garibaldi, que acompanhou a votação no plenário do Senado, a proposta resolverá o déficit das aposentadorias e pensões "no longo prazo".

"O projeto vai resolver (o problema) a longo prazo. Vai estancar uma sangria insuportável. Vai nos tornar distante da situação que vive hoje o velho mundo, que é obrigado a cortar benefícios porque a Previdência não se tornou sustentável ao longo do tempo nem o Tesouro conseguiu mais cobrir os déficits da previdência", comemorou Garibaldi, que é senador licenciado. A proposta seguirá agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.

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Para o ministro, o projeto é um "passo decisivo" para melhorar um sistema que, segundo ele, está "praticamente falido". Garibaldi classificou como "infundadas" as suspeitas de que possa ocorrer aparelhamento partidário ou cobiça na gestão dos fundos. Apesar disso, ele disse que os fundos serão fiscalizados pela Secretaria Nacional de Previdência Complementar (Previc). Mas defendeu o fortalecimento da autarquia vinculada ao Ministério da Previdência.

Garibaldi disse que os fundos, que têm R$ 500 bilhões em patrimônio, constituem uma "experiência vitoriosa no Brasil". Segundo o ministro, dos 22 grandes fundos existentes no mundo, 11 gerem recursos de servidores públicos. Para ele, a votação da matéria no Senado foi mais tranquila, porque a Câmara dos Deputados facilitou o projeto. "Nós tivemos o amadurecimento de tudo o que aconteceu na Câmara", afirmou.

O governo cedeu às pressões do Judiciário, dos servidores e de parte dos partidos da base - PT, PDT e PCdoB - e aceitou criar fundos de Previdência Complementar para o funcionalismo de cada um dos três Poderes separadamente. O fundo único com a possibilidade de planos distintos para o Executivo, Legislativo e Judiciário era um dos pilares do projeto que acaba com a aposentadoria integral para os futuros servidores públicos, estabelecendo um teto de benefício e instituindo a aposentadoria complementar.

Depois de mais uma rodada de negociação entre o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, com líderes de partidos da base e relatores do projeto na Câmara, o governo aceitou outras mudanças no texto. A administração dos fundos poderá ser dos próprios participantes, ou seja, deixará de ser obrigatoriamente terceirizada, como estabelecia a proposta.

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O PT resistia a permitir a gestão privada dos fundos. Há uma avaliação de que a medida poderia retirar a liberdade de investimento dos recursos em projetos considerados prioritários do governo. Na defesa do projeto original, Nelson Barbosa argumentou que o modelo de previdência complementar encaminhado ao Congresso diminuiria os custos da administração.

"Um único fundo teria vantagem de economia em escala, juntando os recursos", disse o secretário-executivo. Ele ponderou, no entanto, que, como os Poderes têm sua autonomia de cargos e salários, a economia poderia ser anulada pela gestão. Agora, serão três fundos, cada um com seu plano e gestão paritária entre representantes dos servidores e da União.

O PT pressiona ainda pelo aumento da alíquota de contribuição para o fundo. Nelson Barbosa reafirmou que os cálculos do governo demonstram que os 15% - 7,5% do governo e 7,5% do servidor - são suficientes para tornar o sistema sustentável. Ele afirmou que a contribuição dará para cobrir por 25 anos o benefício do servidor que se aposentar com 65 anos de idade, depois de contribuir por 35 anos, além de permitir que parte dos 15%, que ficarão à parte, pague o benefício além dos 90 anos de idade.

Nelson Barbosa argumentou ainda que o cálculo da rentabilidade do fundo foi feita de forma conservadora, considerando um retorno de apenas 5% ao ano, quando a rentabilidade real média é acima desse porcentual. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), contestou. "Os 7,5% não dão. Nossos estudos indicam que será necessário a alíquota entre 8,5% a 9,5%. Temos de voltar a esses estudos atuariais", disse.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que as negociações caminham para o entendimento e votação do projeto até a primeira semana de dezembro na Câmara. O governo pretende aprovar o projeto neste ano como forma de barrar o crescimento no rombo da Previdência do servidor público e tornar o sistema sustentável. Enquanto a Previdência Social, que atende 23 milhões de aposentados da iniciativa privada, registra um déficit de R$ 44 bilhões, o rombo na Previdência do funcionalismo público está em R$ 57 bilhões, embora com um número muito menor de beneficiados. São 958 mil aposentados, do total de 2,11 milhões de servidores públicos da União.

O novo sistema de previdência atingirá os servidores que entrarem no serviço público após a aprovação do projeto e a entrada em vigor da lei. A proposta estabelece um teto de aposentadoria equivalente ao do INSS, de R$ 3.691,74. O trabalhador da administração pública irá contribuir com 11% sobre esse teto. Para se aposentar com um benefício maior, terá de contribuir para a previdência complementar.

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