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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), declarou-se hoje (1) contrário à proposta da Força Sindical de criação de um gatilho salarial, segundo o qual o salário dos trabalhadores seria reajustado a cada aumento de 3% na inflação. "Nós levamos muito tempo para desindexar a economia e ainda tem espaço para isso", disse Haddad, ao chegar para a festa do Dia do Trabalhador organizada pela central na capital paulista.

"O aumento de salário continua ganhando da inflação. O trabalhador continua tendo ganho real. É para essa variável que eu olharia", afirmou o prefeito. Segundo ele, a manutenção dos ganhos reais é a garantia de que o bem-estar vai continuar sendo a marca do governo petista.

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O presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos Lima, criticou nesta terça-feira, 30, a proposta de retorno do gatilho salarial para reajustes de salários. "Gatilho é um mecanismo para ser usado em época de hiperinflação ou inflação descontrolada. E nós não temos nenhum descontrole no momento", disse, em referência à ideia que será apresentada na quarta-feira, 1º de maio pela Força Sindical durante as celebrações do Dia do Trabalho, na Praça Campo de Bagatelle, em São Paulo.

Lima ponderou, no entanto, que a CUT/SP vê sim que a inflação está além 'do que os trabalhadores imaginam'. "Esperamos que o governo e Banco Central controlem a inflação para que ela não corroa os salários."

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O gatilho salarial que será proposto pelo presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, pretende retomar um mecanismo pelo qual os reajustes para os trabalhadores aconteceriam pelo menos de três em três meses. Segundo Adi Lima, da CUT/SP, a entidade não discute hipóteses. "Não trabalhamos com ideias hipotéticas. Se um dia a inflação disparar, vamos brigar para ter mecanismos, mas não é o caso neste momento."

O tema da festa organizada pela CUT, que acontece no Vale do Anhangabaú, é Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade. "É um tema que está na ordem do dia", afirmou Lima.

A proposta da Força Sindical também não conta com o apoio das demais centrais, como Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, vai defender como principal bandeira amanhã, na festa de 1º de Maio em São Paulo, a volta do chamado gatilho salarial, mecanismo pelo qual os reajustes para os trabalhadores aconteceriam de pelo menos três em três meses. "Não dá para aguentar um ano para ter reajuste com essa inflação galopante", disse Paulinho. Segundo ele, as categorias com data-base em maio, como construção civil e vestuário, já disseram que vão colocar essa pauta em discussão. A proposta da Força, no entanto, não tem o apoio das demais centrais que estarão na comemoração do Dia do Trabalhador.

Pascoal Carneiro, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que não é a favor de indexar salários à inflação, pois isso não ajuda os trabalhadores. "Em vez de resolver, pode aumentar a inflação", avaliou Carneiro. De acordo com ele, a CTB continuará defendendo as principais demandas dos trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas e o fim do fator previdenciário.

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José Gonzaga da Cruz, secretário-executivo da União Geral dos Trabalhadores (UGT), confirma que a questão do gatilho salarial "não é uma bandeira comum". "Já tivemos indexação no passado e a inflação chegou a 1.400% ao ano. Tínhamos recomposição, mas sem nenhum ganho real", disse Cruz.

Paulinho, no entanto, rejeita a tese de que o gatilho salarial poderia agravar a inflação. "Nenhum trabalhador faz a inflação. Não posso concordar com esses (economistas) iluminados que puxam o saco do governo e usam esse argumento. Somos vítimas", disse o deputado, reforçando que o papel das centrais é proteger o trabalhador.

Festa

As centrais confirmaram a presença dos tucanos Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e Aécio Neves, senador por Minas Gerais, na festa de amanhã. Segundo Paulinho, a presença do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e da ex-candidata a presidente Marina Silva (sem partido) ainda não estão confirmadas, mas eles estariam tentando resolver problemas de agenda para comparecer.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, e o do Esporte, Aldo Rebelo, confirmaram participação. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que viria representando a presidente Dilma Rousseff, ainda não garantiu presença.

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