Tópicos | 1º de Maio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou inaugurações e obras para a ampliação da rede de universidades federais em São Paulo nesta segunda-feira, dia 1.º de maio, durante o ato unitário de comemoração ao Dia do Trabalho organizado pelas centrais sindicais, no Vale do Anhangabaú. Além da ampliação de duas universidades existentes, Lula prometeu a inauguração de uma nova unidade de ensino superior até 2026.

O anúncio aconteceu em um palanque onde estava o pré-candidato à prefeitura da capital Guilherme Boulos (PSOL) em um evento que não contou com as presenças do governador Tarcísio Freitas e o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB). Tarcísio ainda foi convidado pelo presidente da UGT, Ricardo Patah, para o evento, mas preferiu comparecer à Agrishow, em Ribeirão Preto.

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Também estavam no evento o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo. É justamente no ABC que a ampliação da rede deve começar, segundo Lula, com a conclusão das obras da Universidade Federal do ABC. Lula anunciou ainda a construção de uma universidade federal na zona leste de São Paulo e a inauguração de outra unidade em Osasco.

De acordo com ele, o terreno na zona leste para a construção da universidade já existe, pois foi doado pelo então prefeito Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda, que governou São Paulo entre 2012 e 2016. "Nós vamos teminar a universidade federal do ABC. Vamos inaugurar a universidade federal de Osasco. E vamos começar a fazer a Universidade Federal da zona leste. Quando o Haddad era prefeito, ele doou o terreno, mas não colocaram uma pedra. Pois eu vou à zona leste com o Camilo (Santana), o nosso ministro da Educação. Eu vou começar a terminar a universidade da zona leste em meu mandato", disse Lula.

A universidade de Osasco trata-se de um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no município, cujas obras foram vistoriadas por Camilo Santana em março. Na ocasião, o ministro disse que a unidade deve ficar pronta até o final de junho. Atualmente, o campus de Osasco da Unifesp funciona em prédio cedido pela prefeitura.

De acordo com dados do Estadão Verifica, Nos seus dois primeiros mandatos, Lula criou 14 novas universidades federais. A política de expansão da rede levou ao aumento do número de alunos dela de 3,5 milhões em 2003 para 6,3 milhões em 2010.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a prometer nesta segunda-feira, 1º de maio, em São Paulo, que todos os envolvidos nas manifestações golpistas de 8 de janeiro serão responsabilizados. Em meio à tramitação do Projeto de Lei das Fake News (PL) na Câmara dos Deputados, o presidente pediu para que todos virem "soldados" contra as fake news.

"Queria convidar todo mundo a virar soldado contra fake news. A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse País", declarou Lula, em ato do Dia do Trabalhador no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. "A gente não pode mandar mensagem mentirosa, passar pra frente aquilo que você sabe que pode prejudicar a pessoa."

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Lula mencionou que a mentira "nunca levou ninguém a lugar nenhum" e que foi a verdade que derrubou o ex-presidente Jair Bolsonaro, sem citá-lo nominalmente.

A fake news, segundo o presidente, foi também o que incentivou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

"Todas as pessoas que tentaram dar o golpe serão presas", disse o presidente da República.

O relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB-SP), entregou na quinta-feira, 27, um novo texto para o projeto.

A atual versão retirou um dos pontos de maior crítica da oposição e das empresas de tecnologia, as chamadas big techs, que é a criação de um órgão fiscalizador da atuação das plataformas.

O texto tramita em regime de urgência e deve ir à votação em plenário na próxima terça-feira, 2. Até lá, as negociações em torno da proposta que vai a voto continuam, e o relator não descarta a apresentação de um novo texto, com outras mudanças.

Um empresário de Poços de Caldas, em Minas Gerais, foi multado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por exigir que quatro funcionários trabalhassem no feriado nacional do Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio. O Sindicato dos Empregados no Comércio da Região denunciou o desrespeito aos empregados. 

A legislação estabelece que, em caso de trabalho no dia 1º de maio, os funcionários recebam o pagamento da diária em dobrou ou uma folga compensatória. Na condenação, o juiz da 1ª Vara do Trabalho de Poços de Caldas, Rosério Firmo, observou o desacordo à norma coletiva constatado pela fiscalização do sindicato feita em 2022. 

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A multa aplicada pelo magistrado corresponde ao pagamento de um piso salarial para cada empregado prejudicado. Além dos quatro pisos destinadas aos funcionários, a decisão também apontou o pagamento de mais quatro pisos salariais revertidos ao sindicato. 

Mesmo notificado por mandado judicial, o empresário não foi à audiência nem apresentou defesa. Por isso, a sentença o impôs os ônus da revelia e da confissão ficta. As custas ao réu ficaram em torno de R$ 241, com a condenação prevista em mais de R$ 12 mil. 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta segunda-feira, 1º de maio, em sua conta oficial do Twitter, que participará do ato organizado pelas centrais sindicais em virtude do Dia do Trabalhador em São Paulo. O evento está previsto para começar 11 horas no Vale do Anhangabaú. Lula deve discursar por volta das 13 horas.

Na publicação, o presidente lembrou o anúncio feito no domingo, de reajuste do salário mínimo para R$ 1.320,00 e da isenção do imposto de renda até R$ 2.640,00.

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"Medidas para valorização de trabalhadores. Nossa prioridade é recuperar direitos perdidos nos últimos anos e melhorar a vida do povo brasileiro. E essa data tão simbólica voltará a ser um dia de conquistas", escreveu Lula.

Além de Lula, devem participar do ato unificado, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Previdência Social, Carlos Lupi, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

O ato unificado de 1º de maio é organizado pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Intersindical Classe Trabalhadora, CSB, Nova Central e Pública.

A cantora Daniela Mercury decidiu abrir mão do cachê que receberia pelo show do 1º de Maio das centrais sindicais realizado na Praça Charles Miller, em São Paulo. Em ofício enviado à Secretaria Municipal de Cultura nesta quinta-feira, 5, a empresa que representa a artista pediu o cancelamento do contrato e o consequente pagamento. Ao Estadão, a mulher da Daniela, Malu Verçosa, afirmou que a cantora não recebeu nem receberá nenhum recurso da Prefeitura de São Paulo.

A apresentação virou alvo de uma investigação da Controladoria-Geral do Município depois que a cantora declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia discursado minutos antes. Como o evento foi em parte custeado com emendas parlamentares, a Prefeitura abriu processo para apurar desvio de finalidade e suspendeu o pagamento de R$ 100 mil que faria à produtora responsável pela contratação da artista.

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Durante o ato, que teve um caráter de apoio ao petista, Daniela Mercury puxou um coro de "Lula" e segurou uma bandeira com o rosto do petista estampado. "O Brasil precisa de Lula", disse ao final do show. Além dela, outros três artistas se apresentaram na festa organizada em frente ao Estádio do Pacaembu.

Com a repercussão da postura de Daniela - showmícios seguem vetados pela legislação eleitoral, assim como campanha político-partidária antecipada -, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de São Paulo também decidiu abrir uma apuração sobre o ato. Segundo promotores de Justiça ouvidos pela reportagem, a apuração deve se debruçar sobre uma violação de princípios da administração pública, como moralidade e impessoalidade.

Ao todo, três vereadores encaminharam verba, via emenda parlamentar, para custear o evento: Alfredinho e Eduardo Suplicy, ambos do PT, destinaram juntos R$ 525 mil para pagar a produção e organização do evento e Sidney Cruz (Solidariedade) liberou R$ 187 mil para pagar o cachê dos artistas que se apresentariam na festa - foram cinco no total, contando Daniela Mercury.

"Estou sendo massacrado por ter destinado emenda para um evento tradicionalíssimo que faz parte do calendário da cidade e sempre conta com a participação de autoridades dos mais diversos partidos. É legítimo fomentar eventos como esse, que leva cultura às pessoas e gera emprego. Não à toa outros vereadores destinam emendas para festas variadas, como a Marcha para Jesus", afirmou Cruz. "Agora, a fala de um artista foge do meu controle", completou.

Durante o protesto de 1º de maio realizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, um grupo de pessoas arrastou o colchão sobre o qual uma mulher em situação de rua dormia. O momento teria foi capturado pela reportagem do jornal Estado de Minas. 

De acordo com o jornal, o repórter que acompanhava a manifestação presenciou o momento em que dois organizadores do evento arrastaram o colchão da mulher com ela em cima. Segundo ele, naquele mesmo local, seriam colocados cartazes de propaganda do governo e uma bandeira do Brasil, onde as pessoas poderiam parar para fazer registros em foto, funcionando como um estande.

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Isso aconteceu no coreto da Praça da Liberdade, no Centro de Belo Horizonte. A mulher em situação de rua estava dormindo lá e não teria se incomodado com a presença dos manifestantes. Ainda segundo a reportagem do jornal mineiro, ela permaneceu dormindo mesmo enquanto seu colchão era arrastado pelos manifestantes e colocado do outro lado do coreto.

O repórter relatou que após o início do ato a favor de Bolsonaro, que contou com a presença de carros de som, ela não foi mais vista no local ou nos arredores da Praça da Liberdade.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) se mostrou positivamente surpreso com a adesão às manifestações governistas ocorridas neste domingo, dia 1º, ainda que a participação de simpatizantes tenha sido sensivelmente menor em relação a atos anteriores. "Vocês viram quanta gente lá?", perguntou o presidente a apoiadores que estavam em frente ao Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (2).

Bolsonaro ainda chamou o ex-presidente Lula (PT), seu principal rival nas eleições deste ano, de "cara de pau" por responsabilizá-lo pela inflação no País. "Cara de pau dele me culpar pela inflação. Inflação vem do 'fique em casa', disse o mandatário aos simpatizantes.

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As manifestações de esquerda para marcar o Dia do Trabalhador neste domingo também foram consideradas mais esvaziadas do que o habitual.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, celebrou em suas redes sociais as manifestações populares ocorridas neste domingo (1º) em comemoração ao Dia do Trabalhador, mas condenou atos que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar. Essas manifestações são “ilegítimas e antidemocráticas”, afirmou. 

 “O 1º de Maio sempre foi marcado por posições e reivindicações dos trabalhadores brasileiros. Isso serve ao Congresso, para sua melhor reflexão e tomada de decisões. Mas manifestações ilegítimas e antidemocráticas, como as de intervenção militar e fechamento do STF, além de pretenderem ofuscar a essência da data, são anomalias graves que não cabem em tempo algum”, reforçou o presidente do Senado. 

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 Neste domingo, trabalhadores das centrais sindicais e apoiadores de candidatos à Presidência da República fizeram reivindicações legítimas em várias cidades do país. No entanto, em algumas delas, foram feitos protestos pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar. 

 Pacheco ressaltou ainda que manifestações populares “são expressão da vitalidade da democracia”. “Um direito sagrado, que não pode ser frustrado, agrade ou não as instituições”, disse o senador. 

*Da Agência Senado

Protagonista dos atos organizados por bolsonaristas neste domingo, 1º, Dia do Trabalho, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) acaba de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento da ação em que ele foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques antidemocráticos.

A defesa diz que o processo perdeu o objeto com o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para perdoar a pena do parlamentar.

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"Diante do perdão presidencial amplo e irrestrito, não há sequer em falar de recursos a serem opostos ou interpostos, por quaisquer das partes, MP e defesa, pois deixou de existir o objeto da malfadada persecução penal, inexistindo também a motivação recursal", diz um trecho do pedido.

Além do arquivamento do caso, o advogado pede que os perfis do deputado nas redes sociais sejam reativados imediatamente. Outra demanda é a devolução da fiança de R$ 100 mil paga no ano passado por violações na tornozeleira.

O documento também provoca o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, ao sugerir que o magistrado se comprometa a "apagar o nome Daniel Lúcio da Silveira de vossa mente".

À vontade

O deputado esteve na manhã deste domingo, 1º, Dia do Trabalho, no ato montado em Niterói, na região metropolitana do Rio, onde disse que "a liberdade vale mais que a própria vida". Após a aparição, Daniel Silveira seguiu para a praia de Copacabana, na capital fluminense, onde fez discursos em três carros de som. Ele é esperado para o ato em São Paulo. Na capital paulista, bolsonaristas pedem o impeachment de ministros do STF. As manifestações foram organizadas para prestar apoio ao governo e ao parlamentar.

Ao comparecer nos atos organizados por bolsonaristas neste domingo, Silveira ignora a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o proibiu de participar de eventos públicos.

A proibição foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no final de março, na mesma decisão que mandou o deputado voltar a usar tornozeleira eletrônica, e posteriormente confirmada pelo plenário do STF. A medida foi sugerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após Daniel Silveira reiterar ataques aos ministros do Supremo.

Em despacho na última terça-feira, 26, ao pedir esclarecimentos do deputado sobre o desligamento da tornozeleira, Moraes reiterou que as medidas cautelares continuam valendo mesmo após a condenação a oito anos e nove meses de prisão por ataques antidemocráticos e o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para perdoar a pena. O ministro afirmou que o STF ainda precisa analisar os efeitos do perdão - ações da oposição foram distribuídas ao gabinete da ministra Rosa Weber, que já comunicou que não pretende decidir monocraticamente e vai pautar o tema direto do plenário.

"Enquanto não houver essa análise [do decreto presidencial] e a decretação da extinção de punibilidade pelo Poder Judiciário, a presente ação penal prosseguirá normalmente, inclusive no tocante à observância das medidas cautelares impostas ao réu Daniel Silveira e devidamente referendadas pelo Plenário dessa Suprema Corte", escreveu Moraes.

A defesa do deputado chegou a responder ao ministro argumentando que as medidas cautelares foram anuladas pelo decreto presencial "que concedeu a 'graça' ao perseguido político Daniel Lúcio da Silveira".

O Dia do Trabalhador, celebrado internacionalmente no dia 1º de maio, além de homenagear todos os trabalhadores e trabalhadoras, traz à tona questões de extrema importância. Essa classe tem lutado cada vez mais para não ser esquecida e para não perder os direitos que foram conquistados ao longo dos anos.

Mesmo com alguns avanços, no Brasil, a realidade atual do mundo do trabalho é preocupante e não tem respondido de forma positiva às promessas vendidas pela Reforma Trabalhista. Hoje, o número de brasileiros desempregados é de 14 milhões, como afirma a professora, advogada e especialista em Direito do Trabalho, Bárbara Feio.

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A reforma foi implementada pela Lei nº 13.467/2017, no governo de Michel Temer, e consiste em um conjunto de regras para atualizar a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Segundo a professora, ao lado da devastação causada pela pandemia, a política do governo federal e a má gestão da crise instalada prejudicaram ainda mais o povo brasileiro.

“Apesar dos reajustes salariais, os índices ficaram abaixo da inflação. Isso significa que o poder de compra do trabalhador está sucumbindo aos preços, sendo a base salarial cada vez mais desvalorizada – como resultado, temos um trabalhador que não está conseguindo pagar suas contas, está se alimentando cada vez pior e muitos estão perdendo suas moradias”, explica.

De acordo com a análise de Bárbara Feio, a reforma trabalhista teve poucos pontos positivos. “Ela foi, em sua maioria, destrutiva aos direitos socialmente conquistados pelos trabalhadores, privilegiando o empresariado, fragilizando e precarizando as relações de trabalho”, afirma.

A especialista diz que a reforma alterou normas referentes ao Princípio da Proteção do Trabalhador, como a imposição de limites da atuação do Judiciário frente à realidade do trabalhador e a prevalência do negociado sobre o legislado – atacando os direitos e garantias do trabalhador, possibilitando a negociação individual de trabalho em que o trabalhador poderá abrir mão de direitos trabalhistas.

Bárbara Feio acrescenta que, devido ao fechamento de muitos postos de trabalho, a classe trabalhadora vivenciou e ainda vivencia momentos de insegurança, submetendo-se a violações dos seus direitos. “A necessidade de manter a renda faz com que tais violações não sejam denunciadas ou reclamadas à Justiça do Trabalho”, explica.

Além de todos os elementos alterados pela reforma, a professora destaca que o péssimo desempenho do governo, a instabilidade e crise entre os Poderes da União refletidas nas ações e declarações do presidente Jair Bolsonaro, que são ameaçadoras ao Estado Democrático de Direito, afastam grandes investidores do Brasil e deixam de trazer recursos para o País.

“Sob todos estes aspectos, eu entendo a reforma de modo genérico – um grande prejuízo para o trabalhador somada a todos estes fatores relacionados à política e contexto da covid-19. O trabalhador está pagando esta conta e está saindo caro para todos nós”, afirma.

Bárbara Feio explica que algumas questões da reforma ainda não estão totalmente esclarecidas e que os tribunais do trabalho estão sinalizando, por exemplo, o reconhecimento de alguns tipos de trabalho. Segundo ela, a regulamentação do teletrabalho (ou home office) foi feita no momento certo, embora a maioria tenha migrado para a modalidade devido à pandemia. “Estabeleceu, ainda, que os custos com a execução da atividade correm por conta do empregador, devendo ficar responsável pelos equipamentos necessários à execução da atividade remota”, acrescenta. 

Na opinião da especialista, a classe trabalhadora sofre uma crise de representatividade e de confiança no governo e em instituições de modo geral, por inúmeros fatores. No entanto, ela diz ser otimista sobre o futuro dos trabalhadores. “Embora o cenário cinzento que a reforma e a pandemia pintaram em nossos horizontes, penso que, enquanto trabalhadores, nós somos e temos a força produtiva que move a economia”, diz.

Bárbara Feio fala sobre a necessidade de escolhas mais acertadas do ponto de vista político e valorização da mão de obra, buscando qualificação e esclarecimento sobre os direitos que temos. “Eu acredito que as forças políticas e de trabalhadores podem reverter o quadro que temos hoje, para um futuro bem mais colorido e próspero”, conclui. 

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

O tradicional evento organizado pelas centrais sindicais no 1° de Maio, Dia do Trabalhador, vai reunir neste sábado (1º) pela primeira vez antigos adversários políticos no mesmo palanque virtual e terá o presidente Jair Bolsonaro como alvo central dos discursos.

Além de três ex-presidentes - Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso -, o ato terá a presença dos presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Flávio Dino (PCdoB), e parlamentares de esquerda e de centro-direita.

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O ex-presidente Michel Temer não foi convidado. Já o governador João Doria (PSDB) enviou um vídeo, mas o material foi vetado por pressão de dirigentes da CUT.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Programado para reunir no mesmo palanque virtual vários pré-candidatos à disputa de 2022 contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o 1º de Maio dividiu as centrais sindicais que organizam a comemoração a ser transmitida por redes sociais e canais no YouTube. A CUT vetou a participação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), depois que ele já tinha enviado a gravação.

No vídeo, Doria destaca que o momento é de "compaixão" e manifesta solidariedade "aos familiares de quase 400 mil brasileiros" que perderam a vida durante a pandemia de Covid-19.

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O 1º de Maio vai exibir vídeos com declarações de prováveis adversários de Bolsonaro, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e terá como slogan "Democracia, Emprego, Vacina para Todos".

 

Durante o período de isolamento social devido ao surto causado pelo novo coronavírus (Covid 19), o roteiro profissional dos educadores foi alterado. Para transmitir o conteúdo das aulas aos estudantes, muitos professores enfrentam dificuldades com a adaptação ao modelo de ensino a distância (EaD). Além da falta de estrutura para lecionar em casa, a falta de prática com equipamentos tecnológicos pode fazer com que o ensino essencial não chegue aos alunos como os mestres assim desejam.

Outro aspecto observado por alguns educadores não é relacionado apenas à distância imposta pelo período pandêmico. Para a pedagoga Eliana Soares, 51 anos, o afastamento dos alunos pode interferir em questões identificadas apenas de modo presencial. "Além de transmitir conhecimento, às vezes, fazemos o papel de mãe e pai. A distância nos permite usar a tecnologia, mas nos afasta emocionalmente, e essa é minha preocupação", comenta.

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As educadoras Eliana Soares (á esq.) e Rita Panzolini | Foto: arquivo pessoal

Professora há 12 anos em um colégio particular na cidade de Santo André (SP), Eliana não esconde a frustração com o momento, mas afirma que tem se dedicado ao novo método. "Preparo todas as aulas com muito carinho, passo horas para gravar os videos e estar presente na vida dos meus alunos, mesmo que seja a distância", declara.

Já para a professora de ciências Graziella Colucci, 49 anos, um dos grandes empecilhos da educação a distância é a ausência da participação dos estudantes em aulas e atividades. "Tenho aproximadamente 150 alunos, e recebi cerca de 30 atividades. Em uma das salas com 28 alunos, apenas sete fizeram", lamenta. Atuante no ensino municipal de São Caetano do Sul (SP), ela afirma ter respaldo estrutural do poder público, mas entende que o problema possa estar relacionado à questão social e disciplinar dos aprendizes. "Além de serem muito jovens e não terem desenvolvido o empenho necessário para o EAD, as famílias têm dificuldades particulares que impedem o bom andamento", complementa.

A professora Graziella Colucci durante uma aula de ciências | Foto: arquivo pessoal

Profisisonal da rede privada de ensino, o professor de geografia Andre Rubinho, 46 anos, não sentiu dificuldade com o uso da tecnologia em suas aulas. Segundo ele, a formação como jornalista colaborou para sua adaptação. "O colégio disponibilizou um treinamento na ferramenta Zoom que foi rápido, mas bem produtivo", considera. Para Rubinho, os alunos estão preparados com recursos da modernidade, mas o que o preocupa são os demais colegas de trabalho. "Acredito que 80% deles estejam enfrentando dificuldades por não conhecerem todas as ferramentas e equipamentos, pois não são todos que podem ter recurso de ponta que permita a realização do trabalho", comenta.

Ainda segundo Rubinho, o módulo EaD também requer mais tempo de trabalho na rotina dos professores. Para elaborar um material que prenda a atenção do aluno, o profissional tem dobrado a jornada. "Fico a tarde inteira fazendo aula para apresentar aos alunos pela manhã. Descanso um pouco depois do almoço e volto a preparar conteúdo do dia seguinte", detalha. Apesar do volume maior de trabalho, ele está satisfeito com o rendimento dos alunos. "A adesão deles foi muito rápida. Na mesma semana, todos estavam adaptados", complementa.

O professor de geografia André Rubinho | Foto: arquivo pessoal

A preocupação do professor é ainda maior com o abismo social que pode se aprofundar mais após a pandemia. Para Rubinho, os colégios particulares saíram na frente, mas o poder público demorou para se adaptar à educação no isolamento social. "No colégio em que dou aula ninguém reclamou por não ter celular, internet, notebook, mas não dá para exigir dos pais de alunos de escola pública que tenham a mesma estrutura que os do ensino privado", afirma. "É mais uma mostra de aumento da desigualdade social e nunca evoluiremos como nação sem combater a desigualdade", finaliza.

Nesta sexta (1º), a tradicional mobilização pelo Dia do Trabalhador, realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), aconteceu através de uma live que reuniu artistas e políticos. A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, participou através de um vídeo no qual se referiu ao atual mandatário do país como “líder brutal e desalmado” e disse que sua conduta em relação à pandemia do coronavírus é uma “monstruosidade”. 

No início de sua fala, Dilma Rousseff se referiu a este Dia do Trabalhador como o mais trágico primeiro de maio da nossa história” porque “nunca o país enfrentou uma crise em tantas frentes”. Ela também afirmou que “toda a política de bem estar social construída desde 1988 está sendo destruída dia a dia, isso começou com o golpe de 2016”.

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Em seguida, Rousseff teceu duras críticas ao governo Jair Bolsonaro. “A desigualdade é tão vergonhosa que nada menos que 10 milhões de brasileiros vivem com até R$ 413  por mês”. Ela também falou sobre a conduta do chefe do Executivo frente à pandemia do coronavírus e a julgou como “monstruosa”. “Ele se mostrou o líder mais brutal e desalmado entre todas as nações do planeta. Bolsonaro zomba dos mortos e avilta da cadeira de presidente da república. A pandemia ganha contornos ainda mais sno Brasil porque o presidente deixa de atuar como um líder preocupado em salvar vidas humanas; elogia torturadores, desrespeita a vida, despreza a ciência e trata governadores e prefeitos como inimigos”.

Por fim, a ex-presidente cravou: “Ao invés de proteger os mais vulneráveis o presidente  os entrega à própria sorte. Se o presidente despreza a vida e dá de ombros dizendo ‘e daí’, nossa busca determinada por mudanças mostrará a ele que o povo brasileiro mostrará sua vontade. Não nos resta outro caminho que não gritar fortemente: fora, Boslonaro, desprezível”. 

Nesta sexta (1º), vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma carreata promovida em frente a um hospital de campanha em São Paulo. Vários carros, com bandeiras do Brasil, e som alto ligado, participaram do ato em frente à unidade de saúde montada de forma emergencial no ginásio de esportes paulista.

O terceiro hospital de campanha a ser inaugurado em São Paulo começou a funcionar nesta sexta (1º). Pela manhã, carros com bandeiras do país fizeram uma manifestação pró-Bolsonaro em frente à unidade. Com som alto, eles tocaram a música Que país é este, da banda Legião Urbana. 

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Nas redes sociais, as imagens da manifestação foram compartilhadas e muito comentadas. “Por onde anda a PM, o governador João Dória, o prefeito Bruno Covas para coibir essa indecência?!?”; “Infelizmente a PM só serve pra bater em professor”; “Que coisa tenebrosa, macabra, desumana, que falta de humanidade”; “O entorno dos hospitais tem o vírus. Eles acham que estão seguros, mas não estão”; “Bolsonaristas além de defensores de bandido tbm são burros e com sérias dificuldades de interpretação”. 

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Diante da ausência das tradicionais manifestações neste 1º de maio de 2020, os trabalhadores em todo o mundo foram convocados a comemorar o dia, feriado em muitos países, com "manifestações virtuais" nas redes sociais ou com cartazes em suas janelas.

"Esse 1º de maio é diferente de qualquer outro", resumiu o presidente francês, Emmanuel Macron.

Pela primeira vez desde a proibição das manifestações durante as guerras da Indonésia e da Argélia nos anos 1950 e 1960, não haverá pessoas reunidas na França, como forma de evitar a propagação da Covid-19.

O mesmo acontece nos outros países, em um contexto no qual metade da humanidade está confinada como forma de combater o novo coronavírus, que já causou mais de 230.000 mortes no mundo.

Os sindicatos convidaram os trabalhadores a mobilizar-se de outra forma: conferências ou shows sem público por meio da internet ou da publicação de fotos como forma de protesto nas redes sociais.

Este dia internacional, que tem como origem a luta do movimento operário do final do século XIX, é mais atual do que nunca, segundo eles: a epidemia evidenciou o papel essencial de algumas profissões até agora pouco valorizadas - seja na saúde, no comércio ou na limpeza - e contribuiu para o aumento das tensões sociais.

A pandemia atinge fortemente a economia, com a suspensão das atividades da indústria, comércio e serviços, além de aumentar o número de desempregados em todo o mundo.

No entanto, muitos em diferentes lugares optaram por não ficar em casa.

A polícia turca prendeu nesta sexta-feira vários líderes sindicais que desfilavam por Istambul apesar da proibição para sair.

Nas Filipinas, pequenos grupos desafiaram igualmente o veto para pedir ajuda pública e menores condições trabalhistas. A polícia anunciou a prisão de ao menos três pessoas.

Na Grécia, onde o governo pediu o adiamento de qualquer manifestação até 9 de maio, o sindicato PAME, afiliado aos comunistas, organizou uma concentração em frente ao Parlamento, muito organizada e ao som de músicas como "Bella Ciao".

Na Alemanha, um grande número de forças de segurança - 5.000 em Berlim - foi mobilizado para vigiar se a proibição para a ocorrência de manifestações com mais de 20 pessoas seria respeitada.

No norte da Espanha, onde a pandemia deixou quase 25.000 mortos, a cidade de Zaragoza teve um desfile organizado pelo sindicato Intersindical de Aragón no qual trabalhadores andariam cada um em seus carros, com máscaras e luvas, com cartazes colados nos veículos, segundo imagens das emissoras locais.

Para tal, a Justiça espanhola autorizou na última quinta as concentrações "in extremis", com a condição de limitar o número de carros a 60, com apenas um participante por carro. Motos estavam proibidas.

Nesta sexta (1º), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai realizar sua tradicional celebração ao Dia do Trabalhador através da internet. Por conta da necessidade de se manter o isolamento social, em decorrência da pandemia do coronavírus, a mobilização será realizada através de uma live, pela primeira vez na história da CUT. A programação contará com as presenças de políticos e artistas, nacionais e internacionais, com nomes que vão de Odair José a Roger Waters.  

Promovida pelas Centrais Sindicais - CUT, Força, UGT, CSB, CTB, CGTB, NCST, Intersindical, A Publica -, com o apoio das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a mobilização intitulada de 1º de Maio Solidário será transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da Rede TVT e páginas das centrais no Facebook. Como é feito nas manifestações presenciais, também foi organizada uma programação cultural, com a participação de artistas de todo o mundo. 

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Confirmados, estão nomes como Chico César, Zélia Duncan, Otto, Preta Ferreira, Dexter, Delacruz, Odair José, Leci Brandão, Aíla, Preta Rara, Mistura Popular e Taciana Barros, entre outros artistas brasileiros. Participando de fora do país, estarão o ator americano Danny Glover e o ex-vocalista e baixista da banda Pink Floyd, Roger Waters. 

Nesta sexta-feira, 1º de maio, comemora-se o Dia do Trabalho em diversos lugares do mundo. Diante do cenário delicado vivido em todo o planeta por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas perderam seus empregos durante o isolamento social. Mas boa parte continua na ativa para que diversos setores continuem funcionando, mesmo com o temor de contaminação, como os profissionais da saúde, bombeiros e policiais. Mas há também os porteiros, caixas, cuidadores de idosos, veterinários, frentistas, bancários, taxistas, jornalistas, trabalhadores da construção civil e indústria, entre outros, quem mantêm os serviços funcionando.

É o caso da caixa de padaria Ângela Maria dos Santos Silva. Ela conta que está sendo um período bem difícil. “A gente fica com medo de se contaminar, mesmo usando máscara e álcool gel. O tempo todo limpamos a máquina de cartão e o balcão, mas a parte mais difícil tem sido lidar com os clientes que têm sido bastante ignorantes com a gente, sem paciência, porque não deixam a gente pegar nos produtos deles para fazer a leitura do preço, ou não deixam pegar no cartão. Tem que ter muita paciência e calma”, relata Ângela que trabalha há três anos na padaria que fica na zona leste de São Paulo. “Mas preciso trabalhar e ainda pegar o transporte público todo dia”, lamenta a caixa.

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Entre os que continuam na ativa, há ainda os pequenos empresários, comerciantes e autônomos. É o caso do comerciante Mateus da Silva Oliveira, que tem uma loja de produtos agropecuários em Viçosa (MG), onde vende ração animal, insumos, e material hidráulico e elétrico. Ele ficou cerca de um mês com as portas fechadas, fazendo apenas entrega de produtos. Mas na semana passada a prefeitura autorizou a abertura das lojas, porém cercada de regras. A loja dele só pode atender três pessoas ao mesmo tempo e o atendimento foi dividido pelo final do CPF, sendo assim, não é toda a população que pode ser atendida todo dia, e é feito um rodízio para atendimento.

“Neste momento o movimento comercial está até melhor do que antes, porque teve comércio que não se adequou e não pode abrir. Estamos todos de máscara, na entrada da loja tem álcool em gel para quem entra e foi preciso colocar um vidro no caixa. Mesmo assim me sinto inseguro, mas tenho que trabalhar né?”, disse o comerciante. Ele disse ainda que a população está respeitando as regras. “Todos andam de máscara, aqui é obrigatório, além do álcool em gel que a gente sempre vê as pessoas com o próprio [vasilhame do produto]. Por enquanto só tivemos três casos, porque as pessoas têm respeitado as regras.”

Para o motorista de caminhão Leonardo Soares, que trabalha nas estradas há anos, o movimento está pior do que antes da pandemia. “O serviço deu uma boa parada, está bem difícil. Quando trabalho uso máscara, sempre levo álcool gel no caminhão, estão todos os caminhoneiros de máscara, mantendo a distância física, mas espero que isso passe logo, porque atrapalha muito a gente, dificulta mais o serviço e diminui a demanda, já que faço mais entrega de roupas”, lamentou Leonardo. 

Já a locutora de rádio Elizabeth Silva, de Belo Horizonte, acredita que a data esse ano terá um novo significado. “Hoje quando se fala Dia do Trabalho se tem uma conotação nova, diferente, a gente reflete inclusive se vai ter trabalho amanhã. O que o trabalhador tem enfrentado é um desafio e tanto. Eu me desloco para o trabalho todos os dias e preciso pegar dois ônibus. Na volta, como saio de madrugada, volto com carros de aplicativo, então, não tem jeito o risco é iminente, estou exposta o tempo todo, o que me dá medo”, lamenta.

Ela diz que faz uso dos equipamentos de proteção, mas que ainda se sente insegura. “Vou de máscara, levo o álcool em gel, é o que dá para fazer. Seguro 100% a gente sabe que não está. E tem que se colocar em risco porque o seu trabalho é essencial, no meu caso comunicação faz parte da rotina das pessoas, também porque preciso trabalhar para me sustentar, mas agradeço porque ainda tenho um trabalho”, explica a locutora.

Ela conta que, apesar de manter o emprego, teve redução de jornada e salário.  “Passamos por reajustes, a empresa precisou diminuir o salário e fizemos um acordo pelo menos para os próximos três meses, reduziu-se a renda e a carga horária para poder manter o nosso trabalho, enfim, é a nossa luta, mas tenho certeza de que vamos passar por essa”, finalizou.

O descanso do feriado do Dia do Trabalho não será sentido e comemorado como nos anos anteriores, mas o esforço de quem ainda pode trabalhar para manter a sociedade ativa e daqueles que podem manter-se em isolamento colaboram para que, em 2021, a data possa ser celebrada de forma festiva.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, nove centrais sindicais vão fazer nesta sexta-feira uma celebração online do 1º de maio. Pela primeira vez, a data não será comemorada com shows e discursos para milhares de pessoas nas ruas. A comemoração do Dia do Trabalho também deve ficar marcada pela presença de antigos adversários políticos no mesmo palanque virtual. Embora algumas delas devam fazer discursos fortes contra o presidente Jair Bolsonaro, essa não deve ser uma bandeira única do evento.

Confirmaram presença os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT), além dos governadores Flavio Dino (PC do B), do Maranhão, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Também devem participar entidades da sociedade civil, líderes sindicais, artistas brasileiros e até o ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters.

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Os organizadores comparam a amplitude dos setores políticos representados com o movimento pelas Diretas Já, na década de 1980, que reuniu desde Lula e Leonel Brizola até Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.

"É um 1º. de maio para questionar as políticas de emprego, saúde e salário mas também para colocar a questão da defesa da democracia. Não podemos deixar o Bolsonaro tratar o País como o quintal da casa dele, onde os filhos andam de patinete e fazem o que bem entendem. E sabemos que o movimento sindical sozinho não vai fazer essa mudança. Por isso decidimos ampliar", disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

"Se vai ser impeachment, renúncia ou outra coisa quem vai dizer é a sociedade. Mas este presidente não pode continuar assim", disse o líder sindical, um dos que compara o movimento atual com a Diretas Já.

Diante da impossibilidade de realizarem um ato físico, devido à pandemia do coronavírus, as centrais optaram por fazer uma transmissão ao vivo pelas redes sociais durante toda a tarde de hoje.

Negociação

O evento começa com uma celebração ecumênica que vai reunir representantes de diversas religiões e a partir daí vai intercalar apresentações artísticas com discursos políticos. Será a primeira vez que Lula e FHC dividem um palanque, mesmo que virtual, desde o segundo turno da eleição de 1989, quando o tucano apoiou o petista contra Fernando Collor de Mello.

A articulação teve percalços. Setores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, questionaram a direção da central sobre a participação em um mesmo ato com Rodrigo Maia e Alcolumbre, segundo eles "inimigos dos trabalhadores". Representantes do PSOL, entre eles o ex-presidenciável Guilherme Boulos, decidiram não participar do ato devido à presença da dupla do DEM.

Representantes de organizações da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foram convidados e devem participar.

Para manter a audiência, foram escalados dezenas de artistas. Os cantores Chico César, Zélia Duncan, Otto, Preta Ferreira, Dexter, Delacruz, Odair José, Leci Brandão, Aíla, Preta Rara, Mistura Popular, Taciana Barros e Francis e Olivia Hime vão se juntar a atores como Dira Paes, Osmar Prado, Maeve Jinkings, Paulo Betty, Fabio Assunção e Bete Mendes.

O ator norte-americano Dany Glover, que já participou de outros eventos da esquerda no Brasil e o músico britânico Roger Waters são as atrações internacionais. O ex-baixista do Pink Floyd enviou um vídeo cantando We Shall Overcome (Nós Devemos Superar, em tradução livre), composição do cantor folk Pete Seger, usada na campanha do ex-pré-candidato Democrata à presidência dos EUA Bernie Sanders.

Waters virou inimigo da extrema-direita brasileira ao estampar a frase "Fora Bolsonaro" em shows no Brasil em 2018. O 1º. de Maio unificado será organizado pelas nove maiores centrais sindicais do país, CUT, Força, UGT, CTB, CSB, CGTB, Nova Central, Intersindical e Publica sob o lema "Saúde, Emprego e Renda. Em defesa da Democracia. Um novo mundo é possível".

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) terá um elenco repleto de grandes artistas da música nacional e internacional no 1º de maio solidário, evento que marca o dia do trabalhador. O mais novo "integrante' do evento é o ex-vocalista e ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters. 

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O 1º de maio é um evento presente no calendário da CUT, mas com as medidas de isolamento em São Paulo devido à pandemia o evento também ganhou a sua versão virtual. Tudo será transmitido pelo YouTube e por alguns canais na grande São Paulo. O Facebook oficial da CUT também transmitirá o evento que começa às 11:30h. 

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Além da presença do ex-Pink Floyd farão parte do evento pelo dia do trabalhador: Leci Brandão, Chico César, Zélia Duncan, Elle Oléria, Fernanda Takai, Marcelo Jeneci, Delacruz, DeadFish, Odair José entre outros nomes. Além Waiters, Danny Glover, ator americano, também integra a lista de estrangeiros no evento. 

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