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As relações de consumo têm mudado muito e de forma bastante acelerada nas últimas décadas. Se, antes, para adquirir qualquer coisa, era necessário ir a uma loja; e, posteriormente, vieram as vendas por telefone; hoje, boa parte das transações já é feita pela internet. Acontece que essas relações de consumo – e o próprio relacionamento das marcas com seus clientes – têm sofrido alterações não mais por causa das tecnologias (ao menos não diretamente), mas por mudanças no próprio perfil do público consumidor.

Nas décadas de 1980 e 90, surgiu a chamada Geração Y, ou Millenials, aqueles que viram de perto o boom da internet e das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Hoje, eles têm entre 24 e 38 anos de idade, estão em idade economicamente ativa e formam boa parte da mão de obra nacional, ou seja, ainda têm influência sobre as relações de mercado. No entanto, já começa a despontar uma nova geração, a Z, ou Centennials. Estes são os nascidos entre 1995 e 2010, que já vieram ao mundo em meio à tecnologia e cresceram com ela. São os chamados nativos digitais. É com estes que as empresas precisam se preocupar ainda mais e dedicar atenção e estudo.

As gerações anteriores se adaptaram às ofertas. Com a Geração Z, de forma inversa, é o mercado que precisa se adequar aos clientes. Isso porque esse público está acostumado com a liberdade e as possibilidades de experiência personalizada que o ambiente digital oferece e leva isso para todas suas relações, inclusive as de consumo. Tudo precisa ser fácil, prático, rápido – instantâneo, até – e do jeito que eles querem, não como as marcas querem oferecer. Apesar de serem muito jovens, muitos ainda sem poder de consumo, são eles o futuro do mercado e os que possuem mais influência.

Esse novo panorama exige das empresas, principalmente, investimento na inovação. É preciso cativar o cliente de forma cada vez mais especial e diferenciada. Isso porque, no mundo multiconectado, você pode comprar o mesmo produto de uma empresa local ou de uma do outro lado do globo. Os fatores decisivos serão detalhes que farão a oferta mais atraente para cada cliente. Daí a importância de estar conectado com a clientela, analisando constante e reiteradamente as tendências de consumo, as necessidades do público-alvo, para atendê-las de forma inovadora e criativa. É preciso, mais do que nunca, ser “amigo” do seu cliente, criar laços e intimidade.

O mundo tem mudado cada vez mais rápido. O mercado, então, ganha novas “regras” constantemente e a tendência é que esse movimento se identifique com as próximas gerações. Cabe às marcas saberem acompanhar essa evolução e oferecerem produtos e serviços sempre atrativos, diferenciados e personalizados. A pena para a não observância dessas premissas é, inevitavelmente, a falência.

Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, o número de mortes relacionadas à depressão cresceu, em 16 anos, 705% no país. Em 1996, foram registradas 58 mortes associadas à doença. Em 2012, o número passou para 467. 

Para a psicóloga Allyde Penalva, Mestra em Psicologia Clínica pela Unicap, o aumento dos casos de depressão pode estar ligado às vontades imediatistas provocadas pelo consumo. “Há a necessidade de realização de desejos cada vez maiores, e isso leva, consequentemente, à frustração. As cobranças e exigências – não só da sociedade, mas do próprio indivíduo em relação a si mesmo – estão muito mais rígidas. Quando a vontade não é realizada, vem o sentimento de frustração”, afirma. 

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Segundo ela, a carga genética pode influenciar, mas não é determinante para ter a doença. “É preciso, sim, saber se houve casos de depressão na família. O fator genético pode funcionar como um ‘terreno fértil’ para a doença, mas a análise dos fatores exógenos é fundamental durante o diagnóstico do paciente”, pontua. Alterações no sono, no apetite e desejo de isolamento social também são pontos a serem levados em consideração. 

Laudicéa Ramos é aposentada e teve a doença em 2009, e afirma ter sido um período extremamente difícil. “Na época, uma de minhas filhas ficou desempregada, e provavelmente essa foi uma das causas da minha depressão. Eu não sentia vontade de comer ou dormir e queria ficar em casa, no quarto, o tempo todo”, conta. Após o tratamento, ela afirma estar muito melhor. “Passei um ano e meio fazendo tratamento e tomando remédios. Ainda tomo medicação hoje, mas já não me sinto do mesmo jeito em relação à época da depressão”, diz. 

Para o Dr. José Vieira, Mestre em Neuropsiquiatria pela UFPE, as terapias são fundamentais para superar a depressão. Segundo ele, os tratamentos com remédios são importantes, mas as chances de recaída são maiores caso as terapias sejam interrompidas. A psicóloga Allyde Penalva diz que o papel da família também é fundamental durante o tratamento. “É importante não ter preconceito e buscar informações com profissionais capacitados. Pessoas que têm depressão precisam de uma atenção diferenciada e o afeto, o cuidado e o respeito no núcleo familiar são muito importantes nesse momento.” 

REDES SOCIAIS – De acordo com o Dr. José Vieira, os ideais de felicidade postados nas timelines podem contribuir para o surgimento de sintomas da doença. “Há quase uma obrigação de mostrar momentos felizes na internet, e isso pode levar algumas pessoas à sensação de frustração. ‘Por que não sou tão feliz quanto os outros parecem ser?’ é uma pergunta que já representa decepção”, esclarece.

Segundo ele, a ideia de sucesso permanente individual é uma das principais características da Geração Y – denominação dada às pessoas que nasceram a partir de 1978 – é um dos fatores que podem levar à doença. Uso constante da internet, dificuldade em aceitar tarefas que apresentem resultados em longo prazo e autoestima elevada também são alguns traços dos indivíduos que compõem o grupo. Essa ideia de felicidade plena faz com que os membros da Geração Y estejam propensos à doença, por sempre exigirem êxito nas tarefas que realizam. “Atualmente existe uma pressão muito grande para ser e estar feliz o tempo todo. Quando essa expectativa não é correspondida, podem surgir fatores que levam à depressão,”, explica o psiquiatra. 

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