A Bovespa volta do fim de semana prolongado ainda em ritmo lento, acompanhando certa letargia dos mercados internacionais nesta manhã de segunda-feira. Mas os negócios tendem a ganhar tração à medida que forem conhecidos os indicadores e eventos econômicos no exterior previsto para os próximos dias. Ainda assim, a renda variável brasileira passou as últimas três semanas devolvendo os ganhos registrados no início de 2013, deixando dúvidas sobre se conseguirá encerrar o primeiro mês do ano com valorização. Às 10h07, o Ibovespa tinha ligeira baixa de 0,03%, aos 61.152,45 pontos.
No mesmo horário, no exterior, o futuro do S&P 500 tinha leve alta de 0,07%, enquanto as principais bolsas europeias oscilavam entre ligeiros ganhos e perdas. Os investidores fazem uma pausa e retomam fôlego, à espera do farto calendário econômico da semana que traz, entre outros destaques, a divulgação de números sobre atividade e emprego nos Estados Unidos e na zona do euro, além da primeira reunião de política monetária de 2013 do Federal Reserve.
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Além disso, os mercados acionários em Wall Street já estão bem esticados, depois de os índices Dow Jones e S&P 500 encerrarem o pregão da última sexta-feira - dia de feriado na cidade de São Paulo - nos maiores níveis desde 2007. Já o Ibovespa sofreu um "stop técnico" na quinta-feira passada, quando encerrou em queda de 1,29%, após passar boa parte da sessão com um comportamento lateral, reduzindo para mísero 0,36% o ganho acumulado no mês e no ano.
Mas a equipe de analistas da Fator Corretora avalia que não há grandes gatilhos para a perda imediata do atual patamar da Bolsa, de 61,1 mil pontos, o que vislumbra mais lateralidade até os 62 mil pontos. Para os profissionais da Lerosa Investimentos, o comportamento do último pregão da semana passada foi "clássico": "não houve força para sustentar a alta e a realização de lucros foi forte".
Para os especialistas, as dúvidas quanto ao desempenho da economia brasileira ainda injeta incertezas nos resultados financeiros das empresas nacionais. Qualquer agitação nos negócios locais, dessa forma, pode passar também pelo noticiário corporativo.
O Bradesco inaugurou a temporada de balanços no Brasil na madrugada desta segunda-feira, ao anunciar um lucro líquido contábil de R$ 2,893 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O resultado ficou 6,1% superior ao registrado em igual intervalo de 2011 e ficou em linha com a previsão dos analistas consultados pela Agência Estado.
No acumulado de 2012, o banco aportou lucro líquido de R$ 11,381 bilhões, com expansão de 3,2% ante um ano antes. A taxa de inadimplência do Bradesco encerrou dezembro estável, influenciada pela carteira de pessoas físicas. No trimestre passado, as despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 3,210 bilhões, queda de 2,8% ante o período anterior, mas crescimento de 20,6% em relação a igual trimestre de 2011. Para 2013, o banco privado prevê expansão de 13% a 17% da carteira de crédito.
Em relatório, a equipe de analistas da Um Investimentos diz que, de forma geral, o resultado veio em linha com as expectativas e deve ter um impacto "marginalmente positivo" sobre o preço das ações da companhia. Em Wall Street, na última sexta-feira, os recibos de depósitos de ações (ADRs) do Bradesco fecharam estável.
Já os ADRs blue chips não registraram uma direção única, com os recibos dos papéis ON e PN da Petrobras subindo e os da Vale caindo. A edição de hoje do jornal britânico "Financial Times" informa que a estatal petrolífera perdeu o posto de maior empresa da América Latina. Com a queda de 25% do valor da ação nos últimos 12 meses, o valor de mercado da Petrobrás foi ultrapassado pela também estatal petrolífera Ecopetrol, da Colômbia.
Mas o ADR em destaque ao final da semana passada em Nova York foi o da Oi, que caíram 2,04%. Em fato relevante, a Telemar Participações e sua controlada Oi informam que receberam correspondência em que o Grupo Andrade Gutierrez e o Grupo Jereissati comunicam que não existem planos em curso objetivando a venda de suas respectivas participações societárias na companhia. Já a Portugal Telecom disse que não planeja assumir o controle ou fazer uma oferta pela brasileira Oi, após relatos na imprensa de que a empresa portuguesa estava negociando a compra de fatias de dois acionistas.