Tópicos | Ibovespa

O índice da bolsa de valores de São Paulo, o Ibovespa (IBOV) voltou a operar em baixa, sendo a queda de 0,94% aos 114.325 pontos, nesta segunda-feira (21). O movimento ocorreu em paralelo à resposta semanal do Boletim Focus (relatório do Banco Central). Além disso, com as novas projeções do mercado de inflação para o Brasil e com investidores interessados na China, por causa da que passa por um momento de crescente desaceleração econômica.  

Os investidores também estão interessados na ida do presidente Lula à cúpula de líderes dos países do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na última sexta-feira (18), a estimativa de alta do Ibovespa fechou em alta de 0,37% aos 115.409 pontos, após presenciar uma série de 13 semanas apontando queda – considerada a maior sequência de baixas da história.

##RECOMENDA##

Agora, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 4,84% para 4,90% e se distanciando da meta do BC, de 3,25% e podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Já para o ano que vem, as projeções se mantiveram em 3,86%, enquanto a meta é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%. Na última segunda-feira (14), a empresa UBS rebaixou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático de 4,8% para 4,2%. Além disso, o banco visualiza a recessão imobiliária mais prolongada. 

De acordo com a agência de notícias chinesa Caixin, o Banco Popular da China resolveu cortar uma das principais taxas de juros do país em 0,10% na última segunda, com o objetivo de estimular o consumo dentro do país. Agora, a taxa de empréstimo de um ano está em 3,45% ao ano. O corte veio abaixo das expectativas do mercado, que esperavam uma redução de 0,15%, com a taxa chegando a 3,40% ao ano. No entanto, a agência também explicou que Pequim possui outras estratégias para tentar estimular mais a atividade na segunda maior economia do mundo.

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta, 16, pela 12.ª vez consecutiva, o que não ocorria havia 53 anos. A principal referência da B3 encerrou o pregão em baixa de 0,5%, aos 115.591,52 pontos, após chegar à máxima de 117.337,65 durante o dia.

Para especialistas, diversas razões justificam a sequência negativa, sendo duas referentes ao campo externo - incertezas em relação à economia chinesa e piora nas Bolsas de Nova York, com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - e no plano doméstico onde persistem as dúvidas em torno da votação do arcabouço fiscal e da proposta de Orçamento para 2024.

##RECOMENDA##

"Além de toda incerteza em relação à economia chinesa, com efeito direto sobre as commodities, há ainda atenção ao fiscal no plano doméstico, com a expectativa para a votação do arcabouço e também para a proposta de Orçamento de 2024. E, nos Estados Unidos, há também a questão dos juros e o efeito sobre a economia e as empresas", disse Gustavo Harada, especialista em renda variável da Blackbird Investimentos.

"A ata (do Fed) trouxe muitos detalhes sobre o desenrolar do cenário econômico por lá, e os diretores do Fed estão vendo ainda riscos de alta na inflação. Eles citam a possibilidade de aperto adicional nos juros para garantir a convergência da inflação para a meta, o que representaria risco de queda adicional para a atividade econômica", observou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Com a queda de ontem, o Ibovespa recua 2,1% na semana. No mês, o índice cede 5,21%, limitando o avanço no ano a 5,34%.

A sequência negativa contrasta com o bom desempenho da Bolsa no primeiro semestre, quando o índice subiu 7,61% e ficou entre os dez melhores investimentos do período. O giro financeiro desta quarta-feira foi a R$ 48,8 bilhões.

Após ter encerrado julho perto dos 122 mil pontos, o índice da B3 ainda não registrou nenhum dia positivo este mês. A marca dos 116 mil pontos era considerada uma referência de suporte importante que, uma vez rompida, poderia levar o Ibovespa ainda mais para baixo, em direção aos 110,5 mil pontos.

Alta

Ontem, na contramão do Ibovespa, as ações da Petrobras subiram. As ON (ação com direito a voto) tiveram alta de 2,95%, enquanto as PN (preferenciais) registraram valorização de 2,2%, um dia após o anúncio, pela estatal, de aumento nos preços da gasolina (16,2%) e do diesel (25,8%) nas refinarias, válidos a partir ontem. Outros destaques de alta foram IRB (+11,86%), Magazine Luiza (+7,22%) e Via (+5,92%). Entre as quedas, estavam as ações da Natura (-8,90%), Hapvida (-5,78%) e Alpargatas (-4,98%). (COLABOROU BEATRIZ ROCHA)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

##RECOMENDA##

O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

O índice Bovespa acelerou os ganhos e testou na manhã desta segunda-feira o nível dos 114 mil pontos, vistos pela última vez durante 25 de agosto (máxima diária de 114.156,20 pontos). O indicador segue o otimismo exterior, à medida que há expectativa de números de inflação menos pressionados ao longo desta semana. Porém, sem a referência do minério de ferro por feriado na China, Vale tenta subir em torno de 0,50%, limitando parte dos ganhos.

"Mercado estende o rali da semana passada. Amanhã sai o CPI, índice de inflação ao consumidor dos EUA americano. Todo mundo ficará atento para se fazer um último ajuste, um pente fino nas projeções juro dos EUA antes da Super Quarta dia 21. Mercado tenta identificar o pico da inflação por lá", avalia Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos.

##RECOMENDA##

Na sexta-feira, o Ibovespa, motivado pelo quadro internacional principalmente, fechou em alta de 2,17% (112.300,41 pontos).

Expectativa de moderação na inflação mundial, especialmente nos Estados Unidos, estimula apetite por risco globalmente. Isso porque amanhã sairá o CPI do país. A alta do petróleo de quase 2% influencia positivamente as ações do setor na B3 e consequentemente o índice Bovespa. Mesmo com a valorização, o preço do barril está aquém da importante marca psicológica dos US$ 100, o que reduz os riscos inflacionários.

"O petróleo retrocedeu um pouco, sendo negociado com cotação inferior a US$ 100 o barril. O mesmo aconteceu com o gás menos pressão nos preços na Europa. Mercado tentará indendificar se o pico da inflação nos Estados Unidos já foi batido", reforça Hashimoto, da Venice.

A falta dos negócios com minério de ferro por conta de feriado chinês gera instabilidade nos papéis, principalmente da Vale, que chegaram a cair mais cedo. "As ações apanharam caíram muito e ainda tem o vencimento de opções sobre Ibovespa na quarta, que pode gerar volatilidade. Porém, há expectativas de estímulo na China", pondera o sócio da Venice.

Apesar de investidores globais seguirem preocupados com a perspectiva de mais aumentos de juros nos EUA e na zona do euro, o sinal de que as autoridades monetárias continuarão atuando para conter a inflação, tranquiliza os mercados, cujas bolsas já subiram na sexta.

"Juros americanos e dólar recuam na expectativa de que CPI índice de preços ao consumidor dos EUA, a ser divulgado amanhã, apresente nova moderação. A sinalização de que o juro na área do euro continuará a subir também colabora para esse movimento, além de impulsionar as bolsas na Europa. Ativos de risco avançam", resume em nota a MCM Consultores.

Às 11h16, o Ibovespa subia 1,34%, aos 113.799,70 pontos, ante máxima intradia aos 114.159,53 pontos (alta: 1,66%) e abertura aos 112.307,24 pontos (variação zero).

A remuneração anual conjunta dos 90 CEOs das empresas que compõem o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, superou a marca de R$ 1,1 bilhão em 2021, o que significa um salário médio mensal de mais de R$ 1 milhão por executivo. Mesmo com a pandemia e o crescimento lento da economia, a remuneração de quem ocupa os cargos do topo das organizações brasileiras está em crescimento: o aumento desses executivos foi de 30%, em média, em relação ao ano anterior.

O tema da remuneração dos executivos é alvo de discussão não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Nos Estados Unidos, a questão gera polêmicas. Recentemente, a gigante do e-commerce Amazon foi questionada pela remuneração de Andy Jassy, seu CEO, que recebeu, sozinho, R$ 1,1 bilhão em um ano.

##RECOMENDA##

O levantamento dos ganhos foi feito a partir da documentação pública sobre remuneração que as empresas listadas têm de entregar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tendo sido tabulados por Renato Chaves, especialista em governança corporativa. Os dados não informam o nome do executivo que recebe o maior salário, mas, no geral, o CEO tem a maior remuneração. No Brasil, a regulação exige a divulgação dos salários dos executivos das empresas de capital aberto desde 2019. A regra, na época, foi alvo de muitas reclamações das empresas, que diziam temer pela segurança dos executivos.

RANKING. Os dados mostram que, mesmo entre quem recebe salários de dar inveja a qualquer um, há um grupo de "super vips". Dos bilionários salários pagos pelas 90 empresas do Ibovespa, R$ 400 milhões, ou 30% do total, estão nas mãos de apenas dez executivos. No topo da lista está o ex-presidente do banco espanhol Santander no Brasil, Sergio Rial, que embolsou R$ 59 milhões no ano passado.

Na sequência está o líder da mineradora Vale, Eduardo Bartolomeo, com remuneração anual de R$ 55 milhões, seguido de Milton Maluhy, do Itaú Unibanco, que recebeu R$ 53 milhões. Logo depois vêm Pedro Zinner, que preside a Eneva (R$ 52,7 milhões), e Gilberto Tomazoni, da JBS, que ganhou R$ 52,6 milhões no ano passado.

Em relação ao salto de 30% na remuneração de altos executivos de um ano para o outro, a principal explicação das empresas se refere ao fato que, em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, muitos dos salários não sofreram reajuste algum - e que o ano passado foi o momento de compensar parte dessas perdas.

O Estadão procurou as dez empresas que pagam os maiores salários. A Vale disse que sua remuneração segue práticas de mercado. O Bradesco disse, em nota, que o pagamento "é aprovado em assembleia de acionistas". As demais empresas preferiram não comentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta segunda-feira (30), o Ibovespa retirava 0,9% cotado aos 110.939 pontos. Os principais desempenhos negativos do dia são as ações de empresas estatais, em especial a Petrobras e o Banco do Brasil, por volta das 12h30. No mesmo horário, o dólar caiu 0,07%, a R$ 4,734, contornando a estabilidade com leves variações, com o cenário negativo superando o maior dos investidores em relação à economia global.

Os ativos da Petrobras caem quase 4%, e são prejudicados pelas incertezas em torno da nova troca de presidência da empresa, em um processo que pode demorar dois meses e com temores de interferência na política de preços dos combustíveis. Isso afeta também outras empresas controladas pelo Estado. As ações do Banco do Brasil retiram mais de 4%, após a estatal convocar uma Assembleia Geral Extraordinária e desistir de vender o BB Américas.

##RECOMENDA##

Os papéis da Eletrobras têm queda de mais de 2%. A pressão negativa supera o desempenho positivo de outras petrolíferas - 3R Petroleum e PetroRio –, que avançam com a alta do petróleo em meio às expectativas sobre as sanções europeias contra a Rússia.

O otimismo global continuou a ganhar força nesta sessão depois da cidade de Xangai, na China, anunciar que suspenderá um lockdown ligado à Covid-19 no dia 1 de junho, permitindo a retomada das atividades no maior centro econômico do país. A capital, Pequim, também anunciou uma redução nas restrições.

Nesta sessão, o Banco Central realizou leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento no dia 1 de junho de 2022. Na semana anterior, o dólar teve queda de 2,73%, no terceiro recuo semanal consecutivo, encerrando a sexta-feira (27) a R$ 4,738. O Ibovespa teve a terceira semana seguida de valorização, subindo 3,18%, e encerrando a última sessão aos 111.941,68 pontos.

Por Camily Maciel

Depois de testar o patamar dos 100 mil pontos neta quarta-feira, 1º, no fechamento, o Ibovespa sustentou alta robusta durante toda esta quinta-feira, 2. O tom do dia foi ditado, desde cedo, pelo andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, que foi finalmente aprovada na casa no início da tarde. O bom humor levou o mercado a fechar na máxima do dia, aos 104.446,24 pontos, uma alta de 3,66%. Bem distante da abertura e mínima do dia, 100.874,58 pontos (+0,01%).

Após dias de perda significativa no índice, a percepção é de que hoje o mercado encontrou formas de brigar por uma alta. Por um lado, houve a resolução de um capítulo importante da principal incerteza política e fiscal doméstica: a aprovação, no Senado, da PEC que abre o espaço para o Auxílio Brasil e para o pagamento de precatórios. Por outro, os investidores avaliam que os demais fatores de influência no índice ou ajudaram - caso das bolsas americanas, que subiam robustas após a queda de ontem, e das commodities - ou não atrapalharam, caso do PIB. "O mercado estava querendo motivos para subir depois de apanhar tanto nas últimas semanas", diz o especialista de renda variável da Blue3, Victor Hugo Israel.

##RECOMENDA##

Após ter sido adiada e muito negociada nos últimos dias, tirando o fôlego do Ibovespa por diversos pregões, a PEC dos Precatórios foi aprovada por 64 a 13 no primeiro turno e 61 a 10 no segundo turno do plenário do Senado. A medida abre um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões em 2022 e permite a implantação do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 a partir de dezembro deste ano.

"Hoje ficou bem conectado, foi bem direta a ligação entre a aprovação da PEC e o resultado positivo do Ibovespa. O Ibovespa descolou positivamente das bolsas americanas, algo que a gente não vê há algum tempo", afirma Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, completando: "A PEC em si não é algo que agrada, mas o plano B preocupava muito, que era decretar calamidade e assinar um cheque em branco em um ano eleitoral. Tirar da frente o risco de plano B foi interpretado de forma muito boa".

A PEC ainda terá que passar por uma nova votação na Câmara, que deverá se posicionar sobre as alterações feitas no Senado. Para Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos, no entanto, o principal desafio foi superado: "Ao nosso ver e de boa parte do mercado, o principal momento da PEC foi passado. A Câmara talvez faça algum ajuste, mas encaminha para ser votado".

O dado, divulgado hoje, do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, com queda de 0,1%, teve pouco impacto na bolsa. O mercado previa estabilidade, ou seja, boa parte do resultado já estava implícito nos preços. "Mesmo vindo abaixo da expectativa, o PIB mais fraco é algo que o mercado vem se acostumando nas últimas semanas. O Boletim Focus já vinha mostrando o PIB sendo revisado para baixo, não foi surpresa para ninguém", apontou Hashimoto.

O maior efeito prático da recessão técnica que se configurou com o resultado de hoje da atividade brasileira foi nos juros, à medida em que o mercado abrandou as apostas em uma postura mais agressiva do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que tira pressão de alguns papéis. "Os ativos de risco são beneficiados pelo fechamento da curva de juros", pontua Israel, da Blue3.

Por exemplo, os papéis de setores como varejo, muito ligados ao crédito e sensíveis, portanto, aos juros, têm apanhado nos últimos meses. Apesar de o índice setorial do segmento ter tido alta hoje (2,17%), ainda segue aquém do ritmo do Ibovespa, com impacto da Black Friday mais fraca que o esperado e o peso da inflação. Destaque para as Lojas Americanas, que teve ambos os papéis (AMER3 e LAME4), configurando como as maiores quedas do Ibovespa, -3% e -2,55%, respectivamente. Após sofrer nos últimos dias e mais cedo, as ações da Magazine Luiza reduziram a queda e fecharam o dia com recuo de -1,74%.

Na outra ponta, as ações de maior peso no índice tinham desempenho positivo robusto. Apesar da volatilidade, a alta no petróleo impulsiona os papéis da Petrobras. As ações preferenciais da companhia fecharam com ganho de 6,98% e as ordinárias, 8,29%. As siderúrgicas também tinham desempenho forte hoje, a despeito da queda no minério de ferro em Qingdao, na China. A Vale terminou o dia em alta de 4,64%.

Horas após a invasão de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) à Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) nessa quinta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) xingou o coordenador do movimento, Guilherme Boulos (PSOL). Em sua live semanal, o chefe do Executivo criticou a mobilização contra a desigualdade socioeconômica no Brasil, que evidenciou a alta nos índices de fome e desemprego.

Bolsonaro foi o principal alvo do movimento e recebeu a culpa pela alta de inflação, que repercute, principalmente, no poder de compra de itens básicos no supermercado. Para retaliar as acusações, ele xingou o líder nacional do movimento.

##RECOMENDA##

“Boulos, querer me culpar da fome no Brasil e do desemprego? Você tá de sacanagem, né? É um paspalhão, realmente, procurando fazer demagogia”, disparou.

Em resposta, Boulos publicou em seu perfil no Twitter que xingamentos de Bolsonaro, para ele, são tratados como elogio, e indicou que logo o presidente será preso por supostos crimes de gestão.

[@#video#@]

O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos. Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques - e mais duros - do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário. Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.

O temor de especialistas é que essa hostilidade inibe ou até mesmo jogue por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica. Por isso, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em nota, será preciso avaliar o clima das respostas políticas após os manifestos de ontem. "Certamente tudo isso piora o clima para as reformas que são necessárias", diz, lembrando da crise hídrica, da inflação elevada e do PIB, cujas projeções estão sendo diminuídas.

##RECOMENDA##

Neste cenário, fica a expectativa da abertura dos trabalhos do Judiciário hoje à tarde. Após Bolsonaro ameaçar descumprir decisões judiciais e pedir renúncia de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, o presidente da Corte, Luiz Fux, deve fazer um pronunciamento em nome dos integrantes do STF.

"A grande atenção interna fica por conta das repercussões das manifestações que aconteceram ontem. Vimos uma elevação de voz do presidente da República, e agora o mercado aguarda a reação dos demais Poderes", observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

Ontem, durante as manifestações, Bolsonaro ampliou a retórica autoritária contra o STF, desafiando a Corte máxima do País, procurou intimidar Fux e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes. Com isso, partidos discutem um novo pedido de impeachment, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu cancelar as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões da Casa previstas para hoje e amanhã, num sinal de isolamento a Bolsonaro.

"Existe, de fato, uma desarmonia entre os Poderes. Está inflado dos dois lados, o que pode sugerir racha institucional, o que será péssimo para o País. Agora, se o discurso do Fux for apaziguador, OK. O problema é se vier com discurso de ruptura", afirma em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Já a recuperação do petróleo no exterior pode atenuar eventual queda do Ibovespa hoje. Além disso, a valorização do minério de ferro na véspera (alta de 4,22%), quando a B3 ficou fechada, tende a servir de alento, depois do salto das exportações chinesas. Porém, hoje a commodity voltou a cair (-4,19%, a US$ 132,19 a tonelada, em Qingdao).

Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.

Hoje, o tom é levemente negativo no exterior, o que pode inibir possíveis perdas na Bolsa brasileira ao longo do dia. Os investidores esperam dados de emprego dos EUA e fala de membro do Fed, além do livro Bege.

Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.

Os sinais de colapso do sistema de saúde doméstico e a progressão dos yields americanos mantinham o Ibovespa na defensiva nesta abertura de semana, mas nada pior, aos olhos do mercado, do que a possibilidade de uma candidatura Lula em 2022, livre de empecilhos na Justiça. Assim, a anulação pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), das condenações do ex-presidente nos processos relacionados à Lava Jato no Paraná lançou o Ibovespa em espiral de mínimas nesta tarde, abaixo dos 111 mil pontos.

Ao fim, mostrava queda de 3,98%, a 110.611,58 pontos, com mínima a 110.267,80 (-4,28%) e máxima a 115.202,23, da abertura. Em porcentual, foi a maior queda desde os 4,87% do último dia 22, quando o índice reagia à mudança na Petrobras e, agora, mantém-se pouco acima do nível de encerramento de 1º de março (110.334,83 pontos). O giro foi de R$ 49,5 bilhões na sessão de hoje - no mês, o Ibovespa ainda sobe 0,52%, com perda de 7,06% no ano.

##RECOMENDA##

"Os DIs e o dólar explodiram com essa notícia, e a Bolsa veio abaixo. Depois, recuperou um pouco, com a percepção de que a decisão é monocrática, cabendo recurso (da PGR, que informou que apresentará). Isso vai longe, mas ruído e turbulência política nunca ajudam, ainda mais neste momento da pandemia. Falta de clareza nas regras é algo que afasta o investidor estrangeiro, que tem outras alternativas entre os emergentes", observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

"A perspectiva de juros mais altos aqui, e também nos EUA, com a pressão vista sobre os rendimentos dos Treasuries, e uma recuperação doméstica ainda atrasada pela pandemia afetam o apetite por ativos de risco, como as ações. Temos uma situação difícil no câmbio e na atividade econômica doméstica, mas alguns setores ainda conseguem se destacar: os correlacionados a exportações, à economia externa, como o de commodities. O momento é defensivo", diz Romero Oliveira, especialista em renda variável da Valor Investimentos.

Assim, após ter acumulado na semana passada recuperação de 4,70%, em seu melhor desempenho desde a primeira semana do ano, quando havia avançado 5,09%, o Ibovespa volta a ceder terreno, perdendo a carona da sessão positiva em Nova York, onde o Dow Jones renovou máxima histórica intradia, apesar de alertas de que uma bolha de ativos estaria em formação ante a complacência do Federal Reserve, que tem reiterado viés "dovish" para a política monetária dos EUA.

"A Bolsa já estava em queda diante do avanço do coronavírus, com recordes de mortes, lotação de leitos e medidas de isolamento social ao redor do País e, com a notícia da recuperação dos direitos políticos de Lula, bateu mínimas" ao longo da tarde, reforçando o "movimento de aversão a risco", aponta Paula Zogbi, especialista da Rico Investimentos.

"Além da surpresa da decisão de Fachin, a possibilidade de Lula em 2022 tem tudo para deixar a eleição ainda mais polarizada, e a grande preocupação do mercado fica por conta do rumo da situação fiscal, vide que o governo pouco avançou com a pauta até o momento. Essa preocupação se reflete em disparada dos juros futuros e forte inclinação da curva, assim como no câmbio, com o dólar voltando para a faixa (próxima) de R$ 5,80", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Assim, apenas duas ações do Ibovespa conseguiram escapar do mal-estar para fechar o dia em terreno positivo: Marfrig (+4,41%) e Eletrobras ON (+0,19%). Na ponta do Ibovespa, Localiza cedeu 9,39%, à frente de Locamerica (-9,23%) e de Eztec (-8,72%). Entre as blue chips, destaque para perdas acima de 4,5% em Petrobras (ON -4,81%, PN -5,76%) e de 4,58% para BB ON, liderando a queda entre os bancos no fechamento da sessão.

A chegada da vacina à população dos Estados Unidos e a continuidade de imunização em outras partes do globo dão otimismo aos investidores. A alta nas bolsas europeias, nos índices futuros de Nova York e do petróleo no exterior ocorre apesar do aumento de casos de Covid-19 no mundo, que já leva a adoção de medidas sociais mais restritivas, caso da Alemanha, o que pode atrapalhar a dinâmica da retomada da economia mundial.

O governo americano iniciou ontem o esforço de distribuição das doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e pelo laboratório BioNTech. Até quarta-feira (16), 2,9 milhões de doses devem chegar a cerca de 600 locais de aplicação da vacina. Enquanto isso, o investidor fica à espera do pacote de estímulos fiscais para atenuar os impactos da pandemia na economia. Já Cingapura aprovou o uso da vacina dos mesmos fabricantes dos EUA. A autoridade disse esperar vacinas para toda a população no terceiro trimestre de 2021.

##RECOMENDA##

A despeito do ânimo internacional, investidores já colocam o pé no freio, se preparando para as folgas de Natal e da virada do ano. Isso pode ser impedimento de mais ganhos robustos na B3 nessa reta final. Na sexta-feira, o Ibovespa fechou estável, aos 115.128 pontos, voltando ao nível de fevereiro, reduzindo as perdas do ano a 0,45%. Mais cedo, zerou a queda anual, mas logo voltou a ficar no negativo.

Depois de tocar a máxima aos 115.740,10 pontos, o Ibovespa reduziu a velocidade de alta. Às 10h34, subia 0,29%, 115.456,70 pontos, mas voltando a acumular queda no ano de 0,15%, no horário citado.

Já o dólar diminuiu o ritmo de queda, movimento também acompanhado pelas taxas de juros. A moeda cedia 0,32%, a R$ 5,0299, após mínima a R$ 5,0109.

A despeito da comemoração com o avanço das vacinas à população mundial, a segunda onda do novo coronavírus, à medida que tende a colocar em dúvida a retomada da economia global. Além disso, há dúvidas sobre quando o Brasil começará a imunizar a população brasileira.

Nesta manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão reiterou que tomará qualquer vacina contra a covid-19 que seja certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mourão é um dos poucos membros do alto escalão do governo que ainda não contraiu a doença.

Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, Mourão é um entusiasta do imunizante. O Ministério da Saúde, por sua vez, nega repetidamente a acusação de negligência e garante que o abastecimento dos medicamentos para doenças raras está "regular".

Além disso, as ações de empresas ligadas a commodities metálicas passam por realização de lucros, após ganhos recentes, pesando sobre o Ibovespa. O minério de ferro fechou em queda de 3,60%, a US$ 154,37 a tonelada, no porto chinês de Qingdao, na China, depois de dez altas consecutivas.

Na lista das principais quedas do índice estavam justamente esses papéis: CSN ON (-2,65%), Vale ON (-0,88%), Usiminas PNA (-0,66%) e Gerdau Met. PN (-0,19%). Tinha ainda Bradespar (-0,84%), acionista da Vale. Já CVC ON subia 2,66%, diante da notícia de vacinação contra a covid-19 no Hemisfério Norte.

Conforme o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, se houver fluxo, o índice pode buscar os inéditos 120 mil pontos nos próximos dias. "O problema é que por causa do fim do ano os mercados vão parando", diz em análise enviada a clientes e à imprensa.

Além disso, requer bastante atenção a agenda semanal, que está repleta de indicadores de atividade, decisões de política monetária norte-americana, na Inglaterra e no Japão, entrevista de autoridades como o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). No Brasil, serão informados a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira, que serão avaliados com afinco depois do entendimento do mercado de que o processo de retomada da Selic está próximo.

Há pouco, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,86% pela sexta vez seguida em outubro ante setembro, mas ficou aquém da mediana de alta de 1,10% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast (de 0,40% a 2,0%). Ante outubro de 2019, cedeu 2,61%, caindo mais que mediana de -2,0% das projeções (-3,70% a alta de 0,30%).

O BTG Pactual ressalta, em nota, que a incorporação da revisão dos últimos números do Produto Interno Bruto (PIB) levou uma base maior de comparação, o que resultou em dados mais tímidos. O banco ainda afirma que a recuperação econômica permanece heterogênea entre os setores, com destaque para serviços que ainda recua -7,4% na comparação anual, enquanto varejo avança 8,3% e a indústria 0,3%.

Apesar de esperar continuidade de recuperação econômica, o BTG pondera que, para os próximos meses ainda há muita incerteza, principalmente pela cautela dos consumidores, pelo cenário desafiador no mercado de trabalho e proximidade do fim do auxílio emergencial.

Do lado positivo, o Congresso marcou para quarta-feira a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 e de dois projetos, que abrem um crédito adicional no Orçamento deste ano, totalizando R$ 141,4 milhões em autorizações para o governo do presidente Jair Bolsonaro.

O Ibovespa emendou hoje a segunda sessão negativa de novembro, mês em que ainda registra ganho de 9,11%, agora equiparado ao de junho (+8,76%), após ter chegado a superar nesta semana o acumulado em abril, quando o índice da B3 avançou 10,25%, o maior do ciclo de recuperação - no ano, o índice cede 11,36%. Na semana, o índice limita o avanço a 1,57%.

O entusiasmo em torno da definição eleitoral nos EUA e do progresso sobre vacina para Covid-19 aos poucos volta a dar lugar a preocupações quanto à segunda onda na Europa e a falta de controle da pandemia nos EUA, uma combinação que tem segurado a retomada global. No Brasil, a situação fiscal para 2021 segue indefinida, em perspectiva mais incerta após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter se comprometido hoje com prorrogação do auxílio emergencial na eventualidade de segunda onda de coronavírus também por aqui.

##RECOMENDA##

Nos últimos dias, problemas técnicos desorganizaram a contagem de casos no País, dificultando o monitoramento da doença em momento em que os contatos sociais tendem a aumentar, com a aproximação do verão e das celebrações de fim de ano. Relatos de que internações por Covid voltaram a crescer, especialmente na rede particular de saúde, também contribuem para alimentar o temor de que a situação se agrave.

Neste contexto, acompanhando relativa piora em Nova York, com o Nasdaq também firme em terreno negativo, o Ibovespa passou a renovar as mínimas da sessão a partir do meio da tarde, chegando no piso do dia aos 102.033,75 pontos, em queda acima de 2,6% às 17h02, enquanto Dow Jones e S&P 500 apontavam perdas entre 1,4% e 1,5%. Ao final o índice da B3 mostrava perda de 2,20%, aos 102.507,01 pontos, tendo atingido na máxima 105.018,66, saindo de abertura a 104.810,06 pontos. Como nas últimas sessões, o giro se manteve acima do habitual, embora moderado hoje a R$ 35,3 bilhões, após ter superado R$ 51 bilhões na terça-feira.

Naquele pregão, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 4,968 bilhões na B3, de acordo com dados publicados hoje pela Bolsa. O número quebrou o recorde nominal da série de dados compilada pelo Broadcast, de R$ 4,502 bilhões, que havia sido registrada no dia anterior. A série tem dados diários desde janeiro de 2007.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse hoje que a pandemia continua como risco relevante para a economia, e que a retomada da atividade ainda é desigual e incompleta, de forma que "o Congresso talvez possa fazer mais na política fiscal". Por sua vez, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, apontou que a vacina é uma boa notícia, mas recomendou cautela ao lembrar que persistem incertezas, inclusive sobre a logística de aplicação.

A insistência do presidente Donald Trump em questionar o resultado da eleição tem atrasado o início do processo de transição política na maior economia do mundo, prejudicando o desenho de iniciativas para conter a progressão da pandemia, em sucessivos recordes de infecção diária nos EUA. Passada a euforia da eleição e o sinal positivo dado no início desta semana sobre a eficácia da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech, os investidores optam por embolsar os lucros que vinham se acumulando desde o início do mês.

Assim, o Ibovespa deu continuidade nesta quinta-feira à correção iniciada ontem, após ter avançado mais de 11 mil pontos entre o fechamento anterior à eleição americana (93.952,40, em 30 de outubro) e a sessão de terça-feira, 10 de novembro, quando alcançou seu maior nível de fechamento desde 29 de julho, aos 105.066,96 pontos, anteontem.

"Houve balanços positivos, como Magalu e Taesa, mas o que prevaleceu hoje foi o lado fiscal, a falta de definição de como ficará a situação para o consumidor em 2021, ainda sem que se saiba do auxílio. Há muitas indefinições também no exterior, com a segunda onda de Covid na Europa e esta dificuldade na transição americana, que deve atrasar o pacote fiscal nos EUA", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor.

Na B3, com ganhos ainda entre 15% e 19% neste mês, as ações da Petrobras participaram deste segundo dia de realização de lucros, com a PN em queda de 4,24% e a ON, de 4,11%, no fechamento desta quinta-feira, enquanto Vale ON, com ganho de 3,50% em novembro, teve ajuste mais discreto na sessão, em baixa de 1,46%. Também entre os destaques negativos do dia, após estarem entre as maiores recuperações observadas no mês, as ações de bancos mostraram hoje perdas entre 2,44% (Itaú PN) e 4,19% (BB ON), com ganhos em novembro ainda entre 9,83% (Banco do Brasil) e 19,05% (Itaú PN).

Na ponta negativa do Ibovespa, Azul cedeu hoje 6,38%, à frente de Gol (-5,92%) e Via Varejo (-5,73%). Na face positiva do índice, Taesa subiu 3,10%, Hapvida, 1,97%, e B2W, 1,51%.

Alerta envolvendo bancos europeus e temores de uma nova onda pelo novo coronavírus no Velho Continente e ainda com aumento de casos pela doença nos Estados Unidos dão o tom negativo nos mercados externos nesta segunda-feira (21). A aversão a risco internacional contamina o Ibovespa, que perdeu os 98 mil pontos (98.289,71 pontos) do fechamento de sexta-feira, quando havia caído 1,81%.

A queda praticamente é geral na B3, especialmente no setor financeiro, um dos principais pesos na composição do índice à vista, reforçando sua dificuldade em engatar retomada. Às 10h49, apenas CSN ON (2,87%) e Unit de Sulamérica (1,10%) subiam. O Ibovespa, por sua vez, cedia 1,69%, aos 96.627,31 pontos. O investidor parece ter aprovado a notícia de que a CSN anunciou atualização de negócios de mineração e autorizou IPO da unidade.

##RECOMENDA##

Ações de empresas ligadas ao segmento de commodities são outros fortes prejudicados. O petróleo cai na faixa de 3% no exterior, após a Líbia informar que poderá logo restaurar parte de sua oferta de petróleo, o que já empurra as cotações para o campo negativo. As ações da Petrobras caem em torno de 2%. Além disso, o recuo no porto chinês de Qindgao, do minério, de 4,07%, a US$ 119.82 a tonelada, afeta as ações da Vale ON (-1,88%).

Com este cenário, o Ibovespa não sustentou os 98 mil pontos, correndo o risco de acelerar a busca pelos 94 mil pontos, ou até ceder para um nível mais baixo, avalia o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira. O motivo, cita, a "contaminação por covid-19 em algumas regiões globo e ainda a denúncia de recursos ilícitos por instituições financeiras no exterior."

Os mercados repercutem relatos de que os britânicos HSBC e Standard Chartered movimentaram amplas somas de fundos ilícitos (de mais de US$ 2 trilhões) por quase duas décadas. Alegações contra os bancos na Europa também envolveriam Deutsche Bank e bancos dos EUA. Ainda, novos casos de covid-19 na Europa e aumento nas ocorrências nos Estados Unidos reforçam dúvidas quanto ao ritmo de crescimento da economia mundial, pressionando os ativos considerados de maior risco.

Nem mesmo a suspensão da proibição dos aplicativos chineses TikTok e WeChat em lojas de aplicativos nos EUA, prevista para ontem, alivia. A disputa eleitoral norte-americana também pesa. Pesquisa realizada pelo Wall Street Journal e NBC News mostra que cerca de 51% dos eleitores registrados nos Estados Unidos votariam no ex-vice-presidente e candidato democrata à Presidência, Joe Biden, se a eleição fosse hoje, ante 43% que apoiariam o presidente Donald Trump.

"Isso gera nervosismo, preocupação. Além do mais, essa questão dos bancos é mais um incômodo num mês que já estava sendo difícil", descreve o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

No horário citado acima, o Dow Jones caía 2,14%; Nasdaq, 1,21%; e o S&P 500, 1,78%. Na Europa, a queda máxima era do índice da Bolsa da Alemanha, de 3,25%, a mesma variação vista na de Paris.

Em tempo: além das críticas pela atuação no combate às queimadas na Amazônia, o governo federal também recebeu avaliações negativas após rápida visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a Roraima na sexta-feira (18), especialmente do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente Jair Bolsonaro, contudo, foi a favor da visita. Isso fica no radar, à medida que sugere ruídos na relação entre Bolsonaro e Maia, podendo atrapalhar a agenda de reformas.

Ibovespa opera em margem estreita nesta quinta-feira (10). "Ainda está indefinido. Tem muita coisa para acontecer aqui e lá fora", descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira. Segundo ele, está difícil o índice parar de patinar nessa marca em torno de 101 mil pontos. "A preocupação com a inflação e o fiscal domésticos continua e um exterior um pouco mais tumultuado sobretudo o euro", diz.

Hoje, o BCE manteve suas taxas de juros e ainda a política de estímulos, indicando de forma mais enfática que poderá mexer nos instrumentos de política monetária.

##RECOMENDA##

Às 11h14, o Ibovespa subia 0,25%, aos 101.536,48 pontos. A queda do petróleo empurra as ações da Petrobras para baixo (em torno de 1%), influenciado o Ibovespa. Os papéis têm peso de quase 10% no índice. Dentre as maiores altas, Gol PN (5,7%) e Azul PN (4,08%), em meio a sinais de retomada da atividade econômica. Hoje, a Gol informou que em setembro haverá aumento de 300 voos/dias, 40% sobre o mesmo mês de 2019.

As ações do Pão de Açúcar disparam (quase 15%), liderando a lista de maiores ganhos do Ibovespa, após anúncio feito pelo GPA, controlador do Pão de Açúcar, de um estudo para a separação da rede de atacarejo Assaí e a preparação da companhia para listagem na B3 e Nyse. Segundo o grupo, a cisão será precedida da transferência da participação hoje detida pela Assaí na Almacenes Éxito para o GPA.

No exterior, as bolsas europeias têm sinais mistos, mas as que estavam em queda reduziram o ritmo, enquanto as bolsas em Nova York avançam, após as palavras da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

Ela minimizou nesta quinta-feira os recentes ganhos da moeda comum do bloco ante o dólar. "A apreciação do euro contribuirá para pressões moderadas nos preços. Temos que monitorar o câmbio porque pode ter efeito sobre inflação", afirmou, durante coletiva de imprensa após a decisão de política monetária da autoridade, que manteve as taxas básicas de juros, mas reiterou a disposição de ajustar instrumentos.

O BCE mostrou-se nesta quinta-feira um pouco mais otimista em relação à recuperação da economia da zona do euro, após o choque da pandemia do novo coronavírus. Para este ano, o BCE prevê agora queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. A estimativa anterior era de contração de 8,7%.

Já nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego ficaram estáveis na semana passada, em 884 mil, enquanto a previsão era de queda a 850 mil. De todo modo, observa Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, trata-se da segunda semana em que o indicador ficou inferior a 1 milhão. No entanto, ainda segue o impasse nas negociações em relação a um novo pacote de ajuda à economia norte-americana, bem como o Fundo de Recuperação de 750 bilhões de euros para a Europa ainda precisa da chancela do Parlamento Europeu e dos Estados-membro para entrar em vigor.

Já no Brasil, as vendas varejistas voltaram a subir em julho, ainda que em menor magnitude. "É natural um crescimento menor depois da alta mais expressiva antes, refletindo o início da reabertura da economia", avalia Bruno Musa. Ontem, o Ibovespa subiu 1,24%, aos 101.292,05 pontos, acompanhando recuperação em Nova York.

As vendas do comércio varejista subiram 5,2% em julho ante junho, ficando acima da mediana de 0,90% das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast (-2,90% a uma alta de 22,40%). Já as vendas ampliadas cresceram 7,2%, também superando a mediana de 5,3% das previsões (0,60% e 31,50%). Em junho, os resultados foram de 8,5% e de 11,1%, respectivamente.

A questão à frente, ressalta o sócio da Acqua Investimentos, é saber como o mercado reagirá assim que terminarem os efeitos dos benefícios implementados para limitar os efeitos negativos na economia, como o auxílio emergencial.

O investidor ainda acompanha a notícia de uma operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (10) pela Polícia Federal, em mais uma etapa da Lava Jato, tem entre os alvos das buscas a sede da Petrobras na capital fluminense.

Além disso, fica no radar a informação de que a Petrobras anunciou hoje o início da oferta de recompra de títulos globais, por meio da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. (PGF), limitada ao montante total de US$ 4 bilhões. "Essa questão da operação da PF pode nem ter impacto, pois sabemos do rombo bilionário na estatal no passado, o que já foi suprido pelo mercado", avalia Bruno Musa.

Novos reforços de retomada da economia brasileira amparam alta do Ibovespa nesta quarta-feira (8), apesar das preocupações com o avanço da pandemia de coronavírus no Brasil e nos EUA. A valorização pode ser equilibrada com a cautela em relação a imagem do País no exterior, à medida que o presidente Jair Bolsonaro, contraiu Covid-19, continuar minimizando a doença.

Porém, hoje, reconheceu que as medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores, inicialmente criticadas por ele, "sempre visaram retardar o contágio" da doença no País.

##RECOMENDA##

De todo modo, por ora, a sinalização é de valorização do Ibovespa, após o recuo de 1,19% (97.761,04 pontos). Às 11h06, subia 1,68%, aos 99.431,80 pontos. No exterior, os sinais são mistos. Enquanto as bolsas europeias caem, as de Nova York avançam.

Hoje, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que os indicadores divulgados até agora apontam para uma recuperação da economia dos Estados Unidos em formato de "V", isto é, de forma rápida e vigorosa. Já a farmacêutica americana Moderna relatou avanços em sua candidata à profilaxia da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a empresa, a inscrição de voluntários para a "fase 2" foi concluída e, assim, a "fase 3" poderá ter início ainda em julho.

O avanço acima do esperado das vendas varejistas brasileiras em maio é um indicativo de que a atividade doméstica está reagindo às medidas implementadas pelo governo para combater o novo coronavírus. Ainda que as ações de algumas varejistas estejam nas máximas, deve dar um fôlego a mais nesta quarta-feira. Um desses exemplos é Magazine Luiza, que acumula ganhos de 57,35% no ano. Vale ressaltar, porém, que neste momento de pandemia, que levou ao fechamento do comércio e, agora, está reabrindo gradualmente, o crescimento deveu-se principalmente às vendas pela internet.

As vendas do varejo subiram 13,9% em maio ante abril, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou o teto (11,60%) das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. O piso era de 0,90% e a mediana, 5,90%.

No confronto com maio de 2019, as vendas caíram 7,2% em maio de 2020. Também nessa comparação, o resultado surpreendeu positivamente. O recuo foi ainda menor que a previsão menos negativa dos analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 17,30% a 8,30%, com mediana negativa de 13,40%. Porém, caíram 3,9% no confronto com o quinto mês de 2019.

Já as vendas do varejo ampliado(inclui as atividades de material de construção e de veículos) tiveram alta de 19,6%, superando a maior estimativa (13,10%) do mercado, que tinha piso de 0,50%, com mediana de 7,70%. Ante maio de 2019, cederam 14,9%.

"Os números margem vieram bons, acima do esperado, mas é preciso ver como serão os resultados das empresas do segundo trimestre, se irão confirmar essa dinâmica", pondera Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença. Os balanços corporativos do período normalmente começam a ser informados no fim de julho.

O responsável pela Gestão de Carteiras da Constância Investimentos, Mauricio Gallego, ainda chama a atenção para o setor financeiro, que segue no foco das atenções, em meio ao debate sobre o fim da taxação do setor. Ontem, as ações do segmento cederam na B3, após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propor o fim das taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito. Conforme Maia, isso distorce o sistema financeiro. "É um setor que tem representatividade de quase 30% no Ibovespa, e caiu com receio do fim da tributação. Seria preciso maior concorrência. Tem espaço para avançar", cita. Hoje, os papéis do setor sobem após as perdas da véspera.

Já as ações da Petrobras avançam acima de 2%, refletindo a valorização ainda que moderada do petróleo e a noticia de estaria preparando a contratação do que deve ser a maior plataforma de petróleo do Brasil, para o campo gigante de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A informação é de fontes ouvidas pela Reuters.

Conforme Gallego, os papéis da companhia petrolífera também deve avançar no curto prazo, a despeito das incertezas em relação ao mercado de petróleo. Mas acrescenta que a intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatizar uma parte do pré-sal pode dar dinamismo ao caixa da empresa, que já vem "fazendo seu dever de casa", em termos de desinvestimento.

A alta de 3,39% do minério de ferro no porto de Qingdao, também sustentam as ações da Vale (1,37%) e demais empresas ligadas ao segmento - CSNON subia 4,48%. Fica no radar ainda a aprovação do texto-base da MP das aéreas. Os papéis da Azul PN (1,40%) e os da Gol (0,99%) reagiam em alta.

Sem a referência de Nova York, o Ibovespa tem desempenho contido instável nesta sexta-feira (3). Já testou queda e alta, ainda influenciado por sinais de retomada econômica global e de avanço em vacina contra o coronavírus. No entanto, a ausência de divulgação de indicadores com capacidade para movimentar os negócios e o noticiário negativo limitam os ganhos. Às 10h59, subia 0,13%, aos 96.359,69 pontos.

O mercado acionário europeu cai esta manhã, apesar de novos dados de atividade da China e da Europa reforçarem percepção de retomada econômica. Embora as bolsas norte-americanas fiquem fechadas hoje por conta do feriado em celebração ao Dia da Independência dos EUA, os índices futuros já exibem recuo, porém moderado. A liquidez bastante reduzida deve afetar o Ibovespa.

##RECOMENDA##

Em meio a esses sinais de melhora da economia após reabertura, existe a preocupação de que alguns países voltem a ter de adotar medidas de isolamento social para conter avanço no número de casos de pessoas infectadas pela pandemia do novo coronavírus. O exemplo mais emblemático vem dos EUA, em especial da Flórida, onde há recordes de casos por covid-19.

"O mundo permanece animado com o desenvolvimento e expectativa de rápida aplicação de vacinas contra o coronavírus, mas também incomoda uma segunda onda pelo vírus nos EUA, mais especificamente na Flórida", descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Ontem, o Ibovespa fechou praticamente estável, com elevação de apenas 0,03%, aos 96.234,96 pontos. Chegou a ultrapassar a resistência dos 97.500 pontos (97.864,16 pontos) no pregão, mas não sustentou, diante de temores relacionados ao ritmo da retomada da economia doméstica e, sem dúvida, da mundial.

Embora alguns indicadores de atividade no Brasil tenham sugerido que o pior da crise tenha sido em abril, como mostrou ontem a alta de 7% da produção industrial de maio ante abril, Bandeira pondera que o mercado de trabalho ainda não superou o momento de maior deterioração. A despeito disso, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial não deve se tornar definitivo. Segundo ele, o governo gasta com essa ajuda R$ 50 bilhões por mês, e "não é dinheiro que está sobrando." O assunto deve ser tema do pronunciado que o presidente deve fazer amanhã em cadeia de rádio e televisão.

No exterior, o petróleo também cai, exibindo recuos acima de 1%, mas ainda assim as ações da Petrobras testam alta. Perto de 11 horas, os papéis subiam 0,23% (PN) e 0,13% (ON). No radar do investidor ainda está a notícia de que o Congresso recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a estatal a submeter vendas de refinarias a parlamentares.

Hoje, a empresa informou que iniciou a divulgação da oportunidade (teaser) para venda da subsidiária Petrobras Biocombustível (PBio), que inclui a totalidade das ações e três usinas de biodiesel. É mais um passo na saída da companhia do setor de biocombustíveis. Nem mesmo a alta de 1,19% do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, no fechamento de hoje, empurra as ações da Vale ON para cima (-0,77%).

Em tempo: a Polícia Federal cumpre nesta manhã mandados de busca em São Paulo contra o ex-governador do Estado José Serra (PSDB) e sua filha Verônica Serra), em uma operação da Força-tarefa Lava Jato que apura o funcionamento de esquema de lavagem de dinheiro no exterior, em favor de agentes políticos e outros operadores. A despeito de considerar a importância de Serra para a política brasileira, o tucano está há algum tempo fora dos holofotes há algum tempo, cita o economista-chefe da Necton, Andre Perfeito.

Apesar da gama de notícias negativas externas e internas, o Ibovespa sobe nesta quinta-feira (25) ignorando a instabilidade em Nova York, com predominância do sinal de baixa. As bolsas europeias também recuam, mesmo após o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de um novo estímulo para fornecer liquidez e de dados melhores na Alemanha.

Nos EUA, esta manhã, foram informados dados de encomendas de bens duráveis, que subiram 15,8%, acima da previsão de 9,8%, e a terceira leitura do PIB do primeiro trimestre. O índice cedeu 5%, ficando como o esperado, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego caíram 60 mil, a 1,48 milhão, contrariando as projeções de 1,35 milhão. Às 11h05, o Ibovespa subia 0,47%, os 94.819,49 pontos.

##RECOMENDA##

No Brasil, a aprovação do novo marco legal do Saneamento Básico pelo Senado ontem à noite, por 65 votos a 13, traz alívio. O analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, vê com bons olhos a aprovação. "A medida é o primeiro passo para destravar investimentos neste que talvez seja um dos setores mais sensíveis de nossa infraestrutura", afirma. Segundo ele, os investidores tendem a começar a projetar os ganhos de maior competitividade e dinamismo do setor. "Mostra que temos um Congresso reformista, e isso agrada", completa um operador.

Temores com o avanço de casos do novo coronavírus nos EUA continuam incomodando investidores, diante da possibilidade de que isso retarde o crescimento econômico global. Essa percepção, destacada ontem nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda ecoam negativamente nos mercados. Resumindo, diz em análise o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, o FMI prevê uma recessão global mais forte neste ano e uma retomada mais lenta no seguinte.

Também nesta quarta-feira, acrescenta, a informação de aumento dos estoques de petróleo nos EUA sugere que esse mercado está longe de ser regularizado. Hoje, em sua ata, o BCE avaliou como "altamente incertas" a velocidade e escala da recuperação econômica da zona do euro após o choque de covid-19.

Nesta quinta-feira, o Banco Central (BC) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçaram o quadro fraco de atividade no Brasil. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o BC reduziu a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de taxa zero para recuo de 6,4%, prevendo inflação abaixo do centro da meta em 2020. Conforme o BC, no cenário de mercado, a probabilidade de a inflação de 2020 ficar acima do teto da meta, de 5,50%, está em zero. Já o IBGE informou o IPCA-15 de junho, que ficou em 0,02%, acima da mediana de queda de 0,05% das estimativas. À tarde, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá a meta de 2023, cuja estimativa no mercado é de recuo de 3,5% para 3,25%.

Internamente, o setor elétrico fica no foco das atenções, sobretudo Eletrobras. Nova operação da Lava Jato apura fraudes na Eletronuclear. O Ministério Público Federal (MPF) e a PF cumprem 12 mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão nesta manhã no Rio de Janeiro. Entre os alvos de prisão temporária estão o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que presidiu a Eletrobras entre 2004 e 2005.

A cautela externa prevalece e o Ibovespa cai nesta quarta-feira (24) após a alta de 0,67%, aos 95.975,16 pontos, na véspera. A despeito de uma gama de fatores internos capazes de motivar o investidor, temores de uma segunda onda pela pandemia de coronavírus nos EUA e na Alemanha deixam os mercados externos em estado de atenção, respingando na B3.

O esclarecimento do presidente norte-americano, Donald Trump, de que o acordo comercial fase 1 entre seu país e a China está "intacto" e impulsionou os negócios ontem, hoje parece ser insuficiente para apagar os estragos feitos pelo assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro. Os ativos no exterior têm desempenho negativo, com os chineses não "engolindo" a afirmação de Trump após Navarro ter falado em "guerra fria" ao comentar o tema acordo comercial. Se não bastasse, os EUA estudam a imposição de novas tarifas a US$ 3,1 bilhões em exportações da União Europeia (UE) e do Reino Unido.

##RECOMENDA##

"Até que saia a decisão da votação do marco regulatório e seus detalhes, a Bolsa pode ter volatilidade, com tendência negativa por causa do exterior", afirma Sandra Peres, analista da Terra Investimentos.

A analista explica que o risco de um novo isolamento social em países que já retomaram suas atividades e estão dando andamento a recuperação pode resultar em um "retrocesso" deste processo. "O mercado está comprando uma retomada mais forte da economia apesar da falta de uma vacina para combater a pandemia de coronavírus, pois isso pode diminuiu ou até mesmo acabar com essa instabilidade", acrescenta.

No Brasil, às 16 horas, o Senado deve começar a votação do novo marco legal do saneamento básico, cuja expectativa é de aprovação. Se aprovado sem alterações, o texto segue para sanção presidencial.

Com o projeto, a iniciativa privada poderá atuar na exploração do setor e há estimativa de geração de 1 milhão de empregos. "Como pode sair só no fim do dia, pode se ter volatilidade na Bolsa, onde o investidor ficará à espera dos detalhes da esperada aprovação. De todo modo, é algo positivo pois deve destravar das empresas do setor, que podem ter maior manobra para negócios, com perspectivas de crescimento e melhora dos serviços prestados à população", afirma Sandra.

Além dessa expectativa que eventualmente pode limitar as perdas na B3 hoje, também pode ajudar neste movimento a valorização de 2,70% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao hoje, a US$ 103,34 a tonelada. Contudo, às 10h53, as ações da Vale ON cediam 0,05%.

Já as ações do setor bancário têm novas quedas depois das vistas ontem, ainda reagindo a algumas medidas do Banco Central que eventualmente podem colocar em risco o crédito e mesmo indicar interferência da autoridade monetária nos bancos, conforme analistas.

Às 10h55, Unit de Santander figurava na lista das maiores perdas do Ibovespa, com declínio de 3,05%; Itaú Unibanco PNB perdia 2,31%; e Bradesco PN caía 1,95%. O Ibovespa, por sua vez, tinha queda de 0,61%, aos 95.417,71 pontos.

Após ficar próximo aos 88 mil pontos (87.946,25 pontos) na véspera e de ter uma semana positiva até agora, o mercado de ações brasileiro se prepara para uma quinta-feira (28) (de queda, pelo menos na abertura, como sugere o Ibovespa futuro. O momento de cautela no exterior, diante de ameaças do governo dos EUA a redes sociais, e internamente, diante da crise entre o governo e o STF deve deixar o investidor local de sobreaviso.

"A instabilidade política abre ainda mais espaço para a realização", avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

##RECOMENDA##

Às 10h55, o Ibovespa caía 0,92%, aos 87.133,09 pontos, após fechar ontem em alta de 2,90%. Contudo, deve fechar a semana e o mês - que terminam amanhã - com valorização. Até o momento, acumula ganhos semanais em torno de 6% de cerca de 8% no mês, o que seria o melhor desempenho para maio desde 2009 (12,49%).

Em Nova York, com exceção do Nasdaq (-0,11%), que cai diante da expectativa por medidas retaliatória do governo dos EU a redes sociais, o sinal é de leve alta, ainda impulsionada pela reabertura econômica gradual no pós-isolamento social para conter a propagação do novo coronavírus. Na Europa, as bolsas sobem.

Após a divulgação de dados de atividade dos Estados Unidos, o Ibovespa acelerou a velocidade de baixa, caindo em torno de 1%, mas reduziu depois o ritmo. De certa forma, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, os indicadores dos EUA vieram em linha com o esperado, o que pode até ser visto como positivo. "Pode forçar o Fed a promover novos estímulos à economia", sugere.

O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre dos EUA apresentou recuo de 5,0%, ficando mais pouco intenso que o declínio de 4,8% esperado por analistas. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram 323 mil na semana, a 2,123 milhões, ante previsão 2,05 milhões. Já as encomendas de bens duráveis cederam 17,2% em abril ante março; previsão era de contração de 17%.

A reabertura de economias e o pacote de estímulos na zona do euro seguem trazendo alívio à aversão ao risco, assim como as notícias favoráveis relacionadas à produção de vacina no combate à covid-19, cita em nota o Bradesco. Entretanto, os economistas do banco ponderam que focos de preocupação continuam no radar, lembrando da notícia de que a legislatura chinesa aprovou a resolução que autoriza a elaboração de uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong, contribuindo mais para a tensão comercial EUA-China.

No Brasil, a tensão política entre o Planalto e o STF recrudesceu ontem e deve ficar no centro das atenções. Além disso, há pouco, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou a taxa de desemprego no País no trimestre até abril, que reforçou o quadro de piora do mercado de trabalho por causa dos efeitos da pandemia. A taxa ficou em 12,6%, igual ao piso das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast (12,6% a 15%, com mediana de 13,2%).

"O mercado deve ignorar um pouco político, em função de liquidez mundial imensa", observa Luiz Roberto Monteiro, da Renascença, completando, contudo, que o investidor continua atento ao tema.

Notícias externas devem se contrapor, pelo menos por ora, a temores relacionados à política brasileira, como sugere o Ibovespa futuro, que avança acima de 3% e dos 80 mil pontos na manhã desta segunda-feira (18). A valorização acompanha os ganhos firmes das bolsas europeias e dos EUA, que já amanheceram positivas, mas ganharam ainda mais força após a notícia sobre evolução de um medicamento contra o novo coronavírus.

Nesta segunda-feira, a farmacêutica americana Moderna anunciou que teve avanços em testes de sua vacina mRNA-1273 contra a doença. Relatou que houve "dados positivos" em testes iniciais com 45 pessoas.

##RECOMENDA##

Às 10h47, o Ibovespa subia 3,54%, aos 80.283 pontos, zerando, portando as perdas de 3,37% da semana passada. No exterior, as bolsas subiam entre 2,00% e quase 4%.

A expectativa de retomada de algumas economias após o isolamento social determinado para conter a pandemia é outro fator a impulsionar os mercados acionários internacionais e estimular o local também, observa o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira. "O movimento lá fora está forte, e isso deve ajudar aqui hoje", diz.

A alta das commodities, como a do petróleo de mais de 8% em Nova York e superior a 6% em Londres, e do minério, de 3,41% no porto de Qingdao, na China, deve sustentar ganho das principais blue chips da B3 - Petrobras e Vale. No entanto, há risco de a expectativa de valorização na Bolsa brasileira ser limitada pelo risco político, pelo aumento dos casos da doença e pelo vencimento, hoje, de opções sobre ações. "Enquanto lá fora os países estão tentando retomar as atividades, o Brasil está indo na contramão, e com adoção de lockdown em algumas cidades e preocupação em relação ao pico aumento da demanda de pacientes com covid-19 nos hospitais. Ainda assim, a Bolsa deve subir hoje por causa do externo", afirma.

Além do temor relacionado ao crescimento no número de casos de pessoas infectadas pela pandemia e no total de mortes, Bandeira lembra ainda da questão política no Brasil, que continua ganhando novidades e reforçando a instabilidade. "O quadro interno é ruim, seja pelos indicadores, pelo político, mas hoje os mercados tendem a reagir ao exterior", estima.

No domingo, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, disse que a economia americana deve se recuperar gradualmente no segundo semestre e que a instituição ainda tem munição para combater a recessão.

Se por um lado a fala de Powell anima, "não podemos esquecer da escalada das tensões comerciais entre EUA e China", observam em nota os analistas da Rico Investimentos.

O governo chinês divulgou uma nota em resposta às restrições impostas pelos EUA contra as companhias de tecnologia chinesas, alertando para uma possível ameaça à cadeia de produção global e anunciou novas restrições para companhias de chips americanas manterem seus negócios com as subsidiárias chinesas.

Já no Brasil, os agentes acompanham os desdobramentos da acusação do empresário Paulo Marinho, ex-aliado do Jair Bolsonaro, de que o presidente teria tentado interferir na Polícia Federal (PF). Marinho acusa também a PF de vazar informações sobre uma operação ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai analisar a suspeita de vazamento de informações da PF.

Ainda segue no radar a expectativa de Bolsonaro por uma definição quanto ao veto ou não de reajustes aos servidores público no âmbito do pacote de socorro aos Estados.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando