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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá conversar, nesta quinta-feira, 16, com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer os esforços pela repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza, apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O telefonema, que ocorrerá no período da tarde, será o segundo entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro.

O grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e palestinos, chegou ao Brasil na noite de segunda-feira, 13. Lula recepcionou os repatriados na Base Aérea da capital federal e, após ouvir os relatos, acusou Israel de "terrorismo".

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"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra", disse Lula.

Até então, o presidente havia evitado opinar sobre as ações de Israel e se limitava a repudiar as ações contra mulheres e crianças. Em outubro, Lula se restringiu a falar que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação o qual classificou como "terrorista", não justificava o Estado "matar milhões de inocentes".

De acordo com a apuração, a elevação do tom contra Israel se deu por um maior agravamento da crise humanitária. Segundo fontes que acompanham as negociações do presidente em relação à guerra, o chefe do Executivo subiu o tom dos discursos seguindo a gravidade do conflito.

Auxiliares reafirmam a posição do presidente brasileiro de equilíbrio na tentativa de alcançar a paz no Oriente Médio e relembram que Lula condenou, em diversas ocasiões, o ataque do Hamas contra Israel. Assim, da mesma forma que o petista repudiou o ataque, está fazendo o mesmo com os atos de Israel.

Após as falas de Lula na segunda-feira, entidades judaicas se posicionaram. Na terça-feira, 14, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, defendeu mais equilíbrio nas declarações do petista e pediu um encontro com ele. Em nota, a confederação também considerou o discurso do petista sobre o conflito, que equipara Hamas e Israel, "equivocado e perigoso".

O Instituto Brasil-Israel também lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

O presidente Lula (PT) anunciou que conversou por telefone com o presidente de Israel Isaac Herzog na noite desta quinta-feira (12). Pelas suas redes sociais, o chefe do Executivo brasileiro disse que agradeceu ao presidente do país em conflito pelo apoio a operação de repatriação de brasileiros que estão em Israel. O petista afirmou ter feito um apelo para que não falte água, luz e medicamentos nos hospitais para as vítimas do conflito.

"Conversei agora há pouco por telefone com o presidente de Israel Isaac Herzog. Agradeci o apoio para a operação de retirada dos brasileiros que desejam retornar ao nosso país. Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas. Solicitei ao Presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais", apelou o presidente que pela primeira vez se referiu aos ataques do Hamas como terroristas.

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Lula que está de licença médica se recuperando de uma cirurgia no quadril, também fez questão de se solidarizar com os familiares das vítimas dos bombardeios e colocou seu governo à disposição para negociar o fim do conflito com o Hamas. "Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz", afirmou o presidente.  

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Repatriação

Seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) já saíram do Brasil em buscar brasileiros que desejam voltar de Israel. Duas das aeronaves já retornaram ao Brasil com repatriados. Na última terça-feira (10), a primeira aeronave chegou trazendo 211 pessoas. Nesta quinta (12), mais 214 brasileiros desembarcaram no país. De acordo com o governo federal, 2,7 mil brasileiros que estão no Oriente Médio querem voltar ao Brasil.

O trabalhista Isaac Herzog, de 60 anos, foi eleito presidente de Israel pelos deputados nesta quarta-feira (2), em um momento em que o país vive uma crise política e a poucas horas do fim do prazo para formar um governo de coalizão.

Ex-líder do Partido Trabalhista, Herzog conseguiu 87 votos contra os 26 obtidos por sua adversária, Miriam Peretz, uma educadora sem experiência política, mas muito popular na sociedade israelense, depois de perder dois filhos em combate.

Herzog será o 11º presidente de Israel e vai suceder Reuven Rivlin, que está no cargo desde 2014. Sua função é, sobretudo, simbólica no país, onde o poder executivo está nas mãos do primeiro-ministro.

"Assumo sobre meus ombros a dura responsabilidade que vocês me dão", afirmou Herzog após o anúncio do resultado. "Serei o presidente de todos, construirei pontes entre os diferentes componentes de nossa sociedade", completou.

O advogado também agradeceu a rival, Miriam Peretz, por ser "um símbolo e uma inspiração para todos os cidadãos israelenses".

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que já foi adversário de Herzog nas urnas, felicitou o presidente eleito e desejou "sucesso".

A eleição de Herzog coincide com a reta final das negociações para a formação do governo no país. Os adversários de Netanyahu, o primeiro-ministro israelense que permaneceu por mais tempo no poder, têm até meia-noite de quarta-feira para construir uma coalizão.

Se o centrista Yair Lapid não conseguir, os deputados poderão solicitar ao presidente que atribua a tarefa a outro parlamentar. Outra possibilidade é uma nova eleição no país, que seria a quinta em dois anos.

Os israelenses vão às urnas nesta terça-feira (17) numa eleição que vai testar a capacidade de sobrevivência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sua aposta de que o medo dos adversários do país supere a preocupação da população com questões econômicas.

Netanyahu, líder do partido conservador Likud e antiga figura dominante na polícia israelense, encerrou sua campanha na segunda-feira com a promessa de não permitir o estabelecimento do Estado palestino. Ele busca um terceiro mandato consecutivo numa disputa inesperadamente apertada com Isaac Herzog, da União Sionista, de centro esquerda.

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Nove dos 23 outros partidos que participam do pleito devem conquistar mais da metade dos 120 assentos do Parlamento. Seus líderes vão ajudar a determinar qual dos dois principais candidatos formará maioria e uma coalizão de governo. As negociações podem durar dias ou até mesmo semanas.

Seis milhões de israelenses estão aptos a votar. As sessões eleitorais fecharão às 22h (horário local, por volta de 17h em Brasília). Os principais meios de comunicação devem divulgar suas pesquisas de boca-de-urna logo em seguida.

Netanyahu foi considerado favorito durante a maior parte dos três meses de campanha, mas na semana passada as pesquisas mostraram que o partido de Herzog estava na frente do Likud, com várias cadeiras de vantagem. Analistas dizem que é impossível prever quem sairá vencedor.

Após votar nesta terça-feira, Netanyahu descartou a hipótese de formar uma coalizão com Herzog. Segundo ele, Herzog entregaria facilmente os territórios aos palestinos, que buscam a formação de seu Estado na Cisjordânia e Faixa de Gaza, tendo Jerusalém Oriental como capital. Esses territórios foram tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

"Temos abordagens diferentes", disse Netanyahu em entrevista ao Canal 10 da televisão israelense. "Eles (a União Sionista) querem uma retirada. Eu não quero sair. Se eu formar um governo, será um governo nacionalista."

Já Herzog disse que retomará os esforços de paz com os palestinos, restaurará as relações com o governo de Barack Obama e reduzirá as diferenças entre israelenses ricos e pobres.

"Quem quer que queira seguir o caminho de desespero e desapontamento de Bibi votará nele", disse Herzog após votar, referindo-se ao primeiro-ministro por seu apelido. "Mas quem quiser mudança, esperança e um futuro realmente melhor para Israel votará no campo sionista, liderado por mim.

Netanyahu, o político há mais tempo no cargo de primeiro-ministro desde o fundador do país David Ben-Gurion, apresentou-se durante a campanha como um baluarte contra as ameaças à segurança. Ele falou sobre os perigos representados pelo Estado Islâmico e pelo Irã. E foi a Paris para se unir a líderes europeus numa marcha de solidariedade pelas vítimas dos ataques terroristas de janeiro. Nos Estados Unidos, discursou no Congresso contra os termos de um acordo internacional para limitar o programa nuclear de Teerã.

O premiê enfatizou seu histórico na promoção da expansão dos assentamentos judaicos em terras reclamadas pelos palestinos para seu futuro Estado, um fator que prejudicou as negociações de paz com a liderança palestino no ano passado.

Herzog, advogado de fala mansa que atuou em governos anteriores como ministro da Habitação, Serviços Sociais e Turismo, oferece uma política externa mais conciliatória e critica a gestão econômica de Netanyahu. Ele salientou a desigualdade de renda, o crescente custo de vida e a falta de habitação acessível para a classe média. Fonte: Dow Jones Newswires.

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