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Na última sexta-feira (30), o Governo Federal publicou norma de contingenciamento do orçamento destinado ao Ministério da Educação (MEC) e formalizou a retirada de R$ 2.399, sendo R$ 1.340 bilhão entre julho e agosto de 2022 e R$ 1.059 bilhão no final de setembro. O novo corte orçamentário inviabiliza o funcionamento das universidades e institutos federais.

Em entrevista ao LeiaJá, o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), José Carlos de Sá, falou sobre os impactos do bloqueio na instituição. "A gente já teve que se ajustar a uma situação de um orçamento reduzido na época [junho de 2022], era cerca de 7,2%, e, agora, falou que se deu um bloqueio da ordem de 5,8%. O que significa, para a gente, algo em torno de R$ 2,6 milhões", explica.

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De acordo com José Carlos de Sá, o IFPE já estava em uma "situação bem difícil". Para manter o funcionamento, mesmo que de forma precarizada, o instituito realizou uma série de ajustes: "Redução de visitas técnicas, redução de viagens, redução de capacitação de servidores, praticamente zeramos a capacitação dos servidores, para que a gente pudesse manter os contratos", elencou José Carlos de Sá à reportagem.

Ainda segundo ele, o bloqueio de R$ 2,6 milhões "significa praticamente o orçamento de dois campi do IFPE", que conta com 16 campi e 17 polos de Educação a Distância. "São mais de dois milhões de reais. É um valor muito significativo. E coloca a instituição em uma situação muito difícil. Isso vai impactar a área diretamente relacionada aos estudantes, que são as visitas técnicas, insumos pré-laboratórios, para realização de aulas práticas, e a própria condição de manutenção das bolsas e dos auxílios da da assistência estudantil".

Adaptações e corte

Com o orçamento reduzido, vindo de anos anteriores também, o reitor do IFPE prevê novos cortes. "Nós precisamos nos adaptar. Então, nessa condição de orçamento, que já é reduzido, você não sabe mais de onde cortar. Os nossos contratos com os servidores terceirizados já foram bastante reduzidos durante o período da pandemia. Temos campi que já reduziram vigilantes, já reduziram suas limpezas, já reduziram motoristas. Então, tudo isso já foi justamente cortado ao longo dos últimos anos", aponta.

E complementa: "Eu vou ver se a gente consegue manter todas as bolsas, se a gente consegue manter as técnicas, adquirir fundos com laboratórios. Então, isso é a consequência dos cortes e de bloqueios orçamentários, é a precarização do serviço". 

Na última segunda-feira (13) o professor José Carlos de Sá foi nomeado reitor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), após a publicação de sua nomeação no Diário Oficial da União (DOU). Ele assume o cargo até o ano de 2024, no lugar da professora Anália Ribeiro.

O isolamento social, necessário para conter o avanço da Covid-19, não permite que seja realizada nenhuma cerimônia oficial de transmissão do cargo. Eleito em novembro de 2019, José Carlos de Sá é formado pela instituição: cursou eletrotécnica na então Escola Técnica Federal de Pernambuco e fez graduação em engenharia elétrica na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também fez mestrado em Sistemas de Potência. O novo reitor se tornou professor do Campus Garanhuns do IFPE em 2010, diretor-geral pró-tempore em 2011 e, em 2015, foi eleito diretor-geral.

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Recebo com alegria e elevada consciência da responsabilidade que está depositada em minhas mãos. Tenho muita consciência das dificuldades impostas pelo momento que vivemos, mas tenho também muita confiança na capacidade de trabalho e na dedicação de todos os que fazem o IFPE", afirmou José Carlos.

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