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O Ministério Público de São Paulo autuou uma notícia de fato - uma espécie de investigação preliminar - para apurar a afirmação do comentarista da Jovem Pan News Jose Carlos Bernardi de que o Brasil enriqueceria "se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles". O procedimento é conduzido pela promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, que comanda o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais de Intolerância (Gecradi).

De acordo com a portaria de abertura do procedimento, a declaração do comentarista pode, em tese, ser enquadrada em dispositivo que tipifica o crime de 'praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional'.

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Em meio às reações ao seu comentário, por meio de nota, Bernardi pediu desculpas pela declaração (leia mais abaixo). Além de comentarista da Jovem Pan News, ele ainda é listado como funcionário comissionado do gabinete do deputado Campos Machado (Avante) na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O assunto da notícia de fato cita 'crime de ódio por intermédio de meios de comunicação e 'antissemitismo'. Ao autuar a notícia de fato, Maria Fernanda determinou que se oficie ao grupo Jovem Pan, solicitando a mídia original do programa jornalístico no prazo de três dias.

A declaração que é alvo de apuração ocorreu durante programa nesta terça-feira, 16, durante diálogo com a comentarista Amanda Klein. Após ela dizer que desejava que o Brasil chegasse ao desenvolvimento econômico da Alemanha, Bernardi afirmou: "É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha pós-guerra"

O comentário gerou protestos da comunidade judaica. O grupo Judeus pela Democracia classificou a declaração como 'mentirosa e revisionista'. A Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado de São Paulo repudiaram a declaração afirmando que a 'comparação de situações contemporâneas com os horrores do Nazismo e do Holocausto, para qualquer finalidade, é equivocada e extremamente dolorosa ao povo judeu'.

COM A PALAVRA

Após as reações, Bernardi divulgou nota pedindo desculpas pelo comentário. "Peço desculpas pelo comentário infeliz que fiz hoje (ontem) no jornal da manhã, primeira edição, ao usar um triste fato histórico para comparar as economias brasileira e alemã. Fui mal-entendido. Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido", diz o texto.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer comentários de cunho homofóbico nesta quarta-feira (21), durante entrevista à rádio Jovem Pan de Itapetininga, em São Paulo.

Ao opinar sobre o uso do medicamento ivermectina, usado no tratamento de infestações por parasitas e defendido pelo presidente para o tratamento da Covid-19, o mandatário recomendou “cuidado” a um dos entrevistadores, pois “ivermectina mata bichas”. O comentário foi feito sob risadas, em resposta a Milton Júnior, que relatou ter usado ivermectina ao ser diagnosticado com o vírus: “se serve de demonstração, aqui na rádio, todos nós tomamos a ivermectina e ninguém pegou Covid-19".

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Nesse caso, tanto o jornalista, como o presidente, opinam erroneamente sobre o fármaco, que tem ineficácia comprovada contra o coronavírus. Nos estudos mais positivos sobre o seu uso, a ivermectina se saiu como um possível agente terapêutico contra a doença, mas que não exibiu, porém, efeito sobre a replicação viral do SARS-CoV-2.

Além de mencionar que funcionários do Planalto tomaram ivermectina para tratar ou prevenir a Covid-19, o chefe do Executivo foi além e voltou a defender a cloroquina, que é mais um medicamento comprovadamente ineficaz contra o novo vírus. "Eu tomei a cloroquina, mais de 200 tomaram, aqui na Presidência e ninguém foi a óbito", alegou.

Na entrevista, temas quentes como o fundo partidário e a reforma ministerial também foram abordados. Na polêmica do fundão, tornou a dizer que deve vetar a proposta. A proposta, que está incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, propõe a destinação de R$ 5,7 bilhões para as campanhas eleitorais de 2022. Durante a entrevista, Bolsonaro disse acreditar que seu veto não irá resultar em complicações políticas para o governo e defendeu que a verba seria melhor aplicada em outras áreas.

“Eu vou vetar e fica na mão do parlamento derrubar o veto ou não. Eu mandei para o parlamento a reforma fundiária e o Rodrigo Maia deixou caducar a MP. Paciência. Quando eles aprovam uma coisa lá e vem para cá, eu não tenho obrigação de sancionar, eu posso vetar também. Da minha parte não é retaliação, é questão de governabilidade. Espero que não tenha nenhum problema. Acho que não vai ter”, afirmou o presidente.

Já a reforma ministerial deve começar tímida, a partir da próxima segunda-feira (26). Bolsonaro informou que, após a sua alta do hospital Vila Nova Star, está focado em realizar “pequenas” mudanças no comando das pastas. “Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, anunciou o presidente durante entrevista. Bolsonaro ainda voltou a defender que todo o seu governo foi formado por critérios técnicos, sem indicações por parte de partidos.

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