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Os juros futuros atingiram as mínimas do dia em linha com a queda do dólar ante o real na sequência do leilão diário de US$ 500 milhões em swap cambial realizado pelo Banco Central. A moeda norte-americana chegou a bater R$ 2,2940 no mercado à vista de balcão (-0,56%). No exterior, o retorno dos Treasuries nos Estados Unidos também recua, com os juros dos papéis de 10 anos na casa dos 2,89%.

Às 10h05, o contrato de DI futuro para janeiro de 2014 tinha taxa de 9,23%, na mínima, de 9,22% no ajuste de sexta-feira, enquanto o DI para janeiro de 2015 era negociado a 10,23%, também na mínima, de 10,29% no ajuste de sexta-feira. Na ponta longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 oscilava para 11,46%, de 11,53% no fim da semana passada.

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Os juros futuros devem manter a estreita relação com o dólar em dia de poucos indicadores aqui e lá fora. Com as atenções no mercado internacional divididas entre os dados positivos vindos da Ásia e as tensões na Síria, a moeda norte-americana perde valor ante as principais divisas do mundo, incluindo as de países emergentes.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, reiterou nesta segunda-feira, 9, a importância de uma ação militar na Síria, em resposta ao suposto uso de armas químicas pelo regime do presidente Bashar Assad. Kerry ressaltou que a operação deverá ser limitada, objetiva e de curto prazo e deverá ter como alvo a capacidade de armas químicas do país árabe. Amanhã será a vez do discurso do presidente Barack Obama sobre a Síria.

A declaração de Kerry limita os ganhos após o superávit comercial da China subir para US$ 28,6 bilhões em agosto, superando a projeção de saldo positivo de US$ 20,4 bilhões e alcançando o maior nível do ano. Outra notícia que ajudou os pregões da Ásia foi a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, que cresceu 3,8% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, expandindo-se em um ritmo mais rápido do que o inicialmente calculado (2,6%).

Por aqui, os dados divulgados até agora pouco alteram a percepção de que a inflação está dentro do esperado, enquanto a atividade brasileira segue sem força. A pesquisa Focus do Banco Central mostrou nova deterioração das expectativas inflacionárias, com a previsão para o IPCA de 2014 subindo de 5,84% para 5,85%, na sequência da divulgação, na sexta-feira, do índice de agosto em alta de 0,24%, e da ata do Copom, publicada na quinta-feira, levemente mais suave do que o esperado pelo mercado.

Mais cedo, o grupo Alimentação, que avançou de 0,17% na última leitura de agosto para 0,30% na primeira quadrissemana de setembro, foi o que mais contribuiu para a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), divulgado nesta segunda-feira (9) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador geral subiu 0,05 ponto porcentual, de 0,20% para 0,25% entre os dois períodos.

Já a inflação percebida pelas famílias de baixa renda registrou alta de 0,06% em agosto, ante queda de 0,29% em julho, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) divulgado esta manhã pela FGV. O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,79% no ano e de 5,36% em 12 meses.

Na sexta-feira, o resultado do relatório de trabalho dos Estados Unidos (payroll) indicando a criação de menos vagas do que o previsto foi determinante para o recuo dos juros futuros domésticos. Os investidores continuam sem saber quando se dará a redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos, o que provocou pressão de queda sobre o dólar e sobre a taxa dos Treasuries.

Após fecharem em forte alta na quarta-feira, 21, indicando chance de uma Selic ao menos três pontos porcentuais mais elevada até o fim de 2014, os juros futuros estendem o movimento nesta quinta-feira, 22. A pressão é renovada mais uma vez pelo dólar, que já estava forte mais cedo no exterior, e pelo juro do título de dez anos dos Estados Unidos, negociado acima da marca de 2,90%, em reação à ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

A informação de que a decisão de reajustar os combustíveis já está tomada é mais um fator a colocar as taxas para cima. Esse reajuste, vale lembrar, está relacionado às dificuldades enfrentadas pela Petrobras com o real desvalorizado."Fica a expectativa de alguma medida mais incisiva no câmbio", disse há pouco o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

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Uma ou mais medidas poderiam vir de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) às 15 horas. O encontro terá a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele cancelou sua viagem para o tradicional evento de Jackson Hole (Wyoming, EUA) promovido pelo Federal Reserve. O presidente do BC também se reuniu na véspera com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a situação do mercado de câmbio, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Porém, novos leilões do Banco Central e do Tesouro Nacional podem ajudar a conter o nervosismo. O BC faz hoje leilão de rolagem de swap cambial tradicional, com oferta de até 20 mil contratos (US$ 1 bilhão) para 01/04/2014, às 10h30. Mais tarde, ofertará até US$ 4 bilhões em duas operações, sendo a primeira com recompra em 1º de novembro (11h15) e a segunda com recompra em 1º de abril do ano que vem (11h30).

O Tesouro Nacional, por sua vez, faz operação extraordinária de recompra de até 2 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/07/2016 e 1/01/2017 e de até 2 milhões de Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F) para 1/01/2017; 1/01/2018; 1/01/2019; 1/01/2021 e 1/01/2023. Além disso, realizará o tradicional leilão de venda de LTN para três vencimentos e de NTN-F para dois vencimentos. O acolhimento das propostas ocorrerá das 11 horas às 11h30.

Entre indicadores domésticos, a taxa de desemprego caiu para 5,6% em julho, de 6% em junho, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou no piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,60% e 6,20% da População Economicamente Ativa (PEA), sem ajuste sazonal, com mediana de 5,80%. A agenda de indicadores domésticos prevê ainda, às 11 horas, Sondagem Indústria da Construção referente a julho feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A agenda econômica norte-americana está carregada e começa com a divulgação dos pedidos semanais de auxílio-desemprego. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participa da reunião do CMN via conferência de São Paulo. Já a presidente Dilma Rousseff participa, às 15 horas, de cerimônia de celebração de um milhão de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), na capital paulista.

Às 9h08, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 ainda não havia sido negociado. O DI para janeiro de 2015 indicava 10,64%, na mínima, ante 10,46% no ajuste anterior e o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,97%, ante 11,86% ontem. O juro da T-note de dez anos subia a 2,921%, ante 2,891% na tarde de quarta-feira.

Os juros futuros iniciaram a terça-feira, 13, em alta, conforme o esperado, sustentados por declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, e pelo dólar. Com o avanço, as taxas de curto prazo passaram a embutir chance maior de elevação de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). Para a reunião deste mês, as apostas seguem consolidadas em 0,50 ponto porcentual.

"Há uma chance maior de 0,50 ponto porcentual em outubro, apesar de predominarem as apostas de 0,25 ponto porcentual", disse o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, acrescentando que esse aumento ocorreu após discurso feito na segunda-feira, 12, pelo diretor do BC no Pará. Segundo Serrano, o dólar valorizado ante o real contribui para o avanço das taxas futuras, sobretudo as de médio e longo prazos.

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Na tarde de segunda-feira, 12, durante apresentação do Boletim Trimestral Regional do BC, Hamilton disse que a inflação mensal tende a ser maior a partir de agora. À noite, em palestra da Universidade da Amazônia, o diretor de Política Econômica frisou que o instrumento mais apropriado para lidar com a inflação é a taxa de juros.

Às 10h20, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 apontava 8,94%, de 8,90% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 9,82%, ante 9,72% no ajuste da véspera e o DI para janeiro de 2017 indicava 11,07% (10,95% no ajuste anterior). O dólar à vista no balcão valia R$ 2,300 (+0,57%).

Os juros futuros chegaram a acelerar a alta, pouco antes desse horário, em linha com o dólar e juros dos títulos do Tesouro dos EUA com a divulgação do resultado das vendas no varejo norte-americano em julho. Segundo o Departamento do Comércio, as vendas cresceram 0,2% no mês passado, após alta de 0,6% em junho e menos do que o previsto (0,3%).

Os juros futuros, sobretudo de curto prazo, iniciaram esta segunda-feira, 22, em alta, apesar das revisões em baixa nas projeções de inflação contidas no boletim Focus e da queda na confiança da indústria em julho. As taxas futuras refletem apostas de alta de 0,50 ponto porcentual da Selic para conter a inflação, após o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmar em entrevista ao jornal o Estado de S.Paulo de que "o Banco Central tem a missão de trazer a inflação para a meta e é isso que estamos fazendo".

Às 10h30, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 tinha taxa de 8,76%, na mínima, ante 8,74% no ajuste de sexta-feira. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2015 apontava 9,40%, na máxima, ante 9,35% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 10,39%, de 10,37% no ajuste.

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Para um operador, "Tombini reitera o cenário de pelo menos mais uma alta de 50 pontos-base da Selic, talvez mais duas, então os agentes 'tomam' taxa por causa disso". "Mas o volume é fraco", acrescenta, o que tende a causar distorções.

Já o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno, relaciona as afirmações de Tombini às projeções de inflação no Focus para justificar a alta dos DIs de curto prazo. "Na Focus, a projeção para o IPCA de 2014 está em 5,87% e, de 2013, em 5,75%, enquanto a Selic terminaria este ano em 9,25% ao ano. O juro básico precisaria estar acima de 9,25% para que a inflação em 2014 fique abaixo dos 5,75% previstos para 2013 e isso traz pressão aos juros curtos", avalia.

A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial em 2013 caiu de 5,80% para 5,75%, de acordo com o boletim Focus. Para 2014, recuou de 5,90% para 5,87%. Quanto à Selic, a previsão para o fim de 2013 foi mantida em 9,25% e, para 2014, recuou de 9,50% para 9,38%.

O mercado futuro de juros também aguarda apresentação, às 15 horas, do Relatório de Receitas e Despesas Primárias. A expectativa é que seja anunciado um novo corte de gastos no Orçamento deste ano, além de uma reprogramação de receitas e despesas para 2013, considerando a evolução da arrecadação e a revisão para baixo da previsão de crescimento da economia, de 3,5% para 3%. O ajuste tem de ser feito para garantir a meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Os contratos de juros futuros iniciaram a segunda-feira, 29, com poucas operações. As taxas mais curtas, com vencimentos em 2013, não tinham sequer sido negociadas até às 9h45. Mas a expectativa de leve queda foi confirmada, com os agentes repercutindo o IGP-M abaixo do esperado (0,15% contra mediana de 0,20% das expectativas).

O DI com vencimento em janeiro de 2014 registrava 20.865 negócios, no mesmo horário, com taxa de 7,90%, ante 7,91% no ajuste de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2015 estava na máxima do dia a 8,27%, ante 8,28% de sexta-feira, 26.

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Ainda nesta manhã, no boletim Focus, do Banco Central, a projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2013 subiu de 5,70% para 5,71%. A projeção de inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,53% para 5,55%, conforme a projeção suavizada para o IPCA.

Os economistas consultados na Focus revisaram suas projeções para a taxa Selic em 2014 e esperam agora estabilidade dos juros no próximo ano. Para 2013, as projeções mensais foram mantidas, o que significa que os analistas esperam mais três altas de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros em 2013, completando um ciclo de aumento de 1 ponto porcentual neste ano.

Os juros futuros iniciaram a sexta-feira próximos da estabilidade, com os investidores ainda repercutindo o contundente discurso do diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, feito na quinta-feira, 25. Segundo o diretor, "o Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária (da taxa Selic)".

Esse discurso, na quinta-feira, 26, trouxe pressão para as taxas com vencimento no curto prazo ao sugerir que a autoridade monetária poderia ser mais agressiva na alta da Selic já no próximo encontro, em maio. Vale lembrar que, antes dele, o mercado trabalhava com passos modestos de 0,25 ponto porcentual - percepção reforçada pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

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E, depois de Hamilton, fonte do governo esclareceu ao Broadcast, o serviço em tempo real da Agência Estado, que a fala do diretor não contradizia nem divergia do conteúdo da ata do Copom. Segundo a fonte, os principais elementos do discurso dele já estavam presentes na ata. Disse também que o diretor não faria um discurso sem o aval dos demais integrantes da instituição.

Diante disso, as taxas com vencimento no curto prazo se mantêm nos mesmos níveis de quinta-feira, 26. Já as com vencimento no longo prazo adotavam, nesta sexta-feira, 26, viés de baixa, refletindo o resultado pior do que o esperado do crescimento da economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2013. O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu 2,5% no período, acima da expansão de 0,4% do trimestre anterior, mas menos que a expectativa (3,2%).

Às 11h15, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 apontava, na BM&FBovespa, taxa de 7,42%, ante 7,43 no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2014 apontava 7,93%, igual ao ajuste anterior. O DI para janeiro de 2015 marcava 8,35%, de 8,36% e o contrato para janeiro de 2017, entre os vencimentos longos, tinha taxa de 8,93%, ante 8,96% no ajuste anterior.

O mercado futuro de juros caía na abertura dos negócios desta quinta-feira, em reação à divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pelo Banco Central (BC). A autoridade monetária atualizou, como esperado, as projeções de inflação para 2013 e 2014, com piora. Mas isso representa, segundo as primeiras avaliações de economistas, redução da discrepância entre projeções do mercado e do BC. O relatório também reforçou a cautela na administração da política monetária e a atribuiu a incertezas externas e internas, deixando em aberto um ajuste da taxa básica referencial, a Selic.

"Em linhas gerais, na avaliação do cenário macroeconômico, o relatório é muito parecido com os últimos documentos do BC, incluindo a última ata do Copom", disse o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "O cenário externo é ponto importante de contenção da demanda, conforme o documento, e o BC diz que qualquer mudança na política monetária tem que ser feita com cautela, até porque há incerteza se esse movimento de piora inflacionária é consistente ou apenas temporário."

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Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos, concordou com a ideia. "Foi um relatório que não trouxe novidade em relação ao cenário anterior. Dentro do esperado, com piora da inflação, mas se alinhando e com um discurso muito parecido com o da ata: inflação resiste, mas tem cenário externo e vamos com cautela."

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 no cenário de referência subiu de 4,8% para 5,7%. Para 2014, avançou de 4,9% para 5,3%. O IPCA em 2013 no cenário de mercado subiu de 4,9% para 5,8% e, em 2014, de 4,8% para 5,1%. O IPCA em 12 meses até o 1º trimestre de 2013 avançou de 5,7% para 6,5% no cenário de referência e, até o segundo semestre, de 5,5% para 6,7%. No cenário de mercado, passou de 5,7% para 6,5% até o primeiro trimestre e de 5,6% para 6,7% até o segundo. Vale mencionar que o BC, contudo, acrescentou a palavra "levemente" ao se referir ao cenário "desinflacionário" no curto prazo.

Às 9h50, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,12%, na mínima, de 7,13% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2014 marcava 7,73%, mínima, de 7,74% no ajuste anterior. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 marcava 8,43%, ante 8,45%, e o contrato para janeiro de 2017, 9,28%, igual ao ajuste de quarta-feira.

Na abertura dos negócios, os investidores também receberam a informação de que a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,6% em fevereiro, de 5,4% em janeiro. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (de 5,5% a 5,8%) e praticamente em linha com a mediana de 5,7%.

Contrariando a expectativa de abertura em leve baixa, por causa do pessimismo visto mais cedo nos mercados internacionais, o mercado futuro de juros iniciou a quarta-feira com viés de alta. As taxas futuras dão sequência ao movimento registrado ontem, depois de uma mudança na apresentação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quanto à inflação, e se antecipam à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quinta-feira (14).

"Estamos em véspera de divulgação da ata do Copom, avaliando um discurso mais conservador de Tombini", diz Flávio Serrano, economista-sênior do Besi Brasil. "O mercado não acredita em uma ata mais suave do que o comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic em 7,25%. A expectativa é de que apresente o mesmo discurso (do comunicado) ou seja ainda mais incisiva", acrescenta. A curva a termo precificava nesta manhã 28 pontos-base de alta da Selic em abril.

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Às 10h08, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 tinha taxa de 7,26%, igual ao ajuste de terça-feira (12), e o DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,92%, de 7,91% no ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,66%, ante 8,62%. Entre os contratos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 9,34%, ante 9,30%.

Na terça-feira (12), os juros futuros avançaram em meio à avaliação de que a Selic vai ser elevada no curto prazo. A percepção foi reforçada depois de uma mudança na apresentação do presidente do BC, Alexandre Tombini, sobre a inflação, a menos de dois dias da publicação da ata do Copom. Em palestra em Varsóvia, Tombini voltou a dizer que a inflação tem mostrado resiliência nos últimos meses, mas suprimiu, de sua apresentação, a previsão de que a alta de preços deve desacelerar no segundo semestre de 2013.

Nesta manhã, as principais bolsas europeias e índices futuros de Nova York operavam em queda, depois de um leilão do Tesouro da Itália, com custo maior, e queda na produção industrial da zona do euro. Em Wall Street, o sentimento melhorou após as vendas no varejo do país mostrarem crescimento acima do esperado. No horário acima, a bolsa de Paris caía 0,18%, a bolsa de Frankfurt, -0,01% e o futuro do S&P 500, +0,06%.

O mercado futuro de juros inicia a semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central com viés de alta, em meio à correção técnica após as quedas recentes. O movimento é amparado pela revisão, para cima, das projeções de inflação em 2013 contidas no boletim Focus do Banco Central. Essas estimativas ofuscam a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em fevereiro e o pessimismo externo diante de notícias da China.

"A pesquisa Focus trouxe uma previsão de inflação mais alta 12 meses à frente. O que ocorre nesta manhã é movimento técnico, de ajuste, relacionado a Focus", diz Luis Felipe Laudisio dos Santos, operador da Renascença, ressaltando ainda baixo volume de negócios.

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Às 10h55, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 tinha taxa de 7,22%, de 7,21% no ajuste de sexta-feira e o DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,63%, de 7,62% no ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,31%, na máxima, ante 8,30%. Entre os contratos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 9,05%, de 9,04% no ajuste de sexta-feira (01).

O boletim Focus mostrou inversão na expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial em 2013, embora as alterações tenham sido pequenas. A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu 5,69% para 5,70%. Já o IPCA para 2014 seguiu em 5,50%. O índice para fevereiro passou de 0,43% para 0,45%. A expectativa para o IPCA 12 meses à frente avançou de 5,49% para 5,62%.

No Top5, grupo das instituições que mais acertam projeções, a mediana das estimativas para o IPCA 2013 no médio prazo subiu de 5,56% para 5,57% e, para 2014, caiu de 6,5% para 6,2%.

Já a previsão para o crescimento do PIB neste ano recuou, de 3,10% para 3,09%, e para o PIB do ano que vem avançou, de 3,60% para 3,65%. As projeções para a Selic permaneceram em 7,25% ao ano e 8,25% ao ano em 2013 e 2014, respectivamente.

Para o encontro desta semana do Copom, a aposta unânime é de manutenção do juro básico da economia (Selic) em 7,25% ao ano. As expectativas se concentram no comunicado a ser divulgado após a reunião e, ainda, na ata, a ser revelada no dia 14. Os investidores aguardam sinais do BC sobre a condução da política monetária. O estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, espera que o BC se mantenha "fiel" à estratégia de manter a Selic estável por período suficientemente prolongado de tempo.

No exterior, ressalta Rostagno, "prevalece nesta manhã um clima mais pessimista, com dados ruins na China, entre eles o PMI de serviços e medidas para conter alta de preços de imóveis no país, além de dificuldades políticas na Itália". O índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços chinês caiu para 54,5 em fevereiro, de 56,2 em janeiro, no primeiro declínio do indicador após quatro meses de alta.

Ainda por lá, a Bolsa de Xangai fechou com a maior queda desde 2011, atingida pelo aperto das regras no mercado imobiliário chinês, o que contamina negócios na Europa e em Nova York, além das preocupações com negociações políticas na Itália e nos Estados Unidos, estas em torno de cortes de gastos.

O IPC, que mede a inflação em São Paulo, no piso das estimativas, poderia trazer viés de queda para as taxas futuras. O índice subiu 0,22% em fevereiro, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A taxa representa uma desaceleração em relação ao mês de janeiro, quando avançou 1,15%, e também ante a terceira quadrissemana de fevereiro (0,52%). Analistas ouvidos pelo AE Projeções esperavam de 0,22% e 0,40%, com mediana em 0,33%.

O crescimento de apenas 0,6% da economia no quarto trimestre de 2012, abaixo da mediana das previsões do mercado, deixou claro que o ritmo de atividade ainda é um problema no Brasil. Em reação, as taxas dos contratos futuros de juros recuaram em toda a curva a termo, em meio à percepção de que, apesar da pressão inflacionária, a necessidade de impulsionar o PIB levará o Banco Central a manter a Selic em 7,25% ao ano por mais tempo.

Embora os investidores tenham elevado recentemente as apostas de que a Selic subiria a partir da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), nos últimos dias as taxas passaram a cair, com os profissionais reavaliando o momento do aperto monetário. Com o PIB de hoje, a expectativa para a alta da taxa básica em abril foi reduzida, assim como as apostas para o encontro seguinte do Copom, em maio.

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Ao fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (197.145 contratos negociados) estava em 7,21%, ante 7,27% do ajuste de quinta-feira. O contrato para janeiro de 2014 (480.255 contratos) marcava 7,62%, ante 7,69%, enquanto o vencimento de janeiro de 2015 (343.860 contratos) estava em 8,30%, ante 8,35%. Entre os vencimentos mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (114.655 contratos) tinha taxa de 9,04%, ante 9,12%, e o para janeiro de 2021 (9.895 contratos) marcava 9,56%, ante 9,63%.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do quarto trimestre foi de 0,6% ante o trimestre imediatamente anterior. O resultado ficou abaixo da mediana de 0,8% esperada pelo mercado, apesar de ter ficado dentro do intervalo previsto (de +0,40% a +1,00%). Com o resultado, o crescimento do País em 2012 foi de 0,90% em relação ao ano anterior, em linha com a mediana projetada pelos analistas e dentro das previsões (de +0,80% a +1,20%).

"As taxas dos DIs caíram bem nos últimos dias e, com o resultado do PIB, voltaram a ter uma trajetória de queda", comentou Flávio Serrano, economista-sênior do Besi Brasil. "Em geral, fica a discussão: este número do PIB vai ter influência ou não na decisão de política monetária?"

Serrano afirma que o BC sempre se mostrou mais preocupado com o nível de atividade. Porém, mais recentemente, declarações do presidente da instituição, Alexandre Tombini, demonstrando preocupação com o avanço dos preços, fizeram o mercado elevar as apostas de que o ciclo de alta dos juros começaria em abril. Isso ocorreu a despeito de a autoridade monetária não ter, formalmente, voltado atrás no que diz respeito à intenção de manter a Selic em 7,25% por um período "prolongado de tempo".

Nesta sexta-feira, com um PIB ainda ruim, os investidores não demonstraram tanta segurança na elevação dos juros. "No geral, a leitura foi de que está diminuindo a probabilidade de o BC fazer alteração de juros nas próximas reuniões do Copom", comentou Serrano. "Alguns investidores esperavam elevação de juros em abril, sendo que o BC tiraria o (termo) 'período prolongado' de seus documentos. Agora, eles estão reavaliando", acrescentou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.

Este processo de reavaliação fez o mercado precificar, na tarde desta sexta-feira, alta de 18 pontos-base da Selic em abril, sendo que antes a expectativa praticamente unânime era de aumento de 25 pontos-base (alta de 0,25 ponto porcentual). Para maio, conforme profissional ouvido pelo Agência Estado, as apostas que antes eram de aumento entre 25 e 50 pontos-base, agora estão em 25 pontos-base. Na prática, as preocupações com a atividade voltam a fazer mais preço na curva a termo que os receios com a inflação.

O pessimismo nos mercados internacionais, gerado na quarta-feira após o tom mais duro da ata do Federal Reserve (Fed) e renovado nesta quinta-feira por dados decepcionantes da atividade econômica na zona do euro, pesa sobre os juros futuros na abertura dos negócios. Internamente, as quedas na confiança da indústria e do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) contribuem para o recuo das taxas. Mas os investidores aguardam novos sinais do Banco Central sobre a condução da política monetária, que podem vir da apresentação do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, ainda nesta manhã.

"Os juros futuros abrem em queda, mais influenciados pelo setor externo, com as bolsas derretendo ao redor do mundo e commodities também em baixa. A ata do Fed e os números de atividade econômica na Europa podem ofuscar um pouco assuntos internos nesta abertura", diz Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos. Porém, ressalta, "é fundamental acompanhar os integrantes da equipe econômica no Brasil. Um tom mais duro quanto à inflação volta a pressionar os DIs para cima".

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A ata da primeira reunião do Fed em 2013, realizada em janeiro, revelou inquietação crescente dos dirigentes do banco central dos Estados Unidos com a política monetária relaxada, sendo que alguns deles sugeriram que o Fed poderá ter de endurecer a política antes de uma normalização completa do mercado de mão de obra. A sinalização de uma antecipação do fim dos estímulos monetários derrubou na quarta-feira as Bolsas de Nova York.

Na zona do euro, a atividade econômica encolheu mais em fevereiro. O índice composto dos gerentes de compras (PMI) caiu à mínima em dois meses, a 47,3 neste mês, de 48,6 em janeiro, segundo dados preliminares. O resultado ficou abaixo de 50 e contrariou a previsão de alta para 49,0.

Nesta manhã, os índices futuros de Wall Street, as bolsas europeias e os índices de ações asiáticos refletem o pessimismo com o possível fim do afrouxo. Às 9h30, a bolsa de Paris caía 1,68%, a Bolsa de Frankfurt perdia 1,78% e o futuro do S&P 500 tinha queda de 0,46%.

No mesmo horário, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,65%, ante 7,69% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,33%, na mínima, de 8,39% no ajuste da véspera; e o contrato com vencimento em janeiro de 2017 apontava 9,11%, de 9,15% no ajuste anterior.

No Brasil, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,4% em fevereiro, ante janeiro, conforme prévia da Sondagem da Indústria, divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda foi puxada pela piora na avaliação sobre a economia atualmente. Na prévia, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,7% neste mês, depois de avançar 0,3% no mês anterior. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), por sua vez, ficou em 84,1%, de 84,5% em janeiro. Às 11 horas, sai o Índice de Confiança do Empresário Industrial de fevereiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Mas os investidores seguem atentos a mais sinais do Banco Central sobre a condução da política monetária no Brasil e, por isso, as atenções se voltam para Carlos Hamilton. O diretor do BC apresenta o Boletim Regional Trimestral do Banco Central, em Belo Horizonte, a partir das 10 horas. Ontem, os juros futuros fecharam em queda, com a avaliação de que um aperto monetário, se ocorrer, poderá ser mais ameno e ocorrer mais adiante do que vinha sendo precificado até a última terça-feira (19).

Em tempo: o Tesouro Nacional faz nesta quinta-feira tradicional leilão de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/4/2014, 1/4/2015 e 1/7/2016. E, a partir das 14h30, anuncia o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2013.

Os juros futuros iniciaram a quinta-feira com leve queda. O fraco desempenho dos mercados internacionais, em resposta ao Produto Interno Bruto (PIB) decepcionante do Japão e da zona do euro, abriu espaço para que o mercado futuro de juros dê continuidade ao movimento de devolução de prêmios iniciado na última quinta-feira. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira quadrissemana de fevereiro, abaixo da mediana das estimativas, reforçou o movimento de baixa. Porém, o recuo é limitado, já que a inflação segue pressionada. O dólar também segue no radar do investidor.

O IPC, que mede a inflação da cidade de São Paulo, subiu 1,01% na primeira quadrissemana de fevereiro. A taxa representa desaceleração na comparação com a última leitura de janeiro (+1,15%), mas aceleração em relação à primeira quadrissemana de janeiro (+0,86%). O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou perto do piso do intervalo das previsões coletadas pelo AE Projeções, que iam de 1,00% a 1,17%, e abaixo da mediana, de +1,07%.

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As principais bolsas europeias e índices futuros de Nova York operam em queda, em resposta a dados sobre o crescimento econômico da zona do euro e do Japão. A economia dos 17 países da zona do euro registrou contração de 0,6% no quarto trimestre de 2012 ante o terceiro trimestre, mais que a previsão de -0,4% e a maior desde o primeiro trimestre de 2009. Na comparação com igual trimestre de 2011, a queda foi de 0,9% (estimativa de -0,7%) e, no acumulado de 2012, o PIB da zona do euro caiu 0,5%, depois de uma expansão de 1,4% em 2011.

O PIB do Japão, por sua vez, encolheu 0,4% em termos anualizados, contrariando previsão de expansão de 0,4% e marcando o terceiro trimestre consecutivo de resultado negativo. Em 2012, porém, o PIB real do país cresceu 1,9%. O Banco Central do Japão (BoJ) informou, no entanto, que a economia do país "parece ter parado de se enfraquecer". A autoridade monetária decidiu manter o tamanho do programa de compra de ativos em 101 trilhões de ienes até o fim do ano, conforme esperado, e também manteve, por unanimidade, os juros inalterados em uma faixa de 0,0% a 0,1%.

Às 10h20, o dólar negociado à vista no balcão estava estável, cotado a R$ 1,966. As oscilações da moeda norte-americana são monitoradas com atenção uma vez que um dólar em alta pressiona a inflação e, consequentemente os juros futuros, enquanto a moeda em baixa traz alívio para os níveis de preços e taxas futuras, segundo profissionais de renda fixa consultados pela Agência Estado.

No mesmo horário, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,36%, de 7,38% no ajuste de quarta-feira (13). O DI para janeiro de 2015 marcava 8,12%, na mínima, de 8,16% no ajuste da véspera. E o contrato com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 9,00%, de 9,04% no ajuste da véspera.

Vale lembrar que o Tesouro Nacional faz nesta quinta-feira tradicional leilão de venda de títulos públicos, com oferta de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/10/2013, 1/4/2015 e 1/7/2016 e de Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F) para os vencimentos de 1/1/2019 e 1/1/2023. Na quinta-feira da semana passada, todas as propostas referentes a LTN foram rejeitadas em meio a forte volatilidade no mercado futuro de juros, após declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a situação da inflação "não é confortável".

A aceleração da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) na passagem de novembro para dezembro e a piora das expectativas para índices de preços no boletim Focus, do Banco Central, favorecem um avanço das taxas futuras de juros nesta segunda-feira. Porém, a revisão para baixo nas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 exerce pressão no sentido contrário. Além disso, o mercado de juros também monitora o exterior, onde há acomodação após a euforia da semana passada.

Às 9h45 (horário de Brasília), a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 estava em 7,13%, nivelada ao ajuste da sexta-feira. O DI para janeiro de 2015 marcava 7,73%, ante 7,74% no ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 estava em 8,49%, estável, enquanto o DI para janeiro de 2021 marcava 9,16%, também estável.

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O IGP-DI subiu 0,66% em dezembro, após avanço de 0,25% em novembro, informou nesta manhã a Fundação Getulio Vargas. O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado ouvidos pela Agência Estado. Eles esperavam taxa de 0,57% a 0,80% no mês passado (mediana de 0,65%). No acumulado de 2012, a inflação medida pelo índice ficou em 8,10%, em linha com a mediana das estimativas, que iam de 8,00% a 8,20%.

O boletim Focus, do Banco Central, por sua vez, trouxe revisões para cima das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,71% para 5,73% em 2012 e de 5,47% para 5,49% em 2013. O IGP-DI para 2013 subiu de 5,34% para 5,37%.

Para o economista-chefe da Planner Corretora, Eduardo Velho, "a piora das expectativas de inflação favorece uma recomposição de prêmios na curva a termo". "O viés é mais de alta do que de baixa, em função da persistência da inflação alta", diz, lembrando que o mercado estará atento a outros indicadores a serem revelados ao longo da semana, entre eles o IPCA de dezembro.

Já o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco espera que "o mercado doméstico de juros futuros deve observar fechamento ao longo dos vencimentos, em reação à continuidade das revisões baixistas para o PIB, segundo dados coletados pelo boletim Focus". Na pesquisa, a projeção de expansão do PIB em 2012 seguiu em 0,98% e em 2013 caiu de 3,30% para 3,26%. A projeção para a Selic no fim de 2013, por sua vez, seguiu em 7,25% ao ano. No exterior, os principais mercados financeiros realizam lucros, após a euforia nos primeiros dias de 2013 em reação ao desfecho que evitou o abismo fiscal nos EUA.

O otimismo visto no exterior nesta terça-feira (18), em meio à expectativa de avanço nas negociações para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos, traz um viés de alta para as taxas dos contratos futuros de juros no Brasil, pelo menos na abertura dos negócios. Mas mesmo os ganhos lá fora são contidos, com os investidores à espera de mais notícias sobre as discussões políticas nos EUA e de dados sobre a economia americana.

Às 9h31 (horário de Brasília), os contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2014 tinham taxa de 7,08%, a mesma do ajuste de segunda-feira (17). Já o DI para janeiro de 2015 marcava 7,64%, ante 7,62% do ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2017 estava em 8,48%, ante 8,44%.

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Na segunda-feira (17), a Casa Branca abandonou seu esforço para elevar as taxas de impostos sobre as rendas acima de US$ 250 mil, um elemento-chave em sua proposta de arrecadação de tributos e corte de gastos. Em sua nova contraproposta para os parlamentares republicanos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recuou desta posição e pretende agora aumentar os impostos sobre as rendas acima de US$ 400 mil. Esse patamar é ainda inferior ao limite de US$ 1 milhão recentemente oferecido pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, mas representaria um passo adiante nas discussões para evitar o abismo fiscal.

"A contraoferta de Obama sinaliza que já começa a haver uma maior flexibilização para evitar o abismo fiscal", destacou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. "Mas o mercado também vai olhar os dados do mercado imobiliário nos Estados Unidos. Se eles vierem bons, isso pode fazer as taxas subirem", comentou. Às 13 horas (horário de Brasília), a Associação Nacional dos Construtores de Casas (NAHB) divulga a confiança do setor em dezembro. A expectativa é de um índice de 46 - mesmo patamar verificado em novembro.

No Brasil, o Banco Central divulga às 10h30 os dados das contas externas em novembro. A expectativa, conforme o AE Projeções, é de que o déficit de transações correntes seja de US$ 5,2 bilhões a US$ 6,8 bilhões no período (mediana negativa em US$ 6 bilhões), ao passo que o Investimento Estrangeiro Direito (IED) deve ter um resultado positivo de US$ 2,7 bilhões a US$ 4,1 bilhões (mediana de US$ 3 bilhões). A autoridade monetária também divulgará a revisão das previsões sobre dados das contas externas em 2012 e também as projeções para 2013.

Também ficará no radar o movimento do câmbio nesta terça-feira, quando o Banco Central faz três leilões de venda de dólares conjugada com recompra (leilões de linha) pela manhã. Há pouco, a autoridade monetária alterou, por meio de circular, a regra do recolhimento compulsório sobre posição vendida de câmbio dos bancos, elevando de US$ 1 bilhão para US$ 3 bilhões o valor de incidência livre de compulsório. Vale lembrar que o atual patamar da moeda americana no mercado de balcão, próximo de R$ 2,10, é monitorado também pelos investidores em DI, em meio aos receios com os reflexos do dólar sobre a inflação.

As taxas futuras de juros iniciaram o dia em queda, em reação à divulgação, nesta quinta-feira, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento reforçou as expectativas de manutenção da Selic em 7,25% ao ano ao longo de 2013, podendo permanecer neste nível também em 2014, com potencial de flexibilização para baixo.

Por volta das 9h55, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 6,98%, de 7,10% no ajuste de quarta-feira (05); o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 7,48%, de 7,59% na véspera; e o DI para janeiro de 2016 marcava 8,07%, de 8,15% na quarta-feira (05). Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,43%, de 8,51% e o DI para janeiro de 2021 apontava 9,14%, de 9,24% no ajuste da véspera.

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Mais cedo, o Copom repetiu na ata o comunicado que se seguiu à decisão de manter a Selic em 7,25% ao ano na reunião dos dias 27 e 28 de novembro. Segundo o texto, os diretores entendem que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear. A avaliação foi feita considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade do ambiente internacional.

Para o economista-chefe da Planner, Eduardo Velho, a ata da reunião de novembro é "parecida" em termos de projeção de inflação com a divulgada após a reunião de outubro. "Me parece que segue a ideia de probabilidade zero de o Banco Central aumentar os juros em 2013 e em 2014. Caso ocorra um desvio forte da inflação, me parece que usará outros instrumentos".

Velho cita uma informação sobre a utilização da capacidade instalada para justificar sua avaliação. No parágrafo 25, o Copom informa observar que "que o nível de utilização da capacidade instalada se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços".

Por outro lado, o economista da Planner acrescenta que a ata é mais "realista" ao admitir ajustes em relação à política fiscal. "Considera-se geração de superávit primário em torno de 3,10% do PIB em 2012, com ajustes. Além disso, admite-se como hipótese de trabalho a geração de superávit primário de quase 3,10% do PIB, sem ajustes, em 2013", informa o documento. A ata salientou que o balanço do setor público tem se deslocado de uma posição neutra para expansionista.

Mas, nota Velho, as projeções de inflação se mantiveram estáveis. Em 2013, nos dois cenários (de referência e de mercado), a estimativa ficou estável e acima de 4,50%. Em 2014, em torno de 4,50% (centro da meta de inflação). Segundo Velho, portanto, "não há pressões inflacionárias que preocupam o BC".

Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do ABC Brasil, chama a atenção para a retirada da ênfase sobre os impactos da crise internacional sobre a atividade brasileira. "A avaliação do BC antes da divulgação do PIB do terceiro trimestre (na última sexta-feira, 30/11) era de que o cenário externo estava entre os principais responsáveis pelo fraco desempenho da economia brasileira. E agora ele tira três parágrafos sobre o setor externo", observou Souza Leal, em entrevista à Agência Estado. Para ele, o BC pode ter avaliado que os problemas enfrentados pela economia brasileira, como o baixo crescimento, podem estar mais relacionados a fatores internos que externos. "O documento de janeiro terá mais informações", conclui.

Vale lembrar que na quarta-feira (05), na sessão estendida, as taxas futuras reagiram em queda ao anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de extensão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para 2013 e da redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 5,50% para 5%, em janeiro do próximo ano. As medidas foram interpretadas por profissionais do mercado como indicação de que o governo prioriza o crescimento, anulando chances de alta da Selic no próximo ano.

Na agenda doméstica, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro voltou a mostrar inflação, ao subir 0,25%, após a queda de 0,31% de outubro. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que ia de 0,10% a 0,40% e acima da mediana, de 0,20%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,16% e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), +0,45%.

Às 11 horas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informa o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) em outubro, que deve ter ficado entre 81% e 81,60%, com mediana de 81,10%, de acordo com as estimativas do mercado financeiro. No mesmo horário, o governo federal anuncia o pacote "Portos - Programa de Investimentos em Logística", que deve estimular os investimentos públicos e privados de até R$ 60 bilhões entre 2013 e 2030, sendo que cerca de R$ 35 bilhões devem ser investidos até 2015, com participação da presidente Dilma Rousseff.

A retirada de uma barreira para a entrada de dólares no Brasil, conforme medida cambial anunciada nesta quarta-feira, contribui para nova queda dos juros futuros na abertura dos negócios. Porém, após as fortes perdas registradas na terça-feira (04), pela terceira sessão seguida, as taxas podem ensaiar alguma recuperação ao longo do dia, em meio ao otimismo no exterior.

Às 10 horas, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,07%, de 7,09% no ajuste de terça-feira (04); o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 7,56%, na mínima, de 7,60% na véspera; e o DI para janeiro de 2016 marcava 8,14%, de 8,17% na terça-feira (04). Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,49%, de 8,53% e o DI para janeiro de 2021 apontava 9,22%, de 9,25% no ajuste da véspera.

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O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, prevê que os DIs voltem a acompanhar o dólar. "A princípio, a curva (a termo) continua a fechar um pouco", com a medida do governo reduzindo o fluxo de moeda americana para o País e, com isso, contendo a valorização do dólar, segundo Petrassi. Às 10 horas, o dólar à vista negociado no balcão caía 0,47%, a R$ 2,107. Às 12h30, o Banco Central divulga dados sobre o fluxo cambial em novembro.

Por outro lado, a queda dos DIs deve ser reduzida, depois das fortes perdas registradas desde a divulgação do fraco Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na última sexta-feira (30/11). Petrassi também chama a atenção para o incômodo com a inflação, apesar do arrefecimento do dólar. "A coleta diária forte limita o fechamento da curva", afirma o gerente da Leme, referindo-se ao monitor diário da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que simula a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice no critério ponta acelerou entre os dias 3 e 4, de 0,88% para 0,94%.

Ainda no âmbito da inflação, vale lembrar que, na terça-feira (04), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, informou que a redução média na conta de luz a partir do início de 2013 será de 16,7%. O número é menor que os 20,2% estimados inicialmente pelo governo dentro do projeto de redução dos custos de energia.

A melhora do cenário internacional também exerce influência positiva sobre os DIs, avalia o Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas do Bradesco. Os principais mercados acionários reagem em alta à declarações positivas de autoridades da China sobre a economia do país e ao índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços chinês, que caiu a 52,1 em novembro, de 53,5 em outubro, mas ainda indica que a atividade no setor continuou a se expandir. O resultado melhor que o esperado do PMI de serviços da zona do euro também contribui para o movimento, apesar da queda de 1,2% das vendas do varejo do bloco em outubro na comparação com setembro.

A direção dos negócios também depende de importantes indicadores econômicos a serem divulgados nos EUA, entre eles a pesquisa ADP sobre postos de trabalho criados no setor privado dos EUA em novembro (11h15), em meio às negociações sobre a situação fiscal do país.

Passada a decisão amplamente esperada de manutenção da taxa básica de juros da economia (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em 7,25%, os juros futuros iniciaram a quinta-feira de agenda econômica carregada em alta, tocando as máximas. Os investidores digerem dados de inflação, monitoram o câmbio e são influenciados pelo otimismo externo com as negociações para resolver os problemas fiscais dos EUA.

Às 10h01, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,32%, de 7,29% no ajuste de quarta-feira (28). O DI para janeiro de 2015 marcava 7,93%, de 7,88%; e o janeiro 2016 tinha taxa de 8,45%, na máxima, de 8,37%. Entre os vencimentos longos, o DI com vencimento em janeiro de 2017 projetava 8,76%, na máxima, de 8,70% na véspera e o DI para janeiro de 2021 marcava 9,42%, de 9,36% na quarta-feira (28).

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O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, afirma que a manutenção dos juros básicos em 7,25% ao ano pelo Copom ontem não influencia a curva a termo. "O mercado já havia precificado a manutenção e a decisão, por unanimidade, com comunicado repetido, não causa impacto", afirma.

No comunicado de quarta-feira (28), a autoridade monetária repetiu o texto de outubro, de que a estabilidade dos juros básicos "por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear".

Outros analistas ouvidos pela Agência Estado logo após o anúncio do Banco Central já haviam afirmado que os investidores seguiriam atentos ao comportamento do câmbio e condições econômicas externas.

A menor aversão ao risco no exterior após declarações otimistas do presidente dos EUA, Barack Obama, sobre as negociações no Congresso para combater as dificuldades fiscais do país, abre espaço para a recomposição das taxas futuras de juros, de acordo com o economista da Planner Eduardo Velho. Os DIs também monitoram a oscilação do câmbio, acrescenta. Às 9h40, o dólar negociado à vista no balcão subia 0,14%, a R$ 2,091.

Entre os indicadores domésticos, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,03% em novembro, ante alta de 0,02% em outubro. A queda foi menor que a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de -0,09%, com base num intervalo que ia de -0,17% a zero. "A deflação menos acentuada que a mediana do mercado teoricamente contribuiria para elevar os juros futuros", diz Velho.

Já Petrassi chama a atenção para a coleta diária da Fundação Getulio Vargas sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No critério ponta, a alta do IPCA passou de 0,77% na terça-feira para 0,84% ontem. "Isso não é notícia boa. Nos últimos dez dias, tem mantido alta forte e o mercado está vendo que essa coleta está incomodando". A aceleração foi puxada por alimentação e bebidas.

Ainda de acordo com o gerente da Leme, o mercado está mais atento aos dados sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA (às 11h30, de Brasília) e do Brasil (amanhã). Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, qualquer número entre 1% e 1,3% será satisfatório. "Se for 1%, será um crescimento anualizado de 4%", afirmou, em entrevista à imprensa local e internacional. Mantega prometeu ainda mais medidas para estimular o crescimento da economia.

De volta à agenda doméstica, nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 0,21% em outubro, ante taxa de 0,69% em setembro (dado revisado). Os preços dos alimentos, que caíram 1,51%, tiveram a primeira taxa negativa desde fevereiro deste ano (-1,41%). O setor acumula, em 2012, variação de preços de 13,47%.

Também hoje saem a nota de política monetária e operações de crédito de outubro (às 10h30) do Banco Central; e o resultado primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) (às 14h30). Para este dado, as estimativas de economistas ouvidos pelo AE Projeções vão de superávit primário de R$ 4,0 bilhões a R$ 15,3 bilhões, com mediana de R$ 12,0 bilhões.

As taxas dos contratos futuros de curto prazo operam com leve queda, enquanto os longos abrem estáveis, diante das incertezas locais e externas. Às 9h59, a taxa do contrato para janeiro de 2014 apontava 7,32%, de 7,34% na quinta-feira. O contrato para janeiro de 2021 indicava estabilidade em 9,15%.

No âmbito doméstico, a principal dúvida é sobre se será efetivada a prometida queda de cerca de 20% das tarifas de energia em 2013. O governo brasileiro divulgou na quinta-feira (01) à noite os valores das novas tarifas de geração para as usinas cujas concessões vencem entre 2015 e 2017, além dos valores das indenizações não amortizadas.

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Segundo a portaria, 15 usinas hidrelétricas e 9 companhias de transmissão de energia elétrica serão indenizadas em cerca de R$ 20 bilhões para permitir a renovação antecipada da concessões do setor. O valor frustrou algumas empresas, entre elas a Eletrobras, que vai tentar rever as condições para receber um valor maior. As companhias têm agora até o dia 4 de dezembro para se manifestar se aceitam as condições para a renovação antecipada das atuais concessões. Caso não aceitem, manterão as atuais tarifas até o final das concessões em vigor (entre 2015 e 2017).

Após este prazo, os ativos teriam de ser devolvidos para a União, que os leiloaria em nova licitação. "Se este cenário se confirmar, corre-se o risco de ser frustrada a meta de redução considerável das tarifas de energia em 2013", pondera a LCA Consultoria em relatório.

"O mercado (de juros) abre sem muita direção. Só vai saber o quão ruim será para a inflação quando sair a definição (da energia) em dezembro", comentou um operador de uma corretora norte-americana que não tem autorização para ter seu nome revelado. Enquanto o mercado não tem o efeito líquido para inflação do embate para reduzir os preços da energia, o exterior deve definir pressão de baixa para as taxas dos contratos futuros longos, a despeito de as taxas terem começado a resistir em tocar novas mínimas no final da semana passada.

No exterior, pairam as incertezas sobre o quadro político nos EUA, na Europa e na China. Os norte-americanos escolhem o presidente e vários outros políticos nesta semana. O resultado das urnas definirá se o país conseguirá escapar do "abismo fiscal", ou seja, a perspectiva de elevações de impostos e de cortes de gastos governamentais.

Na Europa, o Parlamento grego vota na quarta-feira (07) novas medidas de austeridade e a China deve definir no Congresso Comunista desta semana mudanças importantes.

No Brasil, o feriado teve como destaque uma entrevista do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ao jornal Zero Hora publicada no sábado (03). Na entrevista, ele disse que continua mirando a meta de inflação. Mas ao responder sobre se sente desconfortável com inflação acima de 5%, Tombini respondeu que o "sistema é mirar na meta (de inflação)".

"O BC segue sem se comprometer com nada claro. Mas está certo já que o cenário externo segue complicado", disse o operador da corretora norte-americana, ressaltando, porém, que os preços agrícolas continuam confirmando o cenário de que o pior em termos de transmissão do choque de oferta de grãos para os preços no atacado já passou.

A pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, também constatou essa leitura. Na sondagem divulgada pelo BC, os analistas revisaram suas projeções para o IGP-M em 2012, de 8,30% para 7,92%, enquanto mantiveram a estimativa de 5,16% em 2013. Mas o prognóstico para o IPCA segue praticamente congelado. A previsão para o índice em 2012 caiu de 5,45% para 5,44% e seguiu em 5,40% em 2013, portanto, acima da meta de 4,5%.

Na esfera regional, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, ficou em linha com o esperado. O índice registrou 0,80% em outubro, acima da alta de 0,55% de setembro, mas inferior à variação de 0,84% da terceira quadrissemana de outubro. O resultado ficou bem próximo da mediana de 0,81% calculada com base em pesquisa do AE Projeções. O grupo Alimentação saiu de 1,74% no encerramento de setembro para 2,28% na terceira quadrissemana de outubro, mas desacelerou a alta a 2,04% no fechamento do mês e a desaceleração do grupo deve contribuir para continuar aliviando outros índices. Mesmo assim, foi o item que, na variação ponderada, mais contribuiu para o IPC no período.

Mas uma boa notícia veio do grupo Vestuário. Enquanto algumas lojas em São Paulo iniciaram uma temporada de liquidação pré-natalina para estimular compras antes do pico de movimento esperado para dezembro, os preços de vestuário tiveram queda. O item passou de uma inflação de 0,37% em setembro para 0,45% no terceiro levantamento do mês passado e encerrou outubro com deflação de 0,17%. O grupo foi o que mais contribuiu para atenuar a inflação.

Com pouco espaço para queda, os juros futuros de curto prazo operam em alta marginal nesta quarta-feira em que os participantes do mercado colocam ordens de compras de taxas considerando que o risco dessa aposta pode compensar o retorno diante dos patamares atuais que indicam predominância da expectativa de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic ao final da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após o fechamento do mercado hoje.

A curva de juros tem um retrato diferente da divisão acirrada das expectativas nas áreas econômicas das instituições financeiras. A percepção da maioria dos economistas consultados pelo AE Projeções de que o Copom manteria a Selic inalterada em 7,50% nesta semana foi abalada nos últimos dias, mais precisamente após o discurso do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, na noite de quinta-feira (04).

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A última pesquisa do AE Projeções mostrou que de 80 casas consultadas, 42 esperam Selic estável em 7,50% e 38 aguardam redução de 0,25 ponto. Na sondagem anterior, 56 de 81 instituições apostavam na manutenção da taxa básica, enquanto 24 estimavam recuo do juro para 7,25% e uma para 7,00%, informou a equipe do AE Projeções.

Os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira continuam demonstrando que a pressão de preços no atacado está deixando para trás seu ápice, enquanto o impacto da alta anterior no setor atacadista está despontando com força agora nos índices para o consumidor final em um trimestre que habitualmente traz forte consumo.

Mesmo assim, o Banco Central tem avaliado que esse efeito das pressões no alimento é pontual e que o exterior continua desinflacionário, o que oferece o lastro para o cenário delineado pelo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luis Awazu Pereira da Silva, na semana passada. O retrato feito por Awazu provocou uma reviravolta nos negócios e realinhamentos de expectativas dos analistas e operadores mesmo com os sinais de inflação e atividade em aceleração.

A inflação em São Paulo voltou a pressionar mais do que o esperado pelos analistas. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) acelerou para 0,68% na primeira prévia de outubro, ante 0,55% em setembro. O resultado da prévia mensal ficou acima do teto projetado pelos economistas, que era de um avanço de 0,67%. No Brasil, além do IPC da Fipe, o IPCA, no critério ponta, ficou estável em 0,81% na terça-feira (09), de acordo com uma fonte que teve acesso à coleta diária feita pela Fundação Getulio Vargas. O grupo alimentos e bebidas acelerou de 1,33% para 1,46%.

Mas o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) avançou 0,31% na primeira prévia mensal, o que indica uma desaceleração das pressões no atacado, após a taxa de 0,59% da primeira prévia de setembro. O resultado, divulgado nesta quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas, ficou abaixo da mediana de 0,49% prevista em pesquisa do AE Projeções.

"A inflação continuou pressionada no IPC-Fipe pelo grupo alimentação. A inflação já tinha chegado no âmbito do atacado e agora está chegando ao consumidor, o que é um fator de pressão para o IPCA (nacional)", comentou o estrategista do WestLB, Luciano Rostagno. "Mas o BC está vendo essa alta da inflação decorrente de um choque pontual e tem reforçado, em seus documentos que, no médio prazo o cenário externo continua trazendo efeito desinflacionário", observou Rostagno, um dos analistas que trocaram suas expectativas para o Copom desta quarta-feira e prevê corte de 0,25 pp agora, com a autoridade monetária deixando a porta aberta para eventualmente realizar nova queda em novembro.

Há pouco, a taxa projetada no contrato para janeiro de 2013 indicava 7,11%, de 7,10%. O contrato futuro para janeiro de 2014 retornou há pouco ao nível de ajuste de ontem de 7,42%, após breve movimento de alta para 7,44%.

As taxas dos contratos futuros de curto prazo abrem a manhã desta segunda-feira em estabilidade. Nestes momentos que antecedem a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, o clima externo tem uma configuração pesada, o que reforça o cenário do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, sobre a persistência dos efeitos negativos da crise. Esse argumento pesou na sexta-feira (05) e justifica a pressão de baixa para as taxas médias e longas.

Mas o IGP-DI de setembro ficou em 0,88%, acima da mediana das expectativas (0,84%) e o resultado da Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostra que os economistas não encaparam a ideia de que a Selic voltará a ser cortada na quarta-feira (10). Esses vetores impedem nova queda das taxas curtas até o momento.

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Às 9h46, a taxa do janeiro de 2013 indicava 7,09%, nivelada ao ajuste. Nos vencimentos médios e longos, a pressão vendedora de taxa prossegue e o contrato para janeiro de 2014 indicava 7,35%, de 7,39% no ajuste. O vencimento para janeiro de 2017 estava em 8,79%, de 8,83%.

"O mercado pode consolidar, já que o movimento de sexta-feira foi muito forte. O pessoal já migrou para 0,25pp, talvez, seja um movimento de lado, com inflação um pouco pressionada, embora o exterior pior traga nova pressão de baixa", comentou um operador de uma corretora estrangeira de seguros que atua no segmento de contratos futuros de juros na BM&FBovespa, mas não pode ser identificado por questões de governança da empresa.

"O movimento de sexta-feira foi absurdamente estranho. Mas o ambiente externo está indo na direção da preocupação do diretor", comentou Paulo Petrassi, sócio da Leme Investimentos, referindo-se aos comentários de Awazu. Na sexta-feira, o mercado apagou fortemente os prêmios na curva, após o diretor do BC afirmar na quinta-feira que o movimento de desalavancagem provocado pela crise externa pode ser mais persistente e penoso, com efeitos negativos inclusive sobre economias dinâmicas, como Alemanha e China. Ao mesmo tempo, o IPCA de setembro não mostrou um quadro tão temerário quanto a inflação regional de São Paulo, o que deixou as taxas livres para testarem novas mínimas.

Petrassi salienta ainda que o fato de essa reunião do Copom se inserir entre os dois turnos da eleição representa um vetor adicional que pode levar o BC a conduzir o corte de 0,25 ponto porcentual, o que já está amplamente precificado na curva a termo de juros. "O Copom é entre dois turnos na eleição municipal. E o PT não foi tão bem no primeiro turno e o governo sempre mostrou que gostaria muito do 0,25ponto porcentual", considerou.

A curva a termo abre a manhã com um corte de 0,27 ponto porcentual precificado para ocorrer até janeiro de 2013, o que embute a probabilidade de redução de 0,25 ponto porcentual na reunião do Copom desta semana, mais uma queda residual na reunião de 27 e 28 de novembro. Mas há um grupo minoritário carregando apostas que só entrarão na coluna do lucro com corte de 0,50 ponto porcentual.

Mas alguns vetores podem gerar operações de suporte para as taxas futuras de juros. A despeito da acentuada desaceleração dos produtos agropecuários, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou setembro em 0,88%. O resultado representou uma desaceleração do 1,29% do mês passado, mas não tão forte quanto à esperada pelos economistas, que previam uma mediana de 0,84% para o IGP-DI, segundo o AE Projeções.

A pesquisa Focus mostrou que os economistas ainda não se convenceram do cenário retratado na curva de juros. A previsão de Selic foi mantida em 7,50% para o final de 2012, o que pressupõe que não haveria queda agora da taxa e nem em novembro. Além disso, a sondagem mostrou prognóstico de 8% para o final de 2013. A projeção para Selic no fim de 2013 entre os economistas que mais acertam os prognóstico - o chamado top 5 médio prazo - caiu de 7,88% para 7,25%. O relatório revelou ainda que a estimativa para o IPCA de 2012 subiu de 5,36% para 5,42% e para 2013 caiu de 5,48% para 5,44%. O IPCA 12 meses a frente caiu de 5,52% para 5,50%.

No exterior, o cenário também permanece indefinido, sobretudo por causa de Grécia e Espanha. Durante o fim de semana, o governo de Atenas avançou nas negociações com a troica - formada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a União Europeia (UE) -, mas ainda não houve um acordo que permita a liberação de nova parcela de recursos ao país. Já na Espanha, várias cidades protestaram contra a política de austeridade fiscal do governo no domingo, reacendendo o sentimento de separação da região autônoma da Catalunha. As atenções se voltam, agora, para a reunião de ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo), que acontece nesta segunda-feira, quando a situação da dívida grega e os cortes no orçamento espanhol devem estar no topo da agenda.

Enquanto a situação europeia continua confirmando o cenário de Awazu, a decisão do UnitedHealth Group de comprar uma fatia na Amil, líder em prestação de serviços de saúde no Brasil, no entanto, mostra que o setor corporativo norte-americano não está apostando em um quadro prolongado de economia fraca o Brasil. Investimentos visam lucro.

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