Pode até parecer uma luta, ou uma arte marcial, mas o Krav Maga, na verdade, é reconhecida no mundo como a única 'arte de defesa pessoal'. Criada por Imi Lichtenfeld, em Israel, o intuito é permitir que qualquer pessoa posse se proteger de ataques, assaltos e assédios. Dá até para falar que a atividade é uma das mais 'democráticas' quando falamos de ‘esportes’ de contato.
Mas se tem contato, é uma atividade onde existe um combate entre duas pessoas, porque não é uma luta? O instrutor Thiago Augusto, de 37 anos, que pratica o Krav Maga desde 2007, explica. Segundo ele, no Krav Maga você não tem um rival, ou, um adversário onde você aperta a mão no fim do luta, o que tem na sua frente é um 'inimigo'.
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Thiago revela que sempre foi muito interessado na cultura israelita. “Em Pernambuco elo foi introduzido em outubro de 2006, por Edgar Bezerra Torres, instrutor. Em outubro deste ano, completam-se 15 anos de Krav Maga em Pernambuco”, conta.
Thiago é instrutor de Krav Maga há sete anos. Foto Júlio Gomes/LeiaJáImagens
Durante a aula em que a reportagem foi gravada, ficou muito claro como a arte de defesa pessoal israelita pode ser abrangente. Homens e mulheres, com mais ou menos idade, treinam juntos. Milka Lins, uma das alunas, confessou que desde que começou a praticar o Krav Maga se sente mais segura ao andar na rua.
“O Krav Maga muda um pouco a sua perspectiva de mundo, é uma arte de defesa pessoal que te ajuda a enxergar além, ele faz você pensar adiante num movimento de uma pessoa que venha lhe ferir. Ele abre sua visão de tal forma, que você começa a andar na rua diferente, você consegue andar com a cabeça erguida”, afirmou.
Stemberg Vasconcelos, que é médico do Sport Club do Recife e praticante há 1 ano e sete meses, estava em busca de um exercício que ‘agregasse algo na sua vida’. “O Krav Maga é uma mistura de tudo, defesa, de ética e principalmente de equilíbrio. A gente tem que ter o equilíbrio para realizar o movimento na hora certa”, diz.
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O fundador
Mestre Imi foi um combatente das forças militares israelitas, de origem húngara. Ele viu seu pai, que também era um soldado de guerra, travar algumas batalhas. Anos depois, defendeu o exército britânico e, diante da sua atuação, recebeu autorização para ir para Israel em 1942. Lá começou a ‘transformar’ homens indefesos em soldados imbatíveis com suas técnicas de defesa pessoal no ano de 1948, quando integrou as forças militares de Israel como instrutor.
Seus ensinamentos foram ganhando admiração também entre os civis e, pouco a pouco, popularizou a arte de defesa pessoal. Hoje. além do Krav Maga ser o grande trunfo das forças israelitas. virou exemplo no mundo todo e marca presença em diversos países e exércitos.
No Brasil, a modalidade chegou através do mestre Kobi, aluno de Lichtenfeld desde os três anos de idade. Já adulto, ele recebeu a faixa preta das mãos do criador do Krav Maga e em 1990 chegou ao Brasil com a missão de difundir a arte de defesa pessoal no país e em toda América Latina. Ele fundou a Fundou a Associação Brasileira de Krav Maga e posteriormente a Federação Sul Americana de Krav Maga, reconhecidas pela Secretaria de Esportes e Ministério de Educação.
"Quando eu cheguei ao Brasil, notei o medo que as pessoas andavam nas ruas e percebi a diferença que o Krav Maga poderia fazer em suas vidas. Então, abracei a missão de ensinar o Krav Maga, até que um dia todos entendam os valores, filosofia e técnicas desta arte. Quando esse dia chegar, o Brasil e o mundo não serão mais os mesmos", diz mestre Kobi, no site oficial da Federação.