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Uma pesquisa realizada no Departamento de Zoologia do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriu cinco novas espécies de lagartos amazônicos do gênero Iphisa. A novidade foi celebrada pela comunidade científica, e uma homenagem foi feita a ativistas ambientais que atuaram nas regiões onde as espécies foram registradas, entre eles Bruno Pereira e Dorothy Stang. 

A investigação científica, encabeçada pela pesquisadora Anna Virginia Albano de Mello, doutoranda em biologia animal na UFPE, teve como objetivo catalogar as novas espécies à medida que diferenças morfológicas foram identificadas. Das sete espécies catalogadas na pesquisa, cinco são a novidade na comunidade zoológica, e seus nomes científicos foram escolhidos para homenagear os seguintes ativistas: Dorothy Stang, Ivaneide Suruí, Alessandra Korap Munduruku, Kátia Pellegrino e Bruno Pereira. 

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Lagartos amazônicos levam nome de ativistas ambientais. Foto: Divulgação/UFPE 

“A nossa ideia era nomear os bichos de uma forma que fosse ajudar os cientistas a localizar cada um, mas diante da situação socioambiental do Brasil nos últimos anos, principalmente no que se refere à Amazônia, com invasões a Terras Indígenas e queimadas, a gente decidiu homenagear essas pessoas que defendem a Amazônia. A gente escolheu Dorothy Stang, Ivaneide Suruí, Alessandra Korap Munduruku, Kátia Pellegrino e por último já em 2022 a gente resolveu homenagear Bruno Pereira. Os nomes não foram aleatórios, eu escolhi homenagear as pessoas que foram atuantes nas áreas onde cada um dos bichos foi descoberto”, afirmou Anna de Mello em entrevista ao portal ((o))eco. 

A pesquisa foi realizada em parceria Universidade de São Paulo (USP) e o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), na França. A orientação do trabalho foi feita pelo professor Pedro Murilo Sales Nunes. 

 

Lagartos australianos que mudam de sexo em função do clima foram descritos em um estudo publicado nesta quarta-feira (1°) na revista Nature.

Pesquisadores já haviam provado que a determinação do sexo nestes lagartos dependia da temperatura de incubação dos ovos. No entanto, este fenômeno de transição de um sistema em que o sexo é determinado por cromossomos a um sistema em que o sexo é determinado pela temperatura de incubação nunca tinha sido observado na natureza.

Clare Holleley, da Universidade Nacional Australiana em Camberra, e seus colegas recolheram dados sobre 131 "dragões barbudos" adultos, os lagartos australianos. As análises mostram que onze indivíduos nascidos de ovos incubados em temperaturas mais altas tinham um conjunto de cromossomos do sexo masculino, mas eram, na verdade, do sexo feminino.

Estes indivíduos passaram facilmente de uma identidade de gênero controlada geneticamente a uma identidade controlada pela temperatura. Os pesquisadores também observaram que quando essas fêmeas de sexo invertido acasalam com os machos, o sexo de sua prole é inteiramente determinado pela temperatura de incubação dos ovos.

A prole de mães de sexo invertido tem uma maior propensão para reverter, reforçando esse modo de determinação do sexo. Além disso, essas mães colocam quase o dobro de ovos por ano do que outras mães, conduzindo a populações mais femininas.

Estes resultados confirmam que dois sistemas de determinação sexual coexistem e que o genoma do réptil é sensível ao clima. Uma maior flexibilidade na determinação do sexo poderia ser uma arma útil diante de um clima imprevisível. Porém, mais pesquisas são necessárias para entender as vantagens e desvantagens desse mecanismo, aponta o estudo.

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