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O juiz Claudio Juliano Filho, da 1.ª Vara do Júri de São Paulo, decidiu, nessa terça (17), que o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o "Maninho do PT", e seu filho Leandro Eduardo Marinho não irão mais a júri popular. Os dois foram acusados pelo Ministério Público paulista por tentativa de homicídio do empresário Carlos Alberto Bettoni, durante um tumulto em frente ao Instituto Lula, na zona sul da capital paulista, em 2018.

O magistrado considerou que não há prova mínima sobre o "intento de matar" dos dois denunciados. Agora, a expectativa da defesa de Maninho do PT e de seu filho é a de que a acusação seja reclassificada como lesão corporal.

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O episódio envolvendo Maninho e Leandro ocorreu logo depois de o então juiz Sérgio Moro ter decretado a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, na Operação Lava Jato, em abril de 2018. Na ocasião, apoiadores do petista se reuniram em frente à sede do Instituto Lula. Bettoni, ao passar pelo local, teria provocado o grupo.

Segundo a denúncia da Promotoria, o empresário foi agredido por Maninho e Leandro e bateu a cabeça na lateral de um caminhão. Com traumatismo craniano, Bettoni ficou internado por vários dias. Posteriormente, ele negou ter provocado os petistas.

No despacho, o magistrado decretou a desclassificação da imputação a Maninho e a seu filho, de homicídio tentado, determinando a remessa do caso a uma das varas criminais de São Paulo, para que a conduta dos réus seja apurada. "Houve 'animus laedendi' (intenção de ferir), não se podendo assim inferir o 'animus necandi' (intento de matar), nem mesmo na sua modalidade eventual, pela simples tragédia do resultado havido", disse.

Decisão

A avaliação do juiz é a de que, em razão da "confusão e desordem" que havia em frente ao Instituto Lula naquele dia, pode-se concluir que não ocorreu a "previsão do resultado" - o fato de Bettoni bater a cabeça no caminhão. "Diante da enorme aglomeração de pessoas e generalizada desordem, não lhes seria possível prever, e assim aceitar, que um caminhão atingisse a vítima, o que afasta o agir de forma dolosa na modalidade eventual".

Em nota, os advogados Gustavo Polido e Roberto Guimarães disseram que "conseguiram demonstrar que não houve qualquer intenção de tentar matar a vítima".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, tentou pedir perdão ao homem que agrediu em 2018, em São Paulo. A informação foi divulgada pelo Metrópoles, que teve acesso a um trecho de depoimento do petista — que foi preso — colhido em maio deste ano. O caso que culminou na prisão de Maninho aconteceu há quase cinco anos, em Diadema, na Grande São Paulo. Ele é réu por tentativa de homicídio. 

À época, Manoel empurrou o empresário Carlos Alberto Bettoni contra um caminhão no dia em que o então juiz Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em abril de 2018. Na ação, Bettoni bateu a cabeça no pára-choque do veículo e teve traumatismo craniano. Maninho do PT ficou preso por sete meses até obter um habeas corpus. 

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No depoimento ouvido, o ex-vereador diz que se arrepende do ocorrido e que gostaria de ter pedido perdão à vítima. Carlos Alberto, porém, faleceu em 30 de dezembro de 2021, aos 60 anos, em decorrência da Covid-19, mas o homem já sofria diversas sequelas em virtude da agressão. Além de ter ficado impossibilitado de trabalhar, Carlos sofria com crises convulsivas, sequelas neurológicas e nervosas, ele foi internado por diversas vezes, primeiramente em um hospital particular. 

Marinho foi informado do falecimento da vítima. “Tenho um arrependimento enorme de ter acontecido esse fato, ainda mais agora com a morte dele. Eu queria vê-lo e pedir perdão. Eu fui levado pela emoção e tenho um enorme arrependimento de ter acontecido esse fato”, declarou o réu. 

Em dezembro, Bettoni teve nova crise convulsiva e precisou ser internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Enquanto aguardava a transferência para um hospital, contraiu Covid-19. Mesmo com duas doses de vacina, ele teve o quadro agravado, por causa de comorbidades, e não resistiu. 

Fala de Lula gerou polêmica 

No último fim de semana, uma fala do ex-presidente Lula agradecendo a Maninho pelo episódio de agressão gerou polêmica. Foi este posicionamento que trouxe o caso à luz novamente, após quase cinco anos. 

"Esse companheiro Maninho, por me defender, ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto (Lula). Então, Maninho, eu quero agradecer, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade e companheirismo", disse Lula. 

A Justiça de São Paulo decretou a prisão do ex-vereador de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, mais conhecido como Maninho do PT, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, por causa do episódio de agressão contra o manifestante e empresário Carlos Alberto Bettoni, ocorrida no dia 5 de abril em frente ao Instituto Lula, na região do Ipiranga. Eles foram denunciados pelo promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman por tentativa de homicídio por motivo torpe e cruel. O processo corre sob segredo de Justiça.

Bettoni foi agredido no local após gritar ofensas contra o PT durante entrevista do senador Lindbergh Farias (RJ) à imprensa. Um dos denunciados empurrou a vítima, que bateu a cabeça em um caminhão que passava no local. Na ocasião, manifestantes estavam reunidos em frente ao instituto por causa da notícia de que o juiz Sérgio Moro tinha expedido a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bettoni foi internado no hospital São Camilo, onde permaneceu até o final de abril.

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Quanto ao secretário nacional do Setorial Sindical do PT, Paulo Cayres, indiciado pela Polícia Civil, o promotor pediu o arquivamento do inquérito, alegando que ele não teria participado diretamente do ataque que levou o empresário Bettoni a bater a cabeça contra o caminhão. “A prisão cautelar decretada, além de muito bem fundamentada, atende aos anseios da sociedade ordeira e traz segurança para que as testemunhas e vítima possam ter tranquilidade e para depor em juízo e aguardar o julgamento pelo tribunal popular”, informou em nota o advogado Daniel Bialski, que representa Bettoni.

A Agência Brasil não conseguiu contato com o ex-vereador e seu advogado.

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