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O déficit na balança dos produtos manufaturados poderá ter uma redução neste ano. Se as projeções foram confirmadas, será o primeiro recuo desde 2009. Em 2014, o saldo ficou negativo em US$ 109,4 bilhões, o maior da história. Na projeção do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a tendência é que o déficit da balança de manufaturados volte a ficar abaixo de US$ 100 bilhões este ano.

Na revisão da balança comercial divulgada na quinta-feira, 17, a AEB estima que a exportação de manufaturados vai somar US$ 72,9 bilhões em 2015, uma queda de 9,1% na comparação com 2014. "Se a melhora ocorrer, será pontual. Não é uma mudança consistente", diz Castro.

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Para o resultado geral da balança comercial, o cenário revisado pela AEB projeta um superávit de US$ 8,064 bilhões, muito próximo da estimativa feita em dezembro (US$ 8,140 bilhões). Embora os valores sejam parecidos, a entidade passou a trabalhar com uma forte redução na corrente de comércio (soma das importações e exportações) deste ano.

A corrente de comércio deverá somar US$ 374,598 bilhões, uma queda de 17,5% na comparação com 2014. O recuo deverá ser mais intenso nas importações (-20%) do que nas exportações (-15%).

"A projeção para o superávit permaneceu praticamente a mesma, mas as condições se deterioram muito. A atividade econômica é gerada pela corrente de comércio. Então, essa queda é preocupante", afirma Castro.

A redução no déficit dos manufaturados virá pela queda acentuada das importações e não pela melhora das exportações. Os dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostram que, no primeiro semestre, a importação em valor dos manufaturados recuou 16%, para US$ 78,6 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a exportação diminuiu 7,9% entre janeiro e junho.

A queda mais acentuada nas importações dos manufaturados pode ser explicada por três motivos. Primeiro, a desvalorização do real desestimula as compras internacionais. Segundo, o preço mais baixo do petróleo deve favorecer o resultado comercial - nas compras brasileiras do ano passado, por exemplo, 5% do total foi de óleo combustível. E, terceiro, a queda na atividade interna. As projeções para o PIB estão sendo reduzidas semanalmente, o que explica a baixa demanda por produtos vindos de fora.

"A confiança do empresário da indústria está baixa. Ele não está importando bens para serem utilizados na produção porque sabe que não vai conseguir vender o produto final", diz Daiane Santos, economista da Funcex. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A conversa de cerca de uma hora entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente da China, Li Yuanchao, na sexta-feira (2), foi concentrada na solução de problemas comerciais. Dilma cobrou a promessa, ainda não cumprida, de que a China comprará mais produtos manufaturados brasileiros, reiterou a urgência na conclusão da compra de 60 jatos da Embraer e fez gestões para abrir caminho à venda de milho transgênico brasileiro.

A venda de 60 jatos da Embraer para duas companhias aéreas chinesas foi um dos temas centrais. Acertada em julho, durante a visita do presidente Xi Jinping, a compra ainda não foi liberada pelo governo chinês. Dilma pediu pressa, já que esse foi um dos mais de 30 acordos celebrados na época, após um ano de intensas negociações.

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Os acordos, envolvendo 40 aviões para a companhia aérea Tianjin Airlines e mais 20 aeronaves para o Banco Industrial e Comercial da China estão ainda parados na burocracia chinesa. Normalmente, a autorização de importação envolve de duas a três diferentes agências governamentais, o que já dificulta o processo. Mas, como o governo chinês é sócio das empresas importadoras, poderia apressar a autorização.

A própria Embraer teria reclamado ao governo brasileiro da lentidão, o que levou a presidente a tratar do tema com Yuanchao. Cada uma das aeronaves tem valor de tabela entre R$ 47 milhões e R$ 55 milhões, o que levaria o potencial da venda à casa dos bilhões de reais.

A conversa envolveu também a promessa de aumentar as compras de produtos manufaturados brasileiros. A China é o segundo maior parceiro econômico do Brasil. Em 2013, o Brasil teve um superávit de US$ 547,4 milhões nessa relação, mas no ano passado, até novembro, registrou déficit de US$ 1,3 bilhão. A redução do ritmo de crescimento do País atenuou o apetite dos chineses por matérias-primas, principais itens de importação do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos se tornaram o principal comprador de produtos manufaturados do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro, enquanto os argentinos compraram US$ 9,8 bilhões, os norte-americanos importaram US$ 10,9 bilhões do Brasil.

O Ministério explicou que contribuiu para esse avanço dos Estados Unidos a perda de fôlego econômico na Argentina, que levou a uma redução expressiva da compra de veículos e outros produtos brasileiros. Houve ainda, neste ano, uma seca na Argentina que levou a uma redução expressiva, de quase 50%, da compra de trigo.

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O MDIC ainda informou que o déficit na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos recuou de US$ 8,5 bilhões no acumulado de 2013 até setembro, para US$ 6,6 bilhões em 2014.

As exportações acumuladas em 2014, até setembro, registraram retração em relação a igual período de 2013, e os produtos manufaturados, os que mais sofreram, apresentaram retração de 7,1% no período. Os semimanufaturados também estão em queda no ano e registraram, até o mês passado, recuo de 4,2%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram divulgados nesta quarta-feira (1°).

No grupo de manufaturados, a queda foi puxada por automóveis de passageiros, cujas vendas encolheram 39,2% no ano. O segmento, no entanto, não é o único no vermelho. Outros itens também apresentaram queda: plataforma para extração de petróleo (-29,1%), açúcar refinado (-28,4%), veículos de carga (-25,5%), autopeças (-24,6%), motores para veículos e partes (-15,3%), pneumáticos (-5,1%) e aviões (-3,3%).

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Alguns segmentos, em contraponto, apresentaram expansão, a exemplo de tubos de ferro fundido (+94,3%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+28,0%), máquinas para terraplenagem (+11,6%), motores e geradores elétricos (+10,0%), óleos combustíveis (+6,6%), medicamentos (+6,2%), polímeros plásticos (+5,5%) e bombas e compressores (+2,8%).

Os principais destinos para as exportações brasileiras em 2014, até o momento, foram China (US$ 34,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 20,2 bilhões), Argentina (US$ 11,0 bilhões), Países Baixos (US$ 10,5 bilhões) e Japão (US$ 5,0 bilhões).

A Argentina foi responsável por 26% da queda das exportações brasileiras de produtos manufaturados no primeiro trimestre. Ao todo, o País exportou US$ 18,2 bilhões no período, US$ 1,56 bilhão a menos que em igual intervalo do ano passado. Dessa diferença, US$ 408 milhões deixaram de ser vendidos para os argentinos.

As exportações de manufaturados para a Argentina nos primeiros três meses de 2014 somaram US$ 3,28 bilhões, ante US$ 3,69 bilhões do ano passado. "Automóveis, autopeças e motores foram responsáveis por 60% da queda", afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Só em automóveis, os embarques caíram 31,5% no período e em autopeças, 19,8%.

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Na tentativa de destravar o comércio de carros e peças, representantes dos governos e das montadoras do Brasil e da Argentina se reúnem na próxima semana, em São Paulo, para acertar um mecanismo de financiamento para as importações da Argentina.

Na sexta-feira, 25, o presidente da Associação Nacional dos fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, se reúne com o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, em Brasília, para detalhar a proposta brasileira a ser apresentada na semana que vem.

Na terça-feira, 22, o encontro de representantes dos dois governos em Buenos Aires para avaliar o tema não foi conclusivo. Pelos cálculos da CNI, a Argentina só tem reservas para cobrir pouco mais de quatro meses de suas importações. As reservas do país são as mais baixas desde o início de 2006.

Restrições

Se for levado em conta o período de 2011 a 2013, o Brasil deixou de exportar US$ 2,2 bilhões em diversos produtos aos argentinos, tendo como base o nível de comércio entre os dois países verificado em 2011, ano em que as exportações brasileiras foram recorde.

Abijaodi ressalta que boa parcela da queda é resultado das medidas de restrição do governo argentino ao produto de origem brasileira. A crise argentina também tem sua parcela de responsabilidade, mas, o que se nota, segundo a CNI, é que a Argentina também está substituindo parte dos produtos brasileiros por mercadorias de outras regiões, especialmente da China.

De 2005 até agora, a participação dos produtos do Brasil nas importações da Argentina caiu 11,6 pontos porcentuais (de 36,4% para 24,8%). Já as compras da China foram ampliadas em 13,1 pontos (de 5,3% para 18,4%). "Por coincidência, o aumento da participação chinesa é quase o que desceu a participação brasileira", destaca Abijaodi.

A CNI reconhece que os produtos brasileiros têm perdido "dinamismo e competitividade global, se concentrando cada vez mais na Argentina, especialmente nos setores de veículos e autopeças". Por isso, a entidade defende a intensificação de medidas de apoio ao aumento da competitividade e acordos comerciais com outras regiões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A exportação de produtos manufaturados caiu 8,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2012. O levantamento da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) - com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior - também mostra uma queda de 5,2% no acumulado em 12 meses.

A venda dos produtos dessa classe está sendo prejudicada pelas barreiras comerciais e baixo crescimento da Argentina, pelo recuo de quase 45% na exportação de combustível e pela já conhecida falta de competitividade da indústria brasileira. A fatia histórica da Argentina na importação de produtos manufaturados brasileiros é de cerca de 20%. No primeiro trimestre, as exportações ao país caíram 10,4%.

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O saldo da balança comercial até março está negativo em US$ 5,2 bilhões. No ano, as exportações totais caíram 7,7%, enquanto as importações subiram 6,3%. "Estamos um pouco mais pessimistas do que nós estávamos no fim de 2012, quando notamos um crescimento para os nossos mercados. Mas, agora, houve uma mudança bastante forte com a queda nos manufaturados", afirma Rodrigo Branco, economista da Funcex. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Todas as categorias de produtos registraram queda na exportações em 2012, segundo números divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As vendas externas de manufaturados caíram 1,7% em relação a 2011. Os produtos semimanufaturados puxaram a queda com 8,3% a menos do que no ano anterior enquanto os embarques de produtos básicos diminuíram 7,4% no período.

As maiores quedas no grupo de manufaturados foram de laminados planos, açúcar refinado, automóveis de passageiros, óxidos e hidróxidos de alumínio e suco de laranja não congelado. Por outro lado, cresceram as exportações de etanol, óleos combustíveis, aviões e motores e geradores elétricos, bombas e compressores.

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Nos produtos básicos a queda nas vendas foi puxada por café em grão, minério de ferro, petróleo em bruto e carne de frango, mas aumentaram as exportações de milho em grão, algodão em bruto, farelo de soja, fumo em folhas, carne bovina e soja em grão.

No grupo de manufaturados, as maiores retrações das exportações foram de semimanufaturados de ferro e aço, alumínio em bruto, ferro fundido, açúcar em bruto, celulose e óleo de soja em bruto. No entanto, subiram as vendas externas de ferro-ligas, ouro em forma de semimanufaturada e couros e peles.

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