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A Coreia do Norte disparou, nesta quinta-feira (17) um míssil balístico de curto alcance no Mar do Japão (chamado de Mar do Leste nas duas Coreias), poucas horas depois de a chanceler norte-coreana, Choe Son-hui, ter ameaçado dar uma resposta mais "feroz" a medidas conjuntas envolvendo Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.

Em comunicado breve, as Forças Armadas da Coreia do Sul informaram que os militares captaram o míssil nos sistemas de defesa por volta das 10h48 (horário local). O projétil voou por cerca de 240 km. Ainda segundo o exército sul-coreano, após o lançamento, a Coreia do Sul e os EUA mantiveram uma conversa para reafirmar a defesa conjunta na região.

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Esse lançamento foi o primeiro disparo de míssil balístico da Coreia do Norte em oito dias, o mais recente em sua série de testes nos últimos meses.

Ele vem em resposta a diálogos mantidos por Yoon Suk-yeol, Fumio Kishida e Joe Biden no domingo, quando concordaram em tomar "medidas decisivas" para alcançar a desnuclearização completa da Coreia do Norte e exibiram seu compromisso de fortalecer a chamada "dissuasão estendida", que consiste no envio de ativos estratégicos dos EUA para as proximidades da Península Coreana, de uma "maneira coordenada e conforme necessário", com base nas ações do regime do Norte.

"Quanto mais os EUA estiverem na oferta reforçada de dissuasão estendida a seus aliados e quanto mais eles intensificarem atividades militares provocativas e blefantes na Península Coreana e na região, mais feroz será a contra-ação militar da Coreia do Norte, em proporção direta'', disse a chanceler norte-coreana, Choe Son-hui. "Isto representará uma ameaça mais séria, realista e inevitável para os EUA e suas forças vassalas sobre o qual certamente irá se arrepender", acrescentou.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul respondeu à ameaça e enfatizou que o propósito da cúpula trilateral era coordenar uma resposta conjunta para conter e deter o avanço das ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte. O porta-voz Moon Hong Sik disse a repórteres que a cooperação de segurança entre Seul, Washington e Tóquio estava contribuindo para solidificar uma dissuasão estendida dos EUA a seus aliados.

O lançamento também coincide com a visita do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, à vizinha Coreia do Sul, e ocorre depois de o regime de Pyongyang ter disparado cerca de trinta mísseis no início de novembro em resposta a grandes manobras aéreas de Seul e Washington, que aumentaram a tensão na região.

A Coreia do Norte manteve o discurso de que alguns dos testes recentes eram simulações de ataques nucleares contra alvos sul-coreanos e norte-americanos. Especialistas dizem que o Norte acabaria querendo aumentar sua capacidade nuclear para arrancar maiores concessões de seus rivais.

A tensão na península atinge níveis sem precedentes devido aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de que, conforme indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un já esteja pronto para realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017. Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul reforçam a tese de que o Norte concluiu os preparativos para conduzir uma explosão de teste nuclear.

Especialistas dizem que o teste, se feito, teria como objetivo desenvolver ogivas nucleares para serem colocadas em mísseis de curto alcance capazes de atingir alvos importantes na Coreia do Sul, como bases militares dos EUA. Eles dizem que a Coreia do Norte pretende, em última análise, usar seu arsenal reforçado como uma alavanca para pressionar os Estados Unidos a fazer concessões em futuras negociações e reconhecê-lo como um Estado nuclear.

O lançamento de quinta-feira ocorreu um dia depois que os membros do G20 terminaram a cúpula na Indonésia. O encontro foi amplamente ofuscado por outras questões, como a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Mas Biden e o presidente sul-coreano, Dent Yoon Suk Yeol, usaram reuniões bilaterais com o presidente chinês Xi Jinping para levantar a questão da Coreia do Norte.

Em suas respectivas conversas bilaterais com Xi, Biden observou que todos os membros da comunidade internacional têm interesse em encorajar a Coreia do Norte a agir com responsabilidade, enquanto Yoon pediu que a China desempenhe um papel mais ativo e construtivo ao lidar com as ameaças nucleares norte-coreanas.

A China, o último grande aliado do Norte e sua maior fonte de ajuda estrangeira, é suspeita de evitar aplicar totalmente as sanções das Nações Unidas ao país e enviar assistência clandestina para ajudar o vizinho empobrecido a se manter à tona e continuar a servir como um baluarte contra as influências dos EUA na península coreana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A Coreia do Norte lançou neste domingo (6) quatro mísseis balísticos em direção ao Mar do Japão, segundo informou os governos do Japão e da Coreia do Sul. O lançamento aconteceu às 7h36, horário local, de Dongchang-ri, na costa noroeste da Coreia do Norte, e foi em direção ao Mar do Leste, segundo a agência de notícias "Yonhap", que citou fontes do exército da Coreia do Sul.

De acordo com o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, três dos quatro projéteis caíram na Zona Econômica Especial (ZEE), espaço que se estende cerca de 370 quilômetros a partir da costa japonesa.

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Na última sexta-feira (3), a Coreia do Norte já havia ameaçado, através de seu jornal estatal "Rodong Sinmun", que realizaria novos testes de mísseis em resposta a exercícios, que Pyongyang considera um ensaio para invadir seu território.

"Os lançamentos claramente mostram que a ameaça norte-coreana alcançou uma nova dimensão", disse perante o parlamento o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que considerou estes testes como "uma provocação muito séria" para a segurança nacional. Nesta segunda-feira (6), a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão iniciaram uma coordenação de emergência em resposta aos mísseis lançados. O chefe da Segurança Nacional sul-coreana, Kim Kwan-jin, teve uma conversa telefônica com o homólogo norte-americano H. R. McMaster, a fim de avaliar uma resposta comum sobre o caso.

Segundo a Yonhap, o objetivo "é reforçar a cooperação com os aliados para reforçar as sanções e exercer mais pressão sobre a Coreia do Norte".

Em 12 de fevereiro, a Coreia do Norte já havia feito um lançamento. Este é o segundo desde que o líder, Kim Jong-um anunciou em sua mensagem de Ano Novo que Pyongyang estava finalizando o desenvolvimento de um ICBM, uma arma que poderia atingir os EUA, no futuro.

O Ministério das Relações Exteriores da Itália (Farnesina) "condenou", em nota, o lançamento dos mísseis. "Os testes de mísseis repetidos e o desenvolvimento de um arenal nuclear constituem uma ameaça à paz e segurança internacionais e é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança".

"A Coreia do Norte deve abandonar o desenvolvimento de um arsenal nuclear de mísseis e parar de desafiar a comunidade internacional. A Itália está pronta para contribuir para uma resposta firme e unida da comunidade internacional", concluiu a Farnesina. 

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