Pouco mais de um ano após sua precoce morte, Marília Mendonça continua reinando soberana nos corações do público brasileiro. A rainha da sofrência, eternizada através de sua obra e voz marcantes, continua inspirando fãs e até artistas que mantêm sua memória viva dando continuidade ao legado deixado. Um deles é o cantor pernambucano Johnny Hooker, que homenageia a artista em seu novo show, ‘Clube da Sofrência’.
No espetáculo, Hooker faz um retorno às suas raízes românticas em um repertório que mescla os seus próprios sucessos com os de Marília, recriando os hits da rainha com seus tons roqueiros. O artista, que ficou conhecido nacionalmente com a verdadeira ‘explosão’ que foi seu primeiro album solo - ‘Eu Vou Fazer Uma Macumba pra te Amarrar, Maldito!’ -, promete uma noite para celebrar os “corações partidos”, neste sábado (20), no Armazém 14, no Bairro do Recife.
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Jhonny Hooker e Marília Mendonça. Foto: Reprodução/Instagram
Mas antes, Johnny conversou com o LeiaJá e falou sobre Marília, sofrência, música e o público recifense. Confira.
LJ - Como surgiu o projeto ‘Clube da Sofrência’ e qual tem sido/foi a maior dificuldade em realizá-lo, se houve?
JH - Há algum tempo já queríamos fazer um show tributo pois nunca tinha feito e quando surgiu o nome de Marília me pareceu perfeito pois somos contemporâneos, tínhamos nos conhecido e trocado admiração por nossos trabalhos. Ela chegou a gravar um vídeo cantando uma música minha. Já suspeitava que nossas obras conversavam bastante, mas durante a montagem do show me impressionei o quanto. Nós termos da canção popular acho que nossas obras são irmãs em muitos aspectos.
LJ - Quais similaridades entre a sua própria obra e a obra dela você consegue apontar?
JH - A temática da “dor de cotovelo”, os refrões poderosos pra cantar junto, a estética que bebe diretamente da canção popular, somos os dois leoninos então é tudo grande, as imagens são cinematográficas, dramáticas.
LJ - O que de novo ou diferente, por assim dizer, você acha que a sua interpretação traz à obra de Marília?
JH - Transformamos bastante os arranjos para trazer a obra dela mais pra perto da minha. Ficou mais rock e mais brega no sentido do brega feito em Recife.
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LJ - Você chegou a conhecer a Marília, como foi esse encontro? Você era fã dela, costumava consumir sua música?
JH - Nos conhecemos numa premiação, ela veio me pedir um cigarro e disse que amava minhas músicas. Depois ficamos conversando um tempo sobre a vida na estrada, sobre música. Ela foi de uma doçura incrível e de um coração aberto incríveis. Eu sou muito fã dela como pessoa e como artista.
LJ - Quais sensações e sentimentos você deseja despertar no público com esse novo show?
JH - Esse show é uma grande celebração do gênero musical mais popular do Brasil que é a música de dor de cotovelo/romântica. É um clube pras pessoas irem afogar as mágoas e quem sabe superar.
LJ - Ansioso para tocar no Recife? Lembro de ver alguns tuítes seus na época do Carnaval lamentando não ter sido chamado para shows por aqui. Sente que sua própria terra valoriza pouco o seu trabalho?
JH - É sempre uma felicidade imensa tocar em Recife, onde tudo começou. Acho que o público nunca deixou de valorizar meu trabalho, sempre deu a mão e veio junto. E o resto é melhor nem comentar.