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A Argélia enterrrou neste domingo (5), aniversário de sua independência, os restos mortais de 24 insurgentes que lutaram contra a colonização, entregues pela França, na praça doss "Mártires" em Argel, coincidindo com sinais de ambos os países para resolver o doloroso passado da colonização.

Os 24 crânios dos combatentes mortos no início da colonização francesa no século XIX foram enterrados durante um funeral solene no cemitério de El Alia, o maior da Argélia, na presença do presidente Abdelmadjid Tebboune.

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Localizado nos arredores de Argel, o cemitério abriga a praça dos "Mártires da Revolução argelina", onde descansa o emir Abdelkader, herói da primeira resistência antifrancesa, as grandes figuras da guerra da independência (1954-1962) e antigos chefes de Estado.

Os 24 caixões, cobertos com a bandeira nacional, que foram expostos no Palácio da Cultura desde sua chegada à Argélia na sexta-feira, foram enterrados em um quadrado de quatro fileiras de seis, perto dos túmulos dos antigos chefes de estado argelinos, constatou um correspondente da AFP.

Milhares de pessoas prestaram homenagem no sábado a esses heróis nacionais repatriados 170 anos depois.

Os restos mortais faziam parte da coleção do Museu Nacional da História Natural de Paris desde o século XIX.

Colonizada por 132 anos (1830-1962), a Argélia solicitou oficialmente, em janeiro de 2018, a devolução dos crânios e dos arquivos coloniais.

Os militares franceses exibiam esses crânios como "troféus de guerra".

 "Mais um passo" 

O gesto da França de entregar esses restos é um sinal de degelo nas relações entre Argélia e a antiga potência colonial, marcadas desde 1962 por frequentes polêmicas e tensões.

Durante uma visita a Argel em dezembro de 2017, o presidente francês Emmanuel Macron se comprometeu a devolver os restos humanos argelinos expostos no Museu do Homem, dependente do Museu Nacional da História Natural. No mesmo ano, mas antes de sua eleição, disse em Argel que a colonização foi "um crime contra a humanidade".

A memória histórica continua determinando as relações conflitantes entre França e Argélia, onde há uma percepção de que a antiga metrópole não se arrependeu de seu passado colonial.

O presidente argelino disse no sábado em entrevista à rede internacional France 24, que é preciso "enfrentar o problema da memória que influencia bastante nas relações entre os dois países" e pediu a Paris para dar "mais um passo".

"Isso permitirá apaziguar o clima e tornar mais serenas as nossas relações econômicas, culturais e de vizinhança", explicou.

Uma exposição em Berlim sobre os "mártires" na história, que inclui em sua lista um dos autores dos ataques de Paris em 2015, provocou polêmica na Alemanha e um protesto oficial da França.

Intitulada "O Museu dos Mártires", a exposição apresenta fotografias afixadas em duas paredes acompanhadas de curtas biografias de 20 figuras históricas apresentadas como "mártires", pessoas "mortas por suas convicções".

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Nesta lista heterogênea estão o filósofo grego Sócrates, o ativista americano dos direitos civis Martin Luther King, mas também o francês Ismaël Omar Mostefaï, um dos três autores do massacre jihadista na casa de espetáculos Bataclan em Paris, em novembro 2015, que fez 90 mortos.

Um ingresso de entrada para o Bataclan foi afixado ao lado de sua foto.

O egípcio Mohammed Atta, um dos principais responsáveis ​​pelos ataques suicidas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, bem como um adolescente suicida do Daguestão, autor de um atentado no metrô de Moscou em 2010, também estão incluídos nesta exposição.

A mostra foi organizada por um coletivo dinamarquês chamado "The Other Eye of the Tiger" ("O Outro Olho do Tigre"). Pode ser visitada no Kunstquartier Bethanien, um local cultural alternativo de Berlim.

Inaugurada na semana passada e programada para durar até quarta-feira, a exposição despertou indignação na Alemanha, bem como na França, especialmente nas redes sociais.

A embaixada francesa em Berlim expressou sua "consternação", considerando tal "viés (...) profundamente chocante". "Lembrando o nosso apego à liberdade de criação artística, denunciamos fortemente a confusão assim feita entre o martírio e o terrorismo", disse em comunicado.

Todos os personagens citados "foram designados como 'mártir' por um Estado, uma religião ou uma organização, nenhum deles pelos próprios artistas", insistiram em uma declaração os autores da exposição, que afirmam repudiar qualquer tipo de violência e terrorismo.

A exposição quer mostrar "a extensão do uso do termo 'mártir' e sua inconsistência em função dos diferentes contextos e posições geográficas ao longo da história", acrescentem.

A prefeitura de Berlim assegurou que não "apoia nem financia" a exposição.

Membro do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), a deputada Beatrix von Storch anunciou no Twitter ter apresentado uma queixa "por apologia pública ao homicídio".

O papa Francisco canonizou neste domingo (16) 35 pessoas, incluindo 30 mártires assassinados no Brasil no século XVII por calvinistas holandeses, três adolescentes mexicanos convertidos no século XVI, um espanhol e um italiano.

As canonizações são o reflexo da violenta história da evangelização na América Latina, que teve início no estado brasileiro do Rio Grande do Norte em 1597 com os missionários jesuítas e os padres procedentes do reino católico de Portugal.

Mas nas décadas seguintes, a chegada de holandeses calvinistas gerou perseguições contra os católicos.

Os padres André de Soveral e Ambrosio Francisco Ferro, assim como 28 companheiros laicos - incluindo um francês - canonizados neste domingo foram os primeiros mártires do Brasil, assassinados por índios e soldados holandeses durante dois massacres em 1645 em Cunhaú e Uruaçu.

Estes mártires, homens, mulheres e índios, beatificados em 2000 por João Paulo II, morreram de maneira violenta, alguns deles com os corações arrancados após torturas e mutilações, segundo os historiadores.

Os novos santos mexicanos Cristóbal, Antonio e Juan, adolescentes assassinados por sua fé entre 1527 e 1529, haviam recebido uma formação com os primeiros missionários franciscanos procedentes da Espanha.

O jovem Cristóbal tentou converter o pai, que o matou - o jovem tinha 13 anos - a pauladas quando retornava da escola franciscana.

Antonio e Juan aceitaram acompanhar como intérpretes em 1529 missionários dominicanos à região de Oaxaca, sul do México. Os dois jovens foram assassinados por índios quando ajudavam os missionários a destruir representações de ídolos dos indígenas. Também foram canonizados um italiano e um espanhol.

Faustino Miguez (1831-1925), nascido na Galícia, noroeste da Espanha, dedicou sua vida ao ensino. O italiano Antonio Falcone (1669-1724) foi um padre itinerante que percorreu o sul da Itália. Foi beatificado em 1825.

O papa Francisco canonizará no dia 15 de outubro deste ano, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, os primeiros mártires brasileiros, os sacerdotes André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e o laico Mateus Moreira, além de outras 27 pessoas assassinadas em 1645.

O anúncio foi realizado nesta quinta-feira (20), durante assembleia de cardeais dirigida pelo papa, onde foram definidas as datas das cerimônias de canonização de vários futuros santos.

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Para que sejam canonizados, eles não necessitaram nenhum milagre, apenas o parecer positivo dos membros da Congregação para as Causas dos Santos, que reiterou o assassinato por "ódio à fé".

Eles são os primeiros mártires e santos brasileiros assassinados entre os dias 16 de julho e 3 de outubro de 1645 pelos protestantes calvinistas holandeses instalados em Brasil naquela época.

Muitos foram assassinados em Cunhaú e Uruacu, no Rio Grande do Norte, durante uma missa dominical celebrada por André de Soveral. Eles tinham sido beatificados pelo papa João Paulo II em março de 2000, na Basílica de São Pedro.

Os mártires brasileiros serão canonizados em uma cerimônia ao lado de dois meninos mexicanos conhecidos como Mártires de Tlaxcala; o espanhol Faustino Miguez, fundador do Instituto Calasancio Filhas da Divina Pastora e o sacerdote franciscano italiano Luca Antonio Falcone.

Papa canonizará crianças que viram aparição da Virgem Maria

O papa canonizará no próximo dia 13 de maio, durante sua viagem para a cidade de Fátima, em Portugal, Francisco e Jacinta Marto, os irmãos pastores que, segundo a Igreja católica, presenciaram, ao lado da prima Lúcia, a aparição da Virgem Maria.

O anúncio foi realizado hoje, durante assembleia de cardeais dirigida pelo papa, onde foram definidas as datas das cerimônias de canonização de vários futuros santos.

No dia 23 de março, o pontífice tinha aprovado os decretos para canonizar as duas crianças, de 9 e 10 anos, que morreram pouco depois das aparições, entre maio e outubro de 1917, e que serão as primeiras crianças não mártires declaradas santos.

Francisco viajará para Fátima onde participará dos atos em comemoração do centenário das aparições, nos próximos dias 12 e 13 de maio. A cerimônia de canonização será no sábado (13), quando está prevista uma missa multitudinária na esplanada do santuário mariano.

O milagre pela intercessão dos irmãos que pode decretar a canonização, segundo as normas católicas, é o da suposta cura de uma criança brasileira.

Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920), que junto com sua prima Lúcia, que se tornou freira e a única que sobreviveu, presenciaram as aparições na Cova da Iria e foram beatificados no dia 13 de maio de 2000, por João Paulo II, em Fátima.

As três crianças portuguesas garantiram que testemunharam as aparições da Virgem, quem revelou a eles os chamados três Segredos de Fátima, relatados por Lúcia, que morreu em 2005, para quem também foi aberto um processo de beatificação.

O papa Francisco chegará em Fátima na sexta-feira, dia 12 de maio, e, na base aérea de Monte Real, terá um encontro privado com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

No dia seguinte, visitará a Basílica de Nossa Senhora do Rosário e celebrará uma missa na esplanada do santuário e onde canonizará as duas crianças. Francisco será o quarto pontífice que visitará Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

O Papa Francisco declarou nesta segunda-feira que há mais mártires cristãos hoje do que nos primeiros séculos da Igreja, afirmando que eles são vítimas de calúnia, "obra de Satanás".

Em sua missa diária na capela de Santa Marta, no Vaticano, o papa deu ênfase aos mártires cristãos que havia mencionado um dia antes no Angelus para 80.000 fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

"O tempo dos mártires não está terminado. Podemos mesmo dizer que a Igreja tem mais mártires do em seus primeiros séculos (de existência). A Igreja tem muitos homens e mulheres que estão sendo caluniados, perseguidos, que foram massacrados pelo ódio a Jesus: um foi assassinado porque ensinava catecismo, outro porque carregava a cruz. Em muitos países, são difamados, perseguidos. São nossos irmãos e irmãs que sofrem neste tempo dos mártires", insistiu.

Falando aos empregados do serviço de telefonia do Vaticano, o papa condenou tais "calúnias, obra de Satanás", que os cristãos sofreram.

"Somos todos pecadores. Mas a calúnia é outra coisa! A calúnia quer destruir a obra de Deus nas pessoas! A calúnia nasce de uma coisa muito ruim! Ele usa mentiras para ir para frente! Não duvide! A calúnia é pior do que um pecado, é uma expressão direta de Satanás!"

Francisco pediu à Virgem Maria para "proteger os cristãos neste tempo de crise espiritual".

De acordo com vários estudos publicados nos últimos meses, os cristãos de todas as denominações em todo o mundo são os fiéis mais perseguidos. Esta situação é especialmente verdadeira no mundo muçulmano devido a ascensão do fundamentalismo islâmico. Mas outros tipos de discriminação e violência existem, por exemplo, por parte de extremistas hindus contra a minoria cristã na Índia.

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