Tópicos | Argélia

Durante o amistoso que aconteceu na última segunda-feira (16) entre Argélia e Egito, o clima esquentou entre o técnico e um jogador da seleção da Argélia. No segundo tempo da partida, Said Benrahma, do West Ham, foi substituído e ignorou o treinador Djamel Belmadi enquanto se dirigia ao banco de reserva, que não gostou nada da atitude do jogador e o puxou pela camisa.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Após a partida, o treinador afirma ter sido o calor do momento. “Benrahma? São coisas que acontecem. Ele não estava contente por ser substituído e eu também não estava satisfeito com o jogo”, disse Belmadi ao portal inglês talkSPORT.

A partida acabou em empate 1 a 1 e com um jogador do Egito expulso ainda no primeiro tempo.

A Argélia abriu o mercado para a carne de frango brasileiro após a revisão de certificados e auditorias e negociações promovidas pelos Ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Relações Exteriores (MRE).

O Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de carne de frango no mundo. Do total, 36% da produção nacional é vendida ao mercado externo.

##RECOMENDA##

As exportações brasileiras do produto em 2023 atingiram, até agosto, US$ 6,73 bilhões, número 5,5% superior ao total alcançado no mesmo período de 2022.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 9,52 bilhões de carne de frango, com embarque de 4,6 milhões de toneladas para 170 mercados.

Os principais mercados importadores da carne de frango brasileira são China, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita.

Longe das tensões geopolíticas, o torcedor argelino Omar Boubaker apoia a seleção do Marrocos, assim como o restante do mundo árabe, que se volta para este país norte-africano, o último que o representa na Copa do Mundo do Catar e que disputará no sábado (10), pela primeira vez em sua história, as quartas de final.

"Marrocos é como Argélia! Espero que cheguem longe", afirma este comerciante de Orã, de 50 anos, que viajou para Doha para assistir à primeira Copa do Mundo de futebol realizada no mundo árabe.

##RECOMENDA##

As relações extremamente tensas entre Rabat e Argel não impediram os argelinos, assim como inúmeros torcedores árabes, de celebrarem na última terça-feira (6) a vitória do Marrocos contra a Espanha, o que o levou às quartas de final, um feito nunca alcançado por uma equipe da região.

"A política é para os políticos", diz Boubaker, que espera ver o Marrocos conquistar a Copa do Mundo. "Tudo é possível!", garante ele, enquanto a imprensa de seu país fala do sucesso da nação vizinha.

Localizado no extremo-oeste do mundo árabe, o Marrocos costuma ser visto como um país à parte na região, com uma cultura particular e um dialeto considerado difícil. Mesmo assim, os Leões do Atlas têm seduzido torcedores do Líbano, Líbia, Síria, Tunísia e países do Golfo.

Com a aproximação das quartas de final contra Portugal, a bandeira vermelha com uma estrela verde tremula por toda Doha, enquanto o Catar não para de se parabenizar por sediar uma Copa do Mundo em nome de todos os árabes.

- "Sonho árabe" -

O gol da vitória da equipe de Achraf Hakimi causou comoção de Idleb (Síria) a Sanaa (Iêmen), passando por Beirute (Líbano) e Bagdá (Iraque), em uma região abalada por conflitos sangrentos, estagnação econômica e onde as boas notícias são escassas.

O estudante marroquino Usama Qablani, que viajou sozinho de Paris para torcer pelos Leões, diz que logo deixou a solidão para trás, graças à "unidade árabe" em torno de sua seleção, com "a impressão de estar em Casablanca, ou Rabat".

"O clima que une os árabes aqui é único e inédito", celebra o jovem de 26 anos, vestindo uma faixa vermelha de sua seleção, enquanto um torcedor jordaniano o aplaude: "Vamos vencer! Vamos vencer!".

No Souq Waqif, um dos locais mais frequentados por torcedores em Doha, bandeiras e lenços marroquinos são vendidos como água, segundo os vendedores. Entre os clientes, Mohi Khaled, vestido com as cores vermelho e verde, tenta comprar ingressos para a próxima partida.

"O Marrocos reflete um lindo sonho árabe que deixa todos nós felizes", afirma uma adolescente egípcia de 16 anos, em frente a uma loja de camisetas e bandeiras.

"Parece que o mundo inteiro está conosco", comemora Aicha, uma marroquina de 60 anos que não quis revelar seu sobrenome, enquanto janta em um restaurante libanês.

A França e a Argélia assinaram neste sábado uma declaração conjunta para reativar seu difícil relacionamento bilateral, após uma visita do presidente francês Emmanuel Macron à nação do Magrebe, uma ex-colônia francesa.

Como sinal de seu bom entendimento, o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, acompanhou Macron de volta ao aeroporto após uma visita de três dias com escalas em Argel e Oran.

Poucas horas antes, ambos os líderes assinaram uma declaração em Argel que “renova seu compromisso de colocar suas relações em uma dinâmica de progresso irreversível”.

Para Tebboune, a visita de Macron permitiu "uma abordagem que não teria sido possível sem a própria pessoa do presidente".

Os dois países agora poderão "agir juntos em muitas áreas fora da Argélia e da França" e "ir muito, muito longe", acrescentou.

A visita ocorre em um momento em que os países europeus tentam reduzir sua dependência das energias russas, devido à guerra na Ucrânia. A Argélia, principal exportador de gás da África, é uma das principais alternativas.

Mas o país do norte de África procura desempenhar um maior papel regional. A Argélia foi colonizada por 132 anos pela França, antes de conquistar sua independência em 1962, após oito anos de guerra sangrenta.

- "Diálogo permanente" -

Para a Argélia, a visita de Macron consagra seu papel estratégico no norte da África. O país compartilha 1.400 km de fronteiras com o Mali, de onde a França recentemente teve que retirar tropas que combatem grupos jihadistas, e quase 1.000 km com a Líbia, mergulhada no caos e na violência.

Segundo o comunicado, esta "nova associação privilegiada" tornou-se "uma exigência face às crescentes incertezas e crescentes tensões regionais e internacionais".

Paris e Argel vão criar um "Conselho Superior de Cooperação" ao nível dos chefes de Estado, que se reunirá "a cada dois anos" para examinar "assuntos bilaterais, regionais e internacionais de interesse comum".

Estão também previstas visitas ministeriais em todas as áreas de cooperação.

As relações entre os dois países ficaram tensas no ano passado depois que Macron questionou a existência da Argélia antes da ocupação francesa e acusou Argel de fomentar "ódio à França".

Mas a disputa diplomática chegou ao fim quando a Presidência francesa disse que "lamentava" os mal-entendidos causados.

Ambos os líderes anunciaram a criação de uma comissão de historiadores franceses e argelinos para analisar "sem tabus" todo o período da colonização.

Além das divergências históricas sobre a colonização francesa, uma questão de vistos envenenou a relação bilateral, quando Paris decidiu no final de 2021 dividir por dois os concedidos à Argélia devido à sua relutância em readmitir seus cidadãos expulsos da França.

Ambos os países concordaram em combater a imigração clandestina, embora flexibilizando as regras para "famílias binacionais, artistas, atletas, empresários e políticos que enriquecem a relação bilateral".

A França aceitará mais 8.000 estudantes argelinos este ano, somando-se ao total anual de 30.000, anunciou Macron.

A Argélia anunciou o fechamento de seu espaço aéreo ao vizinho Marrocos, acusando-o de "provocações e práticas hostis", sem dar mais informações.

A medida pode agravar a tensão entre ambos os países, que mantêm péssimas relações.

Conforme comunicado, a presidência argelina decretou na quarta-feira (22) o fechamento "imediato" do espaço aéreo argelino "a todas as aeronaves civis e militares marroquinas e às aeronaves com matrícula marroquina".

Este anúncio surge depois que a Argélia decidiu, em 24 de agosto, romper suas relações com o Marrocos.

A decisão foi tomada durante uma reunião do Alto Conselho de Segurança, presidido pelo chefe de Estado, Abdelmadjid Tebboune, que também é ministro da Defesa.

Em 17 de março deste anos, a Argélia havia fechado suas fronteiras aéreas pela pandemia da covid-19. Foram reabertas em 1º de junho, parcialmente, para sete países. O Marrocos não estava nesta lista.

A decisão de Argel afetará, sobretudo, os aviões marroquinos que sobrevoam o território argelino para realizar suas rotas.

O Marrocos lamentou, por sua vez, a decisão da Argélia de romper relações, classificando-a de "completamente injustificada".

Tradicionalmente difíceis, estas relações bilaterais se deterioraram, sobretudo, devido à espinhosa questão do Saara Ocidental. Este vasto território desértico é quase 80% controlado pelo Marrocos.

Nesta ex-colônia espanhola, considerada "território não autônomo" pela ONU na ausência de uma solução definitiva, Marrocos e os separatistas da Frente Polisário se enfrentam há décadas. Estes últimos contam com o apoio da Argélia.

Além disso, a normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel - em troca do reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, da "soberania" marroquina no Saara Ocidental - alimentou ainda mais as tensões com a Argélia.

O ex-presidente da Argélia Abdelaziz Bouteflika, deposto em 2019, após enfrentar protestos em massa, morreu nesta sexta-feira, aos 84 anos, anunciou a TV pública, citando um comunicado da presidência.

Bouteflika deixou o poder em abril de 2019, sob pressão dos militares, após semanas de protestos contra seus planos de disputar o quinto mandato. Desde a sua saída do poder, depois de 20 anos, Bouteflika permaneceu recluso sob cuidados médicos em sua residência, em Zeralda.

Bouteflika morreu "às 22h, em casa", informou a rede privada El Hayet TV. Onipresente por décadas na vida política argelina, o ex-governante tornou-se quase invisível desde que sofreu um AVC, em 2013, pelo qual passou três meses em recuperação.

Bouteflika manteve-se em silêncio desde que o movimento de contestação popular do "Hirak" e as Forças Armadas o obrigaram a renunciar. Naquela ocasião, ele apareceu pela última vez na TV, para anunciar que jogava a toalha.

Conhecido no país como "Boutef", o ex-presidente ajudou a trazer a paz à Argélia após mais de 10 anos de guerra civil na década de 1990. No entanto, enfrentou críticas de grupos de direitos humanos e opositores que o acusaram de autoritarismo e repressão.

Bouteflika sobreviveu à Primavera Árabe, que depôs outros governos do Norte da África entre 2010 e 2011. Mas outro movimento popular pôs fim ao seu governo anos depois.

O judoca argelino Fethi Nourine e seu técnico receberam uma suspensão de 10 anos da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) por se recusarem a enfrentar um adversário israelense durante as competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Atleta da categoria até 73kg, Nourine estrearia na Olimpíada contra o atleta do Sudão, Mohamed Abdalrasool. No entanto, se vencesse a luta, teria como oponente na fase seguinte Tohar Butbul, de Israel. Segundo o argelino, seu apoio político à Palestina "tornou impossível" a ideia de competir contra Butbul. A Argélia, país árabe do norte da África, tem um povo majoritariamente muçulmano e não possui relações diplomáticas com a nação do Oriente Médio.

##RECOMENDA##

Depois de retirar o credenciamento do judoca e do técnico, o Comitê Olímpico Argelino mandou os dois para casa. A Federação Internacional de Judô afirmou que eles usaram os Jogos como "uma plataforma para protestar e promover propaganda política e religiosa". Tal atitude violou o código de ética da federação e a Carta Olímpica. A punição inclui qualquer evento e atividade da IJF e é válido até 23 de julho de 2031. Nourine e o treinador podem apelar contra a sentença à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Em 2019, o atleta da Argélia já havia desistido de enfrentar um oponente israelense durante a realização do Mundial de Judô, em Tóquio. Três anos antes, na Olimpíada do Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão de Or Sasson, judoca de Israel que havia o eliminado na primeira rodada da categoria acima dos 100kg. Horas depois, ele decidiu abandonar o esporte.

Em abril, a IJF puniu o Irã por "repetidas e muito severas violações" do estatuto da organização depois que o país pressionou um de seus lutadores a não enfrentar um israelense. A suspensão foi anulada pela Corte Arbitral do Esporte. O tribunal reconheceu que o Irã cometeu "graves violações" das regras da Federação Internacional de Judô nesse caso e afirmou que o país merece sanções.

Mas o tribunal decidiu que a punição imposta - um banimento válido para todas as competições até as autoridades iranianas darem "fortes garantias e provas de que respeitarão os estatutos da IJF e aceitarão que seus atletas lutem contra atletas israelenses" - já foi longe demais.

Pelo menos 90 pessoas, incluindo 33 militares, morreram desde segunda-feira nos incêndios florestais ocorridos no norte da Argélia, onde bombeiros, soldados e voluntários continuam a combater o fogo, informaram as autoridades locais.

Líderes políticos afirmaram que esses incêndios são, em sua maioria, de origem "criminosa" e que incendiários foram presos.

Por sua vez, especialistas e testemunhas apontam para a falta de prevenção por parte dos poderes públicos face a um fenômeno recorrente todos os anos na Argélia, que é agravado pelo calor extremo.

O Ministério da Defesa homenageou neste sábado os 33 militares falecidos em duas cerimônias, uma realizada no hospital militar de Argel, na presença do chefe do Estado-Maior, Saïd Chenegriha, e outra em Constantino, no nordeste do país.

"Esses heróis sacrificaram suas almas pela pátria e para salvar seus concidadãos dos incêndios criminosos que ocorreram em diferentes regiões do nosso país", declarou o general Boualem Madi, diretor de comunicação da Defesa durante a homenagem, no terceiro e último dia de luto nacional.

Os balanços divulgados pelas autoridades - Proteção Civil e Ministério da Defesa - notificam cerca de 90 mortes desde segunda-feira, enquanto o último balanço oficial global, divulgado na sexta-feira, elevou o número de vítimas para 71.

As autoridades disseram na quinta-feira que 100 incêndios foram identificados em todo o país.

"As equipes da Proteção Civil estão atualmente trabalhando para extinguir 29 incêndios em 13 províncias", especialmente em Tizi Uzu, Jijel e Bejaia, na Cabília, de acordo com um comunicado.

"Os helicópteros do Grupo Aéreo da Proteção Civil e do Exército realizaram 235 intervenções, não esquecendo outras 172 em Tizi Uzu, Bejaia e Jijel", acrescentou a Proteção Civil.

Dois hidroaviões franceses, disponibilizados através do mecanismo de ajuda da União Europeia, prestaram assistência na quinta e na sexta-feira no combate aos incêndios na Cabília.

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, informou na quinta sobre o fretamento de dois hidroaviões da Espanha e outro da Suíça.

Os bombeiros, apoiados por soldados e voluntários civis, lutam incansavelmente nesta quarta-feira (11) para tentar conter uma série de incêndios, que devastam o norte da Argélia e já causaram 65 mortes.

"O número de mortos pelos incêndios florestais subiu para 65 (28 soldados e 37 civis) principalmente em Tizi Ouzou", segundo o balanço divulgado pela televisão oficial, que acrescentou que 12 soldados tiveram de ser "hospitalizados em situação crítica".

Esses incêndios, em que as autoridades privilegiam a hipótese "criminosa", assolam várias regiões da Cabília, incluindo a cidade de Tizi Ouzou e arredores, enquanto imagens impressionantes circulam nas redes sociais - junto com pedidos de socorro - com árvores queimadas, gado morrendo por sufocamento e povoados cercados por chamas.

Imagens obtidas pela AFP mostram habitantes da região tentando desesperadamente apagar um incêndio, que teve o foco inicial em pequenos galhos secos.

Enquanto a Argélia enfrenta uma onda de calor extremo, os ventos espalham o fogo e complicam a tarefa das equipes de resgate, de acordo com Yucef Uld Mohamed, um bombeiro florestal local, citado pela agência de notícias oficial APS.

O porta-voz da Proteção Civil, Nasim Barnaui, declarou nesta quarta-feira a jornalistas que 69 incêndios ainda estão ativos em 17 localidades. Os mais importantes estão em Tizi Ouzou, que também sofreu o maior número de mortes, com 16 vítimas fatais.

"Abandonei todos os meus pertences em meu vilarejo e fugi com minha esposa e três filhos para a cidade de Tizi Ouzou", contou à AFP Abdelhamid Budraren, um comerciante da pequena cidade de Beni Yeni.

"Felizmente, tenho um apartamento no centro de Tizi Ouzou, onde nos refugiamos com minha família e alguns vizinhos", destacou.

Desde terça-feira, as convocações para a organização de comboios solidários com os moradores das aldeias da região de Tizi Ouzou se multiplicaram nas redes sociais.

Os internautas pedem principalmente doações de alimentos, remédios e ajuda na busca de água para combater os incêndios.

- Quatro pessoas detidas -

Vários caminhões saíram da capital com equipamentos doados por cidadãos e comerciantes, confirmou um jornalista da AFP.

E, uma página de "Médicos" na rede Facebook publicou uma convocação por voluntários para ajudar a equipe do hospital de Tizi Ouzou.

Nas redes sociais, as autoridades também são instadas a solicitar ajuda internacional.

A pista criminal foi mencionada várias vezes pelas autoridades argelinas que, no entanto, não deram detalhes a este respeito.

A rádio pública anunciou a prisão de três "incendiários" em Medeia na terça-feira. Outro foi preso em Anaba, informou a APS.

Segundo o ministro do Interior, Kamel Beldjud, na segunda-feira à noite ocorreram cinquenta incêndios "de origem criminosa", também facilitados pelas condições meteorológicas.

O primeiro-ministro Aiman Benabderahmane indicou um balanço de mais de 70 incêndios em 18 localidades o norte do país.

A Proteção Civil relatou quase 100 incêndios em 16 localidades.

Segundo os serviços meteorológicos argelinos, a onda de calor extremo no Magreb continuará até 15 de agosto, com temperaturas de até 46 ºC.

Na vizinha Tunísia atingiu 49ºC, mas 15 focos de incêndio no norte e noroeste do país felizmente não causaram vítimas.

A Argélia enterrrou neste domingo (5), aniversário de sua independência, os restos mortais de 24 insurgentes que lutaram contra a colonização, entregues pela França, na praça doss "Mártires" em Argel, coincidindo com sinais de ambos os países para resolver o doloroso passado da colonização.

Os 24 crânios dos combatentes mortos no início da colonização francesa no século XIX foram enterrados durante um funeral solene no cemitério de El Alia, o maior da Argélia, na presença do presidente Abdelmadjid Tebboune.

##RECOMENDA##

Localizado nos arredores de Argel, o cemitério abriga a praça dos "Mártires da Revolução argelina", onde descansa o emir Abdelkader, herói da primeira resistência antifrancesa, as grandes figuras da guerra da independência (1954-1962) e antigos chefes de Estado.

Os 24 caixões, cobertos com a bandeira nacional, que foram expostos no Palácio da Cultura desde sua chegada à Argélia na sexta-feira, foram enterrados em um quadrado de quatro fileiras de seis, perto dos túmulos dos antigos chefes de estado argelinos, constatou um correspondente da AFP.

Milhares de pessoas prestaram homenagem no sábado a esses heróis nacionais repatriados 170 anos depois.

Os restos mortais faziam parte da coleção do Museu Nacional da História Natural de Paris desde o século XIX.

Colonizada por 132 anos (1830-1962), a Argélia solicitou oficialmente, em janeiro de 2018, a devolução dos crânios e dos arquivos coloniais.

Os militares franceses exibiam esses crânios como "troféus de guerra".

 "Mais um passo" 

O gesto da França de entregar esses restos é um sinal de degelo nas relações entre Argélia e a antiga potência colonial, marcadas desde 1962 por frequentes polêmicas e tensões.

Durante uma visita a Argel em dezembro de 2017, o presidente francês Emmanuel Macron se comprometeu a devolver os restos humanos argelinos expostos no Museu do Homem, dependente do Museu Nacional da História Natural. No mesmo ano, mas antes de sua eleição, disse em Argel que a colonização foi "um crime contra a humanidade".

A memória histórica continua determinando as relações conflitantes entre França e Argélia, onde há uma percepção de que a antiga metrópole não se arrependeu de seu passado colonial.

O presidente argelino disse no sábado em entrevista à rede internacional France 24, que é preciso "enfrentar o problema da memória que influencia bastante nas relações entre os dois países" e pediu a Paris para dar "mais um passo".

"Isso permitirá apaziguar o clima e tornar mais serenas as nossas relações econômicas, culturais e de vizinhança", explicou.

O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune nomeou, neste sábado (28), o acadêmico Abdelaziz Djerad como primeiro-ministro, anunciou a televisão pública, citando uma declaração presidencial.

Segundo a mesma fonte, Djerad, que possui doutorado em ciências políticas, foi "encarregado de estabelecer um novo governo".

Ele sucede a Sabri Bukadoum, ministro das Relações Exteriores que havia sido nomeado primeiro-ministro interino após a renúncia de Nureddine Bedui em 19 de dezembro, dia da posse de Tebboune como novo chefe de Estado.

Posteriormente, a televisão pública mostrou imagens de Abdelaziz Djerad, de 65 anos, sendo recebido pelo presidente Tebboune.

"Temos que trabalhar com todas as competências nacionais e os executivos do país, cidadãs e cidadãos, para sair deste momento difícil e enfrentar os desafios econômicos e sociais", declarou Djerad.

Graduado pela Faculdade de Ciências Políticas de Argel e com doutorado pela Universidade Paris X Nanterre, de acordo com sua biografia, o novo primeiro-ministro já ocupou altos cargos no governo argelino.

Ele foi secretário geral da Presidência da República (1993-1995) e secretário geral do ministério das Relações Exteriores de 2001 a 2003, durante o primeiro mandato de Abdelaziz Buteflika.

Também foi diretor da Escola Nacional de Administração (ENA) de Argel, de 1989 a 1992.

Sua nomeação ocorre duas semanas após a eleição para a presidência de Abdelmadjid Tebboune, após uma votação na qual grande parte dos argelinos (60%) se absteve e foi criticada pelo poderoso movimento de protesto ("Hirak"), que sacode o país desde 22 de fevereiro.

Os manifestantes veem em Tebboune uma extensão de Buteflika e não consideram sua escolha legítima.

Tebboune é um antigo e fiel defensor de Buteflika, de quem foi ministro por muito tempo, e então primeiro-ministro efêmero, antes de Buteflika ser destituído após três meses e cair na miséria.

Apesar de ter obtido em abril a renúncia do presidente Buteflika, no poder por duas décadas, o movimento "Hirak" continuou sua mobilização ao longo dos meses, exigindo a saída de todo o "sistema" que governa a Argélia.

Na última sexta-feira (27), dezenas de milhares de argelinos se manifestaram na última concentração semanal de 2019 contra o governo, embora a participação tenha sido menor que a registrada nas últimas semanas.

A presença na capital foi menor que nos protestos das últimas semanas e parecia ser uma das mais fracas desde o início da onda de protestos.

Do Sudão à Argélia, onde movimentos populares derrubaram chefes de Estado no poder por décadas, passando pelo Iraque e pelo Líbano, abalados por revoltas sem precedentes, o mundo árabe vive há um ano uma situação que lembra a "Primavera" de 2011.

Naquele ano, vários países árabes foram abalados por movimentos que causaram, por exemplo, as quedas de Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito.

##RECOMENDA##

Hoje, a Tunísia é uma exceção, pois continua sua transição democrática, ao contrário de outros países, como Síria, Iêmen, ou Líbia, onde revoltas contra os poderes em vigor levaram a guerras ainda em curso.

- Sudão -

Em 19 de dezembro de 2018, centenas de sudaneses foram às ruas protestar contra o aumento do preço do pão, que triplicou. As manifestações se tornaram semanais e, rapidamente, passaram a exigir a renúncia de Omar al-Bashir, há 30 anos no poder.

Em 6 de abril de 2019, o protesto se transforma em uma grande manifestação sentada (do inglês "sit-in") em Cartum, em frente ao quartel central do Exército.

No dia 11, o Exército depõe Bashir, substituído por um Conselho Militar de Transição. Milhares de manifestantes continuaram sentados diante da sede do Exército, porém, rejeitando o que chamaram de "golpe de Estado".

Homens armados com uniforme militar dispersam o ato com fogo e sangue em 3 de junho.

Em meados de agosto, foi assinado um acordo duramente negociado entre o Exército e os líderes da manifestação, graças a uma mediação da Etiópia e da União Africana.

O país conta com um conselho soberano - uma instância de maioria civil, mas liderada por um militar - para supervisionar a transição. Essa mudança política deve durar pouco mais de três anos e abrir caminho para as eleições.

A repressão contra o protesto deixou mais de 250 mortos, segundo um comitê de médicos ligado aos manifestantes.

- Argélia -

Em 22 de fevereiro, começaram as manifestações contra a candidatura ao quinto mandato do presidente Abdelaziz Buteflika, muito debilitado após um acidente cardiovascular em 2013.

Em 2 de abril, Buteflika renuncia diante da pressão da opinião pública e do Exército.

Os manifestantes continuaram a ir em massa para as ruas todas as sextas-feiras, decididos a acabar com todo "sistema" – uma referência ao aparato burocrático herdado após 20 anos de Presidência de Buteflika. Nesse contexto, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Ahmed Gaid Salah, tornou-se o homem forte do país.

Ignorando o movimento de protesto, as autoridades marcam a data da disputa presidencial para 12 de dezembro, depois de terem anulado, por falta de candidatos, um pleito marcado para julho.

- Egito -

Em 20 de setembro, centenas de pessoas protestaram no Cairo e em outras cidades para exigir a renúncia do presidente Abdel Fatah al-Sissi, no poder desde 2014.

Uma manifestação foi organizada à noite na Praça Tahrir, no Cairo, epicentro da revolução de 2011 que acabou derrubando Hosni Mubarak.

Totalmente inesperadas e inéditas sob o governo de Al-Sissi, que realiza uma repressão implacável contra a oposição, as manifestações ocorreram após a divulgação de vídeos de um empresário no exílio que acusa o chefe de Estado de corrupção.

Uma semana depois, após uma onda de prisões com cerca de 2.000 pessoas detidas, apenas algumas manifestações com participação limitada foram registradas.

Aproximadamente 3.000 pessoas foram presas desde 20 de setembro.

- Iraque -

Originado em convocações lançadas nas redes sociais, nasce, em 1º de outubro, um movimento de protesto social no Iraque.

Iniciado em Bagdá, o movimento que exige trabalho para a juventude e a renúncia de líderes "corruptos" se estende a quase todo país. As forças de ordem disparam para dispersar os manifestantes.

O protesto cresce com manifestações gigantescas em Bagdá e no sul. Piquetes e greves paralisam universidades, escolas e a administração pública. Atos noturnos de violência são registrados contra a sede do partido e as milícias.

Desde o início de outubro, mais de 250 pessoas, a maioria manifestantes, foram mortas.

- Líbano -

Em 17 de outubro, o governo anunciou um imposto sobre as chamadas feitas por meio de aplicativos de mensagens na Internet, em um contexto de grave crise econômica. Embora tenha sido rapidamente retirada, a medida provocou a ira dos libaneses que logo saíram às ruas em todo país.

Milhares de pessoas se concentraram em Beirute e em outras cidades, cantando "a cidade exige a queda do regime", principal slogan da chamada "Primavera Árabe". Também bloquearam várias rotas importantes, erguendo barricadas.

Em 29 de outubro, o primeiro-ministro Saad Hariri renunciou. O presidente Michel Aoun foi responsável por lidar com questões administrativas até a formação de um novo governo. No dia seguinte, as barricadas são retiradas.

A seleção da Argélia conquistou o segundo título da Copa Africana de Nações, nesta sexta-feira, ao derrotar o Senegal, por 1 a 0, no estádio Internacional do Cairo, no Egito. É o segundo troféu argelino, repetindo o feito de 1990. Os senegaleses somaram o segundo vice-campeonato, o primeiro foi em 2002.

O único gol do jogo foi marcado por Baghdad Bounedjah, aos 2 minutos do primeiro tempo. O atacante pegou a bola pela ponta esquerda e cortou para o meia. A finalização saiu forte e pegou na perna do zagueiro Salif Sane. A bola subiu, "matou" o goleiro Alfred Gomis e caiu dentro do gol.

##RECOMENDA##

Apesar da presença de astros como o senegalês Sadio Mané, craque do Liverpool, e do argelino Riyad Mahrez, do Manchester City, o jogo não teve grande nível técnico. Vários lances foram disputados de forma bem intensa, com o árbitro camaronês Neant Alioum sendo obrigado a distribuir seis cartões amarelos. Quatro receberam os campeões argelinos. O jogo teve 50 faltas. A Argélia cometeu 32 e o Senegal, 18.

Com a vantagem conquistada logo no início da partida, os argelinos adotaram uma postura de contra-ataque, deixando a iniciativa da partida para os senegaleses, que não demonstraram competência para obter pelo menos o empate.

Em uma das melhores oportunidades, aos 37 minutos do segundo tempo, Ismaila Sarr pegou um rebote, livre na entrada da área. O sem-pulo saiu forte, mas por cima da meta de Rais M'Bolhi.

Após o apito final, todos os jogadores argelinos se dirigiram até próximo da torcida, em menor número nas arquibancadas, enquanto vários jogadores de Senegal se atiraram ao solo e choraram bastante.

Senegal e Argélia vão fazer a grande final da Copa Africana de Nações, que está sendo disputada no Egito. Com altas doses de drama, as duas seleções venceram suas respectivas semifinais neste domingo, contra Tunísia e Nigéria, e farão a decisão na próxima sexta-feira, no Estádio Internacional do Cairo.

Senegal obteve a primeira vaga ao passar pelos tunisianos: 1 a 0, com o gol marcado na prorrogação, no estádio 30 de Junho, também no Cairo. Mais tarde, os argelinos superaram a três vezes campeã do torneio Nigéria pelo placar de 2 a 1 com um gol no último lance do tempo regulamentar, em jogo realizado na arena que receberá a final da competição.

##RECOMENDA##

Na primeira semifinal do dia, o jogador do Liverpool, Sadio Mané, esteve presente na vitória senegalesa numa curiosa partida em que cada equipe perdeu uma penalidade máxima e o duelo foi decidido na prorrogação com um gol contra.

Aos 30 minutos do segundo tempo, o tunisiano Sassi teve sua cobrança defendida pelo goleiro Gomis. Cinco minutos depois, foi a vez de Henri Saivet desperdiçar para Senegal. O pênalti havia sido marcado em falta de Dylan Bronn dentro da área.

O mesmo defensor, que atua no Gent, da Bélgica, faria uma lambança aos seis minutos da etapa final da prorrogação. Ele tentava cortar jogada adversária, mas acabou concluindo o lance para as próprias redes, decretando a vitória dos senegaleses - que tentam seu primeiro título no torneio - e a passagem para a decisão.

Na outra partida decisiva do dia, um gol nos acréscimos do segundo tempo colocou a Argélia como adversária de Senegal na próxima sexta-feira ao vencer a Nigéria por 2 a 1. O atacante Riyad Mahrez, jogador do Manchester City, decidiu um jogo contra a Nigéria.

William Troost-Ekong abriu o placar do embate para a seleção do norte da África ainda no primeiro tempo, aos 40. De pênalti, Odion Ighalo deixou tudo igual aos 27 da etapa final. Quando a partida já se encaminhava para a prorrogação, aos 49 minutos, Mahrez acertou uma bela cobrança de falta e resolveu o jogo para a Argélia, que busca seu segundo troféu continental - o primeiro foi conquistado em 1990.

A grande final entre Senegal e Argélia está marcada para as 16 horas (de Brasília) da próxima sexta-feira.

A Copa Africana de Nações conheceu nesta quinta-feira, no Egito, os seus últimos dois semifinalistas. No Suez Stadium, a Argélia levou a melhor nos pênaltis diante da Costa de Marfim, depois de empatar em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Mais tarde, no Al Salam Stadium, a Tunísia não encontrou dificuldade para despachar Madagáscar e venceu o duelo por 3 a 0.

As duas semifinais do torneio africano serão jogadas no domingo, no Cairo, capital egípcia. Às 13 horas (de Brasília), os tunisianos medem forças com a seleção de Senegal, do atacante Sadio Mané, do Liverpool, que eliminou Benin nas quartas de final. Às 16 horas é a vez de os argelinos enfrentarem a Nigéria, que deixou pelo caminho na fase anterior a África do Sul.

##RECOMENDA##

A Argélia, que busca seu segundo título na competição - foi campeã em 1990, quando sediou o torneio -, foi melhor em boa parte do jogo, especialmente no início, quando conseguiu seu gol com Sofiane Feghouli. O meia do Galatasaray, da Turquia, recebeu cruzamento na entrada da área e finalizou com precisão.

Os argelinos tiveram a chance de ampliar no início da etapa final, mas Baghdad Bounedjah perdeu uma cobrança de pênalti e manteve Costa do Marfim na partida. Os marfinenses foram ao ataque e buscaram o empate aos 17 minutos, em bonita jogada individual de Jonathan Kodjia. No lance, o atacante do Aston Villa combinou força e habilidade para driblar o marcador e finalizar de esquerda com força, no canto do goleiro.

Como o empate persistiu no restante do segundo tempo e também nos 30 minutos da prorrogação, a decisão da vaga foi para as penalidades. Os argelinos converteram suas quarto primeiras cobranças e Belaili perdeu a quinta, mas o erro não fez diferença, já que a Costa do Marfim foi infeliz em duas batidas, com Bony e Die, ambas na trave, e se despediu do torneio do qual foi campeão duas vezes, em 1992 e 2015.

Ao contrário da Argélia, a Tunísia não teve dificuldades em seu jogo para ir às semifinais. A seleção tunisiana, que busca seu segundo troféu no torneio - triunfou em 2004 - construiu a vitória sobre Madagáscar com três gols no segundo tempo. Sassi abriu o placar aos sete minutos, Msakni ampliou aos 15 e Sliti definiu a classificação com um gol nos acréscimos.

Já Madagáscar se despede da Copa Africana com a cabeça erguida. Em sua primeira participação na história da competição, a seleção da pequena ilha situada na Costa Leste da África chegou mais longe do que o previsto. Foi líder de seu grupo, ao vencer Burundi e Nigéria e empatar com Guiné, e passou pelo Congo nas oitavas de final antes de cair diante da Tunísia.

Os argelinos voltaram às ruas pela 16ª sexta-feira (7) consecutivo, na primeira grande mobilização desde a anulação da eleição presidencial e após as declarações do presidente interino sobre a vontade de organizar um novo pleito a curto prazo.

Uma grande operação policial no centro da capital Argel não impediu que a multidão chegasse à praça Grande Poste d'Alger, tradicional local de protestos, logo após as orações da tarde.

Entre músicas de protesto e gritos de palavras de ordem, os manifestantes exigiam a saída de Abdelkader Bensalah, o presidente interino, e do general Ahmed Gaid Salah, chefe do Estado Maior que é de fato o homem forte do país desde a renúncia do presidente Abdelaziz Buteflika, em 2 de abril, sob pressão deste inédito movimento de protesto no país.

Também foram registradas mobilizações em várias cidades do país, segundo a imprensa e postagens em redes sociais.

Após a saída do impopular primeiro- ministro Ahmed Ouyahia, e a renúncia de Buteflika após 20 anos no poder, os manifestantes vão às ruas desde o dia 22 de fevereiro ganharam nesta semana mais uma batalha: o Conselho constitucional constatou "a impossibilidade" de realizar no dia 4 de julho as eleições, por falata de candidatos sérios.

Num pronunciamento na TV, Bensalah insistiu na realização de eleições "o mais rápido possível" e pediu ao futuro presidente que venha a ser eleito que realize as reformas exigida.

O Conselho Constitucional da Argélia cancelou de fato as eleições presidenciais previstas para 4 de julho ao rejeitar as duas únicas candidaturas apresentadas, defendendo uma prorrogação do mandato do presidente interino, que termina em 9 de julho.

A votação deveria permitir a eleição do sucessor do presidente Abdelaziz Bouteflika, que renunciou em 2 de abril, após a forte pressão dos manifestantes e das Forças Armadas.

"O Conselho Constitucional rejeita as duas candidaturas apresentadas e anuncia, portanto, a impossibilidade de celebrar as presidenciais em 4 de julho", anunciou a televisão estatal.

O Conselho afirmou que corresponde ao atual presidente "convocar novamente a comissão eleitoral e finalizar o processo eleitoral até a escolha do (novo) presidente da República e o juramento de seu mandato".

Desta maneira, a instituição sugere a prorrogação do mandato do presidente interino, Abdelkader Bensalah, nomeado em 9 de abril após a renúncia de Bouteflika.

De acordo com a Constituição, Bensalah assumiu o cargo de chefe de Estado durante "90 dias no máximo", antes de transmitir o poder ao novo presidente eleito neste intervalo.

Bensalah, que tem como principal missão organizar as eleições presidenciais, permanecerá no posto, de fato, além do prazo previsto pela Constituição.

Desde 22 de fevereiro, os argelinos protestam nas ruas, em particular em Argel, para pedir uma mudança de sistema político no país.

Uma multidão se reuniu no centro da capital argelina, Argel, pela nona sexta-feira consecutiva, para reivindicar a saída de todos os membros do governo herdado do presidente Abdelaziz Buteflika.

Outras concentrações em massa acontecem no restante do país, especialmente em Oran (oeste), Constantina e Annaba (leste), as cidades mais importantes depois da capital, relataram a imprensa local e a televisão estatal.

Milhões de argelinos têm tomado as ruas desde que conseguiram, em 22 de fevereiro, que Abdelaziz Bouteflika desistisse de disputar a reeleição e anulasse a eleição presidencial prevista para 18 de abril, antes de abandonar o poder. Ele comandava o país há 20 anos.

As manifestações desta sexta acontecem depois de o presidente do Conselho Constitucional da Argélia, Tayeb Belaiz, uma das principais personalidades do governo, apresentar sua demissão na terça-feira.

Belaiz, de 70 anos, fazia parte, junto com o chefe de Estado interino, Abdelkader Bensalah, e o chefe de governo, Nureddin Bedui, dos "3Bs", membros do entorno de Bouteflika rejeitados pela população.

O presidente Abdelaziz Buteflika nomeou, neste domingo, um novo governo encabeçado por Nureddin Bedui, primeiro-ministro designado em 11 de março, e composto por 27 membros, dos quais apenas oito integravam a equipe anterior, segundo comunicado da Presidência, citado pela agência oficial APS.

Segundo a lista transmitida pela emissora nacional, o chefe do Estado Maior do Exército, general Ahmed Gaïd Salah, que recentemente propôs a implementação de mecanismos constitucionais para destituir Buteflika, continua a ser vice-ministro de Defesa.

Enquanto isso, Ramtane Lamamra, nomeado em 11 de março vice-primeiro-ministro e chanceler, não está na nova equipe.

Na sexta, uma multidão de argelinos voltou a protestar em Argel, a capital, pela sexta semana consecutiva para pedir o fim do "sistema" no poder, três dias após o chefe do Estado Maior do Exército e outros antigos aliados pedirem para o presidente Abdelaziz Buteflika abandonar o cargo.

As mobilizações semanais começaram em 22 de fevereiro, após Buteflika anunciar que iria se apresentar à reeleição pela quinta vez consecutiva.

Esse anuncio provocou uma crise política e manifestações quase diárias, que lhe forçaram a renunciar a sua candidatura.

Ao mesmo tempo, Buteflika adiou indefinidamente a eleição presidencial prevista para 19 de abril.

Milhares de pessoas protestaram na sexta-feira, 15, em Argel contra a extensão do mandato do presidente, Abdelaziz Bouteflika, que adiou as eleições presidenciais marcadas para o final de abril.

Esta foi a quarta sexta-feira consecutiva de manifestações contra o presidente, de 82 anos. Bouteflika enfrenta protestos em massa pela primeira vez desde a sua eleição, há 20 anos.

##RECOMENDA##

O presidente retirou sua candidatura para um quinto mandato, mas suspendeu as eleições para "reformar a Constituição do país". (com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando