O traficante Márcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático, o mais procurado do Estado do Rio de Janeiro, foi morto na noite de sexta-feira em confronto com a polícia. O corpo foi encontrado neste sábado dentro de um carro, em Bangu, na zona oeste do Rio, área onde o traficante atuava e ainda não coberta pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A operação mobilizou agentes da polícias Federal, Civil e Militar.
Segundo a polícia, Matemático era chefe do tráfico de drogas das favelas da Coreia e Taquaral, em Senador Camará, e Vila Aliança, em Bangu. O carro com o corpo foi localizado ao lado de uma escola municipal em um dos acessos à Vila Aliança. O corpo apresentava tiros em uma das pernas e nas costas, que teriam sido disparados por um atirador de elite que estava em um helicóptero da Polícia Civil. Comparsas tentaram retirá-lo para prestar socorro, mas, por causa da grande quantidade de policiais bloqueando as saídas, o abandonaram no carro e fugiram.
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O Disque-Denúncia oferecia R$ 10 mil por pistas que levassem a seu paradeiro. O traficante era investigado em 26 inquéritos e havia 15 mandados de prisão contra ele, pelos crimes de tráfico, associação para o tráfico e formação de quadrilha.
O cerco vem sendo feito desde o mês de março e se intensificou em maio, com operações sistemáticas nas favelas da Coreia e Taquaral. Há 22 dias, o homem tido como seu braço-direito foi preso.
No início de abril, uma namorada do e Matemático já havia sido indiciada. Ela foi detida em uma operação que tinha como alvo o traficante, que conseguiu à época escapar. Em março, um segurança dele já havia sido preso e outro, morto pela polícia.
O traficante, que tinha 37 anos, era conhecido por promover festas comunitárias para angariar a simpatia dos moradores, além de bailes funk com a presença de bandidos. De acordo com o Disque-Denúncia, estava sempre armado com uma pistola e cercado por homens com fuzis. Matemático também controlava a venda de botijões de gás e galões de água, além de uma frota de vans ilegais.
Segundo a polícia, seu bando costumava expulsar moradores de suas casas para usar o local no embalo e na venda de drogas. Matemático proibia o uso de celulares em sua presença, com medo de ser fotografado ou filmado. Estabeleceu, também, uma gratificação para comparsas que matassem policiais.
Matemático estava foragido desde 2009, quando saiu da cadeia em regime semi-aberto, depois de cinco anos preso, supostamente para trabalhar formalmente, e não retornou mais. Voltou para o crime e passou a tentar tomar o controle das favelas de Vila Kennedy, dominada por bandidos rivais e também na zona oeste, região menos contemplada no planejamento das UPPs.