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A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante um argentino que tentava entrar no Brasil com cerca de 18 quilos de MDMA (princípio ativo do ecstasy). A prisão ocorreu na manhã desta segunda-feira, 22, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, grande São Paulo.

A droga estava em pacotes plásticos pretos escondidos no fundo falso de uma bagagem despachada.

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O passageiro partiu da França, onde a mala com a droga não foi verificada pela inspeção do aeroporto europeu, e tinha como destino o Brasil.

O homem de 49 anos responderá por tráfico internacional de droga, e poderá ser condenado a até 25 anos de prisão. O local onde o argentino está detido não foi informado pela PF.

Neste ano, a fiscalização da PF no terminal de passageiros e bagagens foi batizada de Portão 8 - uma referência à soma dos números do ano de 2024. Em 2023, a mesma operação, que levava o nome Sentinela, resultou em 51 flagrantes, com 55 pessoas presas e 261 quilos de drogas apreendidos, sendo 113 quilos de cocaína e 148 quilos de maconha.

Este ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) disse que irá retomar o processo sobre a despenalização pela posse de maconha, em que os magistrados devem discutir a quantidade da planta a ser estabelecida para diferenciar usuários de traficantes.

Grupos criminosos lançaram nesta terça-feira (9) uma série de ataques em cidades do Equador um dia depois de o presidente, Daniel Noboa, ter decretado estado de exceção para combater o narcotráfico. Noboa respondeu designando várias organizações como "terroristas" e mandando o Exército às ruas.

Os ataques de ontem, que ocorrem em paralelo à invasão de um canal de TV ao vivo em Guayaquil, a maior cidade do país, incluem queima de carros e ônibus, sequestros de policiais e vandalismo. Ao menos quatro policiais estão em poder de criminosos e um está desaparecido.

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Em Esmeraldas, próximo à fronteira com a Colômbia, criminosos atearam fogo em carros. Aulas foram canceladas e comércios, fechados. O governo não divulgou um balanço geral, mas relatos apontam que várias cidades sofreram ataques simultâneos, incluindo Quito e Guayaquil.

O Equador vive há anos um aumento da violência relacionada ao narcotráfico. Espremido entre dois dos maiores produtores de cocaína do mundo - Peru e Colômbia -, o país virou rota de escoamento da droga, principalmente através dos portos de Guayaquil, Esmeraldas e Manta.

No ano passado, criminosos mataram a tiros o candidato presidencial Fernando Villavicencio após um comício no norte de Quito. O crime foi atribuído aos Choneros, maior facção criminal do Equador. O então presidente, Guillermo Lasso, prometeu que o crime não ficaria impune. Seis colombianos foram presos, mas todos morreram na prisão alguns meses depois.

Terror

No domingo (7) Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder dos Choneros, fugiu de uma prisão de Guayaquil. A fuga levou o presidente a decretar estado de exceção em todo o país, incluindo um toque de recolher das 23 horas às 5 horas por 60 dias, uma ferramenta comum de política pública: desde 2019, foram mais de 40 estados de exceção declarados no Equador.

Mas pouca coisa mudou. O Equador viveu uma nova madrugada de terror, com policiais sequestrados em várias cidades. Ontem, a situação se agravou. Homens armados e encapuzados invadiram o estúdio da emissora TC Televisión em Guayaquil. O canal estava ao vivo e registrou o momento em que um grupo de bandidos avançou e ameaçou jornalistas e cinegrafistas.

Durante a invasão, disparos foram ouvidos no estúdio e os funcionários da emissora usaram o WhatsApp para pedir ajuda: "Socorro, eles querem nos matar", dizia a mensagem. Sem dar detalhes, a polícia anunciou que controlou a situação, após realizar "várias prisões", e divulgou fotos que mostram pelo menos dez suspeitos deitados no chão, com as mãos atadas.

Conflito

Noboa agiu rápido e decretou ontem "conflito armado interno" no Equador. O decreto considera 22 facções criminosas como organizações terroristas e autoriza os militares a agir para combater todas as facções. "Ordenei às Forças Armadas que realizem operações militares para neutralizar esses grupos", disse o presidente equatoriano.

Governo mobiliza 3 mil policiais para capturar chefe de facção

José Adolfo Macías Villamar, o Fito, de 44 anos, chefe dos Choneros, principal organização criminosa do Equador, continua desaparecido. Ele cumpria pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio. Autoridades disseram que dois carcereiros foram acusados de envolvimento na fuga, enquanto 3 mil policiais foram enviados para caçar o criminoso.

"Não vamos negociar com terroristas", disse o presidente do Equador, Daniel Noboa, um empresário de 36 anos. "Esses grupos narcoterroristas pretendem nos intimidar e acreditam que cederemos às suas exigências."

A taxa de homicídios do Equador em 2023 foi de 46,5 assassinatos por 100 mil habitantes - oito vezes mais do que era em 2018. O presidente Daniel Noboa atribui o aumento da violência a uma retaliação pelas suas ações para "recuperar o controle" das prisões equatorianas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (7)a Operação Bota Fora para prender 14 supostos integrantes de quadrilhas que traficavam cocaína para o exterior por meio do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Os agentes ainda vasculham 18 endereços no Estado.

As medidas foram expedidas com base em três investigações sobre o envio da droga para a Europa e África, tanto via malas irregularmente despachadas como por meio do setor de cargas do aeroporto paulista.

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Entre os alvos dos inquéritos estão supostos líderes do tráfico em Guarulhos. A Polícia chegou até eles após rastrear grupos de WhatsApp criados para organizar o envio da droga.

Durante as apurações, a PF apreendeu quase 700 quilos de cocaína, no Brasil e no exterior, que teriam sido traficados pelo grupo. A droga seria encaminhada para Alemanha (578 quilos), Portugal (77 quilos) e Etiópia (37 quilos).

Policiais de Sergipe mataram sete pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, os mortos estavam entre os alvos de uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (29), na cidade de Cristinápolis, no extremo sul de Sergipe.

Em nota, a pasta informou que os sete homens mortos pertenciam a uma facção criminosa e trocaram tiros com os policiais que participam da Operação Cristinápolis Segura. Na mesma ação policial, outros dois investigados foram presos.

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Foram cumpridos 23 mandados judiciais de busca e apreensão logo nas primeiras horas da manhã, sendo um deles no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), no município de São Cristovão, distante cerca de 100 quilômetros de Cristinápolis.

De acordo com a Secretaria de Segurança, as investigações, iniciadas a partir de uma denúncia anônima, apontam para o envolvimento dos investigados em uma série de crimes como homicídios, tráfico de drogas e assaltos cometidos em Cristinápolis, na cidade vizinha, Tomar do Geru, e também em Barra dos Coqueiros, a cerca de 120 quilômetros ao norte do estado.

Ainda segundo a pasta, ao longo da apuração os investigadores encontraram indícios de que um dos investigados, Michel Silva Pena, comanda o grupo criminoso de dentro do Copemcan, onde já cumpre pena por ter matado a tiros o sargento da Polícia Militar Nabal Gomes Menezes, de 48 anos de idade. O crime ocorreu em 2015, na zona rural de Tomar do Geru, enquanto o militar acompanhava o funcionário de uma granja que recebia de seus clientes o pagamento pelos produtos vendidos.

Na cela de Pena, os policiais encontraram celulares e uma faca. Já os mortos, segundo a Secretaria de Segurança, portavam armas de fogo, munição, facas e entorpecentes.

Os investigadores também informaram ter encontrado indícios de que um homicídio e ao menos cinco tentativas de homicídios ocorridos nos últimos 4 meses, em Cristinápolis, têm relação com uma disputa interna pelo comando do grupo e pelo controle de pontos de vendas de drogas.

“O atrito tem gerado acirrada rivalidade entre os subgrupos criados dentro do crime, causando conflitos armados e violentos, inclusive no sul do estado”, informa a Secretaria de Segurança.

A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério Público de Sergipe (MP-SE) e aguarda a manifestação do órgão.

Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), da Polícia Civil de São Paulo, prenderam no fim da semana passada três homens envolvidos em um esquema de troca de bagagem para enviar drogas ao exterior. Conforme a investigação, a prisão foi realizada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, de onde as malas eram despachadas. Também foram apreendidos 40 quilos de cocaína.

De acordo com a polícia, o trio foi preso em flagrante após agentes receberem informações sobre uma remessa de droga que chegaria ao aeroporto paulista. "Para conseguir enviar as drogas ao exterior, os criminosos trocavam a etiqueta de bagagens de passageiros após elas serem despachadas no check-in", afirma a polícia.

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As prisões foram feitas na quinta-feira, 23, por policiais da 2ª Delegacia DIG (Investigações sobre Estelionato e Contra Fé Pública), que atua para identificar e interceptar as tentativas de utilização do esquema no Aeroporto de Guarulhos. A identificação dos presos não foi revelada e a reportagem não conseguiu contatar os responsáveis pela defesa.

O destino mais comum das malas carregadas de drogas é a Europa, pelo alto potencial lucrativo da cocaína por lá, mas a polícia também já interceptou envios para países do Oriente Médio e também para a África do Sul. A cooptação de funcionários pode ocorrer tanto quando eles estão trabalhando lá quanto antes, com a inserção de criminosos nas empresas.

Em março deste ano, duas brasileiras ficaram mais de 40 dias presas injustamente na Alemanha após terem a etiqueta colocada em uma mala cheia de cocaína.

Relembre o caso:

A polícia alemã apreendeu no início de março duas malas com 20 quilos de cocaína cada, etiquetadas com os nomes das goianas e elas foram presas. A base para a liberação foram as imagens que mostram as bagagens sendo trocadas durante uma escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Segundo a Polícia Federal, um dia antes do embarque das duas brasileiras, outra goiana teve a etiqueta da mala trocada por bagagem com drogas ao viajar para Paris, na França, mas não foi presa.

Vídeos obtidos pelo Fantástico, da TV Globo, mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas de Kátyna e Jeanne, uma rosa e uma preta, as separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

Em outro vídeo, duas mulheres chegaram ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.

Kátyna e Jeanne foram libertadas na tarde do dia 11 de abril, depois de passarem mais de um mês detidas na cidade de Frankfurt, na Alemanha. Elas retornaram ao Brasil no dia 14 de abril. Lorena, irmã de Kátyna, afirmou, na época, que a personal trainer e a veterinária entrariam com ação na Justiça contra os responsáveis pela troca de identificação da bagagem delas, que ocorreu dentro do Aeroporto Internacional de Cumbica, como também é conhecido o principal aeroporto paulista.

Em julho, a Polícia Federal realizou uma operação para prender 18 investigados ligados ao esquema de tráfico de drogas com a troca de etiquetas de bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Seis homens de nacionalidade boliviana foram presos em flagrante, neste sábado, 25, em São Paulo, suspeitos de atuarem como ‘mulas’ do tráfico engolindo drogas para fazer o transporte. Eles foram abordados por agentes da Polícia Civil a bordo de um ônibus de turismo procedente da Bolívia. Os seis suspeitos levavam no estômago um total de 454 cápsulas de cocaína, que pesaram 1,8 quilo da droga.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o serviço de inteligência da Polícia Civil tinha informações de que algumas pessoas vinham com cocaína dentro do corpo no ônibus de turismo. O veículo com 20 passageiros, todos bolivianos, saiu do país vizinho na quinta-feira, 23, atravessou o Mato Grosso do Sul e passou por Dracena, no oeste paulista.

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Agentes da 2ª Delegacia de Patrimônio do Departamento de Investigações Criminais (Deic) passaram a monitorar o ônibus desde o km 45 da rodovia Castelo Branco, em Araçariguama. A equipe acompanhou o deslocamento do coletivo de turismo até a entrada da capital, na Marginal Pinheiros, onde o ônibus foi abordado.

O veículo foi levado para a sede do Deic, em Santana, na zona norte da capital, onde todos os passageiros foram submetidos a exame de Raio X. Seis estavam com a droga no estômago.

Eles foram encaminhados para o pronto-atendimento da Santa Casa de Misericórdia, na Vila Buarque, onde receberam medicação para expelir a cocaína. Após a alta médica, os investigados foram autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Conforme a Polícia Civil, as investigações continuam para identificar qual seria o destino final da cocaína e outros possíveis envolvidos no esquema de tráfico com cobaias humanas. As ‘mulas’ são aliciadas para engolir as cápsulas com cocaína em troca da passagem e de uma quantia em dinheiro.

No dia 4 deste mês, um boliviano de 25 anos procurou atendimento médico no Pronto-Socorro de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, após passar mal. Durante os exames, foi descoberto que ele estava com 20 cápsulas de cocaína no estômago e precisou passar por uma cirurgia para a retirada da droga.

Nesta quinta-feira, 23, um jovem de 24 anos foi preso em flagrante, em São Paulo, suspeito de aliciar pessoas para o tráfico internacional de drogas. Ele foi detido quando treinava outras 33 pessoas para engolir drogas e levar para a Europa.

No local foram apreendidos passaportes, anotações do tráfico, celulares, cartões de banco e quase 1 kg de cápsulas de cocaína que seriam engolidas. Por se tratar de suspeita de tráfico internacional, a Polícia Federal assumiu as investigações.

Ainda segundo a Secretaria de Segurança Pública, eles confessaram que faziam a ingestão de drogas para viajar a outros países, como França, Holanda, Espanha e Irlanda. Os detidos são dos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Nenhum dos suspeitos teve a identidade divulgada pela polícia, o que impossibilitou o contato da reportagem com suas defesas.

Uma troca de tiros, nesta quinta-feira (16), na Comunidade V-8, em Olinda, no Grande Recife, deixou quatro pessoas feridas. O confronto armado aconteceu entre a Polícia Militar (PM) e indivíduos suspeitos de envolvimento com o tráfico no local. 

Imagens que circulam nas redes sociais mostram viaturas da PM cruzando a ponte sobre o canal que corta a comunidade. É possível ouvir disparos no vídeo, confira abaixo: 

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A PM não informou idade ou sexo das pessoas feridas, apenas que elas foram socorridas e levadas para o Hospital da Restauração (HR), no Recife. 

Foram apreendidas quatro armas de fogo, sendo três revólveres e uma pistola, além de uma quantidade de drogas a ser contabilizada. 

 

O ex-zagueiro Alexsandro Marques de Oliveira, mais conhecido como Alex, está entre os condenados pela Justiça Federal em um processo por tráfico internacional de drogas e organização criminosa. Segundo a Polícia Federal (PF), a quadrilha contou com a ajuda de três agentes e um delegado da Polícia Civil para levar 280 quilos de cocaína ao exterior. O ex-jogador foi capitão do Vasco na campanha do título do Campeonato Carioca em 2003.

Alex, de 45 anos, foi condenado a dez anos de prisão em regime fechado e está preso desde fevereiro do ano passado. Ele foi detido em um desdobramento de uma ação da PF intitulada Operação Turfe. De acordo com a investigação, ele seria o responsável pelo aluguel de galpões onde a droga seria escondida dentro de contêineres antes de ser enviada para fora do Brasil.

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Por meio do seu advogado, Daniel Fraga Mathias Netto, Alex alegou a nulidade do processo por inobservância do rito previsto no artigo 55 da Lei n.º 11.343/2006, que versa sobre o período de notificação para elaboração da defesa, e a incompetência da Justiça Federal para julgar o crime. Além disso, a defesa requereu a intimação do MPF para que se manifestasse sobre a possibilidade de oferecer ao réu acordo de não persecução penal e requereu a expedição de ofício à Capitania dos Portos requisitando informações sobre a rota do navio MSC Domitille, utilizado para desviar a droga.

Outras oito pessoas foram condenadas pela Justiça, com penas entre 19 e 26 anos de prisão. A investigação da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, aponta que cerca de seis toneladas de cocaína foram enviadas a países da África e Europa, entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2022, em 14 oportunidades.

Revelado pela Ponte Preta em 1997, Alex fez parte de um dos times mais memoráveis do Vasco na década seguinte. Capitaneado pelo zagueiro, o time cruzmaltino foi campeão carioca em cima do Fluminense contava com jogadores de peso, como o goleiro Fábio, Marcelinho Carioca, Petkovic, Valdir Bigode e Fábio. A equipe era treinada por Antônio Lopes, que, curiosamente, foi delegado de policia.

Além do Vasco, Alex acumulou passagens por equipes do futebol paulista, como Santo André, Campinas e Portuguesa. Ele também atuou no Japão, pelo Ventforet Kofu, e sua última equipe foi Jeju United, da Coreia do Sul. Ele encerrou a carreira em 2007.

Análise feita em aproximadamente cinco mil processos por tráfico de drogas mostra que cerca de 30% dos réus acionados em tribunais estaduais de Justiça afirmaram portar as substâncias para uso pessoal. A pesquisa lançada pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira, 22, mostrou ainda que cerca de 49% dos réus nesses processos disseram ser usuários ou dependentes químicos.

O estudo "Perfil do processado e produção de provas nas ações criminais por tráfico de drogas" analisou processos nos tribunais estaduais e na Justiça Federal, que tiveram sentença em 2019 cujos dados estão na base do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e também traçou um perfil dos processados por tráfico: jovens, não brancos, e de baixa escolaridade. A pesquisa revela ainda que no caso de prisões em flagrante, em geral, os detidos foram pegos com baixas quantidades de droga e têm menor escolaridade.

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Se considerar os processos da Justiça Estadual, 73,6% dos réus tinham menos de 30 anos, 68,4% cursaram no máximo até o ensino fundamental e 68,7% não eram brancos. O padrão é semelhante na Justiça Federal, mas os porcentuais caem um pouco: 42,5% tinham até 30 anos, 28,3% tinham cursado até o fundamental e 68,1% não brancos.

"A cada ano, a Lei de Drogas (de 2006) tem gerado no Brasil o encarceramento de centenas de milhares de jovens e mulheres negras das periferias brasileiras, em situação de uso ou de pequenas modalidades de tráfico, amplificando o racismo institucional sobre as trajetórias pessoais, familiares e social desta parcela significativa da população brasileira", afirmou a secretária nacional de Política sobre Drogas, Marta Machado.

A imensa maioria dos processados por tráfico analisados pela pesquisa ficou presa por algum período devido à acusação. Na Justiça Estadual, cerca 92% foram para o cárcere. Já na Federal, o porcentual foi de 84%. O Brasil tem a terceira maior população carcerária do planeta, com cerca de 800 mil detentos.

Baixas quantidades

Os dados mostram que nos processos que tramitam nos tribunais estaduais de Justiça a quantidade média de droga portada pelos réus era de 85g de maconha e 24 g de cocaína. Esses processos constituem a maior parte dos dados analisados e, em geral, são fruto de abordagens mais frequentes e em flagrante. De acordo com a análise, apenas 16% das prisões eram baseadas em investigações prévias.

A pesquisa mostra que a qualificação das investigações culmina em prisões de pessoas com porte de quantidades mais significativas de droga. No caso dos processos tramitando nos tribunais regionais federais, onde 44% dos casos têm uma investigação por trás, a quantidade média de droga sob posse do réu era de 14,5 kg de cannabis e 6,6 kg de cocaína.

" Vemos que a Justiça Estadual foca em perfil de pessoas mais vulnerabilizadas e apreensões de baixa quantidade. Os dados apontam para um perfil de envolvidos no pequeno varejo dessas substâncias ou até mesmo em usuários classificados como traficante de forma equivocada", explicou a secretária Marta Machado.

Entre os réus da Justiça Estadual, a pesquisa mostra que cerca de 41% foram alvo de busca em suas casas sem mandado judicial, contrariando a lei.

Discussão no Supremo

A descriminalização do porte de drogas para uso pessoal está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, cinco ministros votaram a favor da descriminalização (Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Rosa Weber). Zanin foi o único que votou contra a descriminalização do porte para usuários e defendeu que caberia ao STF apenas fixar parâmetros para diferenciar porte para consumo e para tráfico.

A discussão a respeito desses parâmetros é um dos principais pontos levantados no julgamento na Corte. É consenso que deve haver um critério objetivo para diferenciar usuário de traficante, mas os magistrados divergem em relação a que quantidade seria essa. O julgamento do tema foi interrompido após pedido de vista do ministro André Mendonça, que pediu mais tempo para analisar a questão.

Em reação ao STF, na semana passada o Senado formulou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tornar crime o porte de qualquer quantidade de droga. Segundo o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cabe ao Congresso legislar sobre o tema.

"Nós somos representantes do povo brasileiro, Câmara e Senado. Nós definimos as leis do País, esse é um poder e dever que deve ser reconhecido por todos demais Poderes e demais instituições. Em relação a esse tema das drogas, especialmente da maconha, que é objeto de uma discussão no âmbito do Supremo Tribunal Federal, já somos capazes de colher o seio se não da unanimidade, mas da maioria do Senado, e imagino ser da Câmara, em relação a isso", disse Pacheco.

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nessa terça-feira (19), em flagrante delito, um homem, de 29 anos acusado de crimes de tráfico de drogas, resistência e desobediência. Durante a ação policial, o investigado chegou a engolir uma cartela com 25 selos de LSD, sendo necessário acionar uma ambulância para o socorro emergencial.

A ação ocorreu durante a operação batizada de Buda. O autor do crime ostentava em suas redes sociais e status do aplicativo de mensagens instantâneas anúncios de venda de entorpecentes, bem como fotos das substâncias para prospectar clientes em toda região do Paranoá/DF.

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De acordo com as investigações, um homem conhecido como “Neguinho do Papel” estaria traficando LSD, maconha, MDMA liquido e ecstasy. Inclusive, várias denúncias anônimas foram recebidas pela equipe com arquivos de mídia referentes ao tráfico cometido pelo suspeito.

A apuração confirmou que o envolvido recebia os pagamentos em dinheiro, transferência Pix e bancária.

Após engolir os selos de LSD, “Neguinho do Papel” foi conduzido à UPA do Paranoá, local em que recebeu pronto atendimento médico. Depois, foi preso.

Mais drogas

Com apoio de cães farejadores, os policiais ingressaram na residência do traficante, onde foram localizados mais selos de LSD, porções de maconha, três tubos, contendo liquido amarelo, fluorescente, aparentando ser MDMA líquido, além de frações de comprido de ecstasy.

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Uma embarcação com 3,6 toneladas de cocaína foi apreendida na costa de Pernambuco, nessa terça (19), em uma operação conjunta entre Marinha e Polícia Federal (PF). Essa foi a maior apreensão de cocaína realizada no mar brasileiro, frisou a Marinha.

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A operação "Ágata Nordeste" interceptou a embarcação "Palmares I" a cerca de 18 milhas náuticas de Recife, equivalente a 33 quilômetros da costa. O barco que seguiria para a África foi rebocado ao Porto do Recife.

Cinco tripulantes foram presos pela Polícia Federal por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. As penas para tais crimes podem chegar a 35 anos de reclusão.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta sexta-feira, 15, um eletricista que prestava serviços para o Supremo Tribunal Federal (STF) e vendia cocaína no estacionamento do prédio da Corte em Brasília.

Segundo a PCDF, o homem, de 36 anos, foi preso em casa, em Águas Lindas de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal, que fica a 55 quilômetros da sede do Poder Judiciário. Na residência dele, os policiais também apreenderam diversas porções de cocaína.

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O eletricista passou a ser investigado em julho deste ano, após a polícia do DF receber informações de que ele vendia drogas nos estacionamentos do STF, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Câmara dos Deputados. Os entorpecentes eram guardados e comercializados em um veículo Peugeot, de cor branca.

Tráfico era feito no horário de almoço ao lado do STF

Segundo o delegado José Ataliba Neto, da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, que é responsável pelo caso, o homem está encarcerado nas dependências da PCDF e deve passar por audiência de custódia neste sábado, 16. O eletricista é réu primário e será autuado por tráfico de drogas, com pena de até 15 anos de prisão.

De acordo com o delegado, a equipe policial monitorou a rotina do traficante por duas semanas. Ele chegava no trabalho no STF pela manhã e ficava dentro do carro no horário de almoço. Os usuários iam até o automóvel dele para comprar as drogas. Em alguns momentos, o homem circulava com o veículo para o estacionamento de outros prédios públicos.

A Polícia Civil do DF vai investigar se o eletricista do STF agia sozinho ou se fazia parte de um grupo de traficantes. Segundo o delegado da 5ª DP, o sigilo telemático do prestador de serviços foi quebrado e as conversas em aplicativos de mensagem serão investigadas.

"Pelo modus operandi, ela atuava de forma isolada. Mas ainda vamos ver pelas suas conversas no celular se ele era algum 'aviãozinho' ou se tinha a participação de outras pessoas nessas vendas", disse o delegado.

A polícia não divulgou o nome do eletricista.

A Polícia Federal e os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Justiça e Segurança Pública e Relações Exteriores iniciaram nesta terça-feira (22) uma operação de repatriação de 29 araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari) e sete micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia). Os animais foram apreendidos no Suriname, no mês de julho, e serão trazidos para o Brasil, de onde são nativos.

Uma aeronave da Polícia Federal fará o transporte dos animais, abrigados em nichos individuais, sob a supervisão de veterinários e especialistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Eles devem chegar em território brasileiro somente na quarta-feira (23), quando passarão por escala em Belém (PA) e desembarcarão em Guarulhos (SP).

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As duas espécies, com população reduzida na natureza, têm a maioria dos indivíduos presentes nas Unidades de Conservação e são classificados como Em perigo (EN) de extinção, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, criada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Os micos-leões-dourados serão encaminhados para o Zoológico Municipal de Guarulhos, onde cumprirão o período de quarentena. Eles passarão por avaliação de comportamento e saúde, antes de serem integrados ao Programa de Manejo da espécie, que os integrará às instituições, fora do ambiente natural, que mantém a população de segurança da espécie.

As araras-azuis-de-lear também cumprirão quarentena e passarão por exames na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), no litoral sul de São Paulo. A destinação seguinte será o Programa de Manejo que busca a reintrodução da espécie na natureza.

A Polícia Federal investiga um esquema de doutrinação religiosa e tráfico humano de meninos indígenas da Amazônia. De acordo com reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (23), a Associação Solidária Humanitária do Amazonas é suspeita de converter indígenas ao Islã e levá-los à Turquia.

No início do mês, cinco indígenas que participavam do programa foram deportados da Turquia após ficarem três semanas detidos em Istambul. A Polícia Federal investiga quais eram as atividades dos jovens na Turquia.

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"Se tratam de indígenas em situação de absoluta vulnerabilidade e que se tornam, portanto, presas fáceis para essas organizações criminosas. A apresentação era feita como uma proposta de estudo na Turquia, a fim de que aqueles indígenas tivessem a possibilidade de se tornarem médicos, advogados, teólogos, engenheiros, quando, na verdade, o processo era de servidão, de imposição religiosa, de doutrinação", afirmou ao Fantástico o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Umberto Ramos.

Ao menos oito pessoas, entre turcos e brasileiros, são suspeitas de envolvimento com o esquema. O turco Abdulhakim Tokdemir, apontado como líder da Associação Solidária Humanitária do Amazonas, teve seu passaporte, computador e celular apreendidos e os sigilos fiscal e bancário quebrados.

"Às vezes as pessoas pensam muito naquele tráfico puro, onde a pessoa está acorrentada a uma cama, onde a pessoa está sofrendo agressões. Não necessariamente ele acontece dessa forma. Às vezes, ele é um convite para que a pessoa vá para um outro país, a pessoa vai de forma voluntária. Só que, quando ela chega lá, não foi dito exatamente o que ela ia fazer lá ou quais eram as condições a que ia ser submetida", disse Letícia Prado, delegada da PF no Amazonas.

Entre os casos relatados pelo Fantástico estão indígenas da comunidade Taracuá, distante cinco horas de barco de Manaus. Uma indígena contou que seu filho deixou o Brasil quando tinha 15 anos e já está na Turquia há dois. O jovem teria viajado em um grupo com cerca de 15 pessoas.

O Fantástico não conseguiu contato com a associação. À PF, Abdulhakim Tokdemir afirmou que não tem intenção de converter indígenas, mas se alguém quiser aprender sobre o Islã, ele tem a obrigação de ensinar.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira (20), que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia será "não dar trégua para o traficante", com o objetivo de reduzir o fornecimento de droga para dependentes químicos da região. A decisão ocorre após reunião de Nunes com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e em meio às críticas sobre a possibilidade de transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, ideia que o próprio governador acabou desistindo depois de anunciá-la na terça-feira (18).

"Conversei com o Tarcísio para aprimorar ainda mais a questão da investigação, não dar trégua para o traficante. O que vai ter daqui pra frente é a mão cada vez mais forte do Estado em cima do traficante. Vamos ser implacáveis, contundentes, Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana, porque ninguém aguenta mais que uns bandidos vendedores de crack prejudiquem a vida das pessoas", disse Nunes.

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Segundo o prefeito será adotada a política de "tolerância zero com traficante", sem centralizar as discussões sobre a Cracolândia na questão da localização do fluxo. "Eles têm uma mobilidade própria. Os traficantes manipulam essas pessoas para pressionar o poder público", justificou.

A ideia inicial de Tarcísio era tentar aproximar os usuários de drogas do Complexo Prates, equipamento municipal que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, no Bom Retiro, no centro do capital. A proposta, no entanto, provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública. Atualmente, a Cracolândia se concentra na região das ruas Gusmões, Vitória, Santa Ifigênia e Avenida Rio Branco, também na área central da cidade.

Na semana passada, os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.

Em ação de rotina nessa quarta-feira (5), a Polícia Federal apreendeu 9kg de cocaína em um ônibus de transporte interestadual que percorre o trajeto entre Assis Brasil e Rio Branco, no Acre. O inusitado é que a droga estava escondida dentro de carrinhos de brinquedo. 

Nas averiguações foi constatado que em uma das bagagens havia discrepância de peso, pois era composta por carrinhos de brinquedo de plástico e, no entanto, tinham peso considerável. Quando abriram a bagagem suspeita, os policiais encontram a cocaína.

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Ninguém foi preso porque a pessoa que despachou a bagagem não estava no ônibus. A Polícia Federal permanece investigando para elucidar os fatos.

Com informações da assessoria da PF no Acre

A Polícia Civil de São Paulo prendeu um homem de 50 anos que transportava mais de 2 mil tijolos de maconha na tarde deste domingo (2), na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Mais de uma tonelada e meia da droga estava escondida em um carregamento de toras de madeira. A abordagem aconteceu no km 11 da via expressa da Marginal, na altura do bairro Jardim Panorama, zona oeste da capital paulista.

O caminhão do suspeito entrou no radar dos policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) após ter se envolvido em um acidente nas proximidades da praça de pedágio em Osasco. Agentes da 4° Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) solicitaram apoio de outras equipes para realizar a abordagem.

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Alguns quilômetros depois, o motorista recebeu ordem de parada. Ele desceu do veículo para conversar com os policiais e, depois de tentar fugir a pé, foi detido. O homem não apresentou o documento fiscal das toras de madeira e não informou o destino dos 2.124 tijolos de maconha encontrados dentro do compartimento de carga. O suspeito foi encaminhado à Justiça por tráfico de drogas.

O caso foi registrado na 4° Delegacia da Dise e o material apreendido foi encaminhado para perícia. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, as investigações prosseguem.

A Polícia Federal e autoridades paraguaias realizaram uma grande operação na sexta-feira (30) para tentar prender o megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota, conhecido como Motinha ou Dom, em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e em Pedro Juan Caballero, no país vizinho. Dias antes da operação, um vazamento de informações, na visão da PF, permitiu que Dom fugisse de helicóptero de sua fazenda no lado paraguaio. Mesmo assim, seis membros da grupo criminoso foram presos.

De acordo com a PF, o traficante coordena uma sofisticada organização criminosa paramilitar a serviço do tráfico internacional de drogas. O grupo conta com paramilitares brasileiros e estrangeiros com experiência em conflitos internacionais, recrutados pela sua experiência.

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A Justiça Federal expediu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em uma operação policial simultânea no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Mesmo sem a prisão de Dom, a PF afirma que conseguiu desarticular

A operação foi chamada de Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim), referência ao líder do grupo criminoso que se autointitula "Dom", uma referência a Dom Corleone, do filme "O Poderoso Chefão". "Para viabilizar o cumprimento simultâneo de medidas no Paraguai, foi implementada intensa cooperação policial direta com as autoridades paraguaias, contando também com a participação do Ministério Público Federal", diz a PF em nota.

O Estadão apurou que as autoridades brasileiras suspeitam de vazamento de informações do lado paraguaio da operação. Um dia antes, um helicóptero pousou no lado estrangeiro a fazenda e permitiu a fuga do traficante. É a segunda vez que ele consegue escapar às vésperas de uma grande operação.

Antônio Joaquim Mota é o atual líder do chamado "clã Mota", organização criminosa que já atuou no contrabando de cigarros, aparelhos eletrônicos e agora se especializou no tráfico internacional de drogas. Motinha teria negócios com grandes traficantes que atuavam na região e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro.

Durante as investigações, a Polícia Federal constatou que a organização criminosa possui grande poder bélico, com coletes balísticos, drones, óculos de visão noturna, granadas, além de armamento de grosso calibre, a exemplo de fuzis .556, 762 e .50, este capaz de perfurar blindagens e abater aeronaves.

Na operação, foram realizadas duas prisões em Minas Gerais, uma em São Paulo, uma no Rio Grande do Sul, e duas em Mato Grosso do Sul. Além dos suspeitos presos, a PF apreendeu cerca de 14 armas, além de 40 caixas de munição, seis granadas e colete balístico.

Os assassinatos relacionados ao tráfico de drogas reduzem a expectativa de vida da população do Rio de Janeiro em 7,4 meses, quase o dobro do impacto observado no restante do Pais (4,2 meses). Em São Paulo, a diminuição é de cerca de três dias, índice bem abaixo da média.

Isso é o que aponta versão preliminar de estudo inédito divulgado nesta quinta-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As projeções foram apresentadas em evento realizado em Belém, no Pará.

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"Enquanto em São Paulo cada indivíduo ao nascer perde alguns dias de expectativa de vida, no Rio de Janeiro, cada pessoa vive em média 7,4 meses a menos devido à guerra às drogas", aponta o estudo. No Brasil, a diminuição da expectativa de vida é, em média, de 4,2 meses.

Conforme o autor da pesquisa, o economista do Ipea e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Daniel Cerqueira, os achados têm relação direta com os efeitos da política de "guerra às drogas".

"O paradoxo é que, ao a polícia aplicar recursos para proibir, o preço da droga a curto prazo aumenta, faz com que a receita dos traficantes aumente e isso faz com que haja incentivos para que os traficantes se perpetuem no mercado", disse.

O estudo aponta que não só no Rio de Janeiro, como em outros Estados, "grupos de narcotraficantes fortemente armados dominam territórios para manter o funcionamento do negócio". Entre as principais organizações criminosas, estão o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio.

Os assassinatos, segundo o estudo, normalmente ocorrem por disputa de mercado ou mesmo por acerto de contas, mas mesmo quem não possui relação com o tráfico é afetado. "Morrem policiais, morrem policiais, morrem inocentes e toda a sociedade fica aterrorizada, temerosa de ter sua vida prematuramente perdida em meio a esses confrontos", diz o estudo.

As projeções do estudo têm como base os índices criminais de 2017. Na época, a expectativa de vida do brasileiro era de 76 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - nos anos mais recentes, esse indicador se aproximou dos 77 anos, mas ainda não se sabe ao certo qual foi o impacto da pandemia.

O comparativo apresentado na pesquisa foca principalmente no Rio, em que quase metade dos assassinatos estão relacionados ao tráfico, e em São Paulo, em que aproximadamente três em cada dez homicídios têm esse perfil - a média nacional é de 34%. Nove em cada dez vítimas são homens, a maioria com idades entre 15 e 40 anos.

População perdeu 1,1 milhão de anos potenciais de vida, segundo estudo

O estudo aponta que, apenas em 2017, 1,1 milhão de anos potenciais de vida foram perdidos pela população brasileira, sendo 10% disso no Rio de Janeiro (153 mil). Em São Paulo, foram 64 mil anos perdidos. "Se um jovem de 20 anos morreu, levando em conta que a expectativa de vida para ele era de 80 anos, 60 anos em potencial foram perdidos", exemplificou Cerqueira.

Segundo o estudo, intitulado "Custo do Bem-Estar Social dos Homicídios Relacionados ao Proibicionismo de Drogas no Brasil", os homicídios atribuídos ao tráfico geram um custo de bem-estar anual da ordem de R$ 50 bilhões anuais, ou 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB). O cálculo leva em conta não só o potencial de renda que a vítima poderia gerar, mas os custos associados aos gastos para combater a criminalidade.

Para fazer a estimativa, Cerqueira usou como base referências como a teoria econômica dos mercados ilegais, além de outras referências na área. "A droga gera problemas, afeta famílias inteiras", disse o pesquisador. "Mas nós temos que atacar com política de redução de danos, políticas de saúde."

*Repórter viajou a Belém a convite do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

A Justiça do Rio condenou o traficante Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como "FB", a 225 anos de prisão pelo ataque contra um helicóptero da Polícia Militar, ocorrido em 2009. Na ocasião, a aeronave foi derrubada a tiros enquanto sobrevoava o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na zona norte do Rio. Três PMs que estavam a bordo morreram.

O julgamento de FB começou na manhã desta terça-feira  (20) e encerrou no início da manhã desta quarta-feira, após cerca de 22 horas. O 3º Tribunal do Júri considerou que o traficante foi o responsável por comandar a invasão ao morro.

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Além da morte dos três policiais, Fabiano Atanásio da Silva foi condenado por seis tentativas de homicídio - outros três ocupantes do helicóptero sobreviveram, além de três PMs que estavam em solo - e por associação para o tráfico.

"Foi uma ação nefasta que se assemelha a um ato terrorista. O abate, simbolicamente, representa o poderio bélico da facção criminosa e atinge diretamente a população em geral", considerou a juíza Tula Corrêa de Mello.

A derrubada do helicóptero aconteceu na manhã de 17 de outubro de 2009. À época, a Polícia Militar atuava para tentar conter a invasão de traficantes do Comando Vermelho - liderados por FB - ao Morro dos Macacos, que era controlado pela facção Amigos dos Amigos (ADA).

FB participou do julgamento por videoconferência. Ele está preso no Presídio Federal de Catanduvas (PR). A defesa do traficante deverá recorrer da sentença.

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