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Não é incomum ter como impressão única do funcionamento do mercado financeiro, as movimentações que ocorrem na bolsa de valores de São Paulo – também conhecida como Bovespa. Esta serve como demonstração do “humor” de investidores dentro e fora do Brasil quanto a situação no presente e no futuro iminente do país, e também das empresas que aqui se encontram instaladas e que tem suas ações negociadas no maior mercado de capitais da América Latina.

Entretanto, o mercado financeiro envolve muitos outros produtos. Um dos mais interessantes são as chamadas “vanilla options”, que de acordo com a corretora AvaTrade são uma forma contratual de se comprar ou vender um ativo, geralmente financeiro, a um preço determinado. A partir das ordens de compra e venda que estas opções oferecem, é possível não só gerar lucros como também se proteger da volatilidade do mercado, principalmente o cambial.

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Entretanto, a lógica do funcionamento das opções pode parecer muito complexa se não houver um estudo mais aprofundado sobre esse produto financeiro. Isso vale até mesmo para as ações da Bovespa e de outros grandes mercados de capitais, onde operações como a venda a descoberto – que permite a obtenção de lucros a partir da queda do preço de um ativo – tem se colocado em evidência nos últimos tempos. Mas apesar destas dificuldades, é muito importante e também útil aprender sobre estas dinâmicas, mesmo que sua intenção não seja lidar diretamente com estes investimentos.

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A importância de se aprender sobre mercados financeiros vem primeiramente do “insight” que estes trazem sobre o andamento da economia brasileira, e consequentemente dos nossos próprios bolsos. Nos últimos tempos o câmbio do real contra moedas fortes como o dólar e o euro tem tido um peso cada vez maior na determinação dos preços que pagamos por produtos básicos em supermercados, e o relatório semanal Focus do Banco Central – produzido a partir da opinião de algumas das maiores empresas e especialistas do mercado financeiro do Brasil – serve como boa indicação da trajetória do câmbio, das taxas de juros e do produto interno bruto do país.

Os mercados financeiros funcionam também como uma ferramenta de transmissão de informações de fora do país para a nossa economia. É comum ver políticas econômicas que ocorrem em países como os Estados Unidos afetando os índices das bolsas no resto do mundo, incluindo a nossa. Isso é função da dinâmica de mercados tanto financeiros quanto produtivos cada vez mais integrados mundialmente, onde um pequeno reajuste ocorrido numa região com maior poderio econômico no planeta podendo causar grandes mudanças em mercados encontrados na sua periferia.

Outro fator importantíssimo vem da teoria econômica em si. Existem muitos pressupostos das ciências econômicas que tem o preço dos ativos – ou seja, o valor das ações – como um determinante para a decisão de uma empresa na expansão ou redução de seus investimentos no médio e longo prazos. Assim, um mercado de ativos valorizado pode se tornar uma benesse para o país ao passo que ele incentiva empresas a investirem mais recursos no incremento de sua produção, gerando mais empregos neste processo.

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São vários os fatores que acabam determinando os preços praticados nos mercados financeiros, e cada um deles pode afetar estes preços de forma negativa ou positiva. As expectativas dos participantes dos mercados, tanto grandes quanto pequenos, é uma das mais importantes ao passo que estas podem se tornar autorrealizáveis – tanto no processo de subida, quanto na descida dos preços dos ativos.

Essa confluência de fatores e volatilidades podem deixar um principiante preocupado em entrar sozinho no mercado. Mas por sorte, existem práticas como fundos de investimento organizados em corretoras de valor e em bancos comerciais que permitem que o risco seja dividido entre vários agentes; ao mesmo tempo que o poder de decisão é deixado nas mãos de especialistas que dedicam suas vidas a entenderem como os processos do mercado funcionam.

Mas nada impede o iniciante de entrar a fundo nesse mundo por conta própria. Por sorte o material para aprendizado é vasto, ainda que ele exija tempo e dedicação para que nenhum detalhe sobre o funcionamento dos mercados seja perdido.

Após oscilarem fortemente ao sabor das pesquisas eleitorais nas semanas anteriores, os mercados financeiros brasileiros - em especial a Bolsa - parecem menos nervosos, ao mesmo tempo em que a disputa pela Presidência se consolida. Os investidores já precificaram um segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) e, por isso, as reações às pesquisas mais recentes têm sido mais contidas, avaliam analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Isso não significa, contudo, que os participantes tenham voltado a operar com base em fundamentos, até porque a corrida acirrada no segundo turno deve tornar a impulsionar a volatilidade em breve.

"Existem duas realidades. A primeira é que o mercado subiu em razão das projeções de vitória da oposição. Recentemente, houve uma certa realização e, agora, o mercado está passando por uma fase de amadurecimento", comenta Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Para Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Lopes Filho & Associados, a corrida eleitoral também parece estar se consolidando, com Marina atingindo um piso perto do nível atual de 30% das intenções de voto e Dilma em uma faixa relativamente estreita, com teto um pouco abaixo dos 40%.

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No último dia 4, por exemplo, a Bovespa caiu 1,68% após pesquisas do Ibope e do Datafolha terem mostrado, na noite anterior, uma melhora de Dilma e queda de Marina. Já nesta última quarta-feira a Bolsa ficou praticamente estável (-0,01%), mesmo com uma sondagem do Ibope indicando recuo das intenções de voto de Dilma.

Petrobras

Netto diz não acreditar em um novo rali da Bolsa ainda no primeiro turno das eleições. "Só aconteceria algo assim se surgissem fatos novos que pudessem desestabilizar Dilma, mas isso já ocorreu, com o escândalo na Petrobras, e parece que não teve efeito." Mesmo assim, ele aponta que a negociação na renda variável está "totalmente descolada dos fundamentos", dominada pela disputa presidencial.

Na opinião de Lígia Heise, analista de câmbio e macroeconomia da INTL FCStone, o segundo turno deve voltar a incentivar a volatilidade nos mercados brasileiros, em razão da disputa apertada entre Dilma e Marina. "O primeiro turno já está precificado, enquanto o segundo é mais incerto." Para ela, a interpretação dos investidores internacionais é basicamente a mesma dos locais, que veem na oposição um governo menos intervencionista, com independência do BC e políticas fiscais mais claras.

Figueredo aponta que já houve uma diminuição da liquidez nas últimas sessões e a volatilidade implícita da Petrobras está em um nível elevado, perto de 55%, mas diz que ainda existe espaço para especular com papeis de estatais em cima das eleições. "Ainda há muitas oportunidades, mas não é um mercado fácil, as operações de day trade ainda são muito grandes", explica.

Ele observa que, do ponto de vista da análise técnica, o Ibovespa está em uma zona de indefinição, mas acredita que o mercado tem potencial para subir um pouco nas próximas semanas, à medida que forem ocorrendo novos debates e os investidores concretizarem as expectativas em relação a Marina, contando também com a esperança de que, com o mesmo tempo de TV de Dilma no segundo turno, ela ganhe força.

Na véspera do Natal, boa parte dos mercados financeiros globais permaneceram fechados ou operaram em horários reduzidos. No Brasil, a BM&FBovespa não abriu nessa terça-feira (24), o que impediu os negócios com ações e com derivativos em geral, entre eles os contratos futuros de dólar. Mas a negociação da moeda norte-americana no mercado à vista entre bancos e corretoras ocorreu até as 11h30, o que fez o dólar oscilar ante o real.

Assim, depois da queda de 0,84% registrada na segunda-feira, o dólar fechou em baixa de 0,17% no mercado à vista ontem, cotado a R$ 2,3570. Em dezembro, a moeda americana acumula uma alta de 0,90% ante o real e, no ano, o avanço chega a 15,26%.

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Apesar do horário reduzido de negócios, o giro financeiro chegou a US$ 554 milhões. A movimentação foi decorrente dos interesses que envolveram a formação da Ptax - taxa de câmbio oficial calculada pelo BC.

Isso porque a cotação será a referência para a liquidação, nesta quinta-feira (26), dos contratos do leilão feito na última segunda-feira (23). Na operação, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial ofertados na segunda-feira, dentro de sua programação de intervenções diárias, no valor de US$ 496,1 milhões. Os leilões de swap cambial são operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

"Não teve nada de fluxo e o comportamento da cotação do dólar seguiu descolado do exterior, pois lá fora a moeda norte-americana está um pouco mais forte. A movimentação no mercado doméstico ficou por conta da Ptax do leilão", explicou um operador de tesouraria ouvido pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Foram feitas ontem apenas duas coletas da Ptax, que fechou a R$ 2,3554, com queda de 0,64% em relação ao fechamento de segunda-feira (R$ 2,3706). Em sessões normais, o BC costuma fazer quatro coletas para definir a Ptax do dia. Amanhã, o mercado volta a funcionar normalmente, inclusive com negócios nos segmentos de ações e juros. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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