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Cientistas britânicos afirmaram, nesta sexta-feira (24), ter solicitado ao governo uma permissão para realizar testes em campo de plantas geneticamente modificadas (OGM) capazes de produzir ácidos-graxos encontrados no óleo de peixe.

A empresa de agronomia Rothamsted Research desenvolveu camelina - uma planta conhecida como falso linho - para produzir dois importantes ácidos-graxos ômega-3 contidos no óleo. Os ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) têm um efeito benéfico na saúde cardiovascular das pessoas.

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Mas com o declínio dos estoques pesqueiros e com o uso das provisões existentes de óleo em fazendas de pesca, os cientistas estão em busca de uma nova fonte. Depois de testes bem sucedidos em laboratório e na estufa, a Rothamsted agora quer examinar uma plantação de OGM em um ambiente controlado, mas em condições reais.

Espera-se que o teste provoque polêmica na Grã-Bretanha, onde a opinião pública é contra o desenvolvimento comercial de quaisquer cultivos OGM, embora estes sejam importados. A solicitação apresentada pela Rothamsted ao ministério de Meio Ambiente será examinada por especialistas em um processo de 90 dias, que incluirá uma consulta pública.

O professor Johnathan Napier, principal cientista do projeto, disse que a companhia estava "muito interessada em dialogar com o público" sobre o que estava fazendo.

Cientistas americanos confirmaram nesta quarta-feira as conclusões inesperadas de um estudo de 2011, segundo o qual os homens que consomem suplementos de ômega-3 têm maior probabilidade de desenvolver câncer de próstata. A pesquisa, publicada no periódico do Instituto Nacional do Câncer americano, destaca que há 71% a mais de risco de contrair câncer agudo entre os homens que consomem peixe gordo, ou um suplemento de óleo de peixe.

"Demonstramos, mais uma vez, que o uso de suplementos nutricionais pode ser prejudicial", disse Alan Kristal, pesquisador do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer e principal autor do artigo.

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Os cientistas ainda estão desconcertados com a relação entre os suplementos de ômega-3 e o câncer, mas tudo indica que há, de fato, relação na formação de tumores. A mesma equipe publicou descobertas similares em 2011, quando relacionou as altas concentrações sanguíneas do ácido com um dos mais graves tipos de câncer de próstata. Um grande estudo europeu também havia apontado a relação entre o ômega-3 e a doença.

"As recomendações para aumentar a ingestão de ácidos graxos de cadeia longa ômega-3, em particular, por meio de suplementos, deve levar em conta seus riscos potenciais", indicou a equipe de cientistas, voltando a colocar em debate a questão da confiabilidade dos suplementos nutricionais.

Um estudo da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos constatou que o cérebro precisa de nutrientes certos para ter preservada a sua saúde.

Os cientistas estudaram como age o alimento e descobriu o que é preciso comer para ajudar o órgão a funcionar bem. Dos 107 pacientes estudados, todos na faixa dos 80 anos, os que tinham um cérebro saudável eram justamente os que consumiam em larga escala alimentos com ômega-3 e vitaminas B, C, D e E. A combinação desses nutrientes encontra-se numa dieta equilibrada com peixes, vegetais e grãos.

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Os mais saudáveis consumiam com regularidade frutas cítricas, peixes e laticínios, salmão, sardinha, carnes e cereais.

Um tratamento à base de vitaminas B ou de suplementos de ácidos graxos com ômega-3 não reduziu o risco de câncer em mais de 2,5 mil pessoas na França com histórico de doença cardíaca, mostra um estudo publicado nos Archives of Internal Medicine. "Esperávamos descobrir uma ação benéfica dos suplementos contra o risco de câncer", disse Valentina Andreeva, autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Paris. "Ao contrário, não constatamos nenhum efeito desses suplementos."

Pesquisas anteriores sugeriam que as vitaminas B poderiam proteger as pessoas do câncer, principalmente o câncer colorretal, embora nem todos os estudos concordassem.

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O objetivo original do estudo de Valentina era testar o efeito da ingestão de ácidos graxos com ômega-3, vitaminas B ou ambos contra doenças cardiovasculares em pessoas com um histórico de enfarte ou derrame.

Para compreender melhor se os suplementos poderiam ter efeitos adicionais, o grupo reuniu também informações sobre o número de pacientes submetidos ao teste que desenvolveram câncer. Os pesquisadores dividiram os sujeitos do estudo em quatro grupos: um tomou duas pílulas de vitamina B por dia, outro grupo, duas pílulas de ácidos graxos com ômega-3, um terceiro tomou ambos os suplementos, e um quarto tomou placebos semelhantes aos suplementos. As vitaminas B eram uma mistura de 3 mg de B6, 0,02 mg de B12 e 0,5 mg de ácido fólico.

Aos participantes que deviam tomar os ácidos graxos com ômega-3 foram ministrados 600 mg por dia, enquanto os suplementos continham duas vezes mais ácidos EPA e DHA. Por cerca de cinco anos, Valentina e seus colegas do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas da França acompanharam os diagnósticos de câncer entre os sujeitos do teste.

De mais de 2 mil pessoas que concluíram o estudo, 175 desenvolveram câncer e 58 morreram por causa dessa doença. As pessoas de ambos os grupos que tomaram os suplementos de vitamina B apresentaram o mesmo risco de câncer que aquelas que tomaram placebo.

Esses resultados confirmam os de um estudo maior, realizado entre sobreviventes de ataques cardíacos, que também mostrou que as vitaminas B foram ineficientes na redução do risco de câncer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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