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O Cinema da Fundação Joaquim Nabuco divulgou, nesta terça-feira (3), a programação da primeira semana de 2017. E para os cinéfilos de plantão, o espaço vai apresentar quatro estreias, sendo elas ‘Sieranevada’, ‘Depois da Tempestade’, ‘Creepy’ e o ‘O apartamento’. Também haverá uma reprise, ‘Belos Sonhos’, e uma ópera inédita: ‘Sansão e Dalila’.

Confira as sinopses e exibição dos filmes:

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Semana de 1º a te 5 de janeiro

Estreias

Sieranevada - (Romênia, 2016) De Cristi Puiu. Obra conta com Mimi Branescu, Judith State, Bogdan Dumitrache. O novo filme do diretor retrata uma história que acontece três dias após o ataque terrorista à redação do semanário Charlie Hebdo e 40 dias após a morte do pai de Larry, um médico quarentão. Ele se prepara para passar o sábado em família como homenagem ao falecido. A ocasião, no entanto, não acontece de acordo com suas expectativas. O filme foi indicado à Palma de Ouro Cannes 2016. 173 min. / DCP / Mares Filmes / Inédito.

Quinta-feira (5) | 16h45

Sábado (7) | 16h45

Terça-feira (10) | 19h10

Creepy - (Jap. 2016) De Kiyoshi Kurosawa, com Hidetoshi Nishijima, Yuko Takeuchi, Toru Baba. O diretor japonês muda o tom e fala sobre a morte iminente. No caso, um ex-detetive é convocado por um colega para investigar uma família desaparecida há seis anos. O ponto de partida são as lembranças da única sobrevivente da família. Ao mesmo tempo, ele descobre que seus vizinhos não são os verdadeiros pais da adolescente que vive com eles. O filme foi vencedor do Festival de Cinema de Fantasia 2016. 130 min. / Zeta / DCP / Scope / 14 anos.

Quinta-feira  (05) | 14h15

Sexta-feira (6) | 15h40

Terça-feira (10) | 14h20

Quarta-feira (11) | 20h

Depois da Tempestade - (Jap. 2016) De Hirokazu Koreeda. Com Hiroshi Abe, Yoko Maki e Kirin Kinn no elenco. O diretor Koreeda traz uma agridoce história familiar. No enredo, o Japão está prestes a receber o tufão do ano. É quando uma idosa matriarca recebe em casa dois filhos que nunca a visitam. Um é escritor ainda sofrendo com o divórcio e a outra a filha que tenta ser um exemplo. Juntos, eles esperam o tufão enquanto relembram a recente morte do pai e marido. Seleção Un Certain Regard Cannes 2016 - Imovision / DCP / Inédito / 117 min. / 12 anos.

Quinta-feira (5) | 20h

Sexta-feira (6) | 13h30 e 18h

Domingo (8) | 16h20

Terça-feira (10) | 16h50

Quarta-feira (11) | 13h20 e 16h30

O Apartamento - (Irã, Fra., 2016) De Asghar Farhadi. Conta com Shahab Hosseini, Taraneh Alidoosti e Babak Karimi. Emad e Rana são casados e encenam a montagem da peça teatral ‘A Morte de um Caixeiro Viajante’, de Arthur Miller. Um dia, eles são surpreendidos com o alerta para que eles e todos os moradores do prédio em que vivem deixem o local imediatamente. O problema é que, devido a uma obra próxima, todo o prédio corre o risco de desabamento. Diante deste problema, Emad e Rana passam a morar, provisoriamente, em um apartamento emprestado. É lá que Rana é surpreendida com a entrada de um estranho no banheiro, justamente quando está tomando banho. Indicado ao Globo de Ouro como melhor filme de língua estrangeira. Em Cannes, concorreu a Palma de Ouro e  foi  vencedor nas categorias de melhor ator e melhor roteiro. 125 min. / Pandora / 14 anos / Inédito / DCP / Plano.

Sexta-feira (6) | 20h10

Sábado (7) | 14h20

Domingo (8) | 14h

Reprise

Belos Sonhos - (Ita. 2016) De Marco Bellocchio. Com Valerio Mastandrea, Barbara Ronchi, Bérénice Bejo. O filme trata a história de Massimo, um garoto de nove anos, que é abalado pela morte de sua mãe, que ele se recusa a aceitar. Anos mais tarde, na década de 1990, Massimo é um jornalista realizado. Mas após cobrir a guerra em Saravejo, ele começa a ter ataques de pânico. O filme é baseado no romance autobiográfico homônimo de Massimo Gramellini, vice-diretor do jornal italiano ‘La Stampa’. Abertura da Quinzena dos Realizadores Cannes 2016 / Abertura da 40º Mostra de SP 2016. 130 min. / Mares Filmes / Inédito / DCP / 16 anos.

Sábado (7) | 20h

Domingo (8) | 18h35

Quarta-feira (11) | 17h40

Sansão e Dalila (1877)

Oprimidos pelos filisteus, os hebreus têm em Sansão um líder. Para descobrir a origem de sua força sobrenatural, Dagom resolve usar Dalila como espiã. Ela seduz Sansão e descobre que sua força vem dos cabelos. Sansão é capturado pelos filisteus, tem seus cabelos cortados e, indefeso é levado para o sacrifício. Pedindo a Deus que restituísse suas forças, Sansão derruba os pilares e todo o templo cai sobre ele e seus inimigos. DCP / Inédito / 120 min. / Bonfilm / Livre / Ingresso especial: R$ 16 e R$ 8 (meia).

Serviço

Cinema da Fundação (Casa Forte)

Rua Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte

3073.6890 cinema@fundaj.gov.br

Ingressos: R$ 14 (inteira) R$ 7 (meia) – R$ 16 (inteira 3D)  – R$ 8 (meia 3D) - (acima de 60 anos/estudantes)

Promoção: preço único R$ 5 (R$7 para 3D) na terça-feira

Dando continuidade à Temporada 2016, a Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos (OJMG) apresenta neste sábado (24), no Teatro Adamastor, “Pagliacci”, ópera composta em 1892 por Ruggero Leoncavallo. Com sessão única às 20h30, o espetáculo tem entrada franca.

“Pagliacci” é considerada uma trama envolvente, que lida com personagens com os quais a plateia constrói rapidamente uma forte identificação. Sua curta duração fez desta obra uma das mais conhecidas do repertório operístico.

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A trama de “Pagliacci” gira em torno de um grupo de atores saltimbancos que se apresenta de cidade em cidade, onde a cobiça de Tonio (um dos atores) por Nedda  – (a Colombina) mulher de Canio (dono da companhia), e amante de Silvio (um aldeão) – gera um plano de vingança.

Com direção musical e regência de Emiliano Patarra, “Pagliacci” conta com os solistas Jean Nardono (Canio), Tati Helene (Nedda), Marcelo Ferreira (Tonio), Vinícius Atique (Silvio), Eduargo Góes (Peppe), além do Coro Jovem de São José dos Campos, sob a direção de Sérgio Werneck.

A orquestra

Formada por 75 músicos, a Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos foi criada em dezembro de 2003. É corpo estável do Conservatório Municipal de Guarulhos, ligado à Secretaria de Cultura do município. Todas as suas atividades visam ao aprimoramento e à profissionalização de seus jovens instrumentistas.

Serviço:

Temporada 2016 - Concerto Orquestra Jovem de Guarulhos

Sábado, dia 24, às 20h30

Teatro Adamastor – avenida Monteiro Lobato, 734, Macedo

Entrada franca. Retirada de um ingresso por pessoa, uma hora antes do espetáculo, na bilheteria do teatro

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Beleza, emoção e fantasia. Foi assim a noite das mais de 700 pessoas que estiveram no Theatro da Paz, na segunda-feira (19), para assistir ao ensaio geral da ópera “Turandot”, obra do italiano Giacomo Puccini, escrita em 1924. O ensaio geral é a chance de checar os últimos detalhes antes da estreia, que será nesta quarta-feira (21); além de também ser a oportunidade em que familiares e amigos do elenco podem - por fim - ver de perto essa fantástica performance na qual produtores, cantores, atores e músicos estão envolvidos há tanto tempo e tão completamente.

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A ópera “Turandot” é mais uma atração do XV Festival do Theatro da Paz, uma promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, com apoio da Academia Paraense de Música. A trama conta a história da princesa Turandot, filha do Imperador chinês Altum, que por conta de um trauma do passado se nega a casar. Como o pai pressiona o casamento por motivos de descendência, a mesma aceita, mas propõe três enigmas para dificultar a vida dos pretendentes. Se acertarem, ganham a mão da princesa. Se não, perdem a vida, e sua cabeça se somará às dezenas de outras penduradas no teto do castelo. E assim os dias vão se sucedendo, até que surge um príncipe estrangeiro que aceita o desafio e consegue desvendar o mistério proposto pela monarca. Daí pra frente a trama se desenrola com muito drama, romance e pitadas de comédia.

Segundo o barítono Homero Velho, que interpreta o ministro Ping, que faz parte do reinado de Turandot, a expectativa para a estreia é a melhor possível. “Acho que vai ser um belíssimo espetáculo, a música é muito boa, está sendo bem cantada, bem interpretada, então acho que vai ser um sucesso”, conta o cantor. E elogia o Theatro da Paz. “De todos do Brasil que eu conheço esse aqui é o que eu mais gosto. Vim trabalhar no primeiro festival, em 2002, conheço todo mundo da casa e me sinto muito à vontade”, disse Homero.

A soprano paraense Kézia Andrade, intérprete da escrava Liù, personagem de grande importância na trama, conta que se sente muito privilegiada enquanto artista paraense. “Eu me sinto representando a nossa classe, que é formada por um grupo de cantores que tem um potencial muito grande. Me sinto muito honrada, feliz e grata, também por ser minha estreia fazendo um papel muito importante”, conclui a soprano.

Mas havia um grupo especialmente emocionado de estar no teatro na noite do ensaio: detentos que integram o Coral Timbres da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). Dentre elas, Silvana Sales, que confessou estar encantada com o Theatro da Paz. “É lindo, não é? Pois apesar de ter nascido e me criado dentro de Belém, eu nunca tinha tido a oportunidade de vir a este lugar”, conta a espectadora.

Antes do espetáculo começar, o grupo realizou uma visita monitorada. Eles conheceram um pouco mais da história e da arquitetura do espaço. “É algo indescritível o que estamos vivendo hoje aqui, algo singular para pessoas que estão privadas de liberdade e tem a oportunidade de vir até aqui contemplar toda essa riqueza cultural”, disse o detento Josimar Ferreira de Oliveira, de 54 anos.

Para a professora de música do Coral Timbres, Vera Santos, que acompanha o grupo diariamente nos ensaios, a iniciativa vai ajudá-los a ter uma visão melhor da transformação que a música possibilita. “A música faz com que elas tenham mais atenção, sejam mais pacientes em determinadas situações, diminua a tensão do próprio ambiente em que elas vivem. Trazer o grupo até aqui hoje foi algo muito importante para o desenvolvimento musical. Nós selecionamos previamente os integrantes que mais se dedicam aos estudos, tiram boas notas e têm bom comportamento”, destacou a maestrina.

A diretora do CRF, Carmem Botelho, destacou que a iniciativa também ajuda no processo de ressocialização. “Nunca nenhuma delas tinha assistido a uma ópera e oportunizar isso a elas é de fato fazer ressocialização. A arte é transformadora quando você trabalha diretamente no coração de uma pessoa, pois você acaba aflorando sentimentos, torna as pessoas mais sensíveis e assim começa um processo de retirada da aspereza desse ser”, explicou Carmem.

“Eu sempre morei em Belém e nunca tinha vindo aqui nesse teatro. É tudo mágico, desde o passeio pela história que eu não conhecia até a ópera, que eu também nem imaginava que era assim. Achei muito bonito, é algo que prende a nossa atenção. Espero ter outras oportunidades como essa. Foi inesquecível”, concluiu a detenta Ana Kelly, 33.

Serviço:

A ópera “Turandot” estreia nesta quarta-feira, 21, às 20h, no Theatro da Paz. Haverá récitas ainda nos dias 23, 25 e 27 deste mês. Os ingressos já estão esgotados, mas a estreia do espetáculo será transmitida pela TV Cultura, canal 2, em Belém, e também pelo Portal Cultura e no site oficial do Festival de Ópera.

Por Helena Saria, especial para o LeiaJá (com informações de Timóteo Lopes/ Ascom Susipe).


Cerca de 1,7 milhões de usuários foram afetados por um ataque hacker destinado a empresa responsável pelo navegador Opera, informou a desenvolvedora em comunicado na sexta-feira (26). A investida comprometeu dados pessoais, incluindo algumas das senhas e outras informações de conta, do serviço de sincronização em nuvem Opera Sync.

A empresa tentou minimizar o problema, afirmando que apenas 1,7 milhões de pessoas, menos de 0,5% da sua base total de usuários, foi afetada. A companhia afirma também que o ataque foi rapidamente neutralizado. Ainda assim, a Opera optou por redefinir das pessoas que foram vítima dos cibercriminosos.

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"Nossas investigações estão em curso, mas acreditamos que alguns dados, incluindo algumas das senhas de nossos usuários e informações de conta, tais como nomes de login, podem ter sido comprometidas", informou a empresa, em nota. A Opera também diz ter enviado um e-mail para todos os usuários do serviço informando sobre o incidente.

O restante dos usuários do navegador que não usam o serviço de sincronização em nuvem não precisa tomar qualquer ação, alertou a empresa. "Nós levamos a sua segurança de dados muito a sério, e quero pedir desculpas sinceramente por qualquer inconveniente que isso possa ter causado", diz a nota.

Formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), de São Paulo, Hirsch desenvolve, ao longo da carreira, um trabalho direcionado para as questões das relações humanas e sustentabilidade. Dentre os projetos criados pelo artista está o Erê Lab, que transforma espaços públicos com brinquedos para crianças a partir de materiais sustentáveis. No Festival de Ópera, o artista assina a cenografia da cantata ““Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango” e da ópera “Turandot”, que será encenada em setembro próximo.

Para Roni Hirsch, a criação do cenário é a reunião do que foi pensado com o que há disponível. “O maior desafio para a montagem cênica é conseguir traduzir o que o texto diz, o que o espetáculo pede e identificar nas potencialidades locais o que dali pode ser extraído para o trabalho, de uma forma que a dinâmica local incorpore a nossa vontade”, afirmou.

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Durante a palestra, o artista contou ao público um pouco da execução do próprio trabalho e de seu processo criativo, abordando os diferentes tipos de materiais e espaços nos quais a cenografia se insere. Roni falou, ainda, sobre como desenvolveu o cenário para a cantata, que contará com reprodução de vídeo mapping, feito pela artista visual paraense Roberta Carvalho. “O conceito básico do trabalho desenvolvido para a cantata é criar um cenário que desapareça. A ideia de trabalhar com o tempo fez com que eu quisesse trazer o próprio teatro como elemento, até porque existem muitas linguagens na cantata, tem projeção, dança contemporânea, dança clássica e uma orquestra elevada. Então, o meu trabalho é criar a caixa cênica para que as pessoas possam brilhar”, explicou o artista.

Diferente do espetáculo “Los Pájaros Perdidos”, no qual há uma subtração de cenografia, a ópera “Turandot” traz opulência no cenário. Segundo Roni, os elementos cênicos irão representar a realeza, partindo do tangram, uma espécie de quebra-cabeça chinês, que é um enigma, assim como a história de Turandot.

Na atenta plateia da palestra estava a professora dos cursos de cenografia e figurino da Universidade Federal do Pará (UFPA) Ézia Neves, que participou e convocou os alunos para conhecer o trabalho do cenógrafo paulista. “O Festival de Ópera oportuniza que alguns profissionais reconhecidos nacionalmente venham até Belém e essa palestra é uma dessas oportunidades de aproximação de conhecimento do processo de trabalho deles. Sempre é um aprendizado, uma verdadeira aula. Eu mesma venho assistir a todas as óperas, sempre com o olhar atento em tudo”, afirmou.

Serviço:

A programação do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz tem a estreia, nesta sexta-feira, 26, às 20h, da cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, com direção de Caetano Vilela, que terá apresentações ainda no sábado, 27, e domingo, 28. Ingressos à venda na bilheteria do teatro.

Por Laís Azevedo, especial para o LeiaJá. 

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Ainda que não fosse uma noite de casa cheia, como já é esperado para a estreia desta sexta, para o sábado e também para o domingo, centenas de pessoas compareceram à Praça da República, na noite de quarta-feira (24), para disputar lugares no Theatro da Paz: tudo para acompanhar e, ao fim, aplaudir de pé o ensaio geral da cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, a nova atração do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz. A edição de 2016 do festival teve início no dia 6 de agosto e deve se estender até o primeiro dia de outubro.

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Após semanas de ensaios a portas fechadas, essa foi a primeira oportunidade para que a plateia de Belém pudesse finalmente tomar contato com a aguardada produção. Há bons motivos para isso: com a montagem de “Los Pájaros Perdidos”, essa é a primeira vez que se cria uma cantata original para o festival paraense de ópera. Além disso, a produção reúne uma constelação de talentos, que toma o palco do Theatro da Paz e também os seus bastidores.

Por três dias, eles gravitarão ao redor da força expressiva do tango e do legado musical deixado por composições essenciais para as carreiras dos músicos argentinos Astor Piazzolla (1921-1992) e Carlos Gardel (1890-1935). Tudo isso costurado por um roteiro marcado por uma grande fusão da música com linguagens como a poesia, a dança e as artes visuais e cênicas.

Gêneros – Para entender porque uma cantata integra a programação de um dos mais tradicionais festivais de ópera da atualidade no Brasil – que também já soma expressiva atenção também do cenário internacional -, é preciso começar sabendo que a cantata é como uma prima da ópera. Explicando de forma mais simples, pode-se dizer que a ópera é, grosso modo, uma forma de fazer teatro com a ajuda do canto: em geral, histórias completas, escritas em libretos, são narradas unindo as artes dramáticas e a música. A diferença entre óperas e cantatas, portanto, está na estrutura das montagens. As cantatas, em geral, querem resumir uma moral, ou estado de espírito, através de sequências de músicas que resumem algum argumento. 

“Tudo que entra nessa montagem já foi cantado. Criou-se uma história, contada através dessas músicas, retiradas do imaginário do tango antigo de Gardel e do tango novo de Piazzolla. É a história de um casal, com seus reencontros, perdas, paixão, amor, narrada pela passagem do tempo e pelas quatro estações, que representam o próprio passar de uma vida”, pontua Caetano Vilela, o premiado diretor paulista que assina a direção cênica e a iluminação da cantata. “É um trabalho que há um ano vem sendo maturado. E o fato de ter sido a primeira cantata criada para se apresentar no Theatro da Paz reflete a grande representatividade que hoje tem o Festival de Ópera do Pará.”

Além de conceber a ideia original de “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, título que é baseado numa composição de Piazzolla, o diretor Caetano Vilela também é responsável por um dos trunfos da montagem: o forte apelo visual da iluminação, que inclui também projeções, sobre grandes panadas, de criações da artista visual paraense Roberta Carvalho, sobre o cenário concebido pelo paulista Roni Hirsch. Elas ajudam a construir a narrativa da cantata, ao lado dos esforços de músicos, cantores e bailarinos.

Outro trunfo vem do trabalho do coreógrafo e bailarino argentino Luis Arrieta, que responde por todos os movimentos corporais sobre o palco, de músicos e cantores a bailarinos. Arrieta teve um desafio a vencer: conciliar a tradição popular do tango à expressão da dança moderna, e conduzir o fio dinâmico coreográfico que orienta e dá corpo à produção.

Em cena, além do coreógrafo e bailarino argentino, estarão interagindo 14 bailarinos paraenses e dançarinos de tango convidados, que vieram de São Paulo (SP). Entre eles, Irupé Sarmiento, Júlio César, Margareth Kardosh e Vitor Costa, além da paraense Isanira Coutinho. “Esse é um trabalho muito bem cuidado, o que ajuda muito os intérpretes. É deslumbrante dançar assim. É a primeira vez que danço num palco inclinado. Há 25 anos me dedico ao tango. E o esforço de subir e descer me faz lembrar o ir e vir do fole, da respiração do bandoneon”, sorri o paulista Vitor Costa, que atualmente vive na Holanda, e que tem raízes paraenses já que parte da família dele é originária de Belém.

“Foi um desafio conciliar o tango com o balé clássico. Focamos muito nas expressões faciais, que têm grande importância. Foi um mês trabalhado cerca de cinco horas por dia”, conta a jovem bailarina Evelyn Modesto, pouco antes de se juntar ao círculo que os colegas fazem na coxia. Faltam apenas alguns minutos para a estreia para o público. De mãos dadas, eles fazem uma oração. Soa a primeira sineta do teatro.

“Esse encontro de linguagens e de tempos é uma expressão contemporânea. Há músicas do passado e mais atuais, e bailarinos de várias idades no palco. E, nesse momento, de ensaio geral, é preciso entender que nossa visão, aqui dentro das coxias, é diferente daquela do público. Há um olhar mais matemático do espetáculo, pensado e iniciado há meses, cujo resultado é fazer com que ele seja o mais emocionante possível para a platéia. Toda interpretação será permeada pelos movimentos”, pondera o coreógrafo e bailarino argentino Luis Arrieta. Sentado sobre um praticável que compõe o cenário, momentos antes das cortinas serem levantadas, Arrieta mantém o olhar em direção à panada. Em silêncio e sozinho, parece checar mentalmente se está tudo certo. É a ele que coube dirigir esse esforço de construção.

Narrativa – Quando a cantata - que é a primeira concebida para uma edição do Festival de Ópera -, pode ser finalmente tocada pelos olhos e ouvidos do público do Theatro da Paz, é o bandoneonista Martín Mirol quem está no palco. É do argentino a responsabilidade de fazer o acompanhamento dos tangos em seu instrumento mais expressivo. “É uma experiência muito enriquecedora. Nunca havia tocado tango neste tipo de arranjo. É um gênero musical que já tem mais de cem anos e várias fases, e aqui acho que fechamos o conceito da passagem do tempo de uma forma muito bonita”, comemorou Mirol.

“É uma experiência muito importante, principalmente por ser a primeira cantata cênica autoral feita para festival, e construída a muitas mãos. Nos exigiu pelo menos sete meses de trabalho nos arranjos”, resume o músico paraense Luiz Pardal, que dividiu a direção musical do espetáculo com o maestro Miguel Campos Neto. É Neto quem conduz também os 19 músicos da Orquestra Jovem Vale Música durante a uma hora e 20 minutos de apresentação da cantata.

É com eles que se unem a cantora popular mexicana Eugenia León – que pela primeira vez se apresenta em Belém – e o tenor carioca Fernando Portari, que participa do Festival de Ópera pela terceira vez seguida, após várias passagens em montagens no exterior. “É uma honra estar em Belém e no maravilhoso Theatro da Paz”, fez questão de ressaltar esta semana a cantora, que já soma 40 anos de carreira.

“Esse é o grande momento. O ensaio geral é o grande dia de juntar tudo o que foi feito até aqui, todo esse trabalho longo e gradativo de construção, e de sentir a receptividade do público. É fundamental para as apresentações que virão”, resume o contrabaixista Príamo Brandão à porta do fosso que abriga a orquestra. Lá, no piso abaixo do palco, a agitação ruidosa dos músicos contrasta com a atmosfera de quase silêncio contrito que impera na penumbra acima do tablado, atrás da panada. No escuro que aguarda ser desvelado, a qualquer momento, pela plateia, ouvem-se apenas ruídos múrmures, comandos técnicos cautelosos e algum ou outro barulho de velcros ajustados de última hora.

Toca a terceira sineta. E abre-se, enfim, a cortina, rasgando a tensão dos minutos de espera. A luz que penetra no palco do Theatro da Paz traz consigo palmas e rostos de todos os tipos. As mesmas palmas que oitenta minutos depois consagrarão os meses de trabalho da montagem da cantata “Los Pájaros Perdidos”. Há flores, lágrimas e sorrisos plantados esta noite no palco do mais belo e tradicional teatro da Amazônia. E elas seguirão sendo colhidas pelos próximos três dias de festa da ópera entre os paraenses.

Serviço:

As récitas da cantata “Los Pájaros Perdidos” ocorrem nesta sexta (26), sábado (27) e domingo (28), sempre às 20h, no Theatro da Paz. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Theatro da Paz. Valores: R$ 50 (plateia, varanda, frisa e camarote de 1ª); R$ 30 (camarote de 2ª); R$ 20 (galeria) e R$ 10 (paraíso). Todas as informações sobre o Festival de Ópera do Theatro da Paz, de histórico à agenda da edição deste ano, incluindo detalhes sobre a localização dos lugares dentro do Theatro da Paz, podem ser acompanhadas pelo site oficial do evento (www.festivaldeopera.pa.gov.br/site).

Pelas coxias do Theatro da Paz, nas últimas semanas, o sotaque que se ouve tem uma mistura de português e espanhol, o famoso "portunhol", e também se escuta muito tango, da melhor safra desse ritmo argentino. São os ensaios, já em ritmo acelerado, da cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, cartaz do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz, que tem récitas nos dias 26, 27 e 28 deste mês, às 20 horas, no próprio teatro.

O espetáculo traz o melhor do tango e é baseado na obra musical dos argentinos Astor Piazzolla (1921-1992) e Carlos Gardel (1890-1935). No palco estarão a cantora mexicana Eugenia León – pela primeira vez se apresentando em Belém – e o tenor carioca Fernando Portari, que está no Festival pela terceira vez seguida. Além deles, o acompanhamento é do bandoneonista argentino Martín Mirol e da Orquestra Jovem Vale Música, conduzidos pelo maestro Miguel Campos Neto. Na direção cênica e iluminação, o premiado diretor paulista Caetano Vilela.

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Em cena também, o coreógrafo e bailarino argentino Luis Arrieta – que está em em quase toda a duração da cantata -, 14 bailarinos paraenses e os dançarinos de tango convidados, Irupé Sarmiento, Júlio César, Margareth Kardosh e Vítor Costa, além da paraense Isanira Coutinho, representante da dança de salão local. A cantata foi concebida a muitas mãos, e pesquisada pelo compositor paraense Eduardo Neves, com arranjos de Luiz Pardal, auxiliado por Martín Mirol.  

Pela pulsação do tango, a obra busca compreender o curso do tempo, por meio da poesia e da música, e das estações do ano, que serão representadas no palco por meio de projeções em vídeo, concebidas pela artista visual paraense Roberta Carvalho. A convidada mais que especial da cantata é a mexicana Eugenia León. Com fama internacional, ela chega ao Festival depois de uma rara apresentação no Brasil, anos atrás.

Quando os mentores da cantata – entre eles o secretário de Cultura Paulo Chaves - estavam em busca de uma voz que traduzisse a força e beleza do tango, eles chegaram até Eugenia, por meio de um vídeo no Youtube, em que ela canta o tango “Los Pájaros Perdidos”, de Astor Piazzolla, que acabou por dar título à cantata. Começou então a busca para chegar até Eugenia León. O que foi possível por meio do maestro, diretor e cantor Mauro Wrona, um antigo colaborador do Festival de Ópera. Wrona entrou em contato com Eugenia, que aceitou o convite.

Eugenia se diz encantada com o espetáculo. “É uma imensa honra para mim estar em Belém e nesse maravilhoso Theatro da Paz. O espetáculo é tão bonito, tão sentimental. Sinto que as pessoas sentirão uma melancolia com ele, mas será uma coisa boa de se sentir. Falamos nele de tempo. De quando começamos a viver e de quando nos encaminhamos para a morte, e o que temos de experiência frente a essa passagem de tempo, da qual não podemos escapar”, avaliou Eugenia.

Eugenia tem quase 40 anos de carreira musical. Ela já gravou discos e concertos memoráveis como “Maradentro”, “Tangos en Vivo”, “Juego con Fuego”, dominando o repertório da música mexicana desde José Alfredo Jiménez, Agustin Lara, Cri Cri até Silvestre Revueltas. A cantora tem fãs apaixonados mundo afora, especialmente no México. E fãs-clubes também. Um deles é o Club Oficial de Fans y Amigos de Eugenia León Corazón Gigante, que já entrou em contato com a fanpage do Festival e está compartilhando, com seus membros, todas as informações sobre a cantora e suas atividades em Belém. O outro fã-clube muito atuante dela é Ciudadanos del Mundo - Club de Fans de Eugenia León. Ambos estão muito empolgados com a apresentação da cantora em Belém, e seus membros também compartilham as postagens do Festival.

O tenor carioca Fernando Portari tem muitas passagens em montagens de ópera no exterior também, como, por exemplo, quando estreou em 2010, com grande sucesso, no mítico Teatro Alla Scala de Milão em “Fausto”, de Gounod, ao lado de Roberto Scandiuzzi. Em 2014, ele atuou no XIII Festival de Ópera do Theatro da Paz na ópera “Mefistófele”, de A. Boito. Na edição seguinte, atuou na ópera “Os Pescadores de Pérolas”, de G. Bizet, como Nadir, e no concerto de encerramento do Festival.

Para Portari, estar na Cantata é uma experiência nova e muito prazerosa. “Meu pai, que faleceu recentemente, sempre me dizia que não basta ser tenor, o que mais importa é ser cantor também, e essa oportunidade de cantar, além de ópera, está sendo muito importante para mim. São desafios assim que me movem”, disse Portari. 

Desde a última sexta-feira, todas as informações sobre o Festival de Ópera do Theatro da Paz podem ser acompanhadas pelo site oficial do evento. O link é http://www.festivaldeopera.pa.gov.br/site No site há informações sobre as 15 edições do Festival, com fotos e a memória desses anos de produção do evento, detalhes sobre a localização dos lugares dentro do Theatro da Paz, e muitas informações sobre a edição deste ano de 2016, com a programação detalhada e todos os espetáculos, além de reportagens sobre a atual edição. O site tem uma versão totalmente adaptada para os dispositivos móveis, como smartphones e tablets.

Serviço:

Cantata “Los Pájaros Perdidos - O Tempo no Tango”, direção de Caetano Vilela, nos dias 26, 27 e 28 de agosto, às 20 horas, cartaz do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz. Valores: R$ 50 (plateia, varanda, frisa e camarote de 1ª); R$ 30 (camarote de 2ª); R$ 20 (galeria) e R$ 10 (paraíso). Já à venda na bilheteria do Theatro da Paz. 

Por Dedé Mesquita, especial para o LeiaJá.

 

O ginasta francês Samir Ait Said foi operado com sucesso após ter sofrido uma dupla fratura exposta na perna esquerda no sábado, durante disputa dos Jogos Olímpicos-2016, informou neste domingo o próprio atleta nas redes sociais.

"Eu gostaria de agradecer as mensagens de apoio, que me tocaram o coração, que fizeram me sentir melhor, isso realmente levantou minha moral", declarou em um vídeo.

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A dupla fratura exposta na tíbia-fíbula da perna esquerda "precisou de uma cirurgia, que ocorreu muito bem. Estarei de pé em não muito tempo", garantiu.

"Vou voltar ao estádio para incentivar meus amigos, porque a competição ainda não acabou", disse em referência a Axel Augis e Cyril Tommasone, classificados, respectivamente, para a final geral e final do cavalo com alça.

"Acreditem em mim, a aventura Tóquio-2020 ainda está viva e logo eu estarei recuperado, vamos treinar e buscar este ouro olímpico", concluiu.

Ait Said (26 anos) se machucou ao cair de mal jeito durante a prova de salto. Ele saiu em uma maca sob os aplausos do público na Arena Olímpica do Rio.

Ele havia se classificado para a final das argolas, onde tinha chances reais de medalha.

A francesa Violette Verdy, bailarina, coreógrafa e ex-diretora do balé da Ópera de Paris e de outras importantes companhias, morreu nesta segunda-feira (8), aos 82 anos, nos Estados Unidos - anunciou a instituição nesta terça.

Nascida em 1933, Violette Verdy fez seu "début" no Balé do Champs-Elysées de Roland Petit (1945-1948). Depois de uma carreira em grande parte americana - com passagens pelo American Ballet Theatre e New York City Ballet, onde seria "bailarina principal" -, ela se torna, em 1977, a primeira mulher a dirigir o balé da Ópera de Paris, até 1980.

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De volta aos EUA, assumiu a direção do Boston Ballet (1980-84) e passou a se dedicar ao ensino no New York City Ballet e em outras companhias.

Ela também coreografou seis balés, entre eles "Variations", para a Ópera de Paris, e "Diverdymento", para a Ecole de Danse.

O tenor espanhol Plácido Domingo abrirá a temporada de óperas de Los Angeles no papel principal de "Macbeth".

A Ópera de Los Angeles, LA Opera, da qual Domingo é diretor geral, anunciou o início de sua temporada 2016-17 para 17 de setembro com o "Macbeth" de Verdi.

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Domingo, possivelmente o cantor de ópera mais famoso do mundo, interpretou o papel pela primeira vez no ano passado na Ópera de Berlim.

O espanhol de 75 anos tem protagonizado nos últimos anos cada vez mais papéis de barítono, ao invés dos tenores que o tornaram famoso. A transição fortaleceu sua reputação de versatilidade, inclusive com os críticos mais rigorosos.

Na próxima temporada da LA Opera, Domingo também conduzirá "Os contos de Hoffmann", protagonizado pela soprano alemã Diana Damrau.

Outro destaque da temporada é "Akhenaton", do compositor americano Philip Glass, em uma produção conduzida por Matthew Aucoin, uma estrela em ascensão.

Um concerto especial com a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), sob a regência do maestro Miguel Campos Neto, com o coro lírico e quatro solistas, vai marcar o aniversário de 400 anos de Belém. O concerto também vai lembrar, em 2016, os 120 anos da morte de Carlos Gomes, considerado o maior operista do Brasil, o compositor que teve forte relação com a capital paraense, e os 20 anos de fundação da OSTP. As informações são da Agência Pará.

A apresentação será no dia 12, às 20 horas, no Theatro da Paz, com entrada franca. O diretor artístico do Theatro da Paz, Gilberto Chaves, afirma que a peça escolhida para ser apresentada, Missa de Nossa Senhora da Conceição, foi composta por Carlos Gomes quando ele estava no Brasil. “Como vamos lembrar os 120 anos de sua morte, que ocorreu em Belém, a escolhemos por ser uma missa festiva. O 'Da Paz' vai somar a sua homenagem ao aniversário da capital paraense, junto às demais que estarão espalhadas pela cidade neste dia”, ressalta.

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A Missa de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais famosas de Carlos Gomes e tem um significado especial para a orquestra. “Ela marca a inauguração da OSTP. Nossa sinfônica surgiu do esforço para lembrar os 100 anos de morte de Carlos Gomes, em 1996”, relembra o tenor convidado do concerto, João Augusto Ó de Almeida.

O concerto começará com trechos sinfônicos de grandes óperas de Carlos Gomes, como “Maria Tudor”; “Joana de Flandres”; “Fosca” e “Lo Schiavo”, para depois ser apresentada a Missa. Os solistas convidados são: Lanna Bastos (soprano); Jéssica Wisniewski (mezzo-soprano); João Augusto Ó de Almeida (tenor) e Idaías Souto Jr (barítono).

A “Missa de Nossa Senhora da Conceição” foi composta por Carlos Gomes aos 23 anos e dedicada a Mamede José Gomes da Silva, amigo da família. A missa foi cantada em Campinas em 25 de fevereiro de 1859. Redescoberta na Biblioteca Alberto Nepomuceno, do Rio, na década de 70, por Benedito Barbosa Pupo, a missa foi interpretada em 17 de setembro de 1996 no Theatro da Paz de Belém.

Serviço: Concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), interpretando a Missa de Nossa Senhora da Conceição, de Carlos Gomes. Homenagem aos 400 anos de Belém. Dia 12 de janeiro, às 20h. Local: Theatro da Paz. End: Avenida Paz, s/n – Campina. Entrada franca, com retirada de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 9 horas do dia do evento. Informações: (91) 4009-8766/8754.

 

 

A estreia do cineasta brasileiro Fernando Meirelles na direção cênica de um espetáculo de ópera promete mudar a visão sobre a relação entre o clássico e o moderno. Conhecido por ter no currículo filmes como "Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel" e "Ensaio Sobre a Cegueira" e minisséries de sucesso na TV Globo, ele encara o desafio de levar a linguagem cinematográfica para o palco do Theatro da Paz, em Belém, na obra "Os Pescadores de Pérolas", que entra em cartaz no início de setembro.

Fernando Meirelles e equipe já trabalham na produção e gravação de cenas em Belém, no centenário Bosque Rodrigues Alves, para exibição dentro da ópera, como parte integrante da trama, remetendo-se ao Ceilão, onde se passa a história de Zurga e seus amigos, pescadores artesanais de pérolas. A obra é de autoria do compositor francês Georges Bizet, influenciada pelo período pré-impressionista.

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"Nunca pensei que fosse dirigir uma ópera na vida. Está sendo uma experiência incrível", disse Fernando Meirelles, na apresentação do evento. "Ópera é um exagero. Eu tendo a fazer as coisas menores. Entender o tom da ópera é o que é mais complicado", completou o cineasta sobre o desafio de fazer um espetáculo dessa natureza pela primeira vez.

A ópera será vista, em uma das récitas, em Belém e em cinemas de algumas cidades brasileiras, simultaneamente, disse secretário de Cultura do Pará, Paulo Chaves Fernandes. Fernando Meirelles confirmou que o canal HBO vai fazer documentário de uma hora sobre a montagem.

A ópera, que será encenada nos dias 9, 11, 13 e 15 de setembro, sempre às 20 horas, no Theatro da Paz, tem como solistas Fernando Portari, Camila Titinger, Leonardo Neiva e o paraense Andrey Mira. O acompanhamento será feito pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), conduzida pelo maestro titular Miguel Campos Neto, e pelo Coro Lírico do Festival de Ópera do Theatro da Paz, regido por Vanildo Monteiro e coreografado por Marília Viegas.

Além de Fernando Meirelles, o corpo técnico de “Os Pescadores de Pérolas” é formado pelo cenógrafo Cássio Amarantes, que idealizou cenários com base em miriti, uma palmeira nativa de regiões ribeirinhas da Amazônia; o iluminador Joyce Drummond, que também fez a luz da recente encenação da ópera “A Ceia dos Cardeais”; a figurinista Verônica Julian, o diretor assistente Danilo Gambinni, além dos diretores artísticos do Festival, Gilberto Chaves e Mauro Wrona.

Festival de Teatro - A encenação de "Os Pescadores de Pérolas" faz parte do XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado, de 7 de agosto a 19 de setembro. O primeiro espetáculo do evento foi "A Ceia dos Cardeais", do compositor paraense Iberê de Lemos, montado pela primeira vez em Belém, na Igreja de Santo Alexandre nos dias 18, 19 e 20 deste mês.

Enquanto no Brasil a Operação Lava Jato segue com novos desdobramentos diários, os resultados do desemprego apontam dados negativos e ministros são convocados a depor na CPI da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveita a viagem à Itália para assistir a uma tragédia shakespeariana nesta sexta-feira (10). Evitando à imprensa internacional, a petista que passou dois dias na Rússia participando da cúpula dos BRICS foi prestigiar no Teatro Alla Scala, em Milão, a ópera Othello.

Acompanhada do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do chefe da segurança, general Marco Antônio Amaro, Dilma passou cerca de três horas e meia no espetáculo. 

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A “escapadinha” da presidente é comum nas pautas no exterior quando ela aproveita para assistir peças de teatros ou visitar restaurantes renomados. No caso peça lírica Othello é uma peça lírica, Dilma pediu que sua assessoria comprasse o ingresso.

Antes de assistir a ópera, a petista conversou com o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi em Roma e destacou a expansão das parcerias entre Brasil e Itália em diversas áreas. “Eles estão extremamente interessados na presença de ferrovias, de empresas italianas para disputar concessões de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos”, disse segundo a assessoria. A presidenta salientou os que os acordos firmados fazem parte de uma ação estratégica de aproximação entre os dois países. Neste sábado (11) Rousseff tem agenda em Milão.

A partir deste sábado (17), a UCI inicia exibições de espetáculos ao vivo de ópera em suas salas de cinema. O primeiro é 'A Viúva Alegre', com direção de Andrew Davis, Paul Nadler e Fabio Luisi, às 15h55 (horário de brasilia).

No dia 31 de janeiro é a vez da exibição de 'Os Contos de Hoffmann', produzido por Bartlett Sher. Serão exibidas cinco óperas, ao vivo direto de Nova York, e quatro espetáculos do Ballet Bolshoi, da Rússia, durante o primeiro semestre de 2015.

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Serviço

A Viúva Alegre

Sábado (17) | 15h55 (horário de Brasilia)

R$ 60

UCI Kinoplex Recife Shopping

UCI Kinoplex Plaza Casa Forte Shopping

UCI Kinoplex Shopping Tacaruna

A fabricante de software norueguesa Opera divulgou que assumirá a unidade de navegadores de internet dos telefones da Nokia, empresa pertencente à Microsoft. O acordo de licenciamento entre as companhias engloba os celulares Series 30+, Series 40 e a linha de dispositivos Asha.

Como parte do acordo, as pessoas que ainda utilizam o navegador Xpress serão incentivadas a atualizar para o Opera Mini. Já os dispositivos novos, sairão de fábrica com a versão mais atual do browser norueguês pré-instalada.

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Atualmente o Opera Mini possui cerca de 250 milhões de usuários, sendo que aproximadamente 100 milhões deles o utilizam em smartphones Android.

"Esta é uma grande oportunidade de difundir os benefícios do Opera Mini para outros milhões de consumidores em nossos principais mercados. Ainda há um enorme número de pessoas que não utilizam smartphones, mas o Opera Mini pode proporcionar-lhes uma experiência de navegação incrível”, disse Lars Boilesen, CEO da Opera Software.

Estão abertas as inscrições para o Curso de Introdução à Ópera, realizado pela Caixa Cultural do Recife. Os interessados devem enviar um e-mail para introducaoaopera@gmail.com entre os dias 18 e 25 de agosto, formalizando o interesse no curso. As aulas serão realizadas no auditória da Caixa Cultural e ministradas pelo cantor lírico Marcelo Ferreira entre os dias 26 e 29 de agosto. O intuito desta iniciativa é buscar uma maior popularização do gênero musical.

As aulas serão divididas em quatro momentos, totalizando 20 horas. O curso, aplicado em forma de palestra, será realizado das 15h às 20h e os alunos que possuírem no mínimo 75% de frequência receberão um certificado. Serão disponibilizadas 50 vagas, preenchidas de acordo com a ordem de inscrição dos candidatos.

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Marcelo Ferreira é solista internacional com atuação no Brasil, Estados Unidos e Alemanha, além de ser professor de canto e diretor acadêmico do Opera Studio do Recife, programa anual para cantores de ópera realizado em Recife. 

Serviço

Inscrições para Curso de Introdução à Ópera

18 a 25 de agosto

Caixa Cultural do Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife)

Gratuito 

(81) 3032 3184

 


 

 

 

Ela conquistou tudo que um cantor de ópera pode desejar. De Viena a Nova York, era disputada pelos principais palcos do mundo - em muitas montagens que, gravadas, se transformaram em CDs e DVDs de referência. Ainda assim, há pouco mais de um ano, a soprano francesa Natalie Dessay, de 48 anos, resolveu parar.

Anunciou ao mundo a decisão de abandonar os palcos de ópera para se dedicar a recitais e, mais importante, ao teatro de prosa. "Eu simplesmente cansei."

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Dessay desembarca neste fim de semana no Brasil, ao lado do marido, o barítono Laurent Naouri. Juntos, e acompanhados pelo pianista Maciej Pikulslky, fazem dois recitais, segunda, 04, e terça, 05, na Sala São Paulo, pelo Mozarteum Brasileiro. O trio vai interpretar canções de Poulenc, Fauré, Duparc. "Montamos um programa em torno de duetos escritos por esses autores para barítono e soprano", ela explica, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. "Mas, quando falo em duetos, são canções escritas para duas vozes. Nada de ópera", brinca, rindo.

O canto lírico surgiu por acaso na vida de Natalie Dessay. Estudava teatro até que, durante uma apresentação, alguém chamou a atenção para a qualidade de sua voz. Começou, então, a se dedicar ao canto. E, no início dos anos 1990, com uma gravação da Lakmé, de Delibes, surgiu para o mundo como uma das principais sopranos ligeiro de sua geração. Seguiram-se 20 anos de uma carreira de exceção, em papéis como Zerbinetta, Gilda, Alcina ou Ofelia. Nos últimos anos, incluiu na lista a Violetta da Traviata. Sua despedida, na França, foi com Manon e, nos EUA, com Os Contos de Hoffmann.

Nesta ópera, de Offenbach, ela interpretou o papel de Antonia - uma jovem cantora que, levada a cantar sem parar pelo malévolo Dr. Miracle, acaba morta. Não poderia ser um personagem mais significativo. "A carreira do cantor de ópera inclui a repetição incessante de alguns papéis. No meu caso, com o meu tipo de voz, essa lista era pequena e incluía basicamente jovens apaixonadas e sofredoras, praticamente adolescentes. O que eu poderia fazer? Estou com 48 anos e já não faz muito sentido interpretar essas moças."

A reação à sua decisão foi difusa, ela conta. Nem todo mundo entendeu seus motivos. "No mundo da ópera, ainda que ninguém coloque as coisas dessa forma direta, todos esperam que você, uma vez que tenha encontrado uma fórmula de sucesso, siga fazendo a mesma coisa até não poder mais. E, para profissionais que pensam dessa forma, é natural que minha decisão soe estranha. Mas, o que esperavam de mim? Queriam me ver, aos 85 anos, interpretando jovens desesperançadas?", diz, sem citar nomes.

Canções

Natalie conversa com a reportagem pelo telefone. Explica que está no carro, em uma estrada do interior da França, por onde passou antes da viagem ao Brasil. Ela se diverte com a curiosidade que sua decisão desperta nas pessoas. Diz estar feliz com a nova vida, que lhe permite, entre outras coisas, mais tempo com a família. "Não é preciso entender o que aconteceu como um fim, mas, antes, como um recomeço. Havia um desejo de me reinventar e esse me pareceu o momento mais adequado, ainda sou jovem, tenho energia de sobra e, ao mesmo tempo, uma experiência adquirida que me ajuda a dar novos passos", diz.

Nessa nova vida, a música permanecerá, claro, ao seu lado. Ela tem se dedicado a recitais e concertos sinfônicos. Em São Paulo, vai interpretar canções de compositores franceses: Fauré, Duparc, Poulenc, Delibes e Widor. "O ponto de partida para o repertório foi a pesquisa que eu e meu marido fizemos de duetos escritos por esses autores. Achamos coisas interessantes e pouco executadas. E essas peças acabam sendo o eixo em torno do qual outras peças foram sendo acrescidas à lista", ela explica.

As canções francesas, chamadas originalmente de melodies, derivam do lied alemão - e ambos os gêneros cabem sob o guarda-chuva a que se costuma dar o nome, em português, de canção de arte. Seja em qual língua for, o que importa nesse repertório é a conversa intimista entre texto e música - e as camadas de significado que dela consegue extrair o intérprete.

Mas seria possível identificar especificidades que tornam únicas as canções francesas? A pergunta é feita a Natalie, mas é uma voz masculina que responde ao fundo. É Laurent Naouri, que está ao volante. Para ele, a diferença está, acima de tudo, na poesia. E Natalie concorda. "É preciso observar a poesia e, consequentemente, a própria estrutura do idioma francês, seja em poemas de caráter p0pular, seja numa escrita mais clássica, como a de Baudelaire. E, claro, o modo como os compositores a interpretaram. A sensação que tenho é de que a canção não nasce simplesmente, ela é uma tentativa de compreender a estrutura do poema, a maneira como o texto é gerado."

Novo começo

Natalie está lançando dois novos discos. Em Elle et Lui, gravou canções de Michel Legrand, com o próprio compositor ao piano; e, em Rio Paris, participa da homenagem da violonista Liat Cohen à música popular brasileira (os dois foram lançados em edição nacional pela Warner Classics).

Para a soprano, a música popular é um caminho possível, mas o foco, diz, é evitar rótulos. Entre seus planos, está o teatro de prosa. E, quem sabe, óperas contemporâneas, que lhe deem a chance de explorar sua voz de outra forma. "Tenho conversado sobre isso e talvez logo tenha um projeto a anunciar. Mas não importa o gênero: o fundamental é fazer coisas que me permitam refinar não apenas a musicalidade, mas também a atuação, o teatro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tenor italiano Carlo Bergonzi, considerado um dos intérpretes mais importantes da ópera italiana e de Verdi, em particular, morreu na sexta-feira aos 90 anos em Milão (norte), anunciaram neste sábado (26) meios de comunicação italianos.

Bergonzi interpretou nos grandes palcos do mundo, do Scala de Milão ao Metropolitan Opera de Nova York, os papéis de tenor da ópera italiana - Don Carlo, Radames, Hernani ou Otello - ao lado de artistas como Maria Callas ou Montserrat Caballé.

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Após 40 anos de carreira, iniciada em 1953 no Scala de Milão e no teatro Colón de Buenos Aires, consagrou sua vida ao ensino de sua arte.

Sua discografia compreende ao menos 25 óperas e as 31 árias para tenor compostas por Giuseppe Verdi.

Faltam dois dias para o fim das inscrições da terceira edição do Opera Studio do Recife – curso que pretende qualificar e aperfeiçoar cantores líricos profissionais e pianistas em aspectos específicos da linguagem da ópera. Os interessados têm até sexta-feira (27) para fazer suas inscrições através do link http://goo.gl/fGX85G. Para os pianistas a inscrição deve ser feita pelo e-mail operastudiorecife@gmail.com.

Existem algumas exigências para os cantores líricos profissionais que querem participar do curso. Os participantes precisam ser maiores de 16 anos, enviar um currículo citando experiências acompanhando outros cantores e uma gravação ou link para vídeo comprovando. O resultado da seleção será divulgado no dia 30 de junho, pela página da Jaraguá Produções no Facebook.

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Maria Callas, considerada uma das maiores cantoras de ópera de todos os tempos, terá a sua vida encenada no palco do Teatro de Santa Isabel na peça Callas. O espetáculo ficará em cartaz nos dias 5 e 6 de abril.

Com texto de Fernando Duarte, direção de Marília Pêra e atuação de Silvia Pfeifer e Cássio Reis, a montagem se passa em Paris no dia anterior a morte da cantora lírica. Maria Callas vai ao encontro de seu amigo e jornalista John Adams para organizar uma exposição sobre sua carreira e relembra os altos e baixos do sucesso, o fim do casamento com Aristóteles Onassis e a morte do filho.

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Os ingressos já podem ser adquiridos no Teatro de Santa Isabel e custam entre R$ 25 e R$ 80.

Serviço

Callas

5 de abril | 21h; 6 de abril | 19

Teatro de Santa Isabel (Praça da República - Santo Antônio)

R$ 25 a R$80

 

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