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O Movimento Parque Augusta, que participou da construção do acordo para viabilizar a unidade no centro, comemorou. Em documento entregue à imprensa, afirmou que "a transferência do potencial construtivo é uma solução que não onera os cofres públicos e, ao mesmo tempo, compensa o proprietário, abrindo nova frente a ser aplicada para a instalação de outras áreas verdes hoje desejadas na cidade".

O grupo pede ainda a abertura imediata dos portões do parque e diz que quer continuar envolvido nos processos decisórios sobre o equipamento.

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Advogado da Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Consolação (Amacon), Helder Moroni Câmara destaca a segurança trazida por esse formato. "Agora todas as pontas possíveis e imagináveis do conflito estão concordes e assinaram o acordo. Isso não é um acordo privado, é um acordo público judicial que tem força de contrato. Todas as partes estão contratadas."

A Prefeitura de São Paulo realizou um novo acordo com as construtoras proprietárias do terreno do Parque Augusta, no centro da capital, para viabilizar sua implantação.

O acordo prevê a transferência do terreno por doação ao município em troca de quatro declarações de potencial construtivo passível de transferência, o que permite que as empresas construam em outra área o que chegou a ser autorizado para ser implantado no Parque Augusta.

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As construtoras ainda terão que gastar R$ 9,85 milhões com obras como a restauração do antigo colégio Des Oiseaux, que fica dentro do terreno, e a construção do Boulevard Gravataí, que liga o parque à Praça Roosevelt. O dinheiro também deve ser usado para a manutenção do parque por dois anos.

Os termos de negociação estabelecem que as ações civis propostas contra as empresas sejam extintas e que a prefeitura não precise mais ceder o terreno onde fica a regional de Pinheiros. A administração municipal também receberá R$ 88 milhões que foram pagos pelos bancos que movimentaram dinheiro desviado de obras públicas durante a gestão de Paulo Maluf. O montante será destinado à construção de creches e escolas.

O prefeito eleito João Doria (PSDB) indicou na terça-feira, 4, que, se depender do seu governo, a criação do Parque Augusta, na região central, não sairá do papel. "A Prefeitura não vai gastar dinheiro público nisso, dinheiro que precisa ser priorizado em saúde e educação. Quero deixar bem claro que não comprarei terreno para fazer praça ou parque."

A afirmação de Doria abre mais um capítulo na novela que se tornou o projeto de abrir à população o terreno de 23,7 mil metros quadrados entre as Ruas Caio Prado e a Marquês de Paranaguá. As construtoras Setin e Cyrela, proprietárias da área, exigem ao menos R$ 120 milhões da Prefeitura para abrirem mão de um projeto que prevê a construção de quatro torres de 36 a 45 metros de altura no local - projeto já aprovado pelo órgão do patrimônio municipal. O valor pedido representa o dobro do pago em janeiro de 2014 e não foi aceito pela gestão Fernando Haddad (PT).

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"Essa alternativa (de pagar a desapropriação) é zero. Agora, o entendimento com os proprietários nós podemos ter, para que parte da área possa ser aberta à população", disse.

Para a presidente da Sociedade Amigos e Moradores Cerqueira César, Célia Marcondes, o prefeito eleito está "equivocado". "A gente nunca vai desistir. Esse parque é imprescindível."

O empresário Elie Horn, dono da Cyrela, aparece como doador de R$ 100 mil para a campanha de Doria. Ele também financiou o mesmo valor a Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Haddad. A assessoria de Doria nega que a decisão será tomada levando em conta interesses privados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A criação do chamado Parque Augusta segue indefinida. Na segunda-feira (22) em mais um episódio da longa novela sobre o terreno de 23,7 mil metros quadrados entre a Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, não houve acordo na audiência de conciliação entre Ministério Público Estadual (MPE), Prefeitura de São Paulo e as construtoras Setin e Cyrela, proprietárias da área. Dessa forma, os trâmites judiciais vão prosseguir, sem prazo para chegar a uma decisão.

"O problema neste momento é o valor", afirma o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público e Social da Capital. "Acredito que não falta muito para que haja um acordo. Falta boa vontade das empresas."

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Fechada à participação da imprensa, a reunião foi mediada pela juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi. Ela chegou a propor que a Prefeitura oferecesse R$ 70 milhões, além de R$ 30 milhões em bônus de potencial construtivo para que as empresas entregassem o terreno ao Poder Público. Cyrela e Setin, que pagaram R$ 64,2 milhões pela área em janeiro de 2014, não concordam em receber menos de R$ 120 milhões. O valor venal atual é de R$ 128 milhões. De acordo com as empresas, o mercado chegaria a pelo menos R$ 240 milhões.

"Para eles, o negócio é lucrar com a especulação", critica a advogada Célia Marcondes, presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores de Cerqueira César (Samorcc). "Só querem dinheiro, dinheiro e dinheiro." Não há previsão de novas audiências de conciliação. Interpelado na saída do fórum, Antonio Setin, presidente da Setin, disse que as empresas não se manifestariam na segunda-feira, 22.

HISTÓRICO

Em 1902, ali foi erguido um casarão, projetado por Victor Dubugras (1868-1933). Religiosas fundaram o Colégio Des Oiseaux, que funcionou até 1969. Depois disso, o terreno jamais reencontrou uma vocação. Foi declarado de utilidade pública, comprado por um empresário, sede de eventos culturais e abrigou um estacionamento. Em 2004, a área foi tombada pelo Conpresp, garantindo salvaguarda ao bosque - atualmente com 709 árvores.

Em 2008, as construtoras Cyrela e Setin assinaram um compromisso de compra do imóvel, com intenção de erguer um conjunto de edifícios, de uso misto. De lá para cá, manifestações de ativistas em defesa da criação do Parque Augusta só aumentaram. O coro foi engrossado pela autorização, pela Câmara, em 2011, e por lei municipal, em 2013, de um parque no local. Há dez dias, porém, o Conpresp aprovou o projeto de uso das construtoras, que agora tem de passar pelo crivo das Secretarias de Licenciamento e do Verde e do Meio Ambiente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Todo patrimônio arqueológico pertence à União, apesar de poder ficar sob a guarda de instituições públicas ou privadas, de acordo com a legislação brasileira. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão competente para requerer estudos arqueológicos e é quem acompanha esse tipo de trabalho.

Para a arqueóloga Lúcia Juliani, ex-diretora do Centro de Arqueologia de São Paulo, o Sítio Morrinhos - o terreno do Parque Augusta - tem grande potencial para abrigar riquezas históricas no subsolo. "Claro que só dá para saber escavando", diz. "Mas se vai haver um pedido ao Iphan, o órgão deve solicitar a análise arqueológica. E aí vai definir o que deve ser feito, segundo o que for encontrado."

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Nesses casos, quando resquícios históricos são localizados, o Iphan exige o chamado "salvamento arqueológico", que varia caso a caso. Especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo disseram que dificilmente o órgão impede uma empresa de construir no terreno, mas é comum que determine que parte da área seja preservada ou que os fragmentos históricos sejam coletados.

Pesquisadores que examinaram o relatório de Arnaldo de Melo estranharam o fato de o muro citado não ter sido estudado no processo de tombamento do terreno pelo Conpresp, o órgão municipal de proteção ao patrimônio, em 2004. "É lamentável que não tenham atentado para esse item", diz o historiador e arquiteto Benedito Lima de Toledo, da FAU-USP.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A reintegração de posse do Parque Augusta, na Consolação, região central da capital paulista, teve princípio de confusão e ao menos uma pessoa ficou ferida. O tumulto aconteceu no momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar se preparava para entrar no terreno ocupado, onde poucos manifestantes permaneciam, por volta das 7h20 desta quarta-feira, 4.

Usando escudos, a Tropa de Choque se dirigiu para entrada do parque pela calçada da Rua Marquês de Paranaguá. "Eu estava parada perto da porta, e o Choque entrou dando porrada", conta Isabela Alzira, que sofreu ferimentos na perna direita.

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Houve um princípio de tumulto e a maior parte dos manifestantes, que já estava do lado de fora do terreno, passou a gritar: "Sem violência! Sem violência!". Durante a varredura, a PM encontrou quatro manifestantes em cima de uma árvore, dentro do parque. Por volta das 8h, eles estavam cercados por dezenas de policiais que negociavam a saída.

Acampados há 47 dias no terreno de 23,7 mil metros quadrados, entre a Rua Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, os ativistas prometerem deixar o local pacificamente. Ainda de madrugada, quando houve programação cultural, parte do grupo, que segundo organizadores chegou a 3 mil pessoas, já havia saído.

Por volta das 5h30, quando chegaram o oficial de Justiça e policiais militares, um grupo remanescente, de cerca de 300 pessoas, permanecia na ocupação - ou "vigília criativa", como preferem os manifestantes. Desses, a maioria foi para a rua, onde houve protesto.

Em faixas penduradas, era possível ler: "Por um Parque Augusta 100% público, 0% prédio". O grupo também cantou músicas de protesto, como a paródia "Funk da especulação". "Eu vou molhar a sua mão/Vou te botar lá de patrão/Vou bancar sua eleição/Então, aprova, aprova, aprova a construção", diz a letra.

"A maior violência que a Polícia Militar poderia cometer é essa: fechar os portões do parque", afirmou o músico Daniel Scandurra, de 26 anos, integrante do Organismo Parque Augusta.

O juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5ª vara cível do Fórum Central da Comarca de São Paulo, negou nesta terça-feira pedido de suspensão da reintegração de posse do terreno de 23,7 mil metros quadrados conhecido como Parque Augusta, na região central de São Paulo.

Ativistas estão acampados no local desde 17 de janeiro - e prometem uma "resistência pacífica". A reintegração de posse, garantida pelo Poder Judiciário, está marcada para acontecer amanhã pela manhã, com força policial. O terreno pertence às construtoras Cyrela e Setin, que pretender erguer no local um conjunto de edifícios. O pedido de suspensão havia sido protocolado na tarde de hoje pela Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc).

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