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Após testar positivo no final de dezembro para uma substância proibida, a jovem patinadora artística russa Kamila Valieva, de 15 anos, foi autorizada nesta segunda-feira a continuar competindo nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022, na China. Nesta terça, ela participará do evento individual.

"Impedir que a atleta participe dos Jogos causaria um prejuízo irreparável a ela", analisaram os três árbitros da Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), que explicaram que a sua pouca idade (menos de 16 anos) implica em regras específicas de testes e sanções menos duras.

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Valieva havia testado positivo para trimetazidina, um medicamento para tratamento de angina de peito, detectada após um controle em 25 de dezembro em campeonato no seu país. O resultado só foi conhecido em 8 de fevereiro, um dia depois de conquistar o ouro nos Jogos de Inverno.

Com a decisão, a jovem prodígio poderá participar da prova individual de patinação artística, competição que é vista como uma possibilidade de mais um ouro para a Rússia. Porém, nada impede que os resultados desses Jogos sejam anulados no futuro.

A patinadora é uma das atletas mais jovens a enfrentar uma acusação de doping durante as Olimpíadas, provocando indignação global em relação ao papel dos adultos em torno da adolescente e aos contínuos casos de doping da Rússia em competições internacionais.

"Os atletas têm o direito de saber que lutam nas mesmas condições. Infelizmente, esse direito foi negado hoje. Este parece ser mais um capítulo de desrespeito sistemático e generalizado ao esporte limpo por parte da Rússia", disse a CEO do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC, na sigla em inglês), Sarah Hirshland, em comunicado divulgado após a decisão da CAS.

A adolescente foi para o gelo meia hora após a decisão, praticando com seus companheiros de equipe do Comitê Olímpico Russo antes das individuais marcadas para esta semana.

Valieva se tornou a primeira patinadora a alcançar os primeiros saltos quádruplos na história olímpica na competição por equipes. Agora, Kamila tem apenas 24 horas para se concentrar na competição mais importante de sua carreira, depois de vários dias permeados pela incerteza da sua continuação nos Jogos.

A patinação artística, nesse ano, foi dominada por Kamila Valieva. A adolescente russa fez sua estreia em competições internacionais e, desde então, teve algumas das melhores apresentações da história dos Jogos de Inverno. Em uma das provas, acertou dois saltos quádruplos, algo inédito na Olimpíada.

Entretanto, todas suas conquistas até aqui podem estar em risco. Segundo a imprensa internacional, como o site britânico Inside The Games, especialista nos Jogos, Valieva teria sido pega no exame antidoping. A atleta teria testado positivo para a substância trimetazidina, um modulador metabólico que é uma das substâncias não especificadas na lista de proibidas pelo Código Mundial Antidoping.

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Dessa forma, a atleta deveria receber uma suspensão provisória até seu julgamento, o que acarretaria na expulsão de Valieva dos Jogos. Além disso, por se tratar de uma menor de 16 anos, a patinadora se trata de uma "pessoa protegida" no sistema antidoping. Isso significa que, mesmo que venha a ser suspensa, a informação não pode ser divulgada ao público.

A Rússia inclusive vem de um duro histórico de casos de doping, e seus atletas competem nesse ano sob o Comitê Olímpico Russo (COR), o que já havia ocorrido na última Olimpíada de Tóquio. A delegação, na última Olimpíada de Inverno, também sofreu com doping, em uma atleta de bobsled.

Com a decisão ainda em aberto e repletos de incertezas, o comitê organizador dos Jogos e o Comitê Olímpico Internacional (COI) podem decidir por retirar o ouro olímpico de Valieva e de sua equipe, sem detalhar o motivo para tal.

Marcel Stürmer tem mais uma medalha de ouro pan-americana para sua coleção. O atleta, que provavelmente nunca vai poder disputar uma Olimpíada, faturou neste domingo o seu quarto título dos Jogos Pan-Americanos na patinação artística, modalidade que não faz parte do programa olímpico. Talitha Haas ganhou a prata no feminino.

Um dos melhores do mundo na patinação artística, o gaúcho de 29 anos confirmou o favoritismo para ganhar mais um ouro, desta vez em Toronto. Ele, que no programa curto, sábado, foi o primeiro colocado, repetiu o desempenho neste domingo, também no programa longo. Fechou a competição com 536,00 pontos. O norte-americano John Burchfield ficou com a prata (505,00), enquanto Diego Duque garantiu o bronze para a Colômbia (496,70).

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Na competição feminina, o resultado deste domingo também foi o mesmo de sábado. Ouro para a argentina Giselle Soler (519,70 pontos), mais de 20 a mais do que a brasileira Haas, que já havia ido ao pódio em Guadalajara, com bronze. A chilena Marisol Villarroel ficou com o terceiro lugar desta vez.

SQUASH - Outra modalidade que não faz parte do programa olímpico, o squash não rendeu medalha ao Brasil neste domingo. Depois de vencer uma mexicana na estreia, sábado, Thaisa Serafini perdeu por 3 sets a 0 (11/7, 11/3 e 11/3) da norte-americana Amanda Sobhy e acabou eliminada nas quartas de final.

No sábado, Tatiana Damásio também foi eliminada por uma atleta dos EUA: levou 3 a 0 (11/5, 11/8 e 11/2) de Olívia Blatchford. A revanche pode vir na segunda-feira, na chave de duplas. Thaisa e Tatiana jogam contra Amanda Sobhy/Natalie Grainger, pelas quartas de final - quem vencer garante o bronze. Os EUA, entretanto, são a principal força do squash nas Américas. No masculino, o Brasil não teve representantes.

PATINAÇÃO VELOCIDADE - Na patinação velocidade, modalidade disputada em velódromo, o Brasil não tem representantes. Neste domingo, mas provas de contrarrelógio, a Colômbia ganhou ouro no feminino e prata no masculino. O Chile venceu entre os homens e faturou um bronze com as mulheres. Equador e México também foram ao pódio.

Às vésperas de viajar para o México, onde tentará o tricampeonato da patinação artística nos Jogos Pan-Americanos, o patinador brasileiro Marcel Sturmer perdeu todo o seu material de competição em um assalto em Porto Alegre, onde mora.

"Eu estava saindo de casa e minha treinadora, Jaqueline Nonnenmacher, tinha colocado todo o nosso material no carro. Aí chegou uma pessoa, colocou uma arma na cabeça dela e levou o carro", disse Marcel, na tarde deste domingo, em São Paulo, quando embarcava para o México. O patinador não perdeu seus documentos. "A sorte é que eu estava com a mochila nas costas. Senão teria perdido até o passaporte e nem poderia viajar."

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A principal preocupação de Marcel é com os seus patins. "A fabricante, Rye Sports, conseguiu me enviar um par novo em uma hora, enquanto eu ia para o aeroporto. A sorte é que tinha forma, tudo certinho lá. A grande dúvida, agora, é me adaptar", contou o patinador, cuja participação no Pan de Guadalajara começa no próximo domingo.

Segundo Marcel, o processo de adaptação aos patins é longo. "Eu demoro muito tempo para me adaptar, porque os patins precisam pegar a forma do pé. É um material duro, que machuca. Eu nunca competi com patins novos. O mínimo de tempo que eu troquei de patins antes de uma competição foi de três ou quatro meses. Agora, vou ter quatro treinos de no máximo uma hora", contou.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) já informou que irá fornecer uma roupa de competição para Marcel Sturmer poder disputar o Pan de Guadalajara.

Bicampeão da patinação artística nos Jogos Pan-Americanos, o brasileiro Marcel Stürmer vai a Guadalajara em busca da sua terceira medalha de ouro. No México, o atleta gaúcho irá apresentar, no programa longo - responsável por 75% da nota final dos juízes -, uma trilha sonora baseada nos filmes do agente secreto James Bond, o 007 dos cinemas.

"Busquei unir alguns fatores importantes para a escolha da música. Primeiro, que ela fosse de conhecimento popular. Depois, que se baseasse em um personagem corajoso, valente, determinado, que são as características primordiais para se conseguir conquistar o que almejo. E, por último, o prazer de poder interpretar este personagem através da minha arte", explica Stümer, que diz ter "as melhores expectativas" para a prova.

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No programa curto, a música tema para a apresentação do brasileiro também será inspirada em um filme, Cisne Negro, obra baseada no balé O Lago dos Cisnes. "Interpretarei o personagem do príncipe, que fica na dúvida entre escolher o amor e a delicadeza da Cisne Branca e a bravura da Cisne Negra. Para todo esse clima, tive que trazer o suspense para a música e demonstrar o drama que ele passa nesta escolha", conta o patinador.

Stümer viaja para Guadalajara no próximo dia 16, quando o Pan já estará em andamento. Ele compete no dias 23 e 24. "Já estou vivendo o clima do Pan. Sinto várias vezes por dia aquele frio na barriga que para mim é fundamental antes de qualquer disputa."

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