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O ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, isentou Graça Foster, ex-presidente da estatal, de participação ou conhecimento sobre o esquema de corrupção instalado na estatal. "A presidente Graça nunca participou desse tipo de atividade. Se sabia, nunca externou", afirmou.

O depoimento de Barusco já dura quase cinco horas. Ele explicou que 1% do pagamento de propina era dado a ele e ao ex-diretor da Petrobrás Renato Duque e outro 1% era do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que operava pelo PT. Ele evitou dizer diretamente se a gestão petista na petroleira prejudicou a empresa.

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"Não quero fazer julgamento se a gestão do PT foi boa ou ruim", respondeu. O ex-gerente admitiu, no entanto, que a má gestão e o pagamento de propinas são ruins para a Petrobras.

O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco contrariou a alegação de empreiteiros de que eram coagidos a pagar propinas. Em depoimento à CPI da Petrobras que iniciou no final da manhã desta terça-feira, 10, Barusco disse não lembrar de casos de extorsão.

"Fico procurando na minha mente e na minha memória e não me recordo de nenhum caso. Extorsão eu nunca vi", afirmou.

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Barusco presta depoimento aos parlamentares desde as 10h55. Ele está em liberdade. Para não ser preso, o ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras fechou acordo de delação premiada em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões. Durante sua fala, ele disse ter começado a receber propinas em 1997, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Como não conseguiram ampliar o prazo de investigação da CPI, petistas apostam no depoimento de Barusco para ligar os tucanos ao esquema de corrupção da Petrobras. A oposição não se opõe a ouvir o ex-gerente da estatal porque afirma que Barusco deixou claro que, naquela época, os acordos eram feitos entre ele e o representante de uma empresa, sem participação do governo.

Vaccari

O ex-gerente-executivo disse que só a partir da vinda do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, começou a ter reuniões com ele para tratar do pagamento de propina. Barusco disse que não teve contato com Delúbio Soares, ex-tesoureiro petista condenado no caso mensalão, e que não sabe quem fazia essa articulação à época.

Sobre a Sete Brasil, Barusco disse que se trata de um projeto "muito interessante" e lamentou que a descoberta de pagamento de propina junto aos estaleiros tenha feito com que os agentes financeiros se retraíssem. Ele afirmou que é preciso separar a qualidade do projeto dos problemas que a estatal enfrenta. "O problema da Petrobras é a propina", insistiu.

"A Sete pode realmente quebrar", disse Barusco, lembrando da necessidade de financiamento do BNDES.

Pressionado a falar sobre as indicações políticas na Petrobras, Barusco disse que o ex-diretor Renato Duque nunca comentou quem era seu padrinho político na estatal. A oposição vem insistindo para que Barusco revele quem comandou o esquema de propina na Petrobras e quando a corrupção se institucionalizou na estatal. "O esquema foi se implantando lentamente", disse.

PSDB

O PSDB celebrou o depoimento. Os tucanos consideram que as falas do ex-executivo enterraram a estratégia do PT de estender a crise para o governo Fernando Henrique Cardoso. "O depoimento foi um banho de água fria para o PT", disse ao Estado o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria da Câmara e sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.

No começo do depoimento de Barusco, o deputado Luís Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, pressionou o ex-gerente a falar sobre as primeiras propinas que ele recebeu entre 1997 e 1998. O delator reafirmou o que disse em seu depoimento à Polícia Federal, mas ressaltou que as propinas antes de 2003 foram recebidas em caráter pessoal e só depois disso de forma "sistêmica". "Essa estratégia do PT já era esperada, mas Barusco deixou claro que a propina institucionalizada começou em 2004", afirmou o deputado Bruno Covas (PSDB-SP), sub-relator da CPI.

Primeiro depoente da CPI da Petrobras, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, confirmou, nesta terça-feira (10), o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos.

“Comecei a receber propina em 1997, 1998. Foi uma iniciativa minha, pessoal, com um representante comercial da empresa”, disse ele, apesar de não querer dar mais detalhes de como era o esquema nesse período. “Existe uma operação em curso e eu me reservo o direito de não comentar", justificou. Durante o depoimento, ele considerou que a propina passou a ser “institucionalidade” num período posterior. “De forma mais ampla, em contado com outras pessoas da Petrobras, a partir de 2003, 2004. Não sei precisar a data”, pontuou.

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Ainda segundo ele, o montante desviado dos grandes contratos era dividido em duas partes: a metade iria para dirigentes da própria Petrobras e a outra metade para o PT, embora também sabia do envolvimento do PP e do PMDB. Os ex-diretores Renato Duque, Jorge Luiz Zelada e Roberto Gonçalves foram citados como pessoas que teriam recebido propina. Já a parte que cabia ao PT seria entregue ao tesoureiro, João Vaccari Neto. "Eu estimo que a parte do partido tenha sido entre US$ 150 e 200 milhões, mas não posso afirmar que o PT tenha mesmo recebido esse dinheiro e nem como. Se foi doação oficial, se foi conta no exterior. Sei que existia uma quantia de propina para o PT”, frisou.

Barusco explicou aos deputados que a propina era transferida para o exterior. "Alguma coisab foi recebida em espécie no Brasil. Mas nunca paguei ou transferi recurso para ninguém", declarou. Para ele, a governança da estatal sempre foi boa. O problema estava na formação de cartéis externos.

Ele confirmou todas as informações prestadas em delação premiada à PF e retificou apenas que recebeu cerca de US$ 97 milhões em propinas de 2003 a 2011, quando trabalhava na Petrobras, e de 2011 a 2013, período em que ocupou uma diretoria na empresa privada Setebrasil, constituída para construir sondas de perfuração do pré-sal e financiada com recursos públicos – do BNDES e fundos de pensão.

Arrependimento

O ex-gerente disse estar colaborando com as investigações da Polícia Federal por estar arrependido dos crimes cometidos. "É um caminho que não recomendo para ninguém. É muito doloroso. Este é um caminho que não tem volta”, destacou. Ele também afirmou ter feito acordo para repatriar US$ 100 milhões que havia desviado para contas na Suíça. "Esse repatriamento que estou fazendo agora me dá um alívio", disse. ”Eu tive a fraqueza de começar. Primeiro, eu fiquei feliz com as contas no exterior e isso virou um pânico. Depois, foi quase um estado de apavoramento”.

Com os ânimos exaltados, após a divulgação da lista de Janot, a CPI da Petrobras dá início, nesta terça-feira (10), às oitivas para aprofundar as investigações sobre desvios de dinheiro da estatal. O primeiro a ser ouvido será engenheiro Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras e delator da Operação Lava Jato.

À Justiça, ele assumiu ter recebido propinas na estatal desde 1997. Barusco também afirmou que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de recursos desviados de grandes contratos da empresa.

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Os próximos depoimentos serão dos ex-presidentes da Petrobras, Sérgio Gabrielli e Graça Foster. Os deputados também aprovaram a convocação da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; do doleiro Alberto Youssef; e do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Colegiado

Os trabalhos da comissão serão divididos em quatro sub-relatorias, anunciadas pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele também ressaltou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015.

Sob protestos, as sub-relatorias criadas são as seguintes: superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos;  superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e  irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África. Elas serão comandas pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE), respectivamente.

 

A CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados marcou para terça-feira (10) o depoimento do engenheiro Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras. Como ele está em prisão domiciliar, a presença dele depende de autorização judicial.

À Justiça, ele assumiu ter recebido propinas na estatal desde 1997. Barusco também afirmou que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de recursos desviados de grandes contratos da empresa.

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Na última quinta (5), os deputados também aprovaram a convocação dos ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster; da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; do doleiro Alberto Youssef; e do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Os trabalhos do colegiado serão divididos em quatro sub-relatorias, anunciadas pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele também ressaltou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015.

Sob protestos, as sub-relatorias criadas são as seguintes: superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos;  superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e  irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África. Elas serão comandas pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE), respectivamente.

 

A Petrobras informou nesta sexta-feira, 6, que, em reunião da sua Diretoria Executiva ontem, foi aprovada a constituição de Comissões para Análise de Aplicação de Sanção (CAASE) e o bloqueio cautelar de duas empresas citadas como participantes de cartel na delação premiada do ex-gerente executivo de engenharia Pedro José Barusco Filho. As duas empresas são Schahin Engenharia e TKK Engenharia.

Ainda de acordo com o comunicado da estatal, a constituição das CAASEs e o bloqueio cautelar dessas empresas levam em consideração os mesmos critérios adotados pela companhia quando da decisão divulgada em 29 de dezembro de 2014 de constituir CAASEs e aplicar bloqueio cautelar a outras empresas mencionadas como participantes de cartel. Ou seja, as empresas serão temporariamente impedidas de serem contratadas e de participarem de licitações da Petrobras.

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"A adoção de medidas cautelares, em caráter preventivo, pela Petrobras, tem por finalidade resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos à sua imagem", afirma a Petrobras. "A companhia notificará as empresas do bloqueio cautelar e respeitará o direito ao contraditório e à ampla defesa", acrescenta.

A Petrobras informou também que recebeu ofício do Ministério Público Federal (MPF), no último dia 03, informando sobre a celebração de acordo de leniência com empresas do Grupo Setal e solicitando a reavaliação da respectiva medida de bloqueio cautelar anteriormente imposta. "Desta forma, a fim de continuar colaborando com as autoridades públicas, a companhia realizou o referido desbloqueio", afirma.

A estatal diz ainda que "reitera seu compromisso pela ética e transparência nos seus negócios e a necessidade de adoção de medidas de compliance consolidadas no Manual do Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção (PPPC), que trata expressamente da aplicação de sanções às empresas fornecedoras que não atuarem de forma condizente com o Código de Ética e os demais itens do próprio PPPC."

A CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados definiu, nesta quinta-feira (5), quem serão os primeiros convocados a prestar depoimentos ao colegiado. Os nomes foram anunciados pelo relator, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

Na lista estão os ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster; a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; o doleiro Alberto Youssef; o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa; e o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco.

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Os trabalhos do colegiado serão divididos em quatro sub-relatorias, anunciadas pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele também ressaltou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015.

Sob protestos, as sub-relatorias criadas são as seguintes: superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos;  superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e  irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África. Elas serão comandas pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE), respectivamente.

O ex-gerente executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco abriu um total de 19 contas em nove bancos na Suíça para receber propinas. Em sua delação premiada, Barusco informou que suas contas foram congeladas em março de 2014 pelas autoridades suíças, que já investigavam o caso. A Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobras foi deflagrada justamente em março do ano passado. Barusco, alvo da operação, está preso por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na estatal.

Em depoimento, Barusco confirmou que o esquema de propinas da estatal começou em 1997. O teor do depoimento do ex-gerente serviu de base para a nona fase da operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira,5, e apelidada de My Way, em referência a como Barusco chamava o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, também investigado.

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O que chama a atenção dos investigadores no Brasil e na Suíça não são apenas os montantes depositados, mas também a quantidade de contas abertas em quase 20 anos. A primeira delas foi no Banco Republic, em 1997. Os valores seriam transferidos para o BBA Creditan, que "até março de 2003 já tinha US$ 1,4 milhão". Naquele mesmo ano, ele abriu uma conta no Banco Safra, que fecharia em 2004 com US$ 1,8 milhão.

Ainda em 2004, Barusco afirma ter criado uma offshore, a Tropez Real State, e uma conta em seu nome. Dez anos depois, essa conta foi fechada com US$ 13,5 milhões. Ele confessou que, desse total, US$ 8,7 milhões eram de propinas, principalmente da empresa holandesa SBM. Em 2005, mais uma conta: desta vez no Banco Safra em nome da offshore Dole Tech. Ela seria fechada em 2014 com US$ 11 milhões. Desse total, US$ 8,1 milhões seriam de propinas.

O ex-diretor da Petrobras abriu mais uma conta no Banco Safra em 2006, em nome da Marl Trader Services, empresa criada por ele e com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Em março de 2014, essa conta acumulava US$ 15,4 milhões, dos quais US$ 12,7 milhões eram de propinas. Ele fecharia essa conta em março para transferir o dinheiro para o Banco Cramer, em nome da empresa Ravenscroft Properties.

Outras contas

Em 2008, Pedro Barusco abriu mais uma conta, em nome da Rhea Comercial Inc, que acumulou US$ 14,2 milhões até março de 2014. Naquele mesmo ano, ele abriu mais uma conta no Banco Safra, com US$ 7,2 milhões até março de 2014 e em nome da empresa Pexo Corporation. Ali, segundo ele, é que estaria um depósito de US$ 1 milhão feito pela Odebrecht.

Em 2013, ele afirma ter aberto uma conta da empresa Canyon Biew no RBC da Suíça e transferiu do Julius Baer cerca de US$ 7,1 milhão. Em 2012, no tradicional banco Pictet, de Genebra, mais uma conta. Saldo: US$ 1,5 milhão. Ele ainda possuía a conta Lodgy, no Royal Bank of Canada, em sua sede suíça, assim como no PKB e outra no banco Pictet. Ele e sua família ainda contam com duas contas no banco Lombard Odier, HSBC e Delta. Em outra conta, a Natiras Investments, o saldo era de US$ 2,9 milhões em março de 2014. Barusco teria ainda mais US$ 2,8 milhões em mais uma conta no Banco Cramer.

Bloqueio

O delator também confessou que tentou, em março de 2014, fazer uma série de transferências. Mas com as investigações já em andamento, os suíços o impediram e bloquearam os valores. Naquele momento, Berna já havia sido alertada pelas autoridades da Holanda e do Brasil sobre suspeitas envolvendo contratos entre a Petrobras e a empresa holandesa SBM Offshore. As autoridades exigiram dos bancos informações sobre os clientes e, no momento que as transferências eram feitas, o dinheiro era congelado. Quatro contas em nome de sua família, porém, não foram bloqueadas naquele momento.

Barusco ainda indicou que, para a abertura das contas na Suíça, utilizou os serviços do mesmo intermediário que teria ajudado Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e que tem US$ 23 milhões bloqueados nos bancos suíços. O intermediário, segundo Costa, era Bernardo Friburghaus, com escritórios no Rio de Janeiro.

O ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em sua delação premiada que o esquema de propinas da estatal começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O delator admitiu que, naquela época, recebeu propinas mensalmente em valores que variavam entre US$ 25 mil e US$ 50 mil, e que teria recebido um total de US$ 22 milhões em propinas da empresa holandesa até 2010.

Entre 1995 e 2003, Barusco, que era funcionário de carreira da estatal, ocupou o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações, no âmbito da diretoria de Exploração e Produção. Ele admitiu que começou a receber propina em "1997 ou 1998 por conta de dois contratos de FPSO (navios-plataforma) firmados mediante sua (de Barusco) participação técnica e ‘fundamental’, uma vez que era o coordenador da área técnica."

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O ex-gerente relata que foi o responsável pelo primeiro contrato do tipo na estatal, que foi "peça fundamental" dos contratos seguintes de navios-plataforma da Petrobras, pelos quais ele também admite ter recebido propina. "Por conta de relacionamento bastante próximo que o declarante (Barusco) desenvolveu com o representante da SBM, Julio Faerman, tanto o declarante solicitou quanto Julio ofertou o pagamento de propina, sendo uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática a partir do segundo contrato de FPSO firmado entre a SBM e a Petrobrás", relata a delação de Barusco.

Barusco explicou que os acordos eram de longa duração e que, por isso "o pagamento de propinas perdurou por longos anos" enquanto ele ocupou o cargo na Diretoria de Exploração e Produção. Além disso, ele também admitiu ter recebido propina "por ocasião de um outro contrato firmado entre a empresa Progress, representada por Julio Faerman e a Transpetro", em "1997 ou 1998?.

Ainda segundo Barusco, as propinas acertadas entre ele e Julio Faerman continuaram nos anos seguintes, quando ele já havia ocupado o cargo de gerente-executivo de Engenharia, na diretoria de Abastecimento de Paulo Roberto Costa. Ele admitiu, por exemplo ter recebido propina de Faerman por um contrato de 2007, já no governo Lula, da plataforma P57. O valor total do contrato, segundo o ex-gerente, era de R$ 1,2 bi, do qual ele admitiu ter recebido 1% de propina entre 2007 e 2010.

Investigada na Holanda, a SBM Offshore, empresa de locação de navios-plataforma a petroleiras, é acusada de pagar US$ 250 milhões em propinas em todo mundo. A empresa chegou a admitir ter pago propinas no valor de US$ 139 milhões para obtenção de contratos e informações privilegiadas da Petrobras. O caso também está sendo investigado pelas autoridades brasileiras e a GCU apura o envolvimento de 14 funcionários da estatal no esquema.

O criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende o executivo Julio Faerman, representante da SBM Offshore, disse que não poderá se manifestar sobre a delação de Pedro Barusco porque ela está inserida em um procedimento que corre sob sigilo. Pitombo anotou que tem o compromisso profissional de preservar o sigilo dos autos em que Barusco cita o episódio da SBM Offshore.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Instituto FHC e foi informada que o ex-presidente está viajando.

Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira, 5, a assessoria de imprensa do PT afirmou que o partido recebe apenas doações legais e que as declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco "não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito", assinala o texto.

Em sua delação premiada, o ex-gerente afirmou que a sigla recebeu cerca de US$ 200 milhões de propinas entre 2003 e 2013 do esquema de desvios que se instaurou na estatal petrolífera.

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"A assessoria de imprensa do PT reitera que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, seguem a mesma linha de outras feitas em processos de 'delação premiada' e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT."

O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal no Paraná na segunda-feira, 2, que pagou propina de R$ 12 milhões ao ex-diretor da área de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR). Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato. Como executivo do grupo intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobras.

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"Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil", afirmou Julio Camargo.

Ele afirmou que não teve conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato. Na área de Engenharia, no entanto, foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas. "Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco."

Segundo ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas. "Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobras."

À Justiça, Camargo confirmou o que havia dito sobre a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) em sua delação premiada. Segundo ele, houve pedido de propina das áreas de Abastecimento, comandada na época pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, por Renato Duque.

"Não fiquei responsável por nenhum pagamento neste caso, porque o meu contrato neste caso não tinha como custo, como ônus, nem o pagamento da área da Engenharia e nem a área de Abastecimento. UTC e Odebrecht (ficaram responsáveis pelo pagamento da propina), para ambas as áreas."

UTC, Odebrecht e Toyo faziam parte do Consórcio TUC, responsável pela obras do Comperj. O consórcio foi contratado sem licitação pelo valor inicial de R$ 3,8 bilhões.

"Não tenho conhecimento como foi operacionalizado (pagamento da propina), mas tudo leva a crer que foi operacionalizado, porque o contrato ocorreu, foi assinado, as obras seguiram muito bem e estamos no final da obra."

Camargo disse que os pedidos de propina partiam dos diretores da Petrobras diretamente a ele. Segundo o executivo, caso os pagamentos não fossem feitos, os contratos poderiam não ocorrer.

"Chegou um determinado momento em que essa conversa (pedidos de propina) não era mais necessária, era regra do jogo. Era uma confirmação daquilo que já existia. Pagava-se pela vontade de se obter sucesso", disse. "Eu nunca falei, não só à Camargo, como aos meus representados, que aquilo era propina. Eu disse que aquilo tinha um custo total, expunha aquele custo, a pessoa aceitava ou não aceitava. Dentro desse custo, havia a propina", afirmou.

A Odebrecht negou ter feito pagamento para executivos ou ex-executivos para obter contratos com a Petrobras. "Todas os contratos conquistados, há décadas, pela Odebrecht, junto à Petrobras são produto de processos de seleção e concorrência previstos em lei. A empresa ainda repudia afirmações caluniosas, confessadamente baseadas em suposições, feitas por réu confesso no processo que corre na Justiça Federal do Paraná", diz nota divulgada pela empresa.

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor de Serviços Renato Duque, do ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, da própria estatal petrolífera e da construtora Andrade Gutierrez em investigação sobre superfaturamento de R$ 31,4 milhões em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenps).

A busca nas movimentações financeiras e dados tributários de Gabrielli, Duque, Barusco, outros cinco servidores da estatal e das empresas alcança período de 2005 a 2010.

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A decisão é da juíza Roseli Nalim, da 5.ª Vara da Fazenda Pública, que acolheu pedido do Ministério Público Estadual, feito em dezembro do ano passado, em ação civil pública.

A investigação reúne quatro inquéritos civis da Promotoria do Rio. A Promotoria requereu, ainda, o arresto dos bens dos investigados, mas a Justiça não acolheu agora esse pedido.

Segundo o Ministério Público, as irregularidades consistiram em "sucessivas e superpostas contratações em benefício da Andrade Gutierrez", "sobrepreço e superfaturamento praticado nos contratos", "ausência de transparência" na seleção da empreiteira para prosseguir como cessionária de obrigações firmadas entre a Petrobras e a empresa Cogefe Engenharia Comércio e Empreendimentos.

A apuração teve origem em levantamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) em todas as obras do Cenps, inclusive as relacionadas à ampliação e modernização do Centro. Os auditores identificaram contratos com "valores superiores aos praticados no mercado, além de firmados por preços superiores aos valores orçados pela própria estatal que, por sua vez, já traziam embutidos os sobrepreços".

O TCU concluiu que "a ausência de publicidade e observância do devido processo licitatório subtraiu da estatal a oportunidade de selecionar a melhor proposta, aquela que trouxesse maior vantajosidade para a empresa".

A decisão atinge ainda Sérgio Arantes, ex-gerente Setorial de Estimativas de Custos e Prazos, José Carlos Amigo, ex-gerente de Implementação de Empreendimentos para o Cenpes, Alexandre da Silva, ex-gerente Setorial de Construção e Montagem do Cenpes, Antônio Perrota, e Guilherme Neri, da área de orçamentos e contratos.

Os quatro contratos sob suspeita que envolvem a Andrade Gutierrez e a Cogefe. São serviços de descarte de resíduos, de terraplenagem, fundações, edificações, pavimentação nas obras do Cenpes.

A Justiça Federal vetou o acesso à delação premiada do ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro e propinas na Petrobras.

A defesa de cinco executivos da OAS, entre eles o presidente da empreiteira, José Aldemário Pinheiro Filho, o Leo Pinheiro, queria conhecer as revelações de Barusco, que fechou acordo de delação com a força tarefa do Ministério Público Federal.

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A OAS está sob suspeita de ter integrado cartel de empreiteiras que se apossou de contratos bilionários da estatal petrolífera. A OAS pediu acesso aos relatos de Barusco, mas em vão.

O juiz Sérgio Moro argumentou que "por ora, ainda se faz necessário o sigilo para fins de investigação e corroboração do por ele declarado". O magistrado assinalou que os depoimentos de Barusco não serviram de base às denúncias propostas - cinco denúncias ao todo - contra as cúpulas das maiores empreiteiras do País, entre elas a OAS. Os executivos das empreiteiras são acusados de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa.

O acordo de delação premiada de Barusco foi homologado há duas semanas pela Justiça Federal.

Na avaliação dos investigadores da Lava Jato, os depoimentos de Barusco são "estarrecedores" porque apontam com detalhes como operava o esquema na área da Diretoria de Serviços, sob comando de Renato Duque.

Em uma cláusula do contrato que firmou com a força tarefa do MPF o ex-gerente comprometeu-se a devolver ao Tesouro US$ 97 milhões que mantêm no exterior e mais R$ 6 milhões no Brasil. Ele confessou que essa fortuna teve origem em atos "ilícitos".

O grau de colaboração do ex-gerente impressiona os investigadores. Ele demonstrou grande senso de organização e disciplina ao fazer uma metódica contabilidade dos repasses de propinas, apontando todos os negócios onde correu dinheiro por fora. Tudo ele registrava em um arquivo pessoal.

Barusco passou números de contas bancárias e nomes de beneficiários de comissões. Afirmou que ele e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera, dividiram propinas em "mais de 70 contratos" da Petrobras entre 2005 e 2010. Ele declarou que fornecedores e empreiteiros não desembolsavam recursos por "exigência", mas porque o pagamento de propinas na Petrobras era "algo endêmico, institucionalizado".

Antes de atuar na gerência, subordinado a Duque, ele ocupou os cargos de gerente de tecnologia na Diretoria de Exploração e Produção e de diretor de Operações da empresa Sete Brasil, que tem na Petrobras um de seus investidores.

Pedro Barusco afirmou que "na divisão de propinas" Duque ficava "com a maior parte", na margem de 60% para o ex-diretor de Serviços e de 40% para ele. Duque nega taxativamente a prática de atos ilícitos.

Barusco entregou uma planilha de contratos onde teria corrido suborno e os valores que o esquema girou. Os contratos são de praticamente todas as áreas estratégicas da Petrobras. Ele citou Gás e Energia, Exploração e Produção e Serviços. Revelou outros operadores da trama de corrupção na Petrobrás.

Ao rejeitar o pedido da OAS, o juiz Sérgio Moro destacou que as defesas de todos os investigados por cartel na Petrobras já tiveram acesso a todos os depoimentos e provas que embasaram as seis denúncias da Procuradoria da República, recentemente propostas à Justiça - cinco delas especificamente contra as cúpulas das maiores empreiteiras do País, entre elas a OAS; a sexta denúncia foi apresentada contra o ex-diretor de área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano.

Todas as seis denúncias foram recebidas pela Justiça Federal, que abriu processo contra os executivos e também contra Fernando Baiano e Nestor Cerveró.

Moro assinalou que os advogados das construtoras também já tiveram acesso aos termos de outras duas delações premiadas, de Augusto Ribeiro Mendonça Neto e Julio Gerin de Almeida Camargo - com suas revelações, Mendonça e Camargo implodiram o pacto do cartel de empreiteiras que agiram na Petrobras durante longa jornada, segundo o Ministério Público Federal.

Com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, o ex-gerente de Serviços da companhia Pedro Barusco aparece na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), como um dos principais operadores do PT dentro da petroleira. Seu nome foi citado nas investigações pela primeira vez pelos diretores da Toyo Setal, Augusto Mendonça e Júlio Camargo, que, em regime de delação premiada, afirmaram ter pago a ele e a Duque R$ 30 milhões em propina para fechar contratos com a estatal.

Funcionário de carreira da Petrobras, divorciado e morador da Joatinga, microbairro entre São Conrado (zona sul) e Barra da Tijuca (zona oeste), área nobre da orla carioca, Barusco se antecipou à PF e, antes que integrasse a lista de presos na sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final, fechou acordo de delação premiada e aceitou devolver US$ 100 milhões aos cofres públicos. Sua defesa está sendo conduzida pela advogada Beatriz Catta Preta, a mesma que atuou para fechar a delação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, o primeiro a denunciar um suposto esquema de corrupção na empresa.

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Na Petrobras, Barusco foi responsável por contratações milionárias em diversas áreas - da exploração e produção de petróleo e gás, que aluga plataformas e sondas, até a área de refino, que, ao longo dos últimos anos, vem executando um programa de modernização de refinarias e construindo unidades pelo país para aumentar a produção interna de combustíveis. Apenas os executivos da Toyo Setal relataram ter pago a ele e a Duque propinas para realizar obras sobrefaturadas no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São Paulo, e em projetos de instalação de dutos em Macaé (RJ).

Sete Brasil

Em 2010, Barusco se aposentou da Petrobras, mas, no ano seguinte, assumiu a diretoria de Operações da Sete Brasil, a primeira empresa brasileira proprietária de sondas de exploração de águas ultraprofundas, criada especialmente para atender as necessidades da petroleira no pré-sal.

Apesar de ter a Petrobras como sócia, além do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) da Caixa Econômica Federal (CEF) e fundos de pensão de empresas públicas (Petros, Previ e Funcef), a Sete Brasil não chega a ser estatal. A maior participação individual é do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves. Também participam o Santander e o Bradesco, além do fundo de pensão dos empregados da Vale, o Valia. Mais recentemente, as empresas de investimento EIG Global Energy Partners, Lakeshore e Luce Venture Capital se tornaram cotistas.

Assim como João Ferraz, que deixou a gerência de Finanças da Petrobras para presidir a Sete Brasil, Barusco foi indicado para o cargo pela petroleira, à qual coube a definição das lideranças operacionais na empresa de afretamento de embarcações. Em 2013, ele deixou a companhia sob o argumento de que se submeteria a um tratamento de saúde. Exatamente no momento em que a Sete Brasil passava por processo de aporte de capital.

Hoje, Barusco é considerado peça-chave na Operação Lava Jato porque pode revelar o esquema liderado por Duque, indicação do PT para a diretoria da Petrobras. Embora em liberdade, procuradores registraram em documento a convicção de que Barusco tinha "clara participação em fatos criminosos investigados".

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