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O ex diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, investigado por usar o cargo para apoiar bloqueios ilegais em rodovias, em favorecimento aos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), teve pedido de aposentaria concedido, de acordo com decisão publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira (23). O servidor também é réu por pedir votos para o mandatário, em uma ação geral de improbidade administrativa. A exoneração aconteceu na última terça-feira (20) e a aposentadoria foi aprovada um dia depois. 

No dia em que deixou o cargo, o réu enviou mensagens a amigos em um aplicativo de mensagens, de acordo com o UOL. “Não baixem a cabeça”, diz o texto a “membros do Conselho Superior da PRF, gestores, policiais rodoviários federais, servidores administrativos, veteranos, pensionistas, terceirizados e estagiários”. Vasques também disse que buscou “fazer o melhor e elevar nossa instituição a patamares jamais alcançados”. “Entregamos uma instituição sólida e forte”, escreveu. 

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A própria PRF tem sido acusada por parlamentares e gestores de diferentes esferas, desde que as forças de fiscalização foram vistas agindo de forma omissa diante dos atos democráticos, o que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), pode ser indício de ação por motivos políticos. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, já disse que o caso será investigado internamente também.  

Silvanei, por exemplo, é acusado de organizar barreiras que a PRF montou em rodovias no segundo turno para abordar ônibus com eleitores, descumprindo ordens do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em um sistema de “blitz” que não é constitucional. 

Gestão polêmica 

Silvinei Vasques foi também o diretor que esteve à frente da PRF quando agentes federais rodoviários prenderam Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, por pilotar uma moto sem capacete. Na ocasião, os policiais encurralaram o homem, amarram pés e mãos, o agrediram e o colocaram no porta-malas da viatura. 

Imagens mostraram que os agentes encheram o veículo de gás, usando uma bomba de gás lacrimogênio. Genivaldo, que tinha problemas mentais, morreu de asfixia e insuficiência respiratória. 

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- - 'Quem é Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF'

O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta segunda-feira, 25, nove ex-funcionários da Fundação Casa por crimes de tortura, violência arbitrária e falsidade ideológica praticados contra internos da unidade 'Casa Paulista', situada na Vila Maria. O ex-diretor da unidade, Christian Lopes de Oliveira, é acusado dos crimes de tortura, violência arbitrária e falsidades ideológicas. A Promotoria narra oito fatos criminosos, denunciando ainda ex-ocupantes das funções de coordenador de equipe, agente de apoio socioeducativo, psicólogo, assistente social e agente educacional.

A imputação de tortura envolve as agressões a um adolescente de 17 anos que cumpria medida socioeducativa na Fundação Casa. Segundo a denúncia, o jovem foi atingido com socos, cotoveladas e tapas no rosto e no corpo, além de joelhadas em suas costelas e costas. Os denunciados chegaram a algemar o adolescente, que tentava se esquivar dos golpes, para continuar a agredi-lo. Além disso, deram uma 'gravata' do adolescente, que quase desmaiou.

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Após o que o MP chamou de 'sessão de tortura', o adolescente foi levado ao refeitório da Casa Paulista, 'com rosto deformado e desfigurado pelas agressões'. A Promotoria diz que as agressões se deram não só para 'castigar' o jovem, mas também 'ameaçar e amedrontar os demais adolescentes, que poderiam também ser espancados caso desobedecessem às ordens, ainda que arbitrárias, do então Diretor de Unidade'.

Na ocasião, o então diretor da 'Casa Paulista' ainda desferiu golpes contra o rosto de um outro interno, 'além de ofendê-lo e acusa-lo de incitar os demais internos contra sua administração, no que também o submeteu a vexame e a constrangimento ilegais'.

A Promotoria narra também que, após a tortura, os denunciados 'passaram a confeccionar uma série de documentos públicos com conteúdo ideologicamente falso para garantir a impunidade do gravíssimo crime por eles praticado'. A denúncia sustenta que foram registrados um registro de ocorrência e um boletim de ocorrência com conteúdo falso. Segundo o MP, foram omitidas informações sobre as lesões existentes em um dos adolescentes e dados falsos foram inseridos também em documentos referentes ao atendimento de saúde.

Ainda de acordo com a denúncia, com base em tais documentos falsos, o então diretor da unidade submeteu o adolescente que fora espancado a uma Comissão de Avaliação Disciplinar, acusando o jovem, 'de forma ilegal e mentirosa, de ter cometido faltas de incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou disciplina internas e praticar agressão física contra autoridades'.

"Certo é que todos os documentos acima indicados, nos termos do próprio relatório da Corregedoria da Fundação Casa, "foram vergonhosamente elaborados de forma fraudulenta, tentando a todo momento mascarar e/ou encobrir a situação verdadeira ocorrida em 26 de julho de 2018" (fls. 272 do PAD 1749/18), com participação de todos os denunciados, se valendo do seu cargo, na edição de documentos públicos com conteúdo ideologicamente falso para assegurar a impunidade dos crimes praticados no interior da Casa Paulista", registra a peça apresentada à Justiça.

A Promotoria entende que os crimes 'se revestem de gravidade em concreto elevada' uma vez que foram praticados por agentes públicos, no interior de unidade da Fundação Casa, 'cujos intuitos pedagógico e socioeducativo foram subvertidos por meio de violência praticada contra adolescentes pelas pessoas que tinha o dever de garantir e preservar seus direitos, e com envolvimento de outros funcionários que, por ação ou omissão dolosas, contribuíram para maquiar a realidade em documentos falsos e, garantir assim, a impunidade sobre os fatos do dia 26 de julho de 2018'.

Em cota apresentada junto da denúncia, a Promotoria ainda defende que, no caso dos quatro ex-servidores denunciados por tortura, não cabe acordo de não persecução penal ou suspensão condicional do processo. Na avaliação do Ministério Público, os crimes praticados 'envolvem violência extrema em face de adolescentes, no interior de unidade da Fundação Casa, cujo intuito pedagógico e socioeducativo foi por eles deturpado, tornando-se local de espancamento, constrangimento e tortura, justamente por funcionários que detinham poder e dever de garantir sua segurança'.

"Violaram-se deveres humanitários básicos, bem como disposições constitucionais basilares. A devida responsabilização penal, com sancionamento proporcional à gravidade dos fatos, é a única medida adequada e suficiente para repressão e prevenção penais", registra a peça.

Com relação aos demais acusados, o Ministério Público também diz ser 'incabível qualquer benefício', uma vez que não houve confissão formal ou circunstancial e considerando que eles 'contribuíram para a tentativa de maquiar, por meio de documentos ideologicamente falsos, o crime de tortura praticado no interior da Casa Paulista, de forma a assegurar sua impunidade'.

COM A PALAVRA, A FUNDAÇÃO CASA

A Fundação CASA não tolera qualquer tipo de desrespeito aos direitos humanos dos adolescentes em atendimento, assim como repudia quaisquer práticas de maus-tratos que servidores venham a realizar nos centros socioeducativos. Sobre o caso envolvendo funcionários do Complexo da Vila Maria, ocorrido em 2018, à época, a Instituição tomou todas as providências cabíveis, com a investigação e o processamento administrativo dos envolvidos por meio de sua Corregedoria Geral. No final, três servidores foram demitidos por justa causa e dez suspensos.

Na ocasião, a própria Corregedoria da Fundação CASA designou que todas as informações do processo administrativo disciplinar fossem encaminhadas ao Ministério Público, responsável pela persecução penal dos envolvidos. A denúncia em curso, pelo Ministério Público, recai diretamente sobre os servidores denunciados, não sobre a Fundação CASA.

A Fundação CASA investe continuamente na capacitação de seus servidores quanto ao atendimento humanizado e sem violência, por meio de cursos a distância oferecidos pela Universidade Corporativa da Fundação CASA. São tanto formações pontuais quanto continuadas, que abordam temas como as bases legais do sistema socioeducativo, manejo da raiva, como evitar agressão entre adolescentes na internação, cultura de paz, comunicação não violenta, dentre outros.

Antônio Carlos da Silva Pires, de 65 anos, ex-diretor do Hospital Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, é suspeito de matar a ex-esposa, a psicóloga Roseneia Gomes Machado, de 61 anos, por não aceitar o fim do relacionamento de 30 anos entre os dois. O crime aconteceu dentro de um carro, no estacionamento de um shopping no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste da capital fluminense. Após atirar em Roseneia, Antônio Carlos teria se matado.

Os dois estavam separados há dois meses, desde que a mulher descobriu uma traição e pediu divórcio. Roseneia e Antônio Carlos foram vistos discutindo dentro do veículo por testemunhas, que também ouviram o som de disparos de arma de fogo.

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A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e o possível crime de feminicídio. A perícia já esteve no local da ocorrência e realiza oitivas juntos às testemunhas.

Segundo a Polícia Militar, os corpos foram encontrados sem vida dentro do veículo por policiais do 40º Batalhão, que foram ao shopping para verificar uma ocorrência. Depois disso, a área foi isolada e a perícia acionada.

O procurador-geral de Contas, Thiago Pinheiro Lima, pediu multa ao ex-diretor financeiro da Agência de Fomento do Estado de São Paulo (Desenvolve SP), Claudio de Oliveira Torres, por irregularidades que incluíram gasto de R$ 459 em um famoso bar que abriga garotas de programa em Brasília. O Ministério Público de Contas (MPC) também opinou pela irregularidade dos gastos da instituição financeira, feitos em 2013.

Além do ressarcimento dos gastos irregulares, o procurador-geral requer multa de 100% sobre o valor das despesas. Entre os gastos listados pelo Ministério Público de Contas, o valor das despesas genéricas chegaria a R$ 21 mil.

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Além de reembolsos impróprios ao serviço público, o procurador-geral reprovou a dispensa de licitação para a aquisição de softwares e expandir a Central Telefônica da agência.

Segundo o MPC uma das despesas se deu com o Alfa Pub, casa de shows no térreo de um hotel em Brasília famosa por ser um ponto de prostituição frequentado por políticos e empresários. A nota fiscal dos R$ 459 traz a palavra "despesas" em sua descrição.

O procurador-geral de Contas de São Paulo cita que os donos do bar chegaram a ser investigados e inocentados por crimes de exploração sexual, mas, ressalta que "é irrefutável que o bar é amplamente reconhecido como ponto de encontro entre garotas de programa e clientes, elemento suficiente para a configuração de local impróprio para gasto de dinheiro público, não condizente 'com o princípio da moralidade que deve nortear a realização de despesas públicas".

"Cabe enfatizar que a defesa permaneceu silente quanto às justificativas relativas a esta despesa, limitando-se a afirmar que providências estavam sendo tomadas para reembolso do valor pelo ex-diretor. Agrava a questão o fato de não constar dos autos qualquer documento comprobatório de efetivo ressarcimento ao erário", diz.

O procurador ainda ressalta que "foi detectado que a entidade, continuamente, reembolsa valores cujos documentos fiscais apresentam descrições genéricas e sem as devidas explicações, lesando, assim, a necessária transparência que deve nortear a gestão do dinheiro público".

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento de Torres. O espaço está aberto para manifestações.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e determinou que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato entregue ao STF cópia de declarações de rendimentos de sua esposa, Andrea Eunice Haas. A PGR quer que seja esclarecido se Pizzolato agiu com o objetivo de burlar o pagamento de multa imposta a ele pela condenação no mensalão.

Em liberdade condicional desde dezembro, uma das condições para Pizzolato ficar fora da prisão era o pagamento dos débitos de sua multa, fechada em torno de R$ 2 milhões.

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A decisão de Barroso foi assinada na última sexta-feira, 29. Pizzolato tenta desde o início do ano ser dispensado de apresentar uma garantia para formalização do pagamento da multa. Em função disso, a PGR afirmou ao ministro que deve ser esclarecida uma transferência de "parcela significativa" de Pizzolato a Andrea.

A procuradoria pede que Pizzolato entregue ao STF cópia das declarações de rendimentos de Andrea, referentes aos anos de 2004, 2005, 2006, 2016 e 2017. Entre outras providências, a PGR também quer que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) disponibilize registros de informações financeiras de Pizzolato e Andrea, desde julho de 2005. O ministro atendeu as solicitações.

"A Procuradoria-Geral da República demonstrou a presença de indícios de condutas que podem caracterizar o objetivo de frustrar o pagamento da multa imposta por esta Corte", afirma Barroso na decisão.

"Ademais, as providências requeridas pelo MPF são necessárias para a análise do próprio pleito defensivo de reconsideração da decisão que impôs a formalização do ajuste perante a Fazenda Nacional como condição para a manutenção do sentenciado no livramento condicional", continuou o ministro.

Condenado em 2012 por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato passou um ano e sete meses cumprindo pena em regime fechado na Papuda e, desde maio de 2017, estava no semiaberto. Ele conseguiu liberdade condicional em dezembro do ano passado, por uma decisão de Barroso, que impôs o pagamento da multa como uma das medidas condicionais para sua soltura.

Ao se manifestar sobre os pedidos da PGR, a defesa de Pizzolato afirmou ao STF que a PGR não pode "exigir que a privacidade e o sigilo fiscal da Sra. Andréa Eunice Haas sejam devassados nos presentes autos", uma vez que ela faz parte do processo.

"Acrescenta-se que a partilha de bens é anterior à citação do executado no processo criminal e ao recebimento da denúncia, sendo indiferente a data do protocolo da petição inicial", afirma o advogado Hermes Guerrero.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um mentiroso inveterado que submete seu pessoal a um código de lealdade que o faz parecer um "chefe da máfia", afirma o ex-diretor do FBI James Comey em seu livro de memórias.

Trechos do esperado livro "A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership" (Uma lealdade maior: verdade, mentiras e liderança) vazaram nesta quinta-feira (12) para a imprensa americana, dias antes de seu lançamento, na terça-feira.

As reuniões com Trump "me faziam lembrar da minha carreira anterior como procurador contra a máfia", escreve Comey, que foi demitido por Trump em maio de 2017.

"O círculo silencioso de consentimento. O chefe no completo controle. Os juramentos de lealdade. Os Estados Unidos contra o resto do mundo. Mentir sobre tudo, coisas grandes e pequenas, a serviço de um código de lealdade que coloca a organização acima da moralidade e da verdade".

Segundo Comey, citado pelo jornal The Washington Post, o presidente vive "em um casulo de realidade alternativa", para o qual tenta atrair outras pessoas. "O presidente não tem ética e está desconectado da verdade e dos valores institucionais", escreve Comey, de acordo com The New York Times.

"Sua liderança é transacional, impulsionada pelo ego e sobre lealdade pessoal". Segundo The New York Post, o livro revela ainda que Trump tinha obsessão sobre a suposta existência de um vídeo no qual prostitutas russas urinam em uma cama de hotel em Moscou em 2013 onde ele estaria.

O vídeo, citado por um ex-agente britânico durante contatos com adversários do então candidato republicano, foi considerado crível pela Inteligência americana, mas sua autenticidade acabou finalmente questionada.

De acordo com Comey, o presidente pediu que investigasse "o que chamou de golden shower (chuva dourada)", e estava determinado a provar a sua mulher, Melania, que o tal vídeo não existia. "Me explicou porque (o vídeo) não poderia ser verdadeiro e que queria a investigação para provar que era uma mentira".

O ex-diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, que comandava a agência até fevereiro, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, que membros da diretoria e da gerência da Antaq atuaram de forma abusiva e pessoal em decisões atreladas à navegação entre portos brasileiros, com ações para prejudicar uma nova empresa de cabotagem, favorecendo um grupo que já atua no setor.

O Estado teve acesso exclusivo ao depoimento prestado por Adalberto Tokarski no dia 23 de junho de 2017, quando ele ainda exercia o cargo de diretor-geral. O vídeo faz parte do inquérito sigiloso instaurado pelo núcleo de combate à corrupção do MPF, que investiga a denúncia de formação de cartel e a atuação de servidores públicos da agência no setor de cabotagem.

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A suspeita é que funcionários da agência teriam atuado em conjunto para reduzir a competitividade do setor, um mercado que movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano.

A autora da ação é a empresa carioca Posidonia Shipping, que acusa a Antaq e demais empresas do setor de dificultarem sistematicamente a sua entrada no mercado desde 2013, quando passou a atuar no transporte marítimo de carga.

Em seu depoimento, Adalberto Tokarski, que não é alvo da denúncia, admite que outros membros da agência teriam atuado em diversas ocasiões para prejudicar a empresa Posidonia, com a emissão constante de multas em volume acima da média de outras empresas, atrasos injustificados de emissão de licenças de afretamento e publicação de ofícios que restringiam a atuação da companhia.

Trechos do depoimento

"Sobre essa empresa, eu vejo assim, acabou se abrindo processos diferentes de fiscalização. Não tenho dado de outra (empresa) que tenha sido dessa forma", comentou. "Acabaram sendo abertos vários processos junto a essa empresa, até acredito que bem mais que a média geral", disse Adalberto Tokarski. "Acho, no meu entendimento, a gente claro, às vezes... um posicionamento pessoal contrário a essa empresa, isso de forma... ao longo dos anos, está dando para perceber isso."

Resolução

Um dos temas mais polêmicos envolvendo a Antaq e as empresas de cabotagem diz respeito a uma resolução publicada pela agência em 2015. A Posidonia alega que a norma restringiu seu acesso ao limitar a contratação de embarcações internacionais. A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, analisou o caso e concluiu que, de fato, a resolução restringiria o mercado. Nesta semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) também chegou à mesma conclusão e determinou a suspensão dos efeitos da resolução.

Procurada, a Antaq, seus diretores e Adalberto Tokarski não se manifestaram até a publicação deste texto. Por meio de nota, o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), ao qual a Posidonia não é vinculada, declarou que não teve acesso ao processo e, por isso, não pode comentar. A Posidonia declarou que "os navios brasileiros precisam ter prioridade e preferência e é por isso que investimos em frota realmente brasileira mas, na sua indisponibilidade, todos os armadores tem de ter iguais oportunidades de buscar no mercado internacional a embarcação adequada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-diretor da Audi, filial da Volkswagen, foi detido na Alemanha, algo inédito no âmbito do escândalo dos motores a diesel manipulados, informou nesta sexta-feira o Ministério Público de Munique.

O anúncio acontece poucas horas depois da notificação de uma acusação das autoridades americanas.

"Na segunda-feira, um indiciado foi detido, se apresentou ao juiz e na terça-feira foi emitida uma ordem de prisão. O acusado se encontra desde então em prisão provisória", afirmou o porta-voz da Promotoria, confirmando uma informação da revista Der Spiegel, sem citar nomes.

De acordo com a publicação alemã, o executivo preso é Giovanni P., que foi diretor de desenvolvimento dos motores a diesel na Audi, a marca de luxo da Volkswagen.

Esta mesma pessoa, apresentada nos Estados Unidos como Giovanni Pamio, um italiano de 60 anos, foi acusada pelas autoridades americanas de ter desempenhado um papel na "conspiração" que pretendia enganar as autoridades sobre o nível real das emissões de poluentes de carros da Audi, afirmou o Departamento de Justiça.

No fim de 2015, a Volkswagen reconheceu que 11 milhões de veículos como motores a diesel - 600.000 nos Estados Unidos -, estavam equipados com um dispositivo que adulterava o resultado dos testes de poluição ao dissimular as emissões, que em alguns casos tinham níveis até 40 vezes superiores aos autorizados.

O grupo encerrou as investigações americanas em troca do pagamento de uma multa de 2,8 bilhões de dólares.

Morreu nesta sexta-feira (21) em São Paulo o ex-diretor do Banco Central Emílio Garófalo Filho, aos 63 anos. Atualmente ele trabalhava como diretor do banco Ourinvest. A família ainda está resolvendo os trâmites para que o corpo possa ser levado para Brasília, onde deve acontecer o enterro, provavelmente amanhã.

Garófalo foi encontrado pela empregada em sua casa em São Paulo, nesta manhã. Ainda não se sabe a causa da morte, mas ele tinha problemas cardíacos. Formado na PUC São Paulo em 1976, ele também foi vice-presidente do Banco do Brasil, conselheiro especial do Ministério da Fazenda e secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), entre outras posições no governo. É autor de livros sobre o mercado cambial e já deu cursos na USP.

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Epicentro do último embate entre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-diretor da área de Informática da Casa, Luiz Antonio Souza da Eira, entrou em licença médica por uma semana. A Câmara não informou o motivo alegado no atestado médico, mas confirmou que o servidor está afastado desde a última sexta-feira (8) e retornará ao trabalho só na próxima segunda-feira (18).

Eira foi exonerado da função e deslocado para a Consultoria Legislativa após a revelação de que Cunha aparece como autor do requerimento que pedia a investigação parlamentar da empresa Mitsui, em 2011. O requerimento era uma solicitação de informações ao Tribunal de Contas da União (TCU). O documento teria sido escrito no terminal do peemedebista e a apresentação formal da solicitação foi feita pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Segundo o doleiro Alberto Youssef, essa investigação teria sido apenas uma forma de pressionar a empresa, suspeita de integrar o cartel que atuava na Petrobras, a pagar propina a políticos.

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Ao deslocar o servidor, Cunha sugeriu manipulação contra ele na área de Informática depois que a Casa passou a exigir dos funcionários que cumprissem carga horária de 40 horas semanais. O episódio chamou a atenção da PGR, que apura o envolvimento do presidente da Câmara com o esquema de corrupção na estatal, e imediatamente colheu o depoimento do ex-diretor a fim de esclarecer o procedimento de apresentação de requerimentos por parlamentares.

Eira reiterou no depoimento que uma auditoria interna da Casa concluiu que não houve fraude, que o requerimento no sistema de informática da Câmara é feito por meio de uma "senha pessoal e intransferível" do parlamentar e destacou que o nome de Cunha figura como autor do procedimento. O deputado nega que seja autor do requerimento, se diz vítima de um funcionário "demitido e com raiva" e do procurador-geral Rodrigo Janot que, em sua visão, estaria agindo de forma "pessoal".

O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal no Paraná na segunda-feira, 2, que pagou propina de R$ 12 milhões ao ex-diretor da área de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR). Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato. Como executivo do grupo intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobras.

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"Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil", afirmou Julio Camargo.

Ele afirmou que não teve conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato. Na área de Engenharia, no entanto, foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas. "Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco."

Segundo ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas. "Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobras."

À Justiça, Camargo confirmou o que havia dito sobre a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) em sua delação premiada. Segundo ele, houve pedido de propina das áreas de Abastecimento, comandada na época pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, por Renato Duque.

"Não fiquei responsável por nenhum pagamento neste caso, porque o meu contrato neste caso não tinha como custo, como ônus, nem o pagamento da área da Engenharia e nem a área de Abastecimento. UTC e Odebrecht (ficaram responsáveis pelo pagamento da propina), para ambas as áreas."

UTC, Odebrecht e Toyo faziam parte do Consórcio TUC, responsável pela obras do Comperj. O consórcio foi contratado sem licitação pelo valor inicial de R$ 3,8 bilhões.

"Não tenho conhecimento como foi operacionalizado (pagamento da propina), mas tudo leva a crer que foi operacionalizado, porque o contrato ocorreu, foi assinado, as obras seguiram muito bem e estamos no final da obra."

Camargo disse que os pedidos de propina partiam dos diretores da Petrobras diretamente a ele. Segundo o executivo, caso os pagamentos não fossem feitos, os contratos poderiam não ocorrer.

"Chegou um determinado momento em que essa conversa (pedidos de propina) não era mais necessária, era regra do jogo. Era uma confirmação daquilo que já existia. Pagava-se pela vontade de se obter sucesso", disse. "Eu nunca falei, não só à Camargo, como aos meus representados, que aquilo era propina. Eu disse que aquilo tinha um custo total, expunha aquele custo, a pessoa aceitava ou não aceitava. Dentro desse custo, havia a propina", afirmou.

A Odebrecht negou ter feito pagamento para executivos ou ex-executivos para obter contratos com a Petrobras. "Todas os contratos conquistados, há décadas, pela Odebrecht, junto à Petrobras são produto de processos de seleção e concorrência previstos em lei. A empresa ainda repudia afirmações caluniosas, confessadamente baseadas em suposições, feitas por réu confesso no processo que corre na Justiça Federal do Paraná", diz nota divulgada pela empresa.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos considera formalizar acusação criminal contra o ex-diretor da CIA, David Petraeus, em caso que envolve a suposta divulgação de informações confidenciais da agência, afirmou um representante do órgão na noite da sexta-feira.

A fonte comentou o caso em sigilo e disse que investigadores apresentaram informação sobre o possível vazamento de documentos ao procurador-geral Eric Holder e outros magistrados, para que cheguem a uma decisão sobre acusar ou não o ex-general. O advogado de Petraeus, Robert Barnett, se recusou a comentar o relato, assim como Marc Raimondi, porta-voz do Departamento de Justiça.

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Detetives federais realizam inquérito para determinar se Petraeus compartilhou materiais confidenciais de forma imprópria com a autora de sua biografia, Paula Broadwell, com quem ele admitir ter um caso ao renunciar ao cargo da CIA em novembro de 2012. Agentes encontraram um número substancial de documentos no computador de Broadwell e em sua casa, segundo relato de um agente.

Petraeus e Broadwell pediram desculpas publicamente pelo relacionamento e afirmam que só ficaram juntos após o ex-diretor se aposentar do Exército e começar a trabalhar na CIA. O escândalo marcou a queda de Petraeus, o responsável por levar tropas ao Afeganistão e o Iraque, e um antigo candidato em potencial à Casa Branca.

O New York Times reportou na noite da sexta-feira que os promotores recomendaram ao procurador-geral para abrir acusação contra Petraeus. Esperava-se que Holder tivesse se decidido em relação ao caso até o fim de 2014, mas até então não há sinais de qual ação ele tomará. Fonte: Associated Press.

A senadora e ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, negou neste domingo, 19, mais uma vez, ter recebido doação do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Em nota, ela informou que estuda processar Costa, Youssef e o jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo reportagem publicada no domingo pelo Estado, Costa afirmou ao Ministério Público Federal que, em 2010, o esquema na Petrobras repassou R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado. Na nota oficial divulgada ontem, a senadora petista disse que, a poucos dias da eleição, é "vítima pelo cargo que ocupou, deste leviano denuncismo dos dois réus confessos". A oposição informou ontem que quer ouvir Gleisi na CPI mista da Petrobras a respeito das suspeitas levantadas.

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Questionada ontem sobre o assunto durante entrevista, Dilma evitou responder diretamente sobre a acusação do ex-diretor da Petrobras envolvendo sua ex-chefe da Casa Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que os repasses para sua campanha em 2010 foram todos declarados à Justiça Eleitoral. Por meio de sua assessoria de imprensa, a ex-ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff foi taxativa. "Todas as doações para minha campanha estão na prestação de contas fornecidas ao Tribunal Superior Eleitoral."

Ainda por meio de sua assessoria, Gleisi afirmou que "não conhece Alberto Youssef nem Paulo Roberto Costa". O ministro Paulo Bernardo (Comunicações), também citado por Youssef na delação, negou qualquer possibilidade de ter ocorrido esse pedido e pagamento de propina na campanha de 2010 da senadora.

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"Eu estive com esse Beto Youssef uma única vez quando eu era deputado e membro da CPI do Banestado. Ele estava preso e foi depor, e pelo que me lembre ele se valeu do direito de ficar calado", afirmou o ministro. "Chance zero disso ter acontecido, em hipótese alguma."

Bernardo garantiu que a senadora e sua mulher não conhece e nunca conheceu Youssef. "Nunca estive em outra ocasião com ele. Nunca falei com ele por telefone, ou e-mail. Não sei porque ele falaria em ajudar a campanha da Gleisi e precisa ver se é mesmo a campanha dela", afirmou o ministro das Comunicações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal condenou o executivo Carlos de Souza Monteiro, ex-diretor financeiro da Carital Brasil Ltda, anteriormente Parmalat Participações, a 7 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por crime tributário - sonegação de R$ 145,6 milhões. Em sentença de 19 páginas, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal em São Paulo, autorizou Monteiro a cumprir a pena em regime semiaberto, mas impôs a ele indenização de R$ 1 milhão em favor do Tesouro, por danos morais coletivos.

Esse dinheiro deverá ser integralmente destinado ao ensino público fundamental. "Com o montante sonegado pelo acusado seria possível construir 2.150 casas populares ou suprir o ensino de quase 36 mil crianças", advertiu o juiz. Na saúde, tomando-se por base o gasto anual per capita realizado no Brasil, os valores sonegados poderiam suprir as necessidades de cerca de 125 mil pessoas.

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A Receita apurou nos livros contábeis da empresa valores não declarados sujeitas à incidência de Cofins e de PIS. Foram identificadas "inúmeras operações fictícias" de compra e venda de títulos da dívida pública dos EUA, denominados T-Bills, com o objetivo de suprimir o pagamento de IOF incidente nas reais operações de câmbio entre 2000 e 2001.

O processo foi aberto em 2013. A Procuradoria da República demonstrou que os negócios com T-Bills foram realizados pela Carital por meio do banco Crédit Lyonnais (Uruguay) S/A no valor de R$ 59,28 milhões, apurado em dezembro de 2005, o que representa hoje R$ 145,63 milhões.

As operações com T-Bills "não buscavam atingir quaisquer dos benefícios a que se prestam ativos dessa natureza". O juiz Mazloum anotou que, no Brasil, esse mercado é altamente regulado e as operações com valores mobiliários devem ser negociadas por meio de instituições financeiras autorizadas pela CVM. "Nada disso ocorreu no caso, nem mesmo comprovantes existem de pagamento de tais títulos, ou de sua transferência e até mesmo da custódia. Ganho nenhum se verificou! Não se buscava rentabilidade em face da instantânea compra e venda dos títulos, mas apenas a conversão de moeda estrangeira."

O juiz afirma que "é fato incontroverso" que a Carital tomava empréstimos no exterior em dólares para, na sequência, realizar operações de compra de T-Bills custodiados no Crédit Lyonnais, vendendo-os, instantaneamente, a empresas aqui sediadas, que pagavam em reais e os revendiam ao mesmo banco custodiante.

Os títulos não circulavam, apenas papéis de compra e venda, e a Carital acabava tendo prejuízo em face do spread bancário cobrado. "O acusado, na condição de diretor financeiro, representava a empresa na época dos fatos, assinava documentos e tinha poder decisório, dava ordens, praticava atos de gestão. Tinha pleno conhecimento dos fatos ilícitos, deles participando ativamente na qualidade de gestor da empresa."

O criminalista Luiz Fernando Pacheco, que defende Monteiro, disse que vai recorrer. "Fundamentalmente (Monteiro) foi condenado pelas operações com T-Bills . Esse tipo de operação era absolutamente lícita à época dos fatos. Operações de praxe no mercado, às claras, envolvendo grandes bancos. Era um produto que os bancos ofereciam abertamente. A Parmalat comercializou as T-Bills com total boa fé. Existem diversos pareceres jurídicos de renomados escritórios de advocacia atestando a legalidade desse tipo de operação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República, Eduardo Campos (PSB), foi indicado pela defesa do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para ser testemunha de defesa no processo em que o ex-diretror é acusado de participar no superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima, localizada no Porto de Suape, em Ipojuca. 

Segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, para os advogados de Paulo Roberto Costa, Campos pode esclarecer que a construção foi regular e sem desfalques. Ainda de acordo com o jornal, o presidenciável não foi consultado antes da indicação. A defesa diz que estudou apontar Dilma Rousseff como testemunha, mas desistiu.

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Em investigações, a Polícia Federal aponta que foram desviados R$ 400 milhões da obra, considerada superfaturada pelo Tribunal de Contas da União. O ex-diretor da petroleira foi preso no último dia 11, por apresentar possíveis riscos de fuga do país. Ele também é um dos presos na Operação Lava Jato. 

 

 

A defesa do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou nesta segunda-feira (26) que já entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o passaporte português do cliente, que possui dupla nacionalidade. Segundo o advogado Nélio Machado, o ex-diretor de Abastecimento da empresa "jamais cogitou usar" o documento para deixar o País. "Não sei por quê o documento não havia sido entregue anteriormente, não era o advogado do caso. Assim que tomei conhecimento do passaporte, remeti para o STF. Paulo Roberto jamais cogitou usar o documento para deixar o País. Ele vai se defender de tudo o que for necessário", ressaltou Nélio Machado.

A Polícia Federal revelou hoje que o ex-diretor da Petrobras teria omitido a existência do passaporte e da dupla cidadania. Paulo Roberto Costa é investigado na Operação Lava Jato, deflagrada em março para apurar suposto esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. A dupla teria desviado recursos de contratos da Petrobras com fornecedores.

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Paulo Roberto Costa estava preso desde o dia 20 de março. Na última segunda-feira (19), ele foi o único beneficiado com a decisão do ministro Teori Zavascki, que determinou que o processo fosse remetido ao STF por mencionar parlamentares com foro privilegiado. Outros onze presos durante a operação da Polícia Federal permanecem presos no Paraná.

Segundo Nélio Machado, que assumiu a defesa do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa está no Rio de Janeiro e não tem intenção de deixar a cidade. Machado afirma que não há "qualquer chance" de que Costa deixe a cidade, e que ele já comunicou seus endereços ao Supremo, conforme determinava o ministro Zavascki.

O advogado também confirmou que Paulo Roberto Machado irá comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso, caso seja convocado. "Certamente ele irá e vai responder às indagações de todos. Ele tem até um certo anseio em participar", disse o advogado. Segundo ele, ainda não há uma estratégia definida para o depoimento. "Não tem problema nenhum a convocação, com ou sem a oposição, ele irá", disse.

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito civil contra o ex-diretor do câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP) José Jorge Boueri Filho para investigar sua responsabilidade pelo depósito de terra de origem desconhecida na unidade entre 2010 e 2011. Segundo cálculos extraoficiais da Superintendência de Espaço Físico (SEF) da universidade, o custo para remover a terra, uma das principais causas da contaminação do câmpus, é de cerca de R$ 20 milhões.

A Promotoria do Patrimônio Público da capital apura se houve improbidade administrativa na ausência de licitação para depositar a terra e nos gastos com a reparação dos problemas ambientais. Boueri Filho, afastado da diretoria da unidade desde setembro, é questionado sobre origem, nome do fornecedor, modo de transporte, instrumento jurídico para aquisição e preço da terra contaminada.

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Análises recentes da Servmar, empresa contratada pela USP para avaliar o câmpus, indicam que a terra depositada contém óleos minerais nocivos à saúde. Segundo a ação civil pública movida pelo MPE em novembro para interditar o câmpus, o total de terra contaminada é próximo de 109 mil m³.

A assessoria de imprensa da USP informou que ainda não há conclusões da SEF sobre o volume total de terra contaminada e o custo da remoção. O valor de R$ 20 milhões foi citado por representantes da superintendência em reuniões com professores da USP Leste. O custo elevado será um problema para os cofres da universidade, que congelou as contratações e o início de novas obras, como adiantou o estadão.com.br na semana passada, por causa da crise orçamentária que se arrasta desde 2013.

Já à reitoria, o MPE pede esclarecimentos sobre a apuração dos fatos e eventuais medidas administrativas e judiciais para responsabilizar os envolvidos no caso. O ex-diretor e a universidade têm até o final de fevereiro para responder aos questionamentos. Procurado pela reportagem por e-mail, Boueri Filho não comentou o inquérito.

Apuração interna.

Em novembro, a reitoria já havia aberto processo administrativo contra o ex-dirigente, com 90 dias para apuração. De acordo com a assessoria de imprensa da USP, o prazo foi prorrogado por mais 90 dias, e as investigações devem terminar só no começo de maio. A comissão de três professores designada para o caso usa dados do relatório de uma sindicância administrativa, feita entre dezembro de 2011 e setembro de 2012, para apurar as responsabilidades pelos problemas ambientais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Alunos da Escola Estadual Santa Paula Franssineti, localizada no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, protestaram na manhã desta sexta-feira (22) para que o ex-diretor, Joel Carvalho, volte a gestão da escola. Uma seleção realizada pela Secretaria de Educação do Estado (SEE) tirou Carvalho do cargo ocupado há 12 anos.

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Os cerca de 300 estudantes saíram munidos de faixas, cartazes, apitos e apoiados por um carro de som por vias movimentadas da capital pernambucana, como as Avenidas Norte e Cruz Cabugá. Para não atrapalhar o trânsito, os manifestantes, orientados por policiais militares e agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), ocuparam somente uma faixa das vias, mas mesmo assim, os motoristas enfrentaram algumas paralisações.

Um dos organizadores do ato, o estudante do 3º ano do ensino médio, Tiago da Paz Rangel, de 17 anos, explicou que o diretor promoveu muitas melhorias na escola. “Nossa escola já foi um ponto de comércio de drogas e Joel trouxe a solução para nós. Ele é uma ótima pessoa e um grande profissional. Queremos já a volta dele como nosso diretor e se o Governo não autorizar, vamos continuar com os protestos”, disse.

Pais de alunos também incentivaram o movimento, como Edilza Ramos. “Meu filho estudou na escola em seus 1º e 2º anso do ensino médio e até hoje só tenho coisas boas para falar de Joel. Ele é um ótimo diretor e sempre está aberto para conversar com os meninos e resolver os problemas da escola”, declarou. A pedagoga Virgínia Melo não tem nenhuma relação empregatícia com a escola, porém, por conhecer muitos estudantes, fez questão de apoiar o protesto. “Estamos lutando por um direito nosso e queremos a volta do antigo diretor. É preciso protestar”, exclamou.

O grupo de estudantes seguiu em direção a Assembleia Legislativa de Pernambuco, na Rua da Aurora, área central do Recife. “Queremos pedir aos deputados que com o poder que eles têm, resolvam nosso problema”, explicou Tiago da Paz. Porém, ao chegarem na Assembleia, os jovens foram informados que não havia deputados em expediente. Muitos reclamaram porque não foram recebidos, porém, garantiram que os protestos vão continuar até o ex-diretor volta ao cargo.

Desde a última segunda-feira (18) os alunos da Santa Paula Franssineti se recusam entrar em sala de aula em protesto. No dia 15 deste mês, a SEE anunciou os nomes dos novos diretores e, na última terça-feira (19), estudantes Escola José Manoel de Queiroz, localizada no bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, fizeram um protesto pelo mesmo motivo. Na ocasião, em nota enviada a nossa reportagem, a SEE informou que “todo o processo seletivo para eleição dos novos gestores das Escolas de Referência e Técnicas da rede estadual de Pernambuco foi realizado de forma democrática levando em consideração o princípio da meritocracia”. De acordo com o órgão, as normas do processo seletivo para a escolha de novos diretores foram divulgadas no dia 4 de janeiro deste ano. Foram contempladas 223 escolas de referência e 20 escolas técnicas em todo o Estado.

A SEE, logo após o protesto desta sexta-feira (22), enviou uma nota para a nossa reportagem. O órgão garantiu que não existe possibilidade de Joel Carvalho voltar à direção da Escola.

Veja abaixo a nota:

A Secretaria de Educação do Estado (SEE) explica que o novo gestor assumirá a escola Paula Frassineti, bem como os demais que ocuparão o cargo de direção nas escolas de referência e nas escolas técnicas passaram por uma seleção criteriosa que culminou com a aprovação de cada um deles.

Todo o processo seletivo foi realizado de forma democrática levando em consideração o princípio da meritocracia. Antes, esse posto era ocupado apenas por indicação e nada mais.

Hoje o candidato é avaliado em quatro itens: pontuação obtida na prova de certificação do Programa de Formação Continuada de Gestor Escolar (Progepe); análise do plano de ação elaborado pelos candidatos para a escola em que concorrem; análise do currículo e por fim entrevista. Para o plano de ação, foram avaliados critérios como sua viabilidade e relevância para o ensino médio integral. Na entrevista, foram considerados itens como a defesa do plano de ação e os conhecimentos em gestão escolar e educação integral.

Confira um vídeo sobre o protesto dos estudantes:



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Um cochilo do governo permitiu a aprovação, na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), do requerimento chamando para depor o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Rodrigues Vieira. Rubens e seu irmão, Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), estão presos, acusados de comandar o esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos federais investigado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), apresentou seu requerimento no início da sessão, antes da chegada do líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), um dos governistas encarregado de impedir que a oposição convide para depor os envolvidos no escândalo. Estavam presentes apenas o senador tucano e Wilder Morais (DEM-GO). Dias também aprovou o convite para que o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, compareça à comissão para falar dos procedimentos adotados no órgão contra a quadrilha da venda de pareceres. O comparecimento de Guranys também tinha sido aprovado, na terça-feira, na Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização e Controle (CMA).

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Presente à CI, Pinheiro mobilizou seus aliados e rejeitaram o convite dirigido ao presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Pereira Lima, e seus principais assessores. O líder petista prevê que Rubens Vieira não atenderá ao convite da comissão. "A Anac não tem nenhum problema em tirar o cara da cadeia para que ele venha depor. Ele não vem", ironizou.

Pinheiro reiterou a posição do governo de autorizar o depoimento no Congresso apenas dos dirigentes de órgãos atingidos pelo escândalo e não os servidores envolvidos. "Os ministros e dirigentes podem falar das providências que adotaram contra o esquema", justificou. Para Alvaro Dias, a estratégia do governo é outra, a de impedir que os servidores denunciados ajudem aprofundar a investigação. "Transparência é essencial quando temos o julgamento do mensalão", comparou.

O líder tucano protocolou e vai tentar aprovar na CI, na semana que vem, um convite para que a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha compareça para depor. Ele considera Rose, como é chamada, "a principal estrela do escândalo, pela sua capacidade de influir nas contratações do governo e pela intimidade que mantém com os detentores do Poder".

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