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O número de brasileiros que acessam a internet subiu 6,8% em 2012, em relação a 2011. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 83 milhões de pessoas, com 10 anos ou mais, declararam ter acessado a rede mundial de computadores, o que corresponde a 49,2% da população na faixa idade. No ano anterior, foram 77,7 milhões.

O aumento no número de internautas foi verificado em todas as faixas etárias. No grupo de 15 a 17 anos, a proporção chega a 76,7%. Entre os que têm 50 anos ou mais, 20,5% acessam a internet.

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Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a estudante Ana Beatriz Souza, de 14 anos, começou a usar a internet há um ano. Ela tem computador em casa e utiliza um modem pré-pago para acessar a rede. Para ela, a internet ajuda muito nos trabalhos de escola e para reencontrar amigos. “Facilita, porque não preciso ficar procurando nos livros, a pesquisa é bem mais objetiva. Nas redes sociais, encontrei amigos com quem tinha perdido contato”.

O número de pessoas que têm telefone celular também aumentou. Passou de 115,4 milhões para 122,7 milhões, crescimento de 6,3%, considerando o grupo com 10 anos ou mais.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ratificou a meta do governo federal de disponibilizar o acesso à internet para 90% da população até 2018. A afirmação foi feita pelo ministro ao comentar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou que 46,5% da população usava o serviço em 2011, o que mostra que mais de 53% dos brasileiros não utilizavam internet à época.

Bernardo, no entanto, voltou a cobrar investimentos em infraestrutura na rede para cumprir a meta de universalizar o serviço até o início da próxima década. "O mapa que publicaram é impressionante, pois pega diferença de volume de acesso entre Sul, Sudeste e Nordeste que é gritante. Você acha que o acesso no Piauí é menor que em São Paulo porque o usuário não quer?", indagou. "É porque não tem disponível a infraestrutura", disse.

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Financiamento em estudo

Por esse motivo o ministro afirmou que o governo estuda programa de financiamento, com subsídios públicos, para financiar a infraestrutura das teles e melhorar os serviços móveis de telefonia e internet. "Pensando nas necessidades (das teles), vai precisar mais (investimento) e o governo tem disposição de entrar com uma parcela desse investimento", disse o ministro.

Bernardo revelou que uma das formas de apoio seria a criação de uma linha de financiamento para a infraestrutura com taxa menor que a do mercado. "Isso significa que estou, na prática, dando subsidio implícito", afirmou ele.

O ministro citou o aumento dos investimentos no setor de uma média anual de R$ 17 bilhões entre 2001 e 2010, para R$ 21,7 bilhões, em 2011, e R$ 25,2 bilhões em 2012, mas considerou a necessidade de ampliá-los para melhorar a qualidade dos serviços. "Não está do jeito que queremos, vamos ter de continuar cobrando e melhorando. Não podemos descuidar de uma coisa básica que é a infraestrutura, pois o mercado está crescendo e se não investir em infraestrutura vai piorar de novo."

A quantidade de brasileiros jovens no setor de serviço doméstico é cada vez menor. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que 51,3% dos trabalhadores dessa categoria tinham até 39 anos em 2011 - em 2002, a fatia era bem maior, de 68,5%. Em números absolutos, o total de trabalhadores nesse perfil caiu de 5,2 milhões para 3,8 milhões.

A fuga dos trabalhadores mais novos é impulsionada pelo bom momento do mercado de trabalho, capaz de abrir oportunidades em outros setores da economia - em fevereiro a taxa de desocupação foi de 5,6%, a menor para o mês desde 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O grau de escolaridade do brasileiro que atua em serviços domésticos também aumentou, o que facilita a migração para outras atividades. Os empregados domésticos com até 39 anos aumentaram o tempo de estudo médio de 5,9 anos para 7,2 anos entre 2002 e 2011. Na faixa acima de 40 anos, a escolaridade média cresceu de 3,8 anos para 5,3 anos no mesmo período.

"Quando a educação aumenta, a pessoa tem mais oportunidade. O mercado de trabalho está bom e o trabalhador mais qualificado não opta por fazer o serviço doméstico", diz Fernando de Holanda Barbosa Filho, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisador do Ibre. "As novas gerações estão em posição de aproveitar esse momento de melhora no mercado de trabalho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Verão combina com o que? Praia, sol, mar... Isso é tudo que criança gosta, além de brincar. Apesar de vermos no litoral muitas crianças se divertindo, outras, infelizmente, estão nas praias para trabalhar. Por conta disso, neste domingo (21), o Fórum Estadual para a Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fepetipe) realiza uma campanha de conscientização, na Praia de Piedade, no Recife.

A ação ocorre das 10h às 12h, em frente à famosa Igrejinha. A ideia surgiu de acordo com Paulo Lago, assessor do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec), como forma de lembrar o Dia das Crianças, comemorado no último dia 12. “Queremos sensibilizar a população para que preste atenção nessa realidade que parece ser invisível. Nas praias, tem muita criança trabalhando, vendendo CD, DVD, e até trabalhando com os pais nas barracas,” esclareceu. 

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O trabalho nas praias está na lista das piores formas de trabalho infantil, de acordo com Decreto Federal 6481 de 12/06/2008. Segundo Paulo Lago, isso pela exposição das crianças ao sol que pode gerar lesões físicas. 

Para Lago, ações educativas como estas são positivas para orientar a população. “São as campanhas que ajudam. Na década de 90 o número de crianças envolvidas em trabalho infantil era assustador, o que se percebe é uma diminuição. O trabalho infantil ainda é muito aceito pelo simples fato da população achar que é melhor eles estarem trabalhando do que roubando,” explicou. 

Além das praias, feiras, mercados, sinais e trabalhos domésticos estão entre os locais de maior incidência da violação do direito da criança e do adolescente. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), atualmente, 3,6 milhões de crianças trabalham no Brasil. Os casos mais graves estão no Norte e Nordeste onde se concentram 1,7 milhões deles.

Campanha Nacional – No dia 9 de outubro foi lançada a campanha nacional “É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente”. A iniciativa pretende sensibilizar a sociedade para a responsabilidade de cada um. A ação segue até o final do ano com mobilização nas redes sociais e nas cidades de São Paulo (SP), Salvador (BA), Teresina (PI), Belém (PA), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Fortaleza (CE). Em caso de exploração do trabalho infantil a população pode denunciar no disque 100. 

Apesar dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada na última sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontarem pequenos avanços na área de educação, a melhoria é muito lenta para o patamar de qualidade em que o Brasil se encontra.

A opinião é da diretora executiva do Movimento Todos pela Educação (MTE), Priscila Cruz, advogada que atua na defesa da educação de qualidade há dez anos. Segundo ela, o critério usado pelo IBGE para definir analfabetismo não leva em conta o nível de proficiência dos alunos em leitura e escrita.

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“Alfabetização é muito mais do que escolarização. O IBGE olha os jovens e adultos com mais de 15 anos, aqueles que têm quatro anos ou mais de escolaridade já é considerado alfabetizado. Mas como a gente tem uma qualidade de educação muito ruim no Brasil, o que acontece é que tem muita criança de 11, 12 anos, jovem que está no ensino médio com 15, 17 anos, que ainda é analfabeto. Infelizmente isso ainda é uma realidade no nosso país”, explica Priscila.

Ela disse que uma das metas do MTE é que toda criança esteja plenamente alfabetizada aos 8 anos de idade, o que não ocorre atualmente. “A Prova ABC (uma parceria da Organização Não Governamental (ONG) Todos pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostrou que, das crianças de 8 anos no Brasil, só metade é plenamente alfabetizada. É um dado bem diferente daquele do IBGE. É diferente fazer a prova e testar ou perguntar quantos anos de estudo tem e ela ser considerada alfabetizada”.

Priscila admite que houve avanços. Porém, eles ocorrem muito devagar. “A gente vem melhorando só que num ritmo muito lento. Se a gente tivesse num patamar mais alto, melhorar lentamente não seria tão ruim. A gente está num patamar muito baixo e melhorando muito lentamente, vai demorar muito pra gente conseguir garantir o direito de todos os alunos a ter educação de qualidade”.

A diretora da ONG aponta que, apesar de 98,2% da população de 6 a 14 anos, correspondente ao ensino fundamental, estarem na escola, se for levado em conta desde a educação infantil até o ensino médio, o Brasil tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola. A situação é pior entre os adolescentes de 15 a 17 anos, que deveriam estar no ensino médio. Nessa faixa etária, a taxa de escolarização caiu de 85,2% em 2009 para 83,7% em 2011.

“O ensino médio vive uma crise de identidade: esses alunos não veem sentido nesse ensino médio, acabam evadindo, saem antes do tempo de se formarem e a gente está perdendo esses jovens. São jovens que, na sociedade atual, século 21, sociedade do conhecimento, não concluíram nem o ensino médio, é ter aí um extermínio de jovens”, alerta Priscila.

A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação lembra que existem experiências de outros países e também dentro do Brasil que apontam caminhos a serem seguidos para melhorar o  desempenho dos alunos.

“Acho que tem de investir em professor: eles são muito mais formados para serem teóricos da educação. Tem que ter um maior número de escolas em tempo integral, tem que ter avaliações que realmente ajudem os gestores a formularem suas políticas e incorporar a avaliação como ferramenta para avançar”.

O número de computadores com acesso à internet aumentou 39,8% nas residências brasileiras entre 2009 e 2011, tornando-se o bem durável que mais cresce no país. Em seguida, vêm os PCs sem conectividade (29,7%), e os telefones celulares (26,7%).  A TV ficou em quinto lugar, com 6,1%. 

Os dados foram registrados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada hoje pelo IBGE. Foram ouvidas 358.919 pessoas em 146.207 domicílios. 

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Segundo a pesquisa, o único bem durável que apresentou redução foi o rádio, com uma diminuição de 0,6%. 

Ainda segundo o levantamento, em 2011 aproximadamente 77,7 milhões de pessoas de dez anos ou mais declararam ter usado a Internet no período de três meses anteriores ao dia em que responderam a pesquisa. Número que representa um aumento de 15% em relação ao Pnad 2009. 

A região brasileira que mais teve aumento no número de internautas foi a Centro-Oeste, que ganhou 1 milhão de novos usuários. 

Telefonia Móvel

A pesquisa também mostrou que, com o crescimento da telefonia móvel, muitos brasileiros deixaram de usar as linhas fixas. De 61,3 milhões de domicílios, 89,9% contavam com algum tipo de telefone. Desse total, quase metade (49,7%) tinha apenas o celular. O número de residências que possuem apenas telefone fixo é bem baixo, apenas 3,5%. Mais de 36% dos participantes da pesquisa declararam ter ambos os tipos, enquanto 10,1% afirmaram não ter nenhum telefone.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) indica uma inversão da tendência histórica de aumento da afirmação da miscigenação na população brasileira. Entre 2009 e 2011, houve queda na participação de pessoas que se declaram pardas e aumento dos autodeclarados pretos.

Juntos, pretos e pardos se tornaram maioria no País a partir de 2008, segundo o IBGE. No entanto, os pardos continuavam crescendo até a última pesquisa, de 2009. Em 2011, houve aumento de 1,4 ponto porcentual dos pretos e redução de 0,4 ponto para brancos e de 0,9 ponto da população parda. Para especialistas ouvidos pela reportagem, é óbvia a influência de políticas afirmativas. No País, o maior contingente de pessoas que se declaram pretas está no Nordeste (10,5%). Já o de pardos fica na região Norte (67,9%) e o de brancos, no Sul (77,8%).

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"O que há de novo é o crescimento especificamente do preto em detrimento do pardo. O brasileiro não é burro. Isso vem acontecendo numa proporção exatamente simétrica à expansão das políticas de ação afirmativa fundadas no conceito de raça", avalia o professor da UFRJ Manolo Florentino, do departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). "No final das contas, vamos acabar tendo uma sociedade bicolor."

O economista Claudio Moura Castro e o sociólogo Simon Schwartzman concordam com a avaliação de que há influência de políticas afirmativas e campanhas de valorização da identidade étnica. "A definição de cor é muito volátil. Se fizerem cota para branco, vai aumentar a proporção de branco", diz Castro. Para ele, a explicação "mais óbvia" para a queda de pardos é a questão da identidade. Schwartzman avalia que, apesar de as cotas também beneficiarem os pardos, há uma campanha do movimento negro no sentido de que as pessoas se declarem pretas, e não pardas. "Assim, a dúvida não se instaura", completa Florentino.

O professor da UFRJ afirma que a tendência histórica verificada ao longo do século 20 era de "extinção" da categoria preto e de crescimento dos pardos, lembrando que, a rigor, pardos são também a mistura de brancos com indígenas. Ou seja, uma afirmação da miscigenação. "Agora, temos uma reversão disso. Ao invés de afirmar-se a miscigenação expressa através do crescimento do pardo, o que está se afirmando é a bipolarização da sociedade com o crescimento dos pretos", diz Florentino.

O professor da UFRJ considera válido o IBGE perguntar a cor e não a origem étnica. "Já se tentou pela origem étnica, o padrão americano, e isso redundou em respostas que majoritariamente apontavam para nacionalidade", diz.

A Pnad mostra que, da população desocupada no País em 2011, 57,6% eram pretos ou pardos. O porcentual aumentou em relação a 2009, quando era de 56,2%.

O IBGE mudou a faixa de idade da população em idade ativa na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011. Pela primeira vez, a população considerada em idade economicamente ativa passou de 10 anos ou mais para 15 anos ou mais. Segundo os técnicos do IBGE, a mudança não interfere nos resultados da pesquisa, porque as crianças de 10 a 14 anos não têm representatividade na força de trabalho do País.

"Passamos a população em idade ativa de 10 anos ou mais para 15 anos ou mais, mas, em termos de alteração de resultado, é muito pouco. Mas a mudança é para ter uma comparação internacional mais fácil, é um parâmetro internacional", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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Nova versão

O IBGE deixará de apurar no ano que vem a versão anual da PNAD. A pesquisa tradicional será substituída pela PNAD contínua, com divulgações completas a cada trimestre e mais enxutas a cada mês, com dados relativos apenas à desocupação. O IBGE divulgou a PNAD referente a 2011 e prepara-se para a versão 2012 da pesquisa, a última a ser divulgada no formato atual, que será conhecida em setembro do ano que vem.

"Desde outubro de 2011, a implantamos a Pnad contínua, que passará a fazer, mensalmente, o que a Pesquisa Mensal de Emprego faz. Então teremos trimestralmente uma divulgação mais agregada, com mais informações, e, mensalmente, o que a PME faz, os dados sobre desocupação", explicou Azeredo.

Segundo ele, a intenção é dar mais abrangência territorial aos dados do emprego e tornar mais dinâmica a divulgação das informações levantadas pela Pnad. "A grande crítica em relação à PME é não ser uma pesquisa nacional. E a maior crítica à Pnad é que ela não ter divulgações periódicas", lembrou o gerente do IBGE.

A PME no formato em que é divulgada atualmente abrange apenas seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A pesquisa será divulgada no formato atual até dezembro de 2013. "A Pnad contínua pode começar a ser divulgada antes do fim da PME", completou o pesquisador.

De acordo com Azeredo, o novo formato de divulgação das informações sobre o emprego no País terá dados do nível de ocupação e a taxa de ocupação. "As informações sobre o rendimento estamos estudando ainda (se serão divulgadas mensalmente)", disse.

A concentração de renda no País voltou a diminuir em 2011. A renda média mensal dos trabalhos brasileiros subiu 8,3% em relação a 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, de forma geral, os salários dos mais pobres aumentaram mais do que os salários dos mais ricos.

O rendimento médio do trabalhador ocupado passou de R$ 1.242,00 em 2009 para R$ 1.345,00 em 2011, com aumentos registrados em todas as regiões. A maior elevação nos rendimentos de trabalho no período (29,2%) foi observada para os 10% da população com menor renda, na faixa de R$ 144,00 para R$ 186,00. Segundo o IBGE, conforme a faixa de renda aumentava, diminuía o ritmo de crescimento do rendimento. "Os maiores aumentos ocorreram, de forma geral, nas faixas de rendimento mais baixas", disse Maria Lucia Vieira, gerente da PNAD.

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Como resultado, o Índice de Gini para os rendimentos de trabalho no Brasil recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011. Quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição de renda.

A Região Norte foi a única a verificar aumento na concentração de renda no período. O Índice de Gini local avançou de 0,488, em 2009, para 0,496, em 2011. O resultado equivale a dizer que, em geral, a desigualdade diminuiu no Brasil, mas aumentou no Norte do País.

"Os mais pobres ganharam mais do que aqueles que têm rendimento mais elevado. Mas, na Região Norte, o Gini aumentou porque, além dos maiores aumentos terem sido nas duas últimas faixas de renda (as mais altas), a classe com rendimento mais baixo ainda teve uma pequena redução no rendimento", acrescentou Maria Lucia.

Embora o Índice de Gini nacional venha melhorando, os 10% da população ocupada com renda mais elevada ainda concentraram 41,5% do total dos rendimentos de trabalho em 2011. Em 2009, os 10% da população com maior renda concentravam 42,5% dos rendimentos pagos aos trabalhadores brasileiros.

"A concentração de renda melhorou em relação a 2009, porém, mais de 40% do rendimento ainda são concentrados nos 10% da população com renda mais elevada", lembrou a gerente da pesquisa.

A renda média mensal dos domicílios particulares permanentes foi estimada em R$ 2.419,00 em 2011, um aumento real de 3,3% em relação a 2009, quando era de R$ 2.341,00. Na comparação entre homens e mulheres, a renda média mensal dos homens ocupados foi de R$ 1.417,00 e a das mulheres ficou em R$ 997,00, ou seja, as mulheres recebiam 70,4% do rendimento de trabalho dos homens. Em 2009, essa proporção era de 67,1%.

A taxa de desemprego atingiu a mínima histórica em 2011, 6,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Essa taxa não é comparável à da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do mesmo instituto, que faz o levantamento apenas de seis regiões metropolitanas do País. Em 2011, a taxa de desemprego média da PME foi de 6%. A partir de 2014, a PME passa a ser substituída pela Pnad Contínua, com o levantamento nacional.

O número de desempregados despencou 19,3% no País, de 8,216 milhões em 2009, quando foi divulgada a última pesquisa, para 6,627 milhões em 2011. "De 2008 para 2009, houve um avanço grande na desocupação por causa da crise internacional. Por isso temos agora uma redução de 1,6 milhão de pessoas na desocupação", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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A queda no número de desocupados alcançou dois dígitos em todas as regiões brasileiras na passagem de 2009 para 2011: Norte (-13,8%), Nordeste (-13,0%), Sul (-28,2%), Sudeste (-21,3%) e Centro-Oeste (-24,0%). "Essa queda grande (no número de desempregados) é por causa do aumento que teve lá atrás depois da crise", afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da PNAD.

A taxa de desemprego também teve redução em todas as regiões do País no período: Norte (de 8,2% em 2009 para 6,9% em 2011), Nordeste (de 8,9% para 7,9%), Sul (de 5,9% para 4,3%), Sudeste (8,8% para 7,0%) e Centro-Oeste (de 7,7% para 5,8%). A taxa nacional de desemprego vinha recuando desde 2005, mas, com o advento da crise econômica externa, houve retração no número de vagas em 2009. A taxa de desemprego, que ficou em 7,1% em 2008, tinha aumentado para 8,2% naquele ano.

Outro avanço no mercado de trabalho foi o salto na formalização do emprego. O número de pessoas ocupadas com carteira assinada no setor privado subiu 11,8% em 2011 ante 2009, o equivalente a 3,6 milhões de novos empregos formais. O contingente de trabalhadores com carteira foi estimado em 33,9 milhões, uma fatia de 74,6% dos empregados do setor privado (contra 70,2% verificados em 2009).

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