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A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,9% no trimestre encerrado em abril deste ano. Os dados pertencem à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em janeiro, a taxa havia ficado em 12,2%. Em abril de 2017, ela foi de 13,6%. O contingente de desempregados chegou a 13,4 milhões no trimestre encerrado em abril deste ano. Isto representa um aumento de 5,7% em relação aos 12,7 milhões de desocupados registrados no trimestre encerrado em janeiro.

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Na comparação com abril de 2017, no entanto, houve uma queda de 4,5% na massa de desempregados, já que o período registrava 14 milhões de desocupados no país.

A população com carteira assinada chegou a 90,7 milhões no trimestre encerrado em abril deste ano, 1,1% menor do que no trimestre encerrado em janeiro (91,7 milhões), mas 1,7% acima do trimestre encerrado em abril do ano passado (89,2 milhões).

Os trabalhadores por conta própria (23 milhões de pessoas) permaneceram estáveis em relação a janeiro e cresceram 3,4% na comparação com abril do ano passado.

Em 2017, 84,4% da população com idade a partir de 14 anos realizava afazeres domésticos em casa ou em endereços de parentes, o que correspondia a 142,4 milhões de pessoas. Os dados integram o estudo "Outras Formas de Trabalho - 2017", divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).

As informações indicam, porém, a diferença de 15,3 pontos percentuais nas taxas de afazeres domésticos entre homens e mulheres. Enquanto 91,7% das mulheres faziam essas atividades, a proporção era de 76,4% entre os homens durante o mesmo período. Se comparado com o ano de 2016, a diferença era menor: 4,5 pontos percentuais.

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A maior taxa de afazeres domésticos na própria casa ou em domicílio de algum parente, por idade, ocorreu no grupo de 25 a 49 anos, onde o percentual atingiu 88,4%, seguido pelo grupo de 50 anos ou mais de idade, com 85,6%.

No ano de 2017, o Brasil ainda tinha até 5% da população trabalhadora com rendimento médio mensal de apenas R$ 47. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado representa ainda uma queda drástica em relação aos R$ 76 recebidos no ano anterior, o equivalente a uma redução de 38%.

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Ao mesmo tempo, houve queda no porcentual de domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família, que passou de uma fatia de 14,3% em 2016 para 13,7% em 2017. Apesar da queda, as regiões Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) permaneceram com maiores porcentuais de beneficiários.

Os domicílios que recebiam o Bolsa Família tinham renda média mensal real per capita de apenas R$ 324 no ano passado. Nos lares que não possuíam necessidade do benefício de transferência de renda do governo, o rendimento médio por habitante subia a R$ 1.489.

Em 2017, 60,2% da população brasileira, ou 124,6 milhões de pessoas, tinham algum tipo de rendimento, sendo 41,9% (86,8 milhões de indivíduos) provenientes de todos os trabalhos e 24,1% (50,0 milhões) originários de outras fontes.

Entre os rendimentos de outras fontes, o mais frequente era a aposentadoria ou pensão, recebido por 14,1% da população com alguma renda, seguido por pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (2,4%); aluguel e arrendamento (1,9%); e outros rendimentos (7,5%), categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) e poupança, entre outros.

O rendimento médio de todas as fontes foi de R$ 2.112 em 2017. O rendimento médio real efetivo de todos os trabalhos alcançou R$ 2.237, enquanto a renda média mensal real apenas de outras fontes foi de R$ 1.382. A renda média obtida por aposentadoria ou pensão foi de R$ 1.750.

723 mil. É essa a quantidade de pessoas desempregadas em Pernambuco. O número equivale a 17% da população do Estado. É a segunda maior taxa de desemprego no Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são referentes a 2017. Pernambuco fica apenas atrás do Amapá, com 17,7% desocupados.  

Para driblar o desemprego, milhares de pessoas encontram no comércio informal uma alternativa de renda. Com uma rotina incerta nas ruas ou no transporte coletivo, os chamados vendedores ambulantes apostam na criatividade para conseguir conquistar os clientes. Os produtos são variados e vão de chocolate, água, sorvete e caldo de cana até fone de ouvido e carregador de celular. 

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Acostumado a recolher os lixos da cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, função que desempenhou por mais de 15 anos, o gari Aécio Flávio da Silva, 45 anos, foi demitido há um ano e meio. Responsável pelo sustento da esposa, que também está desempregada, e dos três filhos, Aécio se viu sem saída ao buscar emprego e não encontrar. Encontrou no trabalho informal uma solução temporária ao desemprego. 

São mais de 12 horas de trabalho por dia vendendo água. Áecio consegue vender, em média, 120 garrafas diariamente, cada uma a R$1. “Eu ganhava mais como gari, mas o que posso fazer, né? preciso alimentar a minha família e não posso ficar sentado esperando”, afirma.  

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De acordo com o IBGE, desde 2015 a taxa de desocupados em Pernambuco só cresce. Ainda segundo o Instituto, a taxa de desemprego do Brasil tem caído, mas mais de 13 milhões de pessoas ainda continuam desempregadas. 

Persistente, o vendedor ambulante Leonardo Oliveira, 29 anos, está desempregado desde 2012 e, de lá pra cá, rotineiramente visita a Agência de Empregos de Abreu e Lima, no Grande Recife, na esperança de ver a sua carteira de trabalho assinada novamente. São seis anos de uma espera que tem ficado ainda mais amarga com a aproximação da chegada do seu primeiro filho, que nasce em junho. “Continuo em busca de um emprego e não vou desistir, mas tive que encontrar essa outra opção para poder sustentar minha casa e meu filho que já já vai nascer. Fico muito preocupado com essa situação toda”, revela. 

Pilotando uma ‘moto-lanchonete’ pelas ruas de Paulista, Victor Vinícius Santana, 21 anos, vende coxinha, empada, pastel e caldo de cana. Técnico em informática, Victor teve a carteira assinada por dois anos e há três meses foi demitido. Vender os lanches na rua surgiu como opção e ele agarrou a oportunidade. “Eu estava numa situação muito difícil, então aceitei esse trabalho. É mais cansativo e trabalho mais, mas não posso ficar parado. Tá dando para se virar. Também faço alguns bicos nas horas vagas”, conta. 

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O LeiaJa.com entrou em contato com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação (Sempetq), mas não obtivemos resposta. 

O Brasil fechou 2016 com 116 milhões de pessoas conectadas à internet, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C) divulgada, nesta quarta-feira (21), pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, mais de 30% das residências do país ainda estão desconectadas. A maior quantidade de famílias offline foi registrada no Nordeste.

Em 2016, 8 milhões de domicílios nordestinos ainda não possuíam acesso à rede. Na região, o percentual de casas com internet era de apenas 56,6%, mais de dez pontos percentuais abaixo da média nacional. O maior índice de inclusão digital foi registrado no Sudeste, onde 76,7% dos lares tinham o serviço.

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Os dados da pesquisa levam em consideração o uso da internet por computador, celular ou tablet. O total de pessoas conectadas do país em 2016 equivale a 64,7% da população com 10 anos ou mais de idade. Entre os que acessaram a rede no ano, 94,2% usaram aplicativos e redes sociais para troca de mensagens de texto, voz ou imagens.

A segunda finalidade mais citada foi assistir a vídeos, programas, séries e filmes (76,4%), conversar por chamada de voz ou vídeo (73,3%) e enviar ou receber e-mail (69,3%). O estudo mostra ainda que 94,6% dos usuários se conectaram pelo telefone celular.

Segundo o IBGE, nos domicílios em que não havia utilização da internet, os motivos alegados para não a usar foram - falta de interesse (34,8%), serviço de acesso era caro (29,6%), nenhum morador sabia usar (20,7%), serviço de acesso não estava disponível na área (8,1%), equipamento necessário era caro (3,5%) e outro motivo (3,3%).

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Divulgada nesta quarta (21), pela primeira vez, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2016: acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal confirma o que foi sinalizado por outros estudos do órgão. O acesso à internet, a substituição de TVs de tubo e a posse de celular são tendências crescentes no país. A pesquisa abrangeu 211.344 domicílios particulares permanentes em 3,5 mil municípios.

Realizada no último trimestre de 2016, a sondagem apurou que - de 69,3 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil - apenas 2,8%, ou 1,9 milhão, não tinham televisão, com destaque para o Norte do país, onde o percentual é o mais elevado (6,3%).

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Por outro lado, no total de 67,373 milhões de domicílios com televisão no Brasil, existiam 102.633 milhões de televisões. E 63,4% eram de tela fina e 36,6% de tubo, com o primeiro tipo em 66,8% dos domicílios e o segundo, em 46,2%.

Os maiores percentuais foram encontrados para televisão de tela fina nas regiões Sudeste (73,8%), Sul (71,1%) e Centro-Oeste (69,1%). No Nordeste, os percentuais ficaram equiparados: 54,2% dos domicílios tinham TV de tela fina e 54,3%, televisores de tubo.

A gerente da pesquisa do IBGE, economista Maria Lúcia Vieira, disse à Agência Brasil que a tendência é ir diminuindo a presença de televisões de tubo nas casas dos brasileiros porque já não se fabricam mais esses aparelhos. Eles estão sendo substituídos por TVs de tela fina, tipo LED, LCD ou plasma.

O poder aquisitivo dos habitantes do Sudeste, Sul e Centro-Oeste explica o maior percentual de domicílios com televisões de tela fina nessas regiões. “Porque são televisões mais recentes, mais novas, mais caras”, justificou a pesquisadora.

Sinal digital para televisão aberta

No quarto trimestre de 2016, o Brasil tinha 37,6 milhões de televisões de tubo, que necessitariam de adaptação para receber o sinal digital de televisão aberta. O acesso ao sinal digital ocorreria por meio de televisões novas de tela fina, que já estão vindo com conversor integrado, ou adaptando conversores nas TVs de tubo.

Outras alternativas são ter TV por assinatura que forneça sinal digital ou possuir antena parabólica. Maria Lúcia lembrou que, recentemente, foram distribuídos gratuitamente no Rio de Janeiro aparelhos conversores para famílias que recebem o Bolsa Família.

Considerando todos os domicílios que não têm TV com conversor, com antena parabólica ou por assinatura, chega-se a 7 milhões de domicílios. Maria Lúcia disse que se o sinal analógico fosse desligado, esses domicílios estariam descobertos.

“Seriam, aproximadamente, 6,9 milhões de domicílios, o que corresponde a 10,3% do total de endereços com televisão”. Esses domicílios não têm alternativa para não ficar no apagão caso ocorra o desligamento do sinal analógico. “É a população alvo das políticas do governo”, disse.

A pesquisa mostra, ainda, que, enquanto a média no Brasil quanto à forma de recepção do sinal de televisão por antena parabólica e por serviço de televisão por assinatura estava praticamente equiparada àquela época (34,8% e 33,7%, respectivamente), o mesmo não ocorria nas regiões brasileiras.

As regiões Norte e Nordeste apresentavam percentual muito maior de recepção do sinal de TV por antena parabólica (41,1% e 48,2%) do que de TV por assinatura (21% e 18,4%). Já no Sudeste, constatou-se o contrário: 44,8% dos domicílios com televisão recebiam o sinal por serviço de TV por assinatura contra 24,8% por antena parabólica.

“Isso tem a ver com a infraestrutura da região porque a estrutura para montar antena parabólica é mais barata que TV a cabo”, observou a economista do IBGE, em relação aos resultados observados no Norte e Nordeste. A isso se soma a questão da renda mais baixa nessas regiões.

Computador atinge 45,3% dos domicílios permanentes

O estudo do IBGE constatou a existência de microcomputadores em 45,3% dos domicílios particulares permanentes e somente 15,1% com tablet, o que equivale a um terço dos primeiros. “Mas comparando as regiões Norte/Nordeste com Sul/Sudeste, são patamares bastante diferentes”, observou Maria Lúcia.

No Sul/Sudeste, 53,5% e 54,2% dos domicílios, respectivamente, tinham computadores, enquanto no Norte e no Nordeste esses números não chegavam a 30%. “Também tem a ver com a questão do preço do equipamento mais caro”, completou.

Em termos de telefones nas casas, a pesquisa revelou que alcançava 33,6% o total de domicílios com telefone fixo convencional em 2016. Esse número sobe para 92,6% quando se trata de telefone móvel celular. A pesquisadora destacou que o acesso à internet, em todas as regiões, era feito por meio do celular.

“Mais de 90% das pessoas que acessam a internet usam o celular. E é maior a questão do acesso por celular no Norte (98,8%) e Nordeste (97,8%), porque é onde não tem o microcomputador”.

Quando se analisa a finalidade de utilização do celular para acessar a internet, verifica-se que o principal motivo citado pelas pessoas foi para enviar mensagens de texto e vídeo por aplicativos diferentes de e-mail, totalizando 94,2%. Em seguida, com 76,4%, vem a finalidade de assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes. Para isso, contribuem alguns fatores, como a portabilidade, isto é, a pessoa carrega o celular com ela, além da praticidade de dar respostas rapidamente.

Mensagens de texto por celular

No conjunto de 179,424 milhões de pessoas de dez anos de idade ou mais no Brasil, 64,7% usaram a internet nos três últimos meses que antecederam ao levantamento no domicílio, sendo 65,5% mulheres e 63,8% homens. “Quase todo mundo que utiliza o celular para acessar a internet o faz para enviar e receber mensagens de texto”.

A parte da população que dispunha de celular para uso pessoal com acesso à internet foi mais elevada no contingente ocupado (83,2%) do que no não ocupado (71,1%). O mesmo ocorreu em relação ao nível de instrução. No grupo sem escolaridade, o indicador situou-se em 43,6%. Já no grupo com ensino superior completo, alcançou 97,5%.

“As atividades que estão mais relacionadas com estudo, com pesquisa, com maior escolaridade são os grupamentos com maior percentual de pessoas que acessavam a internet”, disse.

Para o Brasil, os dois motivos mais citados para a não utilização da internet foram não saber usar (37,8%) e falta de interesse em acessar (37,6%). Nas regiões Sudeste e Sul, que têm estrutura etária mais envelhecida, a principal razão alegada foi a falta de interesse, superior a 40%.

Já nas regiões Norte e Nordeste, com população mais jovem e que acessa mais a internet, o motivo principal alegado foi não saber usar a rede, correspondendo a 33,7% e 40%, respectivamente. No Nordeste, a explicação é que o serviço de acesso à internet é caro (16%). “A questão do preço parece ter um efeito negativo para a região”, afirmou Maria Lúcia.

Em todo o país, no período pesquisado, 41,104 milhões de brasileiros não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o equivalente a 22,9% da população com dez anos ou mais. As justificativas apresentadas, como aparelho telefônico caro (25,9%), falta de interesse em ter celular (22,1%), usar o aparelho de outra pessoa (20,6%) e não saber usar o telefone móvel celular (19,6%) somaram 88,2%, segundo o IBGE.

Já na Grã-Bretanha, a falta de interesse e desconhecimento constituem a principal razão para a ausência de acesso à internet (64%), seguida da falta de habilidades (20%), de acordo com dados fornecidos pelo coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

No Chile, os principais motivos para não ter internet no domicílio são a pouca relevância, que atingiu 62% na área urbana, seguido pela usabilidade (66,8% na área rural) e custo do serviço (acima de 22%, tanto na cobertura urbana como rural).

O telefone móvel celular para uso pessoal cresce até a faixa entre 25 anos e 29 anos de idade, em torno de 88,6%, e depois começa a reduzir. No caso do acesso à internet, Maria Lúcia informou que o maior percentual foi encontrado no grupo de 18 anos a 19 anos de idade. A gerente da pesquisa concluiu que as pessoas estão cada vez migrando mais para acessar a internet pelo celular, embora continuem acessando pelo computador também. “A facilidade favorece isso. O celular está à mão”, finalizou.

Foi divulgada nesta quinta-feira (21), a taxa de analfabetismo do país. Segundo o IBGE, o Nordeste apresentou o maior índice (14,8%), o que chega a ser quase quatro vezes maior do que as taxas estimadas para o Sudeste (3,8%) e o Sul (3,6%).

Em 2016, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Brasil foi estimada em 7,2% (11,8 milhões de analfabetos). Esse percentual apresentou relação direta com a faixa etária, aumentando à medida que a idade avançava, até atingir 20,4% entre as pessoas com mais de 60 anos.

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A meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, previa a redução da taxa de analfabetismo para 6,5%, em 2015 no país, o que não foi alcançado, conforme mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2016, divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Norte, a taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. A meta 9 do PNE para 2015 só foi atingida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Já a taxa de analfabetismo para as pessoas pretas ou pardas (9,9%) - nomenclatura usada pelo IBGE - foi mais que o dobro da observada entre as pessoas brancas (4,2%) em todas as regiões do país.

Para a analista do IBGE Marina Aguas, as políticas públicas de redução do analfabetismo devem focar as regiões Norte e Nordeste. No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 7,4% e para as mulheres, 7%.

De acordo com a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Helena Oliveira Monteiro, a pesquisa mostra a continuidade das diferenças regionais e a desigualdade por cor ou raça. “Historicamente, pessoas brancas têm mais acesso à escola. Isso está associado à renda, que produz maior oportunidade de acesso ao ensino”, disse a pesquisadora.

Nível de instrução

No Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais tinham até o ensino fundamental completo ou equivalente em 2016; 26,3%, o ensino médio completo, e 15,3%, o superior completo.

Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução são significativas: enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo. Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas tinham esse nível de instrução, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%.

No ano passado, o número médio de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais foi oito. As regiões Nordeste e Norte ficaram abaixo da média nacional, com 6,7 anos e 7,4 anos respectivamente, enquanto as regiões Sul (8,3 anos), Centro-Oeste (8,3 anos) e Sudeste (8,8 anos) situaram-se acima da média.

*Com informações da Agência Brasil

Apesar da evolução ao longo das últimas décadas, o Brasil ainda apresenta um quadro de desigualdade extrema. Em 2016, 1% da população de trabalhadores brasileiros com maior poder aquisitivo ganhava 36,3 vezes mais do que os 50% que ganham os menores salários. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na fatia dos 1% mais abonados, formada por apenas 889 mil pessoas, a renda do trabalho média mensal era de R$ 27.085. O rendimento médio dos 50% que recebiam os piores salários ficou em apenas R$ 747, abaixo do salário mínimo. Se considerados os 5% brasileiros com menores salários, a renda média era de míseros R$ 73 mensais. Segundo o IBGE, 4,445 milhões de trabalhadores estão nessa condição.

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"O Brasil é um dos países onde a desigualdade é das maiores do mundo, é uma das grandes mazelas. País nenhum vai crescer com base numa plataforma tão desigual", declarou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Renda per capita

Quando considerados os dados de renda per capita de todas as fontes, e não apenas o rendimento do trabalho - nesse cálculo, a renda disponível é dividida por todos os moradores do domicílio, incluindo os que não trabalham -, a situação é ainda mais grave. A renda média mensal per capita dos 5% brasileiros com menor poder aquisitivo era de apenas R$ 47,00 em 2016. A pobreza era ainda mais aguda no Norte e Nordeste, com R$ 38,00 e R$ 33,00, respectivamente.

O rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 1.242, contra uma renda média de R$ 2.149 se considerados apenas os trabalhadores. As regiões Norte e Nordeste apresentaram o menor valor: R$ 772, em ambas as regiões. A Região Sudeste teve o maior rendimento médio, R$ 1.537.

Índice de Gini

Com isso, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi estimado em 0,549 em 2016, pior do que o Gini com base no rendimento do trabalho, de 0,525. O indicador mede a desigualdade de renda - numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos. No Nordeste, o Gini da renda domiciliar per capita foi de 0,555. No Sul, ficou em 0,473.

"Quanto mais desigual a região, mais alto é o Índice de Gini. Então a região mais desigual é o Nordeste, sem dúvida, como já vinha sendo mostrado pela Pnad", lembrou Azeredo.

Perfil

Do total de 205 milhões de habitantes do Brasil em 2016, 124,4 milhões tinham algum tipo de rendimento, sendo que 87,1 milhões eram remunerados pelo trabalho que exerciam e 49,3 milhões recebiam renda obtida através de alguma outra fonte, fosse aposentadoria e pensão; aluguel e arrendamento; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador; ou outros rendimentos, categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança etc.

Em 2016, 13,9% da população recebia aposentadoria ou pensão; 2,4%, pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador; 1,8%, aluguel e arrendamento; enquanto 7,7% recebiam outros rendimentos.

O rendimento proveniente de aposentadoria ou pensão foi o mais elevado, em média (R$ 1.670), padrão observado em todas as regiões, sendo mais elevado no Centro-Oeste (R$ 2.064) e mais baixo no Norte (R$ 1.334). Os rendimentos provenientes de aluguel e arrendamento tinham valor médio de R$ 1.521; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador, R$ 516; e outros rendimentos, R$ 499.

A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita alcançou R$ 255,1 bilhões em 2016, mas os 10% mais bem remunerados detinham 43,4% desse bolo, fatia maior do que os 80% da população com os menores rendimentos (40,8%). Ou seja, apenas 12,4 milhões de pessoas ganhavam mais do que 99,2 milhões de brasileiros juntos.

Metade das crianças e adolescentes brasileiros, um contingente de 20,1 milhões de pessoas, realizava afazeres domésticos ou era responsável pelo cuidado de outras pessoas, como irmãos mais novos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2016 divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outras 716 mil crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos realizavam trabalho na produção para o próprio consumo da família.

Os afazeres domésticos ou cuidados de pessoas compõem uma definição mais ampla de trabalho infantil, dado que essas tarefas podem estar em conflito com a educação formal, sendo executadas em horário prolongado ou sob condições perigosas, segundo o IBGE.

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"Às vezes esse trabalho infantil fica disfarçado. É uma forma de tentar captar essas crianças que trabalham cuidando de irmãos mais novos, fazendo serviços domésticos. As famílias não veem como um trabalho, mas, às vezes, a criança fica o dia inteiro cuidando da irmã mais nova e não consegue estudar por isso", explicou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.

Entre as crianças e jovens que trabalhavam na produção para o próprio consumo, 91,6% estavam na escola. A desagregação por região mostra que o Norte tem os maiores porcentuais de crianças e adolescentes realizando trabalho na produção para o próprio consumo, seguido pelo Nordeste.

Das 20,1 milhões de crianças e adolescentes que realizavam trabalho relacionado com cuidados de pessoas ou afazeres domésticos (50,2% do total da população na faixa etária de 5 a 17 anos), 95,1% eram estudantes. No Sul e no Centro-Oeste, a proporção de jovens atuando em afazeres domésticos era maior do que a média nacional, com 60,5% e 55,1% do total da faixa etária, respectivamente.

A média de horas semanais destinadas a esse trabalho para uso final próprio (produção para o próprio consumo, afazeres domésticos e cuidados de pessoas), no caso das crianças, foi de 8,6 horas no Brasil em 2016. A região Nordeste foi a que apresentou maior tempo médio de dedicação a essas tarefas, 9,8 horas. "As crianças que já trabalhavam realizaram mais outras formas de trabalho do que as que não estavam ocupadas", disse Maria Lucia, gerente da Pnad.

Entre as crianças e adolescentes que estavam ocupadas em atividades econômicas, 72,3% também trabalharam simultaneamente na produção para o próprio consumo, afazeres domésticos e cuidados de pessoas.

O IBGE divulgou hoje (24) os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) que aponta que 47,2 milhões de domicílios no Brasil já estão pagos. Isso significa que do total de 69,2 milhões de moradias que existem no país, 68,2% estão quitadas e os donos possuem os respectivos títulos de propriedade.

As residências dos brasileiros estão divididas na pesquisa em casas (59,6 milhões ou 86%) e apartamentos (9,5 milhões). Os imóveis alugados representam 17,5% de todas as residências do país (12,1 milhões de moradias). Cerca de 143 mil domicílios figuram como invadidos na pesquisa.

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Outro dado analisado pelo levantamento é o acesso aos serviços básicos, como saneamento, lixo e energia elétrica. Dos 69,2 milhões de residências, 97,2% têm água canalizada, sendo que 85,8% são ligadas à rede geral de distribuição. O esgoto de 65,9% dos domicílios é ligado à rede e em 29,7% dos casos são utilizadas fossas particulares.

Também foram aferidos os bens e serviços de que essas residências dispõem. Em 92,3% as pessoas possuem telefones fixos ou móveis, 98% possuem geladeira, 97,4% têm TV e, em média, 63% possuem máquina de lavar. O automóvel está presente em 47,4% dos domicílios; a motocicleta em 21,8% dos lares e 10,4% dos domicílios têm ambos.

No critério de declaração de cor ou etnia, 95,9 milhões de pessoas se consideram pardas no Brasil. O número representa a maior parte da população brasileira: 46,7% do total. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).

A cor branca representa 44,2% do total populacional (90,9 milhões) e 8,2% se autodeclararam pretos (16,8 milhões).

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Em relação ao sexo, as mulheres representam 51,5% da população e os homens, 48,5%, não sendo observada alteração nesses percentuais entre 2012 e 2016, segundo o IBGE. Em 2012, o grupo de pessoas com 60 anos ou mais correspondia a 12,8% da população. Já em 2016, esse percentual subiu para 14,4%, o que evidencia o envelhecimento dos brasileiros. Por outro lado, a parcela de crianças de 0 a 9 anos na população residente passou de 14,1% para 12,9% no período.

A taxa de subutilização da força de trabalho no Brasil permaneceu estável no terceiro trimestre de 2017 (23,9%), ou seja,  houve alta de 0,1 ponto percentual (pp) diante dos 23,8% referentes ao segundo trimestre. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (17) pelo Instuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os números, no entanto, significam que 26,8 milhões de pessoos não têm um emprego adequado no país.

Segundo o IBGE, 18,5% - 19,2 milhões de pessoas - não trabalham totalmente de acordo com a legislação vigente no quesito jornada de trabalho e recebem descontos significativos no salário.

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No terceiro trimestre de 2017, as maiores taxas de subutilização foram verificadas na Bahia (30,8%);  no Piauí (27,7%); em Sergipe (25,2%); no Maranhão (24,9%); e em Pernambuco (24,5%). As  menores taxas foram registradas em Santa Catarina (8,9%); no Mato Grosso (12,0%); em Rondônia (12,2%); no Mato Grosso do Sul (12,8%); Paraná (13,0%); e Rio Grande do Sul (13,0%).

Taxa de subutilização: Serve para classificar os trabalhadores e é formada por três índices: desocupados (sem trabalho); subocupados (aqueles que trabalham menos de 40 horas); e força de trabalho potencial (pessoas disponíveis para várias funções sem especialização).

O número de pessoas que trabalham em empreendimentos de grande porte (com 50 trabalhadores ou mais) apresentou queda de 29% em relação a 2015. Os dados são do primeiro módulo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua 2012-2016) - Características Adicionais do Mercado de Trabalho, divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As informações da pesquisa ainda mostram que 26% da população ocupada, o que inclui empregadores; trabalhadores por conta própria; e empregados, trabalhava em empreendimentos de grande porte em 2016. Em 2012, eram no total 72,4 milhões de colaboradores em empresas grandes - número que saltou para 75 milhões em 2015 - vindo posteriormente a cair para os 73,7 milhões do ano passado – o último ano da pesquisa.

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De acordo com a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy, o objetivo desse primeiro módulo da pesquisa é exatamente o de “investigar algumas características que têm o perfil mais estrutural e menos conjuntural do mercado de trabalho no país, como os indicadores associados à filiação a sindicato, turno de trabalho, cooperativas de trabalho ou produção, registro no CNPJ e o tamanho do empreendimento”.

Pouco mais de 4,1 milhões de brasileiros entraram na faixa de pobreza no país em 2015, sendo que 1,4 milhão deles voltaram para a extrema pobreza no mesmo ano, informou o relatório "Radar IDHM 2015" nesta segunda-feira (14).

O relatório foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Fundação João Pinheiro.

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Segundo o estudo, a faixa de pobreza concentra "pessoas com renda domiciliar per capita inferior a um quarto de salário mínimo, de agosto de 2010". Já na extrema pobreza estão as pessoas com "renda domiciliar per capita inferior a R$ 70 em agosto de 2010".

"Os dados trazidos pelas PNADs mostram que houve redução na renda per capita da população brasileira (passando de R$ 803,36 em 2014 para R$ 746,84 em 2015) e ingresso de 4,1 milhões de pessoas na pobreza sendo que, deste total, 1,4 milhão de pessoas ingressaram na extrema pobreza. Esses dados alertam para a necessidade das políticas públicas voltadas ao crescimento do emprego e da renda, sem deixar de lado o combate à desigualdade", informa ainda o documento.

O texto ainda ressalta que o "Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil parou de crescer em 2015, mas ainda permanece na faixa de alto desenvolvimento humano, com 0,761".

Entre os motivos apontados pelos índices piores é o fato da crise econômica ter atingido fortemente a população naquele ano. "O estudo analisa três dimensões - Longevidade, Educação e Renda - e constata que 'a taxa média de crescimento anual do IDHM entre 2011 e 2015 foi de 0,8%, inferior à observada entre 2000 e 2010, que foi de 1,7%'".

O Radar IDHM usa informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o rendimento médio do trabalhador brasileiro ficou em R$ 2.109 no trimestre encerrado em maio de 2017. O valor permaneceu estável em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (R$ 2.102).

Em comparação com fevereiro, apenas os trabalhadores domésticos tiveram aumento no rendimento (1,5%). Na comparação com maio de 2016, apenas trabalhadores da agricultura e pecuária apresentaram alta de 7,8%. Os demais segmentos se mantiveram estáveis.

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A massa real de rendimentos (total recebido pelos trabalhadores) também permaneceu relativamente estável nas duas comparações – R$184,42 bilhões no trimestre encerrado em maio de 2017; R$ 183,07 bilhões em fevereiro de 2017; e R$ 182,07 bilhões em maio de 2016.

É comemorado hoje (12) o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Para enfatizar a data, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que houve redução de 18,2% no número de crianças e adolescentes em situação de exploração entre 2014 e 2017, ou seja, de 3,3 milhões para 2,7 milhões de registros.

De crianças entre 10 e 14, a diminuição de trabalhadores infantis foi de 20,1%. Entretanto, entre crianças de 5 a 9 anos, houve aumento de 12%, principalmente em áreas rurais das regiões Norte e Nordeste. “É inaceitável que crianças de 5 a 9 anos estejam trabalhando. A expressiva maioria delas trabalha com as próprias famílias no cultivo de hortaliças, cultivo de milho, criação de aves e pecuária. São recortes que conhecidos e analisados obrigatoriamente devem subsidiar decisões políticas ou implementação de ações e programas que deem uma resposta a essa grave situação.”, disse a socióloga e secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti) Isa Oliveira.

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Entre 2006 e 2015, 63.846 crianças e adolescentes foram afastados do trabalho depois de 46.984 ações de fiscalização. “Isso demonstra que as políticas adotadas pelo ministério têm surtido efeito e as operações realizadas pelas equipes, que retiraram 63,8 mil crianças e adolescentes do trabalho, precisam ser incentivadas”, enfatizou o ministro do trabalho, Ronaldo Nogueira. 

Por Sarah Abrão e Caroline Nunes

Do total de 94,4 milhões de trabalhadores no Brasil, 18,4 milhões são sindicalizados, o que corresponde a 19,5%. Esse é o maior percentual desde 2004. É o que aponta o suplemento Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização, que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O trabalho foi feito em parceria com o Ministério do Trabalho e Previdência Social e com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O objetivo do levantamento foi obter informações abrangentes sobre a densidade sindical no Brasil, “haja vista sua importância para a ampliação e o fortalecimento da democracia e, consequentemente, o desenvolvimento social no país”, diz a publicação. O tema sindicalização foi abordado com o público de 16 anos ou mais que estava ocupado na semana de referência.

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O IBGE destaca que, apesar de a população ocupada ter diminuído 3,8% de 2014 para 2015, ou 3,7 milhões de trabalhadores, o número de sindicalizados aumentou 11,4% (ou 1,9 milhão de pessoas a mais). O maior percentual de trabalhadores sindicalizados está no setor de atividades industriais, com 36,8%, seguido de educação, saúde e serviços sociais, com 30,2%. O menor percentual está nos serviços domésticos, com 4%, seguido da construção civil, com 9,3%.

Participação 

Dos sindicalizados, 57,7% eram associados a sindicatos de empregados urbanos e 50,8% disseram acreditar que o sindicato defende os direitos dos trabalhadores. No entanto, a participação nos sindicatos é baixa: 79,1% não usavam os serviços oferecidos pela entidade e 81,2% não iam às atividades promovidas.

Entre os que participam das atividades promovidas pelo sindicato, 76,8% vão às assembleias, 33% às manifestações, 56,3% participam de palestras, cursos e debates, 46,1% vão a eventos comemorativos e 26,9% participam das atividades de lazer ou esportivas.

Dos trabalhadores associados a sindicatos, 82,5% disseram que a entidade não participa de negociação ou dissídio coletivo. Dos sindicatos que participam de negociação com o empregador, 92,2% tratou de rendimento monetário, 56,9% de benefícios, 47,2% para treinamento, capacitação ou igualdade de oportunidade e de tratamento, 43% sobre jornada de trabalho e 40,4% sobre condições de saúde e segurança do trabalho.

Já entre os que utilizavam os serviços oferecidos pelo sindicato, 39,9% usaram o atendimento jurídico, 40,5% o atendimento médico ou odontológico e 20,3% os convênios com estabelecimento comercial ou de serviço. Do total, 93,6% não usavam os convênios com instituições de ensino, curso ou creche.

Não sindicalizados

Entre os trabalhadores não sindicalizados, que somam 83,1 milhões (80,9% do total), 26,4% disseram não conhecer o sindicato que representa a categoria, 23,6% disseram que a entidade não tinha serviços de seu interesse e 16,6% disseram não acreditar no sindicato ou que a entidade não representava seus interesses. Apenas 0,6% dos não associados participavam de atividades promovidas pelo sindicato.

O IBGE também analisou, na Pnad 2015, a fecundidade, nupcialidade, cuidados das crianças com menos de 4 anos, acesso à internet e telefone móvel para uso pessoal e acesso à televisão. Essas análises já foram divulgadas. Ainda será divulgado um suplemento sobre prática de esportes e atividades físicas. 

Em 2015, das 10,3 milhões de crianças brasileiras com menos de 4 anos, 25,6% (2,6 milhões) estavam matriculadas em creche ou escola. Entretanto, 74,4% (7,7 milhões) não frequentavam esse tipo de estabelecimento nem de manhã, nem à tarde.

Desse contingente de 7,7 milhões de crianças que ficavam em casa, 61,8% de seus responsáveis demonstravam interesse em matricular na creche, o que representa 4,7 milhões dos casos. O interesse do responsável em matricular a criança crescia com o aumento da idade, passando de 49,1% em crianças com menos de 1 ano e atingindo 78,6% entre as crianças de 3 anos.

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As informações constam do suplemento Aspectos dos cuidados das crianças de menos de 4 anos de idade, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgado hoje (29) no Rio de Janeiropelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, o percentual de crianças de menos de 4 anos cujos responsáveis tinham interesse em matriculá-las em creche ou escola diminuía nas classes de renda média domiciliar per capita mais altas.

“Nas classes sem rendimento a menos de ¼ do salário mínimo, essa proporção era de 61,5%, crescendo até a classe de ½ a menos de 1 salário mínimo (63,9%). A partir da classe de 1 a menos de 2 salários mínimos, verificava-se redução da proporção, com estimativa de 60,1%, chegando a 54,4% na classe de rendimento domiciliar per capita de 3 ou mais salários mínimos”, informa o documento.

Das 4,7 milhões de crianças de menos de 4 anos não matriculadas em creche ou escola, mas cujos responsáveis tinham interesse em fazê-lo, em 43,2% (2,1 milhões) dos casos os responsáveis tomaram alguma ação para conseguir uma vaga. Dentre as medidas adotadas, as mais recorrentes foram o contato com a creche, a prefeitura ou secretaria para informações sobre existência de vagas (58,7%) e a inscrição em fila de espera para vagas (37,3%).

A assistente administrativa Dayse Fernandes Bezerra Arruda, de 39 anos, busca uma vaga em creche municipal para seu filho de 6 meses desde o ano passado para poder voltar a trabalhar. Ela recorreu à Justiça para que a prefeitura do Rio de Janeiro matricule seu filho em uma creche.

“Estou com processo em andamento e até agora nada. Fiz a inscrição em cinco creches em bairros próximos de casa, mas ele não foi sorteado. Eu não tenho com quem deixá-lo. Meu marido trabalha. Uma creche particular é inviável, a mais barata está na faixa de R$ 1,5 mil. Vivemos de aluguel, é complicado pagar uma creche”, disse Dayse.

Plano Nacional de Educação

O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014, estabelece na sua primeira meta a universalização da educação infantil na pré-escola para crianças de 4 a 5 anos até 2016 e a ampliação da oferta de educação em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até 2024.

Segundo o IBGE, os dados de 2015 da Pnad mostram que a taxa de frequência de crianças de 4 a 5 anos na pré-escola está em 84,3%. No caso das crianças com menos de 4 anos, apenas 25,6% estavam em creches.

O PNE estabelece metas e estratégias para melhorar a qualidade da educação até 2024. As metas vão desde a educação infantil até a pós-graduação e incluem valorização dos professores e melhorias em infraestrutura.

Perfil das famílias

A Pnad 2015 estimou que os 10,3 milhões de crianças com menos de 4 anos no país correspondem a 5,1% da população brasileira. A presença de crianças desse grupo etário foi registrada em 13,7% dos domicílios.

Segundo a pesquisadora do IBGE Adriana Araújo Beringuy, o aspecto mais distintivo entre os domicílios foi o rendimento domiciliar per capita: a presença de crianças de menos de 4 anos é maior nas classes menos elevadas. “Quase 74% dos domicílios com crianças até 3 anos estavam nas faixas de rendimento domiciliar per capita até um salário mínimo. É perceptível que as crianças desse grupo etário estão em domicílios de renda mais baixa”, disse.

A mulher trabalha 5,4 anos a mais do que o homem ao longo de cerca de 30 anos de vida laboral, segundo simulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O trabalho extra é resultado dos afazeres domésticos. O cálculo foi feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Ipea, nesse período de aproximadamente 30 anos, as mulheres somam, em média, 22,4 anos de contribuição para a Previdência Social. Um total de 44,4% das mulheres às quais foram concedidas aposentadorias em 2014 atingiram até 20 anos de contribuição.

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A pesquisadora do Ipea Joana Mostafá explica que essas informações foram obtidas por meio de uma parceria que possibilitou o acesso a microdados do extinto Ministério da Previdência Social – atualmente Secretaria da Previdência Social, vinculada ao Ministério da Fazenda.

Segundo Joana, as interrupções na contribuição previdenciária feminina são causados por situações como desemprego, trabalho informal, afastamento do mercado de trabalho para cuidar dos filhos, entre outras. Com base nesse cenário, o Ipea lançou uma nota técnica na última semana na qual defende que as idades de aposentadoria de homens e mulheres devem ser diferentes.

“A princípio, a diferença [no sistema em vigor hoje, em que a mulher se aposenta cinco anos mais cedo que o homem] é justificada”, disse a pesquisadora. Atualmente, para se aposentar, o homem deve acumular 35 anos de contribuição e a mulher, 30. Há ainda a opção da aposentadoria por idade, que exige 15 anos de contribuição e idade de 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de reforma da Previdência, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, altera esse modelo e estabelece como condição para a aposentadoria no mínimo 65 anos de idade e 25 anos de contribuição para homens e mulheres. Um dos argumentos do governo para a mudança é que as mulheres vivem mais que os homens.

Acordo social

Segundo dados do IBGE, ao atingir os 65 anos, a mulher tem uma sobrevida 3,1 anos superior à do homem. Mas, para Joana Mostafá, usar a sobrevida como base para equiparação das aposentadorias está em desacordo com a função da Previdência. “O acordo da Previdência é um acordo social. Ele visa, entre outras coisas, compensar algumas desigualdades do mercado de trabalho”, afirma.

A pesquisadora destaca que outros fatos, além da jornada dupla de trabalho, distanciam a realidade feminina da masculina. “Estamos falando da desigualdade ocupacional, da diferença de salários e da taxa de desemprego, que é maior entre as mulheres do que entre os homens. A mulher poderia contribuir mais [para a Previdência] se não fossem essas dificuldades”, afirma.

A pesquisadora Luana Mhyrra, professora do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), corrobora dizendo que os sistemas nos quais os participantes ganham de acordo com o que poupam e com o tempo que contribuem são modelos de capitalização, diferentes da proposta previdenciária brasileira.

“Os fundos de Previdência complementar [privados] são exemplos de fundos capitalizados, que atualizam e capitalizam o dinheiro aplicado pelo contribuinte. Isso não se aplica ao RGPS [Regime Geral da Previdência Social] do Brasil, uma vez que quem contribui hoje não o faz para sua própria aposentadoria e sim para aqueles que já estão aposentados. Pensar que a mulher precisa contribuir mais porque vive mais é coerente quando se pensa em um fundo capitalizado”, ressalta.

Queda na desigualdade

De acordo com o governo, ao equiparar-se a idade de aposentadoria masculina e feminina, a desigualdade no mercado de trabalho tende a cair. Recentemente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a defasagem entre os salários de homens e mulheres acabará em até 20 anos.

A pesquisadora Joana Mostafá admite que tem havido uma redução na desigualdade de renda. Segundo ela, dados da Pnad apontam que em 1995 o rendimento da mulher equivalia a 55% do rendimento dos homens. Passados 20 anos, em 2015, esse percentual havia subido para 76%. Joana alega, entretanto, que a melhora não é verificada em outros indicadores. Ela cita como exemplo a participação da mulher no mercado de trabalho. “Desde 2005, está em 60%. Não se move”, afirma.

Em debate na Câmara dos Deputados, a assessora especial da Casa Civil da Presidência da República Martha Seiller disse que as justificativas para manutenção da diferença de idade mínima para aposentadoria entre homens e mulheres já não se sustentam como antigamente.

Martha lembrou que a pirâmide demográfica brasileira está cada vez mais desfavorável à manutenção de um sistema previdenciário equilibrado, já que a base jovem tem diminuído, devido à queda na taxa de natalidade, ao crescente número de idosos no topo, com o avanço da expectativa de vida. "Como é que esse sistema previdenciário sobrevive com uma mudança tão brusca na taxa de natalidade e expectativa de vida sem passar por mudanças?", questionou.

A assessora da Casa Civil disse que as regras de transição previstas na reforma para vigorar em 20 anos podem compensar as desigualdades ainda existentes. Ela acrescentou que a diferença de cinco anos é a maior entre os regimes de outros países que ainda consideram a necessidade de diferenciação.

O Brasil não atingiu a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que, em 2004, estipulou que, até 2015, 93,5% da população acima de 15 anos deveria estar alfabetizada. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que o IBGE divulgou nesta sexta-feira, 25, a taxa de analfabetismo estava em 2015 em 8%, ou seja, 1,5 ponto porcentual acima da meta.

A taxa de analfabetismo segue em tendência de queda no País, no entanto os avanços são lentos. O porcentual de analfabetos entre as pessoas com mais de 15 anos era de 11,5% em 2004 e passou a 8,3% em 2014.

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Para 2015, a diminuição no contingente de analfabetos foi de 800 mil pessoas.

O PNE foi lançado em 2004 para estipular diretrizes e estratégias para a política educacional no País na década 2004-2014.

Abertura da pesquisa

A pior taxa de analfabetismo está no Nordeste, com 16,2% da população; a mais baixa é verificada no Sudeste, 4,3%. Em todo o País, a redução dos índices esbarra na dificuldade de alfabetizar adultos acima de 40 anos, especialmente os idosos.

Entre as pessoas com mais de 40 anos, 30,8% não sabem ler nem escrever (em

2014, eram 32,3%). São brasileiros que não se alfabetizaram quando crianças e não foram atingidos por políticas públicas de ensino voltadas a adultos.

Já o número de anos de estudo está em 7,8 no Brasil, mais uma vez, com diferenças regionais: a média é de 8,5 anos no Sudeste e de 6,7 no Nordeste.

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