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Não é de hoje que o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) vem se mostrando insatisfeito com o rumo do seu partido, principalmente depois de ter se posicionado absolutamente contra o presidente Michel Temer (PMDB) - ao ponto de chegar a dizer que o peemedebista está “desmoralizado“ diante da opinião pública. Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJá, o tucano falou sobre as incertezas no cenário político, suas pretensões para 2018, comentou a condenação de Lula dizendo que ele não pode ser candidato a presidente, bem como alfinetou o governador Paulo Câmara (PSB).

Daniel garante que cumpre um papel de independência mostrando que, na política, é possível ser imparcial. “É preciso entender que a gente precisa ter independência e agir em defesa da população”, afirmou. Contou que o cargo que deve disputar neste ano é ainda uma dúvida ressaltando que não é “uma certeza absoluta” ser candidato a reeleição na Câmara dos Deputados e que está “observando os movimentos”.

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O ex-candidato a prefeito do Recife também falou que tem interesse em permanecer no PSDB, mas expôs que há dois pontos que devem ser considerados: a conversa que vai ter com o partido, bem como o “incômodo” que sente pela posição de muitos colegas de proximidade com o governo Temer. “Acho inaceitável ter dois pesos e duas medias”, alfinetou.

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O parlamentar opinou sobre o governo Paulo Câmara expondo que, de todas as forças que compõe a oposição, foi o único que sempre esteve contra o PSB. “Das forças de oposição de hoje, eu sou o único que nunca apoiou o PSB na vida”, garantiu. Para Daniel, a maior falha da gestão estadual tem sido na área da segurança pública. “É um governo que tem suas falhas, seus erros, a população tem um sentimento que o governador ele é uma pessoa que decide pouco, que termine tendo pouco comando ou pouco pulso, não é uma coisa boa”.

“Na área da saúde, mesmo no governo anterior, ia muito mal. Acho que o governo falha muito nessas duas áreas, que são essenciais. Na educação houve uma continuidade, até para não dizer que a gente está fazendo só a crítica, posso fazer até um elogio. Não que este governo tenha inovado na área da educação, mas aquilo que foi iniciado lá atrás com Marco Magalhães, no governo Jarbas, que criou as escolas de referência, as escolas em tempo integral, foi dado continuidade. Começou no governo Jarbas, passou pelo governo de Eduardo Campos e Paulo Câmara manteve”.

Daniel salientou que é necessário que a força da oposição se consolide no estado para escolher quem será o candidato que irá concorrer com Paulo Câmara de forma que possa construir seu programa de governo o mais breve possível. “Escolher um candidato ficha limpa e que consiga congregar forças”, destacou. 

Lula 

Nos últimos tempos, Daniel também tem falado abertamente sua opinião sobre a condenação de Lula. Questionado se acredita na prisão dele ou se o líder petista vai poder ser candidato na eleição de outubro, ressaltou que Lula não pode disputar a eleição. “Não só ele como Maluf e como Eduardo Cunha. Se você abre mão para que um condenado em segunda instância dispute a eleição, você vai abrir mão para todos os corruptos”, disse categórico.

O deputado declarou que sua questão não era com Lula. “É com qualquer outro que tenha cometido ato de corrupção e tenha sido condenado em segunda instância (...) se está condenado, pague a pena. A gente só quer candidato ficha limpa”. Após insistência sobre a opinião pessoal que tinha sobre o líder petista, ele respondeu acreditar que Lula errou, mas que “ninguém é todo mal e ninguém é todo bem”.

“Para mim está muito claro pelas provas que ele errou e merece ser punido. O que me preocupa é o processo do ódio. Cometeu um erro, vai ser punido, vai pagar na justiça como muitos pagaram. Há pessoas, talvez dos grandes partidos brasileiros, todos têm pessoas cumprindo pena. Não pode dar tratamento diferente para Lula. Ele tem que cumprir a lei e se cometeu o erro, ele tem que cumprir a pena como manda a legislação”, reiterou.

 

A um ano e sete meses do pleito eleitoral de 2016 as articulações e especulações para as disputas municipais nas principais cidades de Pernambuco estão a todo vapor. Nos bastidores conta-se, por exemplo, que o advogado Antônio Campos (PSB) pretende disputar a Prefeitura de Olinda. Em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, o irmão do ex-governador Eduardo Campos confirmou a pretensão de “entrar mais ativamente para a política”, mas não deu detalhes se isso aconteceria já no próximo ano. 

Detentor do legado do irmão e do avô, Miguel Arraes, durante a entrevista Campos avaliou a atual gestão de Olinda, destacou a falta que Eduardo faz ao atual cenário político brasileiro e comentou sobre o governo de Paulo Câmara (PSB). 

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Além de advogado, o socialista também é escritor e curador da Feira Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que acontece anualmente em Olinda. Nesta quinta-feira (12), ele inaugura a Casa da Leitura e do Livro Infantil de Olinda (CASA CLILO). A instituição sem fins lucrativos vai funcionar no Largo do Amparo, em frente ao Clube Vassourinhas.

Confira a íntegra da entrevista:

LeiaJá (LJ) - Como irmão de Eduardo Campos, a responsabilidade com a política é maior ou não? Sente-se sucessor ou herdeiro político do irmão?

Antônio Campos (AC)- O legado dele e de meu avô, Miguel Arraes, para falar dos que partiram, pertence à Nação, ao povo de Pernambuco, tamanho o volume de obras, realizações e gestos que desafiam o tempo. Ao povo, pertence este legado. 

LJ – Durante os últimos anos o senhor atuou mais nos bastidores da política e após a morte de Eduardo Campos afirmou que poderia entrar na vida política com mais ênfase. Pretende iniciar a vida pública disputando a prefeitura de Olinda?

AC - Poderei entrar mais ativamente na política, sim, me espelhando nesses dois (Eduardo Campos e Miguel Arraes) símbolos da vida pública do Brasil. Pretendo defender seus princípios, porque vejo neles um projeto de Nação.  

LJ - Como o senhor avalia a atual gestão de Olinda?

AC - Irei dialogar sobre isso com a população e as lideranças locais, mas Olinda precisa de um planejamento estratégico e de uma gestão moderna e agressiva na captação de recursos e na prestação de serviços à população.  Agregar o conceito de smart city ao de Patrimônio Cultural e Histórico da Humanidade.  

LJ - Defende a tese de que o PSB deve lançar candidatura própria na cidade?

AC - Creio que é assunto a ser discutido no PSB. Defenderei candidatura própria numa frente partidária.

LJ - Pretende abrir uma frente de diálogo com partidos com o PCdoB e o PT que já se colocaram na disputa?

AC - Sou um homem de diálogos e estarei sempre aberto a conversas em prol da boa gestão política para a cidade. 

LJ - Já se passaram quase sete meses da morte do ex-governador Eduardo Campos, como é que o senhor avalia a desenvoltura do PSB após a perda do líder?

AC - O PSB nacional continua firme em seus propósitos. O Brasil, como já anunciava Eduardo, enfrenta uma grave crise política e econômica. Ele queria unir o Brasil e liderar uma nova agenda para o país.  

LJ - Muitos socialistas estão criticando as posturas do presidente da legenda e a falta de espaço no governo Paulo Câmara. Como o senhor avalia isso?

AC - Paulo Câmara reúne boas qualidades, teve uma boa escola e é um homem inteligente. As escolhas dele, certamente, possuem embasamentos e motivações.  

LJ - A liderança de Campos na atual conjuntura do país, faz falta? De que forma?

AC - Faz muita falta nesta hora, eu diria, quase agônica de incertezas, em que vemos o nosso país em um delicado momento de crise e insatisfação geral.

LJ - Sobre as investigações do acidente do ex-governador: após a divulgação do laudo da Anaac, a família se contentou com as justificativas ou vão querer apurar mais o caso?

AC - Continuamos acompanhando, de perto, o trâmite das investigações. Recentemente, estive em São Paulo, onde fui ao Ministério Público Federal localizado no município de Santos.

LJ - O senhor vai inaugurar uma instituição sem fins lucrativos na cidade, não é? Qual será o mote da instituição? Onde funcionará?

AC - Ali, outro assunto não se discutirá, senão o primado do saber, do aprendizado, do amor à leitura, da inteligência e da cultura voltada para a comunidade local e moradores dos arredores. Em funcionamento desde 2012, a Casa Clilo funciona no Largo do Amparo. Hoje (12), no aniversário de Olinda, daremos início às atividades da Casa em 2015.

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