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Neste domingo (20), a quadrinista brasileira Mary Cagnin usou suas redes sociais para denunciar um suposto plágio de sua obra praticado pela Netflix. Em diversas publicações, a artista traça paralelos entre roteiro e estética de seu quadrinho Black Silence, publicado em 2016, com a série 1899, produzida pelo serviço de streaming. 

"Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas", escreveu a artista.

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De acordo com Cagnin, o plágio seria possível porque ela apresentou a obra em influentes feiras internacionais, a exemplo da Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia. "Participei de painéis e distribuí o quadrinho Black Silence para inúmeros editores e pessoas do ramo. Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês", explicou. 

A quadrinista também frisou que o Brasil ainda oferece poucas oportunidades para artistas que trabalham com a linguagem. "Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pela meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele", desabafou.

Esta quinta-feira (27) marca o aniversário de 65 anos do autor e ilustrador de Histórias em Quadrinhos (HQs), Frank Miller, conhecido por apresentar de maneira bastante satisfatória enredos tenebrosos e uma visão mais séria dos personagens trabalhados, entre eles, o “Demolidor” (1964) da Marvel e o “Batman” (1915) da DC.

Miller é um consumidor ativo de quadrinhos desde a sua infância e isso fez com que ele alimentasse o desejo de se tornar um quadrinista. Assim como muitos profissionais da área, o jovem iniciou sua carreira com curtas histórias para editoras como DC e Marvel, que tinha entre uma ou três páginas.

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Em 1979, Miller teve seu primeiro contato com o “Demolidor”, após ser convidado para desenhar o herói Peter Parker, nas edições 27 e 28 de “O Espetacular Homem-Aranha”, que na época, contaram com a participação especial do herói cego.

Após demonstrar um forte interesse pelo personagem, o jovem quadrinista assumiu os desenhos das HQs de o “Demolidor”, a partir da edição 158, de 1979. Em 1981, Miller também assumiu o roteiro das histórias, que não só agradou o público leitor, como também conseguiu bons números de vendas para as HQs do super-herói cego.

 O Cavaleiro das Trevas

Não foi apenas na Marvel que Miller deixou sua marca, pois em 1986 ele também escreveu e desenhou “O Cavaleiro das Trevas” para a editora DC Comics, obra que mostra um Batman já aposentado, que retorna a suas atividades como Homem-Morcego, após perceber que Gotham City estava tomada pela criminalidade.

A obra implementou todos os conceitos do Batman, que nos dias de hoje, são considerados essenciais para o personagem. Para o quadrinista Hugo Maximo, Miller foi responsável por mudar a maneira como o leitor enxerga um dos maiores super-heróis das HQs. “Embora nos quadrinhos, já se apresentava com ares mais sérios, para o público em geral, o Batman ainda era visto como o herói caricato, com o cinto de bugigangas dos anos 1960”, explica.

Em termos gerais, Maximo destaca que Miller apresentou o Batman que todos conhecem hoje. “O anti-herói sombrio e amargurado, a vingança encarnada, a justiça das ruas. Fato que acabou por influenciar centenas de milhares de outros anti-heróis, definindo o subgênero do vigilante urbano ao redor do globo”, afirma o quadrinista.

 As particularidades de Miller

Apaixonado pela ficção Pulp (narrativas que se caracterizam por possuir um exagerado nível de violência) e pelas obras Noir (produções que mesclam tons escuros com claros, com o predomínio dos primeiros), as páginas de Miller, segundo Maximo, se destacam por possuir diversas sombras, becos, luar e ângulos que até aquele momento, eram inéditos nos quadrinhos.

Maximo lembra que em o “Demolidor”, Miller brilhou tanto como roteiro, quanto na concepção das artes. “Miller forma a coluna vertebral do Homem Sem Medo, com elementos que ainda ecoam até hoje”, ressalta. Já em “O Cavaleiro das Trevas”, o quadrinista reforça que ele não apenas cristalizou o anti-herói da maneira como ele é conhecido hoje em dia, como também conseguiu trazer uma carga mais madura e dramática para as HQs de super-heróis.

Além disso, Maximo também pontua o livro de Miller “A Cidade do Pecado” (1992). “Em minha modesta opinião, nesta obra, Miller extravasa todo seu amor pelo Noir, pelo preto e branco, pela violência e pelos detetives traídos e amargurados”, finaliza.

Seguir uma carreira artística no Brasil não é uma tarefa simples, pois muitas são as barreiras que impedem o crescimento do profissional neste mercado. Isso se aplica aos desenhistas, que, apesar de carregarem talento e técnica, sofrem por não ter sua profissão regulamentada.

Estimulado por HQs de super heróis, jogos de tabuleiros e videogames, o desenhista Ellyson Lifante, 33 anos, de Arujá (SP), usa a arte para expressar sua criatividade, mas destaca algumas dificuldades de mercado.

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“Sempre tem aquele ‘sobrinho do cliente’ que faz pela metade do preço, o que leva a muitos a cobrarem valores baixos por um serviço sem qualidade, que muitos aceitam justamente pelo baixo valor”, relata.

Ellyson Lifante. Foto: arquivo pessoal

As agências de publicidade e os estúdios especializados em ilustrações são as opções mais viáveis para quem quer trabalhar com desenho no Brasil. “O ramo de entretenimento, que é fazer desenhos para filmes e games, infelizmente só é valorizado fora do país”, afirma Lifante.

O artista admira todos os estilos de desenho, mas o seu estilo favorito são aqueles voltados para o realismo, muito utilizados em projetos de animações e jogos eletrônicos. Para aperfeiçoar sua técnica, Lifante busca referências em mestres da pintura como Rembrandt, além de consumir diversos conteúdos da cultura pop, como séries, filmes e jogos.

Para Lifante, o amor pelos desenhos é o principal combustível para aqueles que desejam seguir a carreira, mas também é necessário procurar por materiais de estudos e equipamentos que auxiliam o artista em seu trabalho, como canetas e mesas digitalizadoras.

O domínio da língua inglesa permite ao profissional conseguir trabalhos fora do Brasil com pagamento em dólar. “Aprenda todas as técnicas possíveis de desenho a mão, aquarela, pintura a óleo, caneta esferográfica, grafite e estilos como cartoon, realista, icônico, isso vai te dar uma bagagem para poder resolver qualquer tipo de trabalho que apareça”, ensina.

Outro que traz consigo a referência dos desenhos animados é o publicitário Cauê Miranda, 23 anos, de São Paulo, que tem como principal foco de sua carreira as ilustrações e a arte conceitual.

“O maior desafio dessa profissão é o fato de a área ainda ser muito elitizada, as informações ainda são muito restritas a uma parcela da sociedade”, afirma.

Cauê Miranda. Foto: arquivo pessoal

Miranda prefere o estilo realista no momento de produzir, mas também tem grande admiração pelo estilo cartoon na hora de consumo. Admira o trabalho dos ilustradores Mike Azevedo e Will Murai.

Um desenhista precisa definir qual segmento do mercado ele quer seguir e consumir os produtos daquele universo, ir a exposições e conversar com os artistas que produzem esse conteúdo.

“Procure aprender fundamentos de anatomia muscular humana, no pinterest ou qualquer lugar que tenha fotos de anatomia, fundamentos de luz e sombra e fundamentos que compõem uma imagem de modo geral”, orienta Miranda.

Um profissional de desenho também pode seguir o caminho das HQs, como fez o quadrinista Valu Vasconcelos, 46 anos, do Rio de Janeiro. Ele desenha desde a  infância e tem como referência as obras da Marvel, DC e Image Comics, além do mangá Akira e as histórias de Asterix e Obelix.

“O desenho te dá a liberdade de estar e ser o que ou quem quiser. Não existe oxigênio ou gravidade, o único limite é a sua imaginação, se você pode imaginar, você pode construir”, filosofa.

Valu Vasconcelos. Foto: arquivo pessoal

Os desenhistas de quadrinhos independentes precisam realizar outras tarefas, não se dedicam somente à parte artística do trabalho. “É necessário desempenhar o papel de gerente de carreira, assessor de imprensa, editor e às vezes, até vendedor das próprias obras”, relata Vasconcelos.

“Não é um trabalho fácil mas, uma vez que o domina, pode se tornar um caminho para a liberdade criativa e financeira”, complementa.

As influências para o trabalho do quadrinista vão desde artistas como Katsuhiro Otomo e Milo Manara até as animações americanas, francesas e japonesas. Suas obras têm influência dos mangás japoneses, mas com toques brasileiros.

“Afinal nosso Brasil é isso, não é?  Uma grande sopa de influência dos povos que vieram para cá e forjaram essa multicultura continental. Nós somos um resumo do mundo e nossas obras não poderiam ser diferentes”, destaca Vasconcelos.

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Desenhar de maneira profissional é um trabalho árduo e o corpo também precisa estar preparado. “A ligação cérebro e membros tem que ser exercitada constantemente, caso contrário o desenhista acaba travando. Não esqueça de se alongar e se aquecer, as longas horas desenhando podem cobrar um alto preço, portanto, cuide-se”, adverte o quadrinista.

A causa da morte de Stan Lee, quadrinista famoso da Marvel, foi finalmente revelada. Segundo o site TMZ, que teve acesso à certidão de óbito de Lee, o empresário morreu de parada cardíaca e respiratória.

Além disso, o certificado mostra que ele sofreu de pneumonia por aspiração, uma complicação decorrente de uma grande quantidade de comida, ácido estomacal ou saliva nos pulmões. O quadrinista foi levado às pressas para um hospital em Los Angeles, onde não resistiu.

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O criador de heróis como Homem-Aranha e Hulk faleceu no dia 12 de novembro de 2018, aos 95 anos de idade.

Stan Lee é mais uma celebridade acusada de assédio sexual. De acordo com o site CBM, o criador de vários personagens da quadrinhos da Marvel recebeu uma série de denúncias anônimas de “má conduta” feitas por enfermeiras que trabalharam em sua casa. Segundo a publicação, as reclamações incluíam andar sem roupa, pedir sexo oral e “apalpar” as profissionais.

Nenhuma queixa criminal, porém, foi realizada até agora. O advogado de Lee nega as acusações e afirma que ele está sendo vítima de extorsão.

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