Nesta segunda-feira (16) tem início, oficialmente, a 10ª edição do Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero (Recifest), um dos maiores e mais importantes festivais de cinema LGBTQIA+ do Brasil. O evento segue até o dia 31 de outubro, de forma presencial e virtual nas cidades do Recife e de Vicência, em Pernambuco. Já as mostras competitivas do festival ocorrerão até o dia 20 de outubro, no Cineteatro do Parque, exclusivamente em formato presencial.
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##RECOMENDA##Para a competição de curtas-metragens, foram selecionados 30 filmes brasileiros de um total de 170 inscritos, representando 23 estados brasileiros e o Distrito Federal. Dentre os selecionados, destacam-se obras de ficção, documentários, filmes híbridos e curtas experimentais, provenientes de várias regiões do país, incluindo Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo.
Um júri técnico e popular escolherá os vencedores nas categorias de Melhor Filme Pernambucano e Melhor Filme Nacional. Também serão eleitos os melhores profissionais nas categorias de melhor roteiro ou argumento, melhor direção, melhor produção, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor som, melhor montagem, melhor intérprete (ator/atriz) e homenageade. O festival tem como homenageado Rutílio de Oliveira, um dos criadores do Recifest.
A programação ainda inclui a exibição de um longa-metragem convidado, "Máquina do Desejo", um filme construído a partir do acervo audiovisual da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona que, em seus mais de 60 anos, ultrapassa os palcos e penetra na história do Brasil.
O 10º Recifest também apresenta a Mostra Internacional e a Mostra Div.A – Diversidade em Animação, duas mostras desenvolvidas para inspirar e impactar, com uma duração total de 80 minutos que abordam questões essenciais e experiências de indivíduos LGBTQIA+.
Vale ressaltar ainda que o Recifest não se limita às salas de cinema. O festival também promove, de maneira gratuita, oficinas e masterclass para o público interessado. Além disso, de 22 a 28 de outubro, o Recifest levará, de forma itinerante, atividades para escolas públicas, penitenciárias e centros sociais do Recife e Vicência.
O Recifest é produzido pelas produtoras Olinda Produções Audiovisuais e Casa de Cinema de Olinda. O festival também conta com o incentivo do FUNCULTURA-PE, do Governo de Pernambuco. Já a direção geral é de Rosinha Assis e a direção artística é de Carla Francine.
Obras selecionadas – Os curtas-metragens que participam das mostras competitivas são: A vida secreta de Delly, Aceso, Anarriê, Arapuca, As Inesquecíveis, Ave Maria, Casa de Bonecas, De noite, na cama, Deus Não Deixa, Dinho, Lalabis, L’Esquisse, Milkshake, Nem O Mar Tem Tanta Água, O Fim da Imagem, Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, Pe ataju jumali / Hot air, Procura-se Bixas Pretas, Promessa de um Amor Selvagem, Quando a noite ainda não existia, Quinze Primaveras, Rosa Neon, Se trans for mar, Shoes Off, Tá Fazendo Sabão, Tese de mestrado em História, Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, Travessias, Transviar, Um transe de dez milésimos de segundos.
As obras foram escolhidas por um time de curadores convidados pelo festival. O grupo conta com nomes de peso, como Ander Beça, Chico Ludermir e Mariana Souza.
Oficinas – No dia 18 de outubro, o Recifest realiza a oficina de Políticas e Direitos LGBTQIA+, com Irene Freire e Lilian Fonthinelly, das 15h às 17h, no Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBT, no Recife. O encontro contará com a roda de diálogo “Papo reto, sem caô, sem blábláblá, conversa séria, sem mentiras, sem enrolação, um papo sincero sobre políticas e direitos LGBTI+ na cidade do Recife”. Ao todo, são oferecidas 25 vagas que podem ser preenchidas por qualquer pessoa, acima de 18 anos, que tenha interesse em ter acesso ao conteúdo proposto.
Já entre os dias 17 e 19 de outubro, das 13h30 às 17h, no auditório do Espaço Pasárgada, acontece a oficina “Vou pintar um arco-íris de energia: os elementos básicos da direção de arte para o cinema queer contemporâneo”, com Henrique Arruda. A proposta da oficina é vivenciar os elementos básicos da direção de arte no cinema, passando por todas as suas principais funções e subdepartamentos, como assistência de arte, produção de arte, produção de objetos, cenografia e contrarregragem, tomando como base a experiência do diretor, roteirista e diretor de arte pernambucano Henrique Arruda. São 20 vagas.
Em Vicência, no interior de Pernambuco, Carla Francine e Rosinha Assis promovem a oficina “Iniciação à produção executiva e controladoria para projetos audiovisuais”, que acontece no dia 27 de outubro, das 13h30 às 17h, com a proposta de dar noções de gestão, produção executiva e controladoria para projetos audiovisuais de baixa complexidade. São 20 vagas.
Voltando para o Recife, no dia 29 de outubro, das 14h às 17h, acontece a oficina “Corpos dissidentes, estéticas dissidentes” e a mostra Ocupação Tamara Ferreira. A atividade será comandada por Ga Olho, Mira Katz, Ossy Nascimento e Viq viç vic.
A atividade é ofertada por integrantes da Coletiva Madame Satã, composta por pessoas não-binárias de Pernambuco, que, a partir de curtas selecionados pela curadoria do Recifest, irão falar sobre como as vivências de corpos que fogem da norma têm a capacidade de criar estéticas que também serão desviantes. Após esse bate-papo, haverá um momento prático com as pessoas presentes.
Masterclass – O 10º Recifest, de forma gratuita, dentro da programação, também oferece masterclass para o público interessado. Assim, no dia 17 de outubro, das 14h às 17h, acontece o “Encontro Transpofágico”, com a atriz, diretora, dramaturga e transpóloga Renata Carvalho. Trata-se de um diálogo sobre representatividade, a prática do transfake, o mito do corpo neutro, estereótipos e arquétipos, narrativas viciadas x positivas, transfobia recreativa, escrita e linguagem, imagético social e semiótica, responsabilidade e ética nas produções artísticas. São 150 vagas, no auditório do Sindicato dos Bancários.
Já no dia 20 de outubro, das 14h às 17h, Lígia Verônica (Verner) ministra o “Encontro”, com a proposta de conversar sobre procedimentos e formas de aquisição de provas em casos de discriminações institucionais, e em outras situações, que violem os direitos de pessoas LGBTQIAPN+, visando possíveis judicializações a partir de queixas crimes, denúncias ao Ministério Público, solicitações de abertura de processos judiciais via Defensoria Pública ou advocacia particular e outros meios legais disponíveis. São 20 vagas no auditório da Gestos.
*Da assessoria de imprensa