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Um helicóptero do Exército sírio foi abatido nesta terça-feira (11) no noroeste da Síria, e seus dois pilotos morreram - informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), acrescentando que a aeronave foi atingida por um foguete das forças turcas.

Em paralelo a este incidente, ao menos 12 civis foram mortos na cidade de Idlib em ataques aéreos do governo sírio, que prossegue com sua ofensiva na região para recuperar seu controle.

A metade das vítimas é menor de idade, relatou o OSDH, que informou que os ataques aéreos tiveram dois setores da cidade como alvo.

Já o helicóptero em questão foi abatido perto do vilarejo de Qaminas, segundo esta ONG e um correspondente da AFP. As autoridades turcas mencionaram a "queda" de um helicóptero, sem reivindicar a responsabilidade.

O Ministério turco da Defesa disse que "um helicóptero pertencente ao regime caiu", sem especificar a causa, ou os autores do ataque.

No local do acidente, um correspondente da AFP viu os corpos dos dois pilotos e destroços da aeronave espalhados pela área.

Nesta terça-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse ao governo Bashar al-Assad que ele pagará "muito caro" por qualquer novo ataque contra as forças de Ancara no noroeste da Síria, depois que um bombardeio sírio matou cinco soldados turcos na véspera.

"Quanto mais eles atacarem nossos soldados, mais eles pagarão caro", disse Erdogan durante um discurso em Ancara.

Na semana passada, oito militares turcos já haviam sido mortos em ataques do regime sírio na província de Idlib.

Esses confrontos aumentaram as tensões em Idlib, onde vários atores estão envolvidos na ofensiva do regime, incluindo a Rússia, aliada de Damasco.

Nesta terça, as tropas do governo reassumiram o controle total da estratégica autoestrada M5, que une o sul do país com Aleppo, passando por Damasco.

As forças sírias conquistaram o último trecho da estrada que ainda estava nas mãos dos extremistas e dos rebeldes.

"O regime retomou o setor de Rashieen al-Rabea", na província de Aleppo, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

"Isso significa que controla a integralidade da M5 pela primeira vez desde 2012", acrescentou.

Esta vitória para o governo de Damasco se dá em um contexto de tensão inédita entre Síria e Turquia, que apoia os grupos rebeldes e dispõe de tropas no noroeste do território sírio.

Contando com o apoio da aviação russa, as tropas sírias lançaram uma ofensiva de grande envergadura na região, que começou no início de dezembro e se acentuou nos últimos 15 dias.

Os combates na zona já forçaram o deslocamento de cerca de 700.000 pessoas desde dezembro, segundo a ONU.

Nos últimos dias, as forças do governo recuperaram todo trecho da autoestrada que passa pela província de Idlib (noroeste). Faltava apenas reassumir o controle de uma faixa de cerca de dez quilômetros na província de Aleppo.

Pouco mais da metade da província de Idlib e de setores vizinhos das regiões de Aleppo, Hama e Latakia permanecem nas mãos dos extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda).

A frente de Idlib representa a última grande batalha estratégica do governo do presidente Bashar al-Assad, que agora controla 70% do território sírio.

Ancara, que implantou reforços significativos na região de Idlib, teme que uma ofensiva em larga escala desencadeie uma nova onda migratória em direção à Turquia, país onde mais de 3,5 milhões de sírios já se refugiaram desde o início do conflito.

O conflito na Síria matou mais de 380.000 pessoas desde 2011 e forçou mais da metade da população pré-guerra - mais de 20 milhões - ao exílio.

Pelo menos oito civis, entre eles quatro crianças, morreram na Síria nesta quarta-feira devido a ataques com mísseis por parte do regime que atingiram uma escola em Idlib, província controlada pelos extremistas no noroeste do país, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Apesar de uma trégua anunciada em agosto passado, a região de Idlib viveu uma escalada da violência há várias semanas, com bombardeios das forças de Bashar al-Assad e seu aliado russo, mas também combates entre forças governamentais com extremistas e rebeldes.

Os ataques com mísseis terra-terra do regime tiveram como alvo, nesta quarta-feira, a cidade de Sarmin, na província oriental de Idlib, alcançando uma escola e seus arredores, segundo a ONG.

Oito civis morreram, entre eles duas mulheres e quatro crianças, segundo um novo balanço enviado à AFP pelo diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Segundo ele, parte da escola tinha sido adaptada para alojar familias deslocadas.

O bombardeio deixou ainda 16 feridos, alguns em estado crítico, segundo Abdel Rahman. Apenas em dezembro, 284 mil pessoas foram deslocadas por causa de bombardeios e combates, particularmente no sul da província de Idlib, segundo a ONU.

Diante deste fluxo, "prédios públicos como mesquitas, garagens, salões de festa e escolas são usados para alojar as famílias", disse recentemente o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O regime sírio retomou nesta quinta-feira (22) o controle total de Aleppo, a segunda cidade do país, conquistando a sua maior vitória frente aos rebeldes desde o início da guerra, em 2011. As informações são da Agência France-Presse (AFP).

"Graças ao sangue dos nossos mártires e aos sacrifícios das nossas valorosas forças armadas, assim como das forças auxiliares e aliadas (...), o Estado-Maior das Forças Armadas anuncia o retorno da segurança a Aleppo, após sua libertação do terrorismo e dos terroristas e da saída daqueles que ali permaneciam", informou o Exército sírio em comunicado.

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"Esta vitória representa uma guinada estratégica (...) na guerra contra o terrorismo (...), reforça a capacidade do Exército e de seus aliados de vencer a batalha contra grupos terroristas e estabelece as bases de uma nova fase para tirar o terrorismo de todo o território da República Árabe Síria", diz a nota.

O anúncio foi feito depois da saída do último comboio de rebeldes e civis do leste de Aleppo, ex-reduto rebelde da metrópole, que caiu após um mês de uma violenta campanha de bombardeios aéreos e terrestres.

Ao perder seu bastião (trincheira), transformado em ruínas após os violentos bombardeios, os rebeldes sofreram o pior revés desde o início da guerra.

Uma ONG com sede em Nova York acusou as tropas do regime sírio de crimes contra a humanidade por terem assassinado 610 médicos e trabalhadores da saúde desde o início do conflito, em 2011, segundo um relatório apresentado na ONU nesta quarta-feira.

As forças de Bashar al-Assad atacam sistematicamente os hospitais, as clínicas e as equipes médicas há quatro anos, segundo o documento da ONG Physicians for Human Rights.

A organização indicou que 139 dos 610 trabalhadores médicos assassinados foram torturados ou executados.

No total, o documento informou sobre 233 ataques contra 183 hospitais e clínicas, alguns deles com barris explosivos.

"O governo sírio recorreu a todo tipo de técnicas: prisões nas salas de urgência, bombardeio de hospitais, tortura e inclusive assassinato de médicos que tentam atender os feridos ou doentes", denunciou Erin Gallagher, diretor de investigação da ONG.

Segundo o organismo, o governo de Damasco é responsável por 88% dos ataques contra hospitais sírios nos últimos quatro anos e por 97% das mortes de equipes médicas.

Estes ataques são considerados uma violação ao direito humano internacional, mas "quando são generalizados e sistemáticos, como ocorre na Síria, constituem um crime contra a humanidade", indica o documento.

Os números apresentados pela ONG no documento intitulado "Os médicos na mira: quatro anos de ataques contra as equipes médicas na Síria", usa fontes em terra.

"Os líderes do mundo não devem permitir que estes ataques se banalizem no conflito", acrescentou a diretora-geral da ONG, Donna McKay.

O ano de 2013 foi o mais letal para os trabalhadores da saúde, com 171 assassinatos.

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