O Grupo Rabbit, empresa de consultoria em gestão educacional, divulgou, nesta sexta-feira (11), um levantamento acerca do quantitativo de rematrículas nas instituições de ensino em 2020. A pesquisa foi realizada com cerca de 1,2 mil escolas atendidas pelo Grupo.
Segundo os dados, o número de rematrículas foi de 46% nas instituições de educação básica entre os meses de setembro e novembro deste ano, quase 20% a menos do que o registrado no mesmo período de 2019 (65%). Essa redução, segundo o CEO do Grupo Rabbit, Christian Coelho, ocorre devido ao receio das famílias sobre o ano de 2021.
##RECOMENDA##“A sazonalidade de procura de escolas e matrículas estava em 40% no meio do ano e agora está em torno dos 25%, ou seja, muitos pais ainda não sabem se devem ou não rematricular os filhos e ainda não estão efetivamente procurando uma instituição de ensino; vamos identificar muitas matrículas até o final de março do ano que vem”, disse em nota.
Conforme Coelho, esse comportamento em esperar até o primeiro trimestre de 2021 para a efetivação das matrículas também vai afetar o projeto pedagógico das escolas. “Teremos muitos alunos entrando na escola depois das aulas já terem iniciado, principalmente na educação infantil e ensino fundamental”, explicou por meio de nota.
A pesquisa também apontou que, mesmo com a queda do número de rematrículas, a perda de alunos entre setembro e novembro foi de apenas 4%. “Esse número é referente aos pais que declararam que não vão rematricular os filhos nas escolas em que estão, mas, por mais que o dado seja baixo, não podemos afirmar que as escolas irão perder mais ou menos alunos nessa mudança de ano letivo, pois cerca de 50% das famílias ainda não tomaram uma decisão”, ressalta, em nota, o CEO.
Para Christian Coelho, existem alguns passos que as escolas precisam fazer para conseguirem traçar o planejamento para o novo ano letivo, diante da pandemia do novo coronavírus; veja:
1- Revisar as estratégias
“O atraso na captação de novos alunos pode trazer uma perspectiva positiva para o replanejamento” afirma. Ele explicou, segundo a assessoria do Grupo, que esse momento permitirá uma revisão das estratégias e ajustes, além de uma parada para o time repor as energias e iniciar o segundo período de alta sazonalidade mais motivado.
2 - Cobrar as mensalidades em atraso
Mesmo no período de férias, Coelho aconselha que é preciso cobrar os familiares que possuem algum tipo de dívida com a escola. “Cuidado com o aumento da inadimplência para que não haja maiores prejuízos para o funcionamento da escola”, alerta.
3 - Rever o fluxo de caixa da escola
Nesse contexto, é a hora de organizar e rever o fluxo de caixa da escola no período e para o planejamento. Christian Coelho indica que as instituições de ensino utilizem ferramentas simplificadas como software umas planilhas.
4 - Manter o vínculo com os alunos já matriculados e seus familiares e com os que saíram da escola
Estabelecer uma boa comunicação pode ser uma boa estratégia para mostrar a importância da relação família-escola. Uma dica, de acordo com o especialista, é enviar mensagens com recomendações de atividades para as férias, alertas sobre os cuidados de prevenção contra a Covid-19, recados de boas festas. “Como disse um dos mais conceituados especialistas de gestão de marketing da história, Philip Kotler, ‘conquistar um novo cliente custa de 5 a 7 vezes mais que manter um atual’”, conclui, por meio de nota, o CEO.