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Após apontar o que considerou ilegalidades, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou o acordo de colaboração premiada firmado entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o publicitário Renato Pereira, que realizou campanhas eleitorais pelo MDB no Estado do Rio de Janeiro. A decisão veio após a PGR fazer ajustes em termos do acordo. O ministro não retirou o sigilo da ação, desta forma não é possível saber quais são os novos termos propostos pela PGR.

Lewandowski havia questionado, na primeira análise do acordo, em decisão de 24 de novembro, algumas das bases utilizadas pela PGR na proposição de acordos de colaboração premiada. Os principais pontos que o ministro apontou como ilegais eram a possibilidade de o Ministério Público Federal fixar a pena a serem aplicadas ao delator e a multa que o colaborador deverá pagar, bem como a suspensão do prazo de prescrição. Outro ponto questionado foi a autorização ao delator para fazer viagens internacionais.

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Segundo o gabinete do ministro, a PGR realizou os ajustes que foram apontados como necessários e teria feito a adequação dos termos do acordo aos requisitos determinados pelo relator. Os detalhes não foram divulgados pelo Supremo Tribunal Federal.

Uma polêmica em torno do assunto se deu após a decisão inicial de Lewandowski, que retirou o sigilo do caso. Prontamente, a PGR recorreu para que fosse restabelecido o segredo. Como Lewandowski entrou em licença médica, o ministro Dias Toffoli teve a incumbência de decidir sobre o pedido e, atendendo à PGR, devolveu o sigilo.

Delação

Proprietário da Agência Prole, responsável por campanhas eleitorais de Sérgio Cabral, Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão, Renato Pereira delatou não só emedebistas, como também um contrato falso com o Opportunity com o objetivo de fornecer dinheiro em espécie para o banco de Daniel Dantas, de acordo com o conteúdo da delação que veio a público em 2017.

Pereira também afirmou, entre outros pontos, que em 2016 o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), direcionou licitação de R$ 55 milhões referente a serviços de publicidade da pasta para sua empresa, Prole Propaganda. Todos os citados negam.

O marqueteiro Renato Pereira afirmou, em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, que em 2016 o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), direcionou uma licitação de R$ 55 milhões referente a serviços de publicidade da pasta para sua empresa, Prole Propaganda. Segundo o delator, o acordo foi fechado no gabinete do ministro, em Brasília.

A Prole chegou a ser classificada entre as vencedoras da licitação, mas desistiu da conta dois dias depois da prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Em nota, o ministro disse que a afirmação de Pereira é "mais uma mentira inventada por quem quer se safar dos próprios crimes que cometeu". As informações foram reveladas pelo jornal "Folha de S.Paulo".

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Em sua delação, o marqueteiro relatou irregularidades nas campanhas de políticos da cúpula do partido no Rio, como o governador Luiz Fernando Pezão, Cabral e o ex-prefeito Eduardo Paes, além da senadora Marta Suplicy, em São Paulo. Todos os políticos negam as acusações de Pereira.

Em um dos anexos do seu acordo de colaboração premiada, Pereira também disse ter assinado um contrato falso com o Opportunity com o objetivo de fornecer dinheiro em espécie para o banco de Daniel Dantas.

Em nota, o banco afirmou que as acusações do delator são falsas. "O Opportunity não contratou a Prole e nunca teve contato com Renato Pereira", afirmou. "A afirmativa do marqueteiro de que teria simulado um contrato de prestação de serviços com o Banco Opportunity é falsa. A mentira de Renato Pereira visa a desacreditar os laudos que foram apresentados em demandas internacionais e serve sob medida para os concorrentes do Opportunity".

Os termos da delação de Pereira foram tornados públicos pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira. No mesmo dia, o ministro devolveu a delação à PGR para que a contrapartida dada ao delator seja adequada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse na noite desta terça-feira, 14, que não há "nada de excepcional" na decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que devolveu o acordo de colaboração premiada firmado entre o Ministério Público Federal - ainda na gestão de Rodrigo Janot - e o marqueteiro Renato Pereira. Pereira narrou fatos que comprometem a cúpula do PMDB do Rio de Janeiro, incluindo Sérgio Cabral, Eduardo Paes e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.

Para Gilmar Mendes, o instituto da colaboração premiada "é uma obra humana, que carece de aperfeiçoamentos". O ministro falou brevemente com a imprensa depois de participar de uma solenidade em que foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o TSE e o governo do Paraná para compartilhamento de dados biométricos.

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Em uma decisão marcada por críticas aos poderes do Ministério Público Federal em relação a acordos de colaboração premiada, Lewandowski devolveu à PGR para readequação o acordo de colaboração premiada firmado entre o órgão e o marqueteiro Renato Pereira.

Para Gilmar, embora os resultados obtidos com a adoção do instituto da colaboração premiada sejam "expressivos", há críticas ao modelo.

"Sabemos que já houve delações que deram frutos inequívocos e temos aquelas que estão sendo questionadas, inclusive a própria Polícia Federal em alguns casos já pediu até o cancelamento do benefício que foi concedido. De modo que é inegável a importância do instituto para o combate à criminalidade organizada, mas isso é uma obra humana, que carece de aperfeiçoamentos", comentou Gilmar Mendes.

"Temos neste momento uma crítica ao modelo de delação. Nós não podemos negar a importância do instituto, tanto é que os resultados são expressivos. Mas há muita discussão tanto no Supremo Tribunal Federal como no Congresso Nacional sobre meios, ajustes, reinterpretação desse sistema, de modo que nós temos de acompanhar isso com muito cuidado", observou o ministro.

Indagado pela reportagem se via com naturalidade a decisão de Lewandowski de devolver a delação do marqueteiro à PGR, Gilmar respondeu: "Isso já ocorreu em relação a outros ministros, acredito que o ministro Teori (Zavascki, morto em acidente aéreo em janeiro deste ano) fez isso, o ministro Fachin (Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF) já fez isso, a rigor tem ocorrido. Não há nada de excepcional nisso", concluiu.

Foro privilegiado

Gilmar também evitou comentar se esse é o momento ideal para retomar o julgamento sobre a extensão do foro privilegiado, marcado para o próximo dia 23. "A presidente (ministra Cármen Lúcia, que preside o STF) escolheu, esse é o momento que ela entendeu razoável. Vamos aguardar agora o início do julgamento e ver como é que vai ser o desfecho", desconversou.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada em fevereiro deste ano, Gilmar disse que é uma "irresponsabilidade" apresentar a limitação do foro privilegiado como solução dos problemas nacionais.

Questionado se o julgamento não poderia provocar novos atritos entre o Supremo e o Congresso Nacional, Gilmar respondeu que a Corte tem "um bom diálogo com o Congresso e certamente vamos ter meios e modos de lidar com esse tema".

Em uma decisão marcada por críticas aos poderes do Ministério Público Federal em relação a acordos de colaboração premiada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu à Procuradoria-Geral da República (PGR), para readequação, o acordo de colaboração premiada firmado entre o órgão - ainda na gestão de Rodrigo Janot - e o marqueteiro Renato Pereira, que narrou fatos que comprometem a cúpula do PMDB do Rio de Janeiro, incluindo Sérgio Cabral, Eduardo Paes e de Luiz Fernando Pezão.

Registrando que não haveria condições de homologar "por ora" o acordo, o ministro alegou que precisam ser revistas cláusulas que tratam da fixação da pena pela PGR, da autorização concedida ao delator de fazer viagens internacionais, do valor da multa fixado em R$ 1,5 milhão pela PGR e da suspensão do prazo de prescrição. Se a procuradora-geral Raquel Dodge não rever o acordo, a delação não ganhará validade judicial.

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Um dos ministros que têm criticado nos julgamentos do STF a forma como são concedidos os acordos de colaboração premiada, sobretudo no caso J&F, Ricardo Lewandowski, com esta decisão, buscou estabelecer limites em relação ao que o Ministério Público Federal pode conceder aos delatores, questionando amplamente o acordo firmado e apresentado ao STF no fim do mandato de Rodrigo Janot como procurador-geral.

O acordo firmado entre Renato Pereira e o MPF fixou inicialmente uma pena de quatro anos de reclusão para o marqueteiro e o perdão judicial de todos os crimes, exceto aqueles relacionados à campanha de Pezão ao governo do Rio de Janeiro em 2014.

Pelo acordo, o marqueteiro cumpriria recolhimento domiciliar pelo prazo de um ano, com a possibilidade de realizar viagens nacionais e internacionais a trabalho "mediante prévia autorização do juízo competente". Renato Pereira também deveria prestar serviços à comunidade em entidade filantrópica pelo prazo de três anos e pagar multa de R$ 1,5 milhão a título de multa penal e reparação de danos.

"Inicialmente observo que não é lícito às partes contratantes fixar em substituição ao Poder Judiciário e de forma antecipada a pena privativa de liberdade e o perdão de crimes ao colaborador. O Poder Judiciário detém, por força de disposição constitucional, o monopólio da jurisdição, sendo certo que somente por meio da sentença penal condenatória proferida por magistrado competente afigura-se possível fixar ou perdoar penas privativas de liberdade relativamente a qualquer jurisdicionado", afirmou Lewandowski.

"Validar tal aspecto do acordo corresponderia a permitir ao Ministério Público atuar como legislador. Em outras palavras, seria permitir que o órgão acusador pudesse estabelecer, antecipadamente, ao acusado sanções criminais não previstas em nosso ordenamento jurídico", ponderou o ministro.

Renato Parente apresentou no acordo de delação informações sobre irregularidades em uma série de campanhas eleitorais: de Sérgio Cabral ao Governo do Rio de Janeiro em 2010, de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012, de Pezão ao Governo do Rio de Janeiro em 2014, de Pedro Paulo à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016, de Rodrigo Neves à Prefeitura de Niterói em 2012 e 2016 e da senadora Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo em 2016. O motivo da delação estar no STF é a senadora Marta Suplicy.

Além de campanhas eleitorais, a delação de Renato Parente traz informações sobre supostas irregularidades relacionadas a licitações de obras estaduais e municipais no Rio de Janeiro e o pagamentos de vantagens a agentes públicos. O delator também narra fatos em relação ao Banco Opportunity, em um tópico, e à FIESP, em outro, intitulado "FIESP: Pré-campanha ao governo do Estado de São Paulo (2018)/Paulo Skaf".

Viagens

A possibilidade de Renato Pereira fazer viagens internacionais e a fixação de multa de R$ 1,5 milhão também foram questionadas por Lewandowski.

"No que se refere à autorização para viagens internacionais, noto que incumbe exclusivamente ao magistrado responsável pelo caso avaliar, consoante o seu prudente arbítrio, e diante da realidade dos autos, se deve ou não autorizar a saída do investigado do Brasil. Aliás, como o regime de cumprimento de pena, acordado entre as partes, corresponde ao fechado, segundo visto acima, se válida fosse a respectiva cláusula, a permissão para a saída do investigado do estabelecimento prisional somente poderia ocorrer em caso de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão ou, ainda, de necessidade de tratamento médico, conforme estabelece o art. 120 da Lei de Execução Penal", ressaltou o ministro.

"Quanto à fixação de multa, consigno que às partes é apenas lícito sugerir valor que a princípio lhes pareça adequado para reparação das ofensas impetradas, competindo exclusivamente ao magistrado responsável pela condução do feito apreciar se o montante estimado é suficiente para a indenização dos danos causados pela infração, considerados os prejuízos sofridos pelo ofendido", observou Lewandowski.

Sigilo caído

Mostrando irritação com o que chamou de "vazamentos ilícitos", o ministro Ricardo Lewandowski também resolveu tirar o sigilo dos termos e dos conteúdos do acordo de delação, mesmo sem ter homologado. Em outra decisão, ele ordenou que a Polícia Federal investigue a divulgação de trechos sigilosos do acordo de colaboração premiada. O jornal O Globo revelou com exclusividade a maior parte da delação do marqueteiro.

"Considerando que grande parte do que se contém neste feito, embora tramite em segredo de justiça, foi objeto de vazamentos ilícitos, determino que se oficie ao diretor-geral da PF, Dr. Fernando Segóvia, a fim de que sejam apurados no prazo de 60 dias as condutas em apreço", disse Ricardo Lewandowski, em decisão que foi tomada antes de o ministro determinar a retirada do sigilo dessa delação.

Ao informar a retirada de sigilo do acordo, Lewandowski deixou aberta a possibilidade de tramitar em segredo de Justiça eventuais inquéritos que poderão ser abertos se e quando o acordo for, de fato, homologado.

Embora insista que só vai assumir a posição de candidato à Presidência da República no início do ano que vem, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), já busca reforçar a equipe que vai cuidar de sua imagem na disputa e do conteúdo dos programas de TV e rádio do horário eleitoral gratuito. Aécio renovou o contrato com o marqueteiro Renato Pereira, que também vai comandar os programas partidários do PSDB deste ano.

Pereira já está gravando cenas com o senador, além de captar imagens para os programas do partido que serão exibidos em setembro. As inserções que serão feitas na TV e o programa partidário terão o senador tucano como estrela principal. Pereira também auxilia o senador na estrutura de uma rede de comunicação com os 27 diretórios estaduais da legenda.

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"Vamos fortalecer as redes sociais do PSDB e todos os diretórios terão suas páginas na internet", prometeu Aécio Neves aos dirigentes estaduais tucanos reunidos ontem em Brasília. Nos planos de comunicação do candidato tucano está a convocação a Brasília dos assessores de imprensa de todos os Estados ainda este mês para afinar o discurso partidário. O PSDB está ampliando sua estrutura de comunicação em Brasília e aumentando a equipe do site Conversa com os brasileiros, que foi uma criação de Pereira.

Antropólogo, Renato Pereira foi responsável pelas duas campanhas de Eduardo Paes (PMDB) à Prefeitura do Rio de Janeiro. Também comandou a campanha à reeleição de Sérgio Cabral em 2010 no Estado. O marqueteiro também fez a campanha de Henrique Capriles na Venezuela, que acabou derrotado pelo então presidente Hugo Chávez. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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