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O lúpus é uma doença inflamatória e autoimune, ou seja, um distúrbio imunológico caracterizado pela produção anormal de anticorpos contra células e tecidos do próprio organismo, e que afeta milhares de pessoas no mundo. Esse desequilíbrio é caracterizado pela produção de anticorpos que, em vez de proteger, passam a atacar o próprio organismo da pessoa.

O lúpus é uma doença que tem um componente genético, mas isso não significa que a mãe portadora vá gerar um filho com o distúrbio. "As mais afetadas costumam ser mulheres jovens. Quando não diagnosticado e tratado adequadamente, o Lúpus Eritematoso Sistêmico [nome científico] pode ser uma doença grave e fatal", afirma Cristóvão Luis P. Mangueira, patologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.

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Em algumas pessoas, os sintomas se manifestam por inflamações na pele, com manchas vermelhas no rosto ou inflamação nos quadros articulares, que provocam dores e dificuldades de movimento semelhantes à artrose ou reumatismo. Porém, alguns pacientes podem apresentar outros sintomas, dependendo do órgão afetado. "O diagnóstico é sempre realizado juntando-se sinais e sintomas clínicos com resultados de exames de laboratório, como o hemograma, exame de urina, testes bioquímicos de função renal ou biópsia das lesões de pele", ressalta Mangueira.

A dona de casa Maria Lucimar Souza Couto Maduro, 55 anos, foi diagnosticada com a doença aos 29 anos, logo após o nascimento de sua filha. Os primeiros sintomas foram dores no corpo e inchaço nas pernas e braços. "Quando recebi o diagnóstico do lúpus, eu nem imaginava o que era. O médico me explicou sobre a doença, que não teria cura, e então comecei o tratamento com cortisona e outras medicações. Foi um tratamento intenso, sentia mal-estar. No começo, eu tive uma melhora significativa, mas oscilava bastante e às vezes precisava ficar internada", relata.

Maria conta que teve ganho de peso, queda de cabelo, manchas no rosto, e indisposição como efeitos colaterais do tratamento. Na época, ela trabalhava como gerente de vendas e precisou se afastar da ocupação. "Uma das coisas que também mexeu muito comigo foi não poder tomar sol por algum tempo. Eu amo praia e sol, mas precisei ficar um bom tempo longe. Hoje, com o controle do tratamento, posso ir, porém com restrições", conta.

Após um diagnóstico de lúpus, a pessoa precisa ser tratada e acompanhada por um especialista em reumatologia, deve seguir as prescrições médicas e realizar os exames laboratoriais com periodicidade, que permitem monitorar a resposta ao tratamento, além de prevenir os efeitos colaterais das medicações. A doença é grave e pode ter complicações fatais, principalmente quando ocorrem lesões renais e problemas neurológicos de maior gravidade. Por isso, quando perceber algum sintoma é interessante procurar um médico para um diagnóstico preciso e começar o tratamento o quanto antes.

Pernambuco será sede do XXX Congresso Brasileiro de Reumatologia. O evento acontece no Centro de Convenções, de 20 a 23 de novembro, comandado pela médica Angela Duarte, e vai reunir 17 palestrantes de Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Áustria e Alemanha.  O congresso debaterá a questão da qualidade de vida para o público da terceira idade.

Serão oferecidos 135 cursos, oficinas, palestras, simpósios, conversas com os professores e conferências a escolha dos participantes. Na programação do evento haverá também apresentações artísticas na abertura e no encerramento, como Alceu Valença e a cantora Bia Marinho, além do lançamento de livros e exposição de arte. As inscrições para participar do congresso podem ser feitas através do site.

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